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História The end is just our beginning -EM HIATUS- - 24. An hour


Escrita por: mackenzie-

Notas do Autor


Nesse capítulo os personagens choram muito, sério.

Capítulo 25 - 24. An hour


Katherine Pierce

Algumas horas antes...

Deito-me, sentindo meu estômago borbulhar e as lágrimas caírem no piso de bambu e se filtrarem no mesmo. Estou em posição fetal, com o sangue de Valentina em minha têmpora. Choramingo enquanto agarro seu corpo morto contra o meu, perguntando-me o porquê de acontecer isso com ela, uma menina tão doce que me confortou todos os dias. Seu olhar parecia bem mais convidativo do que das mulheres adultas. Eu a amava. Uma irmã mais nova. Soluços escapavam, e molham sua blusa com um coração de diversas cores no centro. Seu corpo desfalecido começa a ficar sem cor, sem o brilho natural dela. Uma criança, ela era apenas uma criança feliz e com pouca noção desse mundo. Gentil e amorosa, calma e valente, meu Deus, em que lugar vivemos?

Os soluços se cessaram, assim como os tiros lá fora. Me deito para cima, encarando o teto de palha. Meu peito subia e descia conforme respirava, e o silêncio parecia mais reconfortante do que antes.

— Merda, Katherine! — Cyndie entrou desesperada, fazendo-me erguer o olhar para ela, que apenas entreabre a boca ao olhar Valentina — Caramba... Eu... Eu não esperava por isso...

— Diz logo o que queria falar — uma lágrima solitária escorre em apenas um olho, descendo para o meu ouvindo.

— Eram homens do Negan. Eles atacaram a gente, mas acho que não estava nos planos — contou, se sentando meu lado de pernas de índio.

Me levanto, encarando-a com mais atenção.

— Isso mesmo — confirmou, incrédula.

— Deus...

Como num flash tudo passa em minha mente. Alexandria estava ameaçada por Negan e eu ter sumido não favoreceu as coisas. Ter Carl derrotado na pequena cidade não é uma boa opção pois irá distrair as pessoas de seus afazeres. Merda, eu fodi com a porra toda. Respiro fundo, olhando para o chão. Todos os fatores me levaram de volta. Preciso ter esse bebê e aqui não tem como me socorrer, diferente de Hilltop. Maggie já teve seu bebê, e com toda certeza quero conhecê-lo. Carl deve não estar favorecendo as coisas para Alexandria, e Rick devastado.

Vou até meu quarto, colocando as roupas de volta na mochila, a mesma na qual parti. Coloco facas e um revólver que tinha. Vou até o espelho, olhando para a minha blusa preta com decote e uma de couro por cima, a jeans surrada está rasgada propositalmente no joelho, minhas botas estão em perfeito estado. Ajeito meus cabelos morenos para o lado, vendo que, por mais que tudo isso esteja acontecendo, eles continuam naturais e brilhosos. Mordo meu lábio inferior, reparando em meus olhos esverdeados adquirir a coloração vermelha no lugar branco do olho, assim como a ponta do meu nariz envolta em sardinhas. Respiro novamente, tudo o que preciso é respirar. Saio dali, vendo que Cyndie carrega o corpo morto de Valentina. Deposito um beijo demorado na testa que começa a ficar roxa. Acaricio sua bochecha gorda e dou uma ultima olhada em minha irmã de coração.

— Onde você está indo? — perguntou, estupefata.

— Para Alexandria — digo, abraçando-a de lado — Obrigado por me receber, Cyndie, eu vou voltar, prometo.

— Vai me abandonar? — fez um biquinho.

— Sabe que sempre poderá ir lá...

— Você sabe que minha vó não deixa! E Lydia foi junto com você para Alexandria, disse que pretende ficar por lá. Vocês são minhas únicas amigas.

— Me perdoe, tenho que ir... — mexo em meus dedos.

— Vai voltar para o Carl?

— Depende.

— De quê?

— Se ele vai me aceitar de volta...

— E se não aceitar?

— Oras... então eu vou continuar tentando voltar, da mesma forma que ele lutou por mim, eu irei lutar por ele — sorrio confiante.

Agora

Minha respiração enguiçou e as sacolas que pareciam pesadas agora perderam a importância. Ele para, me olha por um longo tempo, e eu retruco. Carl está exatamente como Lydia descrevera. Suas olheiras tão profundas que por um momento achei que chegaria em suas bochechas. Sua pele está pálida e descoberta de blusa. Em sua mão ele segura uma garrafa pela metade, sua feição séria. Ele disse meu nome, como se eu fosse um fantasma, queria ter a certeza que era eu.

— Estou... estou de volta — sorrio envergonhada, e ele se impressiona por ouvir.

Por um tempo ficamos assim, encarando um ao outro como se fosse a primeira vez, e eu apenas conseguia filtrar todos seus detalhes para não me esquecer nunca mais. Carl gira os calcanhares, andando depressa para sua casa, que estava bem próxima.

Faço o mesmo, mas com dificuldade por conta das sacolas cheias de armas que Natania me deu. Andei desengonçada até a porta aberta da casa de Rick, quando cheguei todos tornam a me olhar. Eles ficam sem reação. Sérios, porém felizes. Michonne leva a mão a boca e Rick apenas curva levemente os lábios em um sorriso.

— Ainda tenho uma casa aqui? — sorrio amarelo, sabendo a resposta.

Maggie deixa escapar um gemido enquanto chora, e eu largo com força as bolsas no chão, que fazem um barulho alto. Todos me observam com alegria, como se fosse um troféu reluzente.

— Tenho armas, comidas e coisas para Judith e o bebê da Maggie — aponto para as mochilas imensas.

— Merda, Katherine! — Rick corre até as mesmas, se agachando para abri-las. Seus olhos brilham ao ver tudo aquilo.

Cumprimento todos e dou um beijo na testa do novo membro de olhos puxados. Exatamente igual ao pai, branco, e coreano. Apenas os lábios é de Maggie, mas o bebê não deixa de ser lindo. Todos se sentam na mesa, com olhares curiosos sobre tudo aquilo.

— Não posso dizer — solto um risinho abafado.

— Estamos tão felizes por tê-la de volta — Maggie diz sorrindo de ponta a ponta.

Tara ia abrir a boca para dizer algo, mas algo estoura no andar de cima e um grito alto se forma. Me encolho. As paredes tremem e todos desviam o olhar para o chão, outros soltam um pigarro, tentando disfarçar.

— O que está acontecendo? — perguntei, afinal.

— Ele pirou sem você, Kath... — Sasha diz com a voz baixa.

— Você precisa ir falar com ele. De verdade. — Tara comenta.

— Sobe lá, KitKat. Você é a cura daquele menino. — Maggie acaricia minhas costas com apenas uma mão — Depois você desce para conversarmos.

Afastei a cadeira, mexendo nervosamente nas pontas dos meus dedos. Eles retomam a conversa felizes, como se eu nunca estivesse ali. Pelo o que percebi, o fato de eu ter sumido não alterou suas piadas e conversas estimulante como fez com Carl.

Subindo as escadas me lembro do cheiro que sentia todas as manhãs: baunilha com menta, uma mistura diferente e reconfortante. Merda, como senti falta daqui, como senti falta de todos. Mais um grito, e as paredes tremem novamente. Mordo meus lábios antes de colocar minha mão trêmula na maçaneta. Giro-a com calma, e quando abro vejo Carl sentado em sua cama, com  a cabeça baixa, as pernas abertas e os braços apoiados nas coxas. Suas mãos fechadas em um soco, tão fortes que os nós dos dedos ficam brancos. O dorso da mão completamente ferido e sangrando. Fecho a porta atrás de mim. A parede com um rachado e do outro lado um buraco, logo abaixo, resíduos do concreto. O cheiro da maconha misturado com uma garrafa quebrada no chão deixava o ambiente horrível. O vidro quebrado com um líquido azul saído era forte, tão forte que sentia o gosto na garganta, mesmo sem nunca ter colocado um pingo do mesmo na boca.

Os músculos das costas de Carl estão contraídos e em seu pulso as veias saltam nas cores vivas azuis e roxas, o que dá um contraste com sua pele pálida. Ele não parecia se importar com o sangue pingando de sua mão para o chão, formando uma pequena poça.

O que eu fiz com ele?

Vou até sua cômoda, revirando suas roupas até achar uma pequena caixa branca com uma cruz vermelha. Vou até ele, sentando um pouco atrás da poça de sangue. Abro devagar, tirando de lá um papel higiênico, enrolo um monte e limpo aquilo rápido, me arrastando para chegar mais perto dele.

Consigo ver seus olhos azuis, uma gota brilhante escorrendo em sua bochecha e caindo no assoalho. Mordo minha bochecha internamente para não chorar também. Seu olhar ainda baixo e respiração ofegante me assustam. Ele está nervoso e creio que há possibilidades de avançar em mim aos tapas. Eu mereço, na verdade. Fui extremamente egoísta.

Pego sua mão, ele recua, tirando-a com força. Insisto, pegando-a de novo. Molho um algodão com álcool para esterilizar o local. Passo devagar, vendo aquele sangue desaparecer e me mostrar um corte fundo. Ele grunhi, com dor. Tiro rapidamente, erguendo o olhar para ele. Carl me encara por um tempo, mapeando meu rosto, seu maxilar tranca, me encolho novamente, descendo o olhar para seu machucado.

Passo um curativo entorno do local, prendendo com um esparadrapo. Faço o mesmo com a outra mão, sentindo meu coração pular do peito.

— Por que você se foi? — ele indaga, consigo ver os seus olhos banhados em fúria.

— Você não leu a minha carta?

— Que carta?

Ergo meu olhar ao dele, sentindo meu estômago se embrulhar.

— Você não leu?

— Não sei do que você está falando — bufou, tirando a sua mão da minha.

Ele se levanta, caminhando nervosamente. Seus passos pesados param, me fazendo levantar e carregar a maleta perto do meu peito. Precisava de algo para abraçar.

— A Maggie não te deu? — engoli em seco, sentindo raiva agora.

— Não — ele abaixa a cabeça, esfregando a testa.

Caminho até ele, ficando parada na sua frente. Ele me olha por um tempo, se afastando, porém continuo a segui-lo. Parecimos idiotas; eu atrás dele, e ele fugindo de mim.

— Cacete, por que não vai embora logo? — gritou — Você já fodeu com as coisas em diversas maneiras, não queira consertar isso agora!

— Eu quero cuidar de você! — grito de volta.

— Você não se importa comigo, porra — berrou, e eu recuo, sentindo meu corpo se abalar — Se importasse mesmo não teria ido embora. Você agiu feito uma puta ridícula. Quero que você se foda.

— Carl... — sinto um bolo em minha garganta, sei que iria chorar.

— Vai embora, você não se importa comigo, admita. — seu tom moderou — Por que está de volta? Por que está aqui ainda?

— Porque eu te amo! — retruco, alto. Então não contive as lágrimas que desceram rápido pela minha bochecha.  

Seu rosto desaba, mas ainda mantém a posição séria e calculista. Ele cede, ficando com seus braços cruzando. Seus músculos parecem maiores quando juntos.

Deixo a maletinha na cômoda, e passo minha mão para a sua nunca, desamarrando o fecho de do esparadrapo de seu olho. O sangue estava transparecendo no curativo, portanto, tratei de tratá-lo. Carl parecia não se importar com nada naquele momento. Fungo, contendo as gotas que queriam cair de qualquer modo.

Pego um cotonete, colocando o líquido no mesmo e contornando no local com sangue pisado e um buraco fundo. Ele respira fundo, não gostando da situação.

— Como está o bebê? — aquilo soou forçado.

— Bem — dei de ombros — Vou dar ela para uma mulher que conheci quando nascer.

Ele me encara sem reação, me fazendo parar para olhá-lo de volta.

— Você não vai fazer isso — sibilou.

— Sim, eu vou — completei, enquanto colocava o esparadrapo em seu olho.

Depois de um longo e duradouro suspiro ele leva sua mão para minha barriga, e eu fico sem entender absolutamente nada. Se agachando, Carl ergue minha blusa e encosta sua bochecha em minha pele.

— Oi, bebê que ainda não colocamos o nome — começou, e eu fico parada, perplexa — Sei que seu nome vai ser de menina, porque sua mãe não para de te chamar de ‘ela’ — deu uma pausa, buscando palavras — Sua mãe agiu feito uma puta comigo, e diz a ela que a odeio por isso. — respirou fundo, soltando em seguida — Não vou voltar tão cedo a falar com você, porém espero que não seja a última vez — engoliu em seco — Você não vai ficar com outra mãe ao não ser a Katherine. Ela te ama, vejo isso quando fala sobre você.

— Carl... — minha voz embarga em um choro.

Ele se levanta, mas sério desta vez, fazendo-me calar a boca no mesmo instante.

— Vai embora — repetiu, grosso.

Assenti. Comprimindo os lábios e fechando os olhos para que uma gota escorresse. Ajeito a barra da minha blusa, apenas conseguindo ver no canto do olho Carl se afastar, de braços cruzados. Ando o mais rápido que posso, implorando para que pedisse para voltar. A distância da porta me pareceu imensa, e minhas mãos tremem um pouco ao tocar a maçaneta.

— Katherine... — me chamou, a voz tão próxima do meu ouvido que me arrepiou, indignada de como veio tão rápido para perto de mim.

Sua mão agarra meu pulso, puxando-me para perto. Carl me empurra para porta, fazendo-a bater com força e o meu peito arfar. A mão ágil  corre pelas minhas curvas, puxando-me para mais perto, enquanto a outra mão se posiciona em meu pescoço, entre a nuca e a pele. Nossos lábios se encontram brutalmente, fico sem entender quando sua língua entra em minha boca. Seu toque me conforta, e, quando coloco minhas mãos em volta de seu pescoço, percebendo que seu corpo relaxa, todos os músculos tensionados aliviam, assim como os meus. Puxo-o mais para perto, quando sua mão desce para baixo de meus quadris arranho seu ombro.

Quando separamos, sua respiração ofegante entrega o desejo.

— Pode ir embora daqui uma hora. De verdade, não me importaria nada — sugeriu entre sua respiração descompassada, enquanto me encara com aquela imensidão azulada.

— Por mim está ótimo — respondo, pressionando sua boca contra a minha novamente.


Notas Finais


PS: Eles não vão voltar agora, aceitem. SAHUSAHUSHAUSA
Espero que tenham gostado, lindas.


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