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História The End - Interativa - Capítulo 19


Escrita por: Tiaa_Ju e QueenOfBitchess

Notas do Autor


Penúltimo capítulo e eu estou como:
CHORANDO LITROS!!

Mas olha, a outra fanfic já está em andamento nos rascunhos, me aguardem!
E pra recompensar a demora, um capítulo grandinho sz
Boa Leitura.

Capítulo 19 - Capítulo 19


Fanfic / Fanfiction The End - Interativa - Capítulo 19

Capítulo 19 - Penultimate chapter

“[…] As ondas me jogando de encontro às pedras e depois me puxando de volta para o mar afim de poderem me lançar mais uma vez na face chanfrada do penhasco, me abandonando na água, boiando, o rosto virado para cima sem me afogar. — A culpa é das estrelas.”

Narrador

Lá fora a chuva cai sem parar, as gotas batendo na vidraça daquela janela fazia a jovem ficar ainda mais distraída em seus pensamentos, permitindo, sem querer, que as memórias votassem para atormentá-la novamente.

Siera estava tão distraída ao ponto de dar um leve pulo para trás ao ver outras pessoas adentrarem na sala pouco iluminada.

— O que vamos fazer agora? — Leah perguntou ao bufar, e jogar-se no sofá escuro da sala.

— Eu não sei, mas isso está muito estranho. — Cerise cruzou os braços, escorando-se na escrivaninha.

— Até porque eu conheço bem ela, a Wendy não iria fugir assim, sem nós, ela não iria me deixar para trás. — Siera murmurou, ao sentar-se ao lado de Leah.

— Há não ser, que algo a tenha convencido de ir sem nós. — Sam indagou de onde estava.

— Primeiro o Gus some, depois a Wendy, sinceramente, não sei se é melhor estar aqui dentro ou lá fora. — Leah rolou os olhos, ao deitar com a cabeça no colo da garota ao seu lado.

— Tudo é melhor do que ficar perto do Logan. — Cerise disse séria.

— Vocês viram o Max por esses dias? — Siera perguntou, visivelmente impaciente.

Sam suspirou. — Sim, ele está muito estranho.

— Porque não viram o Liam ainda, algo está acontecendo e nós não sabemos. — Siera voltou a dizer.

Leah respirou fundo por um momento, e se levantou. — Bom, eu vou procurar saber se alguém tem alguma notícia da Wendy.

— Nós duas vamos com você. — Cerise disse rápida, então, ela e Sam saíram do quarto junto á outra, deixando Siera sozinha, perdida em seus pensamentos.

Harriet que andava com certa pressa pelo corredor, acabou se esbarrando em ambas, e logo entrou na sala, com uma certa ansiedade em si.

— Eu já sei o que aquela frase queria nos dizer. — a loira quase gritou, empolgada.

Siera olhou para ela automaticamente, e correu até a porta, fechando-a. — Como assim?

— As flores, olha. — Harriet abriu as longas cortinas do local, possibilitando-as a verem o vasto caminho de flores vermelhas ao longo do campo.

— O que elas tem haver?

— Aquela frase significa “siga o vermelho”, em francês. — Harriet suspirou, e andou para o outro lado do quarto.

— Hary, você tem certeza disso? — Siera franziu o cenho.

— Não sei, mas acho que quem mandou esse aviso nos conhecia bem. Precisamos tentar. — a loira insistiu, um pouco mais calma.

— Mas como? Não dá pra ir até lá, está repleto de seguranças. — a jovem abriu a porta, apontando para o corredor onde havia alguns soldados caminhando.

— Ir onde? — uma voz masculina ecoou pelo quarto.

— Bryan, vamos precisar da sua ajuda. — Harriet puxou-o para dentro do quarto, e Siera fechou a porta.

— O que estão planejando? — o rapaz perguntou confuso.

— A gente vai sair daqui, seguindo aquele caminho. — Siera apontou para a janela.

— Vocês querem fugir, é isso?

— Não vai ser tão difícil, eu a as garotas podemos distrair os soldados e … — a loira parou sua fala depois que o moreno tampou-lhe a boca.

— Tem alguém vindo. — Bryan murmurou.

Os três se espalharam pelo quarto, fingindo que estavam apenas passando o tempo naquela sala de estar.

Então, longos dois minutos depois, a porta foi aberta.

— Meninas, meu pai solicita a presença de vocês no escritório dele, o mais rápido possível. — Harry disse com calma na voz, e antes de sair, exibiu um breve e fraco sorriso.

Ele deixou a porta aberta, e deu as costas.

Bryan, pense nisso. — Siera sussurrou para o rapaz ao passar por ele.

No andar de cima, as três jovens permaneciam em um silêncio atormentador dentro daquele quarto, ambas irritadas com o que haviam acabado de ouvir.

Elas estavam sentadas em uma das camas, e havia algo parecido com uma maleta de medicamentos ao lado delas.

— Não acredito que o Ed disse que eles te atacaram porque se sentiram ameaçados conosco. — Cerise pigarreou, passando um algodão úmido na ferida pouco aberta da menor.

— Isso não faz sentido, olha o que causaram. Poderia ter sido pior. — Leah concordou.

— Gente, isso não é nada. — a colorada disse baixo, tentando quebrar aquele clima tenso.

— É sim, claro que é. E eu não sei nada sobre ferimentos, se pelo menos o Nick estivesse aqui. — Cerise respirou fundo, visivelmente abatida.

Sam ergueu o queixo da mesma. — Ei, você não precisa se culpar.

— Além do mais, não ficou tão ruim assim. — Leah esboçou um pequeno sorriso ao tocar no ombro da jovem.

Cerise apenas assentiu, com a cabeça baixa enquanto limpava o ferimento de Sam, ela não queria demonstrar seu estado emocional.

— Uma coisa eu não entendi, por que não tinha ninguém na ala médica quando fomos lá? — Leah perguntou ao deitar-se na cama.

— Parece que houve algo no alojamento, tem várias pessoas feridas. — Cerise fez um curativo na barriga da menor, e se levantou.

— Mas assim, elas se feriram como? — Sam ergueu o cenho, preocupada.

— Não sei, foi o que escutei o Ed dizendo. — Cerise murmurou.

Leah suspirou, se perguntando quando tudo voltaria ao normal novamente.

Em seu escritório, o mais velho permanecia focado em suas anotações enquanto falava algo em um telefone sem fio, minutos depois, um sorriso sarcástico foi visto em seu rosto. Ele desligou a ligação, e levantou um dos papéis diante de seus olhos, a foto do indivíduo o fez suspirar.

Ele abaixou-o assim que viu as duas jovens entrarem em seu escritório.

— Obrigado por virem, sentem-se. — Ed disse normalmente, sem olhar para as duas garotas.

— Queria falar conosco? — Harriet perguntou.

— Entrei em contato com o presidente, e tudo indica que Logan perdeu vários aliados. — o mais velho parou de escrever, e ergueu o olhar para ambas.

— Conte mais. — a loira pediu.

— É a hora perfeita para atacarmos!

— Atacar? Desejo sorte pra vocês. — Siera indagou, com certa ironia na voz.

— Obrigado mas, vocês todos vão conosco. — Edward apoiou os cotovelos na mesa, colocando seu queixo sobre suas mãos estraladas.

— Como assim? — Harriet arregalou os olhos.

— Nada melhor do que vingança, não? — o homem soltou um riso nasal.

— Com todo respeito Edward, eu prefiro não ter de encarar aquele cara outra vez. — Siera respondeu de forma firme, encarando-o.

— Não é isso que seus amigos pensam. — Ed ajeitou-se na cadeira.

Harriet franziu o cenho, inconformada. — O que?

— Estão dispensadas, amanhã o Logan será derrotado, e dessa vez, definitivamente. — Edward pigarreou, em um tom frio.

As duas se levantaram em silêncio, mesmo inconformadas, e saíram da sala em passos largos.

— E agora? — Siera murmurou.

— Vamos logo com nosso plano. — a loira respondeu com um sorriso sínico no rosto.

(...)

O último quarto do corredor principal se encontrava completamente revirado. Max parou ao ouvir os barulhos vindo de dentro do local, e olhou para dentro do quarto, logo entrando.

O loiro não sabia o que o outro jovem estava procurando, mas ele estava revirando as gavetas feito louco.

— Finn, ficou doido? — Max franziu o cenho, indignado diante de tamanha bagunça.

— Não, nem pretendo. — Finn respondeu sério, ao levantar o colchão da cama e jogá-lo em um canto qualquer.

Max arregalou os olhos. — Por que está revirando tudo?

— Não é óbvio? Ela não iria “fugir” assim, do nada. — o rapaz parou por um momento, e suspirou.

— Olha, eu já vasculhei tudo, não encontrei absolutamente nada.

— E o que me garante que você não está me escondendo algo, Max? — Finn encarou fortemente o loiro que, balançou a cabeça.

— Agora chega, não tem porque você destruir o quarto e ainda por cima suspeitar da minha pessoa. — Max indagou, tentando manter a calma.

— Eu estou preocupado com a Wendy, tá? Mas, acho que você não entende isso.

— Não entendo? Desculpa, mas se não lembra vou te lembrar. As meninas são como minhas irmãs, incluindo a Wen. — o loiro elevou a voz, e se aproximou do outro.

— Então faça alguma coisa Max! — Finn por sua vez, respondeu da mesma maneira.

— Fazer mais o quê? Eu mal estou dormindo, passei as últimas horas acordado ajudando nas buscas. — Max gesticulou com as mãos, ao abaixar a voz.

— Entendi, mas acontece que eu não sou do tipo que desiste fácil. — o jovem sorriu sarcasticamente.

— Espera, o que vai fazer?

— Não lhe devo satisfação. — Finn pigarreou ao passar por Max e sair pela porta.

O loiro mordeu o lábio, nervoso, e levou o punho fechado na parede do quarto, manchando-a de sangue.

Finn parou um momento ao escutar o estrondo, e tirou o bilhete de seu bolso. Um pequeno sorriso frio era visível em seu rosto. — Eu disse que ela havia deixado algo.

(...)

A garota andava apressada pelos corredores que agora, pareciam não ter fim. Ela abraçava os próprios braços na tentativa de amenizar o frio que estava sentindo. Ela parou por um segundo, e desviou o olhar para janela.

Uma enorme mancha preta no céu lhe chamou a atenção, e a fez sentir seu coração apertar.

O alojamento estava em chamas.

A loira engoliu seco, e adentrou instantes depois no consultório.

— Harriet, está atrasada cinco minutos. — o jovem ergueu o olhar para a garota, e se levantou de sua cadeira.

— Falando assim parece até o … — Harriet parou sua fala ao perceber o que estava prestes a dizer. — Podemos ser rápidos?

— Eu só vou precisar fazer algumas checagens, o médico que fez sua cirurgia fez algumas observações. — Harry disse, anotando algo em sua prancheta.

A loira se dirigiu até a maca da sala, e sentou-se sobre a mesma. Ela abriu o zíper de sua blusa, fazendo com que ela deslizasse por seus ombros.

— Era isso que você queria saber se era verdade? — Harriet murmurou, com o olhar desviado para um canto qualquer.

Harry olhou para a garota, e depois para as marcas horríveis sobre toda a região de sua barriga e tórax.

— Nossa, eu sinto muito. — ele disse ao se aproximar, e tocar-lhe na testa.

— É, eu também. — Harriet sorriu de forma fraca.

O jovem pegou a bandeja ao lado da loira, e passou a mão em um vidro transparente e em uma seringa com uma agulha na ponta. Harriet engoliu seco.

— Se doer, por favor me avise. — Harry pediu, ao passar o algodão úmido sobre a ferida fechada da jovem.

A seringa foi posicionada em sua barriga, a agulha passou por sua pele e o remédio logo estava infiltrado em seu corpo.

Harriet respirou fundo sentindo seu corpo ficar parcialmente dormente. Antes de fazer alguma coisa, Harry ajudou-a a deitar-se na maca, e enquanto ele fazia isso, ela ficou com os olhos vidrados no braço desprotegido do rapaz, onde havia uma marca de nascença, exatamente igual a que ela tem nas costas.

— Sabe Harry, me falaram que você me doou sangue. — a loira cortou o silêncio.

— Não acha isso estranho? — o moreno perguntou agora de costas, anotando novamente algo em seu formulário.

— O que?

— Não, nada. É coisa do trabalho, está melhor? — perguntou, encarando a outra.

— Claro, por quê não estaria? — Harriet perguntou ao sentar na maca, pulando da mesma, e em seguida vestindo sua blusa.

— Não precisa mentir, não é fácil perder alguém que você ama. — Harry disse sem humor na voz, e entregou para a loira um recipiente com remédio dentro. — Caso sinta dor.

— Harry eu … — ela não sabia o que dizer, mal sabia sobre quem ele estaria falando.

Mas o jovem médico apenas saiu da sala, sem dizer mais nenhuma palavra.

Harriet apagou a luz do lugar, e saiu, indo em direção dos outros.

Não muito longe dali, o refeitório encontrava-se em total silêncio, estava mais vazio que o comum depois do incidente com a Sam.

Zack encontrava-se andando pelo lugar com seu copo em mãos, afim de ir até a saída.

Acabou se esbarrando sem querer em Siera que, por pouco não ficou com a roupa manchada pela bebida escura.

— Café? — o garoto ergueu o copo até a jovem que, pegou-o.

— Aconteceu alguma coisa? — Siera perguntou, e em seguida deu um gole na bebida quente.

— Aconteceu, você está me ignorando. — Zack indagou.

— Zack, desculpa, mas preciso mesmo ir. — Siera entregou-lhe o copo de café, e lhe deu um selinho rápido antes de ir.

Mas o rapaz a segurou no braço. — Por quê essa pressa?

— Vamos ajudar o Bryan a dar uma saidinha.

— Não, você não pode fazer isso, é perigoso. — Zack encarou-a firmemente, visivelmente incomodado.

— Claro que não, vamos conseguir. — Siera sorriu brevemente.

— Então eu também vou, pode ser?

— Não Zack, você vai ficar aqui e assegurar que ninguém nos veja. — a morena soltou-se dele, e suspirou.

— É mesmo? — o jovem levou seu braço à parede, deixando-a sem como se soltar.

Ele a prensou contra a parede, erguendo as mãos da mesma no alto, segurando-as. Ele aproximou os lábios da orelha da jovem, fazendo com que seu hálito quente arrepiasse a pele dela.

Repita. — sussurrou.

— Ai droga, você é tentador demais garoto. — Siera bufou, e automaticamente envolveu os braços em volta do pescoço do rapaz.

Ele sorriu, e puxou-a para si, beijando-a.

***

Já era tarde, e em algumas horas o dia chuvoso se transformaria em noite.

No galpão do alojamento, dois jovens encontravam-se sentados nas mais altas caixas metálicas do lugar, impossibilitando quem fosse de vê-los ali. Estavam observando o movimento, quando viram alguns dos outros jovens entrarem despercebidos no local.

— Você acha que eles vão conseguir? — o ruivo passou as mãos em seu cabelo, jogando-o para trás levemente.

— Não duvido deles depois de tudo que passaram. — Charlotte deu de ombros.

— Não deviam fazer isso, tem gente que vai ficar irritado.

— Ah Louis, com toda razão. Estou impressionada com você, sabia? — a loira olhou para o lado, e puxou o garoto, apertando-o contra si.

— Por quê? — Louis disse quase sem ar.

— Todas as informações que conseguiu nos possibilitou um avanço, agora estamos quase lá, eles vão nos agradecer. — Charlotte indagou ao se levantar, depois de bagunçar os cabelos ruivos de Louis.

— Você me irrita, Lentilha. — ele resmungou.

— Estamos quites.

Ambos os dois estavam de pé, ainda no andar superior do galpão. Não demorou muito para verem outros dois jovens adentrarem no lugar. Era Zack e Siera.

Charlotte pareceu abaixar o olhar assim que os viu, e o ruivo resolveu cortar o silêncio.

— Então esses dois voltaram, nossa. — Louis disse coçando sua nuca.

— Eles se merecem. Vou entrar, não quero ver o que vai acontecer, mas vou tentar ajudá-los do meu jeito. — a jovem deu as costas ao pular de cima das caixas, enquanto caminhava rumo ao prédio onde estavam alojados.

Louis respirou fundo, e olhou para os outros uma última vez antes de sair do galpão.

Mais embaixo, os jovens estavam visivelmente ansiosos e aflitos.

— Até que enfim, onde estavam? — Harriet disse baixo aos outros dois.

— Tivemos alguns imprevistos. — Siera foi rápida, e deu uma piscadela para a loira.

Harriet ergueu o cenho, achando graça. — Sério isso?

— Onde ele está? — Zack perguntou ao escorar em uma das caixas atrás de si.

— Do outro lado, parece que a Chim sabe sobre uma passagem, ela vai levá-lo. Os dois só precisam chegar até os portões. — a loira olhou para a frente, e apontou para os grandes portões a uns oitocentos metros deles.

— Estamos esperando o que então? — o rapaz jogou seu estilete para o alto, pegando-o novamente.

— Elas. — Siera pegou o objeto de Zack, e sorriu de canto ao ver as garotas se aproximarem.

As três estavam com roupas mais provocativas possíveis, mas suas feições não eram das melhores.

— Gente, só tem esse plano mesmo? Eu não gosto de homens, eles não são confiáveis. — Leah murmurou, puxando seu short para baixo.

— Igualmente. — Cerise rolou os olhos ao ajeitar seu decote.

— Precisamos fazer isso se quisermos sair daqui. — Sam repreendeu as duas.

— Podemos contar com vocês? — Harriet perguntou, séria.

Então, as viu assentir.

Horas depois não havia quase soldado algum de vigia, digamos que foram atraídos por algo que lhes chamassem mais atenção. Leah, Cerise e Sam estavam com eles em um lado do galpão enquanto Siera, Zack e Harriet permaneciam atentos ao redor.

Bem mais a frente, os outros dois jovens pisavam fortemente na grama escorregadia do enorme campo por onde andavam, seguindo o rastro das flores vermelhas. Ambos eram praticamente engolidos pela grama, impossibilitando que alguém os visse.

— Quanto tempo mais vamos andar? — Bryan disse ofegante, com sua mochila pesada nas costas.

— Estamos quase lá. — Chim murmurou, passando com dificuldade sobre a terra molhada.

Ao pularem para a outra parte do lugar, foram surpreendidos por um soldado armado.

— Vocês não podem passar daqui.  — o soldado disse.

— E se a gente quiser passar? — Bryan perguntou incrédulo, de cenho erguido.

— Tenho ordens para matar quem tentar fazer isso. — o outro levou a mão em sua arma, e apontou-a rapidamente para ambos os dois.

— É mesmo? Mas não vim até aqui pra desistir. — Bryan soltou um riso abafado.

O soldado pareceu não entender, a única coisa que viu, foi o objeto afiado indo em direção de seu rosto, vendo o mesmo cravar em sua testa bem diante de seus olhos. Foi o suficiente para cair desacordado, ou quem sabe, morto.

Aquilo chamou a atenção dos outros dois soldados que estavam na cabine, e ambos foram para cima de Bryan que, sacou sua pistola na direção dos dois, atirando diversas vezes.

Um soldado já estava no chão, o outro, era duro na queda.

— Bryan, por quê parou? — Chim gritou, ao ver o rapaz abaixar sua arma.

— Acabou a munição! — Bryan disse aflito.

E olhou para frente ao escutar o barulho do disparo, ele se assustou, e empurrou Chiminie meio a grama, caindo ao lado dela.

O tiro não havia vindo do soldado, que agora estava morto, mas de Zack que corria na direção dos dois, tentando ajudá-los.

Bryan desviou o olhar para Chim, e ficou de olhos vidrados ao ver a poça de sangue se formar em baixo da mesma.

— Por que está sangrando? — perguntou, nervoso.

— Bryan, o que você fez? — a voz da ruiva saiu quase em um sussurro ao levar a mão em sua barriga, estava visivelmente sentindo dor.

— Não, isso não … — Bryan arregalou os olhos ao colocar a cabeça da jovem em suas pernas, ele respirava ofegantemente, e tinha dificuldade de falar algo naquele momento. Por fim, ele levou as mãos na cabeça, e murmurou: — Por quê não me contou?

— Eu ia contar. — Chim suspirou fundo, procurando por ar.

Bryan não sabia o que fazer, a jovem estava perdendo muito sangue por segundo.

— Calma, nós vamos voltar. — ele tentava estancar o sangue com suas mãos, mas era inútil.

— Não, não dá tempo, fuja Bryan, fuja pro mais longe que conseguir. Tem gente te esperando do outro lado, corra! — Chiminie elevou a voz com o resto de forças que tinha, e soltou um baixo gemido de dor.

— Mas e quanto a você? — o rapaz passou as mãos sujas de sangue no rosto da jovem, colando sua testa na da mesma.

— Vou ficar bem, não se esqueça de mim. — Chim pediu ao abraçá-lo, com a voz completamente falha.

— Não vou. Voltarei pra te buscar, prometo. — Bryan deitou a ruiva sobre a grama com cuidado, e deu as costas.

Deixá-la para trás era a última coisa que queria, mas naquele momento era o necessário.

Ao adentrar na passagem próxima aos portões, o moreno olhou por detrás do ombro por uma última vez, e desejou sorte a si mesmo.

Ele vai me matar … — foi o último sussurro que saiu da boca de Chim.

Ela deixou-se afundar na grama molhada, sentindo o sangue escorrer por suas pernas junto à chuva gelada que caía sobre seu corpo, olhou de relance para o lado, e tentou arrastar até o galpão, mas era inútil.

Por fim, ela olhou para o céu, e fechou seus olhos brevemente, desejando nunca mais ter de abri-los novamente.

“Não dá para escolher quem você vai ou não ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. — A culpa é das estrelas.”


Em algum dia qualquer

A sala permanecia escura, com uma única luz acesa sobre o corpo pálido em cima da mesa de metal.

— Ele não vai sentir dor não é? — a jovem garota mordeu seus lábios rosados, como se estivesse nervosa.

— Claro que não, só vai machucar um pouco. — o mais velho respondeu enquanto passava o bisturi no crânio do indivíduo desacordado, abrindo-o.

— Você disse que não iria machucá-lo, pai! — a mais nova arregalou os olhos, dando passos para trás.

O outro sorriu. — Ora criança, às vezes as pessoas mentem.

— Ele não vai se lembrar de mim, não é? — a garota resmungou do canto da sala, seu rosto estava coberto por alguns fios de seu cabelo.

— Não, mas não se preocupe, algum dia ele vai sentir os momentos bons que viveram. — Logan levantou uma injeção em sua mão, e perfurou o pescoço do jovem, injetando-o aquela droga.

— Por que está fazendo isso?

— É para o seu bem, em breve você entenderá. Sem a memória ele não vai se lembrar de que sou seu pai, então não terei problemas quanto a isso. — Logan riu novamente, e cobriu o corpo a sua frente com um pano branco.

— Isso tem haver com seu plano? — a pequena loira perguntou com os olhos parcialmente marejados, ainda quieta no canto.

— Sim, tem muito haver com meu plano. Mas se lembre, não tente se envolver com ele novamente ou fazê-lo se lembrar, fui claro? — Logan foi até a menor, e segurou fortemente em seu braço, fazendo-a grunhir de dor.

Ela com medo, apenas assentiu.

 


Notas Finais


Acertaram sobre quem estava grávida? hihihi
"estava" do verbo não está mais, pareço mal por ter matado um feto, mas foi a pedido da dona da própria Chim hihihi

QUEM SERÁ ESSA TAL "FILHA DO LOGAN?"
OBS: não é a Valen, tá muito na cara, liguem os pontinhos.

Não esqueçam dos comentários, amo vcs


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