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  3. 02. Truth

História The end is just our beginning -EM HIATUS- - 02. Truth


Escrita por: mackenzie-

Capítulo 3 - 02. Truth


  Katherine Pierce

O sol da manhã batia em meu rosto, o que me fez ficar irritada. O barulho na cozinha era alto, e risadas ecoavam, me impossibilitando de conseguir pegar no sono novamente. Trato de me levantar, pois a partir de agora terei de começa a seguir novas regras, ter novas responsabilidades e atividades.

Abro a porta de vagar, para ter certeza que não há ninguém. Volto para a minha mochila, vasculhando entre roupas imundas. Pego minha escova de dentes. Nas pontas dos pés, vou até o banheiro, onde faço minha higiene matinal.

Me olha no espelho, focando o olhar. Meus cabelos morenos longos vão até abaixo dos meus seios, minha franja estava começando a crescer, e meus lábios adquiriam a coloração rosada. A blusa cinza de Carl ia até meus joelhos; a manga caia para o lado direito, deixando meu ombro a mostra. Eu estava péssima. Meus olhos verdes haviam perdido o brilho... tudo em mim havia perdido o brilho desde que tudo isso começou.

—Inferno —Sussurro para mim mesma, abrindo meu nécessaire. De lá, tiro um pente, escovando com um pouco de dificuldade meus cabelos, arrumo-os da melhor forma possível, e por fim, saio dali, largando minha bolsinha em cima da cama.

O cheiro de panqueca invadia o ar com delicadeza. Com as mãos no corrimão, eu descia as escadas. Mordiscava meus lábios freneticamente, tentando tirar pelinhas do meu lábio inferior. Vou até a cozinha, onde vejo Rick já preparado para sair, uma mulher de cabelos curtos alimentava um bebê, e Carl, apenas lia um gibi enquanto comia um pedaço de melão.

—Bom dia —Disse a de cabelos curtos, assim que me vê, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados.

—Bom dia —Retribuo.

—Sente-se conosco —Ela volta a dar comida para a garotinha, mas algo me dizia que ela queria prolongar a conversa.

Puxo uma cadeira na frente do Carl, e, mesmo sem me olhar, ela solta um ar de frustração pela boca. A mulher percebe, e logo Rick volta a mesa.

—Maggie —Sorriu, erguendo o olhar para mim.

—Katherine —Deixo minhas mãos pousadas nas coxas.

—Sirva-se, não há por que ter medo.

A mesa branca estava coberta por um pano xadrez, e as comidas distribuídas pelo pequeno espaço eram bem deliciosas, mas, como não era comum para eu comer frutas, decidi apenas pegar kiwi.

—Michonne irá encontrar você e a Katherine lá na entrada assim que acabar o café —Pronunciou, Rick.

—O que iremos fazer? —Pergunto, sutilmente.

—Caçada dos suprimentos —Maggie limpa as mãos em um papel.

Assinto com a cabeça, e ao voltar a olhar para meu prato, tenho a impressão de que Carl me olhava. Ergo um pouquinho a cabeça e percebo que estava certa. Maggie e Rick especulavam sobre várias coisas; planos, estratégias, e algo sobre ‘salvadores’.

—Qual é a sua historia, garota? —Indagou Rick, após um longo tempo de silencio na mesa.

—Bem... —Engulo um pedaço de kiwi que mastigava —Eu já estive em vários grupos... —Novamente ouço Carl rir ironicamente, mas desta vez ele me olhava. Carl age como se eu fosse burra.

—Seus pais? —Maggie juntou suas mãos na mesa, e rapidamente arrumou sua franja para o lado.

Respirei fundo.

—Meus pais viajaram para Londres, uma viagem de casal... E deixou eu e minha irmã com uma babá por uma semana, e nesse meio tempo, tudo isso aconteceu —Dou uma pausa, todos naquela mesa agora me olhavam. Abaixo o olhar, mexendo ponta da toalha de mesa— A babá morreu, e minha irmã sumiu. Em um grupo que eu estava havia uma família, no meio da noite houve um enxame de andarilhos, e eles pegaram-na para salvar.

—Que historia emocionante —Carl se levantou após dizer sarcasticamente sua ultima fala, pegando seu chapéu —Anda logo, vamos nos atrasar.

—Licença —Sorri envergonhada. Rick esbraveja algo indecifrável para Carl, e Maggie sorri eu também.

Subo os degraus, e ao entrar no meu quarto, visto-me com a roupa menos pior, a única que eu não havia usado ainda: regata cinza com uma jaqueta de couro marrom; uma jeans rasgada e a mochila, na qual tirei todas minhas roupas, deixando apenas as armas que sempre utilizei, juntamente com minhas facas preciosas; deixo meus cabelos lisos soltos, colocando uma touca que na barra dizia ‘Abracadabra Motherfu*ker’. A minha bota de coura que havia vindo, e por fim, arrumo na cintura um cinto onde coloco balas, algumas facas e revolver.

Desço as escadas, vendo Carl reclamar sobre várias coisas. Com as mãos cheia de roupa deixo todas na lavanderia, dentro de um balde, na qual lavaria depois.

—Achei que ficaria lá para sempre —Murmurou, irritado.

—Lembra do nosso trato? Você não fala comigo, eu não falo com você...

Ele ri pelo nariz, engatilhando sua arma. Por um monte achei que ele apontaria a mesma para minha testa. Seguro as alças da mochila que estavam entorno de meus ombros, Carl arruma seus cabelos, e eu o encaro por um tempinho, absorvendo seus detalhes.

A faixa branca passava pelo seu olho, me fazendo perguntar o que diabos havia acontecido. O esparadrapo dava três voltas, seus lábios entreabertos, e os dedos rapidamente arrumam sua franja.

Logo avisto todos na frente de uma van enorme. Havia dois garotos da minha idade, e o resto era apenas adulto. Uma mulher negra dizia coisas, comandando todos. Eu e Carl nos aproximamos.

A van preta estava atrás dela, e mais alguns carros também. Ela dizia que tínhamos que pegar o máximo possível, porque ultimamente andamos sem suprimentos nenhum e o supermercado de Alexandria estava escasso. Não pude negar que amei o jeito daquela mulher, sua personalidade bate com a minha.

Os garotos se aproximaram de nós, um loiro de olhos castanhos e um moreno com sardas. Eles cumprimentam Carl, e me olham de cima abaixo.

—Quem é essa? —Um sorriso se formou nos lábios do moreno.

—Ah, garota sem importância. Nem sei porque meu pai confia tanto nessa menina, ele nem sequer a conhece —Deu de ombros o Carl.

—Vai pro caralho —Balbucio, sem olhar para ele. Os garotos soltam um risinho.

—Steve —O moreno estendeu a mão, e eu, com um sorriso, aperto-o.

—Mike —O loiro parecia ser o mais tímido, ele recuou alguns passos.

—Mike, Dustin, Adam e Adriel, são o grupo um —Michonne pronunciou, todos a olham. Os chamados começaram a se reunir —

— Dylan, Miguel, Jimmy e Lucas, são o time dois —Ela dá uma pausa, enquanto anotava em uma prancheta os nomes, voltou em seguida a nos olhar— Carl, Steve, Katherine e eu formamos o time três.

De rabo de olho pude ver Carl bufando, mas não dei a mínima, esse garoto me irrita de uma maneira incrível. Tratei de ir junto a eles dentro de uma van. Michonne dirigia, Steve e Carl conversavam sobre várias coisas, até que Steve se vira para mim.

—Você tem namorado?

Rio, colocando a cabeça para trás, encostando-a no banco, enquanto olhava para o teto cinza de veludo da van.

—Repita a pergunta para si mesmo. Estamos em um apocalipse, acha mesmo que vou namorar? —Viro os olhos.

Continuo a observar a paisagem mórbida passar continuamente, até que paramos em uma espécie de cidade, na qual havia diversos lugares para pegarmos comida. Nosso primeiro destino era uma farmácia. Antes de descer do veículo, pego uma caixa que em minha mente, parecia ser aquelas usadas em escritórios.

Michonne quebra o cadeado que impedia que nós entrássemos, e, assim que adentramos, todos se espalharam.

Comecei pelas aspirinas, morfinas, e remédios que eu não tinha a mínima noção para que servia. Quando finalmente acabei o setor que estava, tratei de ir para o segundo, onde, infelizmente, Carl estava pegando coisas.

—Vai para outro canto, estou pegando tudo daqui —Disse, pegando cada frasco com delicadeza.

A caixa já começava a ficar pesada, tratei de fazer o serviço rápido para que acabasse logo.

—Você é surda, ou o quê? —Se virou para mim, porém, não dei a audácia de encara-lo de volta.

—Seja menos infantil —Falei baixo, pois lia o rótulo de um remédio —Me ajuda com essa caixa, está pesada— Pedi, desta vez, olhando em seu olho azul-marinho.

—Se vira —Deu meia volta, me deixando boquiaberta.

Abracei a caixa contra meu corpo, tentei ir o mais rápido possível, sem permitir tropeços, quando Steve se aproximou, me ajudando. Os seus fios de cabelos morenos caíram em sua face, mas ele não se importa, apenas se importava em andar de ré até o carro.

—Cuidado —Murmurei, foi então que ele olhou para os meus olhos, com um sorriso de ponta a ponta.

—Tudo sobre controle, Kath —Ele solta um ar, estava de fato pesado —Posso te chamar de Kath?

—Claro —Balancei a cabeça, retribuindo o sorriso.

Conseguimos entrar sem deixar nada cair, e ainda fui encoberta por elogios vindo de Michonne pela quantidade de remédios que consegui pegar. Steve estava agora do meu lado, conversando sobre diversas coisas, mas a maioria era sobre como éramos antes de tudo isso, até Michonne que dirigia entrou no assunto. Contudo, o único que parecia não estar nada feliz com a conversa era Carl, que se mantinha de cara fechada olhando as ruas.

—E você, Carl? —Perguntou Steve, sem virar para olhar a Carl no banco de trás.

—Eu o quê? —Respondeu irritado.

—Se você gostava da Netflix.

—Que assunto mais fútil —Respondeu sem paciente.

—Fútil é você estar assim só por conta da garota —Retrucou Steve, em minha defesa —Esta assim porque não conseguiu atrair a atenção dela de primeira impressão, só soube ser grosso e sem noção —Ele cuspiu as palavras na cara de Carl.

Hesitei na cadeira acolchoada, agora o clima estava pesado.

A última coisa que vi foi a sombra de Carl indo até Steve, então, por fim, esmurrando a sua cara. A primeira coisa que fiz foi ficar parada, vendo toda aquela cena acontecer gradativamente. Carl por cima de Steve que apanhava de graça, por vezes, tentava se defender com as mãos no rosto.

Gritei para ele parar, entretanto não sabia o motivo para ele estar ali, acabando com a raça do pobre menino. Duas coisas passam como fleches em minha cabeça: Carl estava brigando com Steve por estar irritado, ou por ser verdade tudo o que Steve disse?


Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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