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História The end is just our beginning -EM HIATUS- - 29. R U Mine?


Escrita por: mackenzie-

Notas do Autor


AAAAA QUE SAUDADES DE VOCÊS. Eu falei que voltaria! Tive que repostar o capítulo, babies.
O capítulo está grande para recompensar, espero que gostem!

Capítulo 32 - 29. R U Mine?


Katherine

— Katherine? — um grito soou na pequena sala.

Eu tentava descansar na poltrona desconfortável que se localizava ao lado da cama de Carl, que acabara de me acordar da soneca. Passei cerca de horas pensando no que falar para ele quando acordasse, no que pensar ao olhar em seus olhos, e logo a culpa pesou em minha cabeça. Eu havia mentido para ele sobre esse criança durante um bom tempo. Isso também se deve ao fato dela ter sido muito indecisa. Primeiro, o teste havia sido negado, e eu disse ao Negan que estava grávida. Em seguida, descobri que realmente estava grávida, e que, talvez, a minha mentira tivesse se cessado, mas agora o perdi. Simplesmente, perdi.

Eu não queria tê-la, contudo, porque agora essa criança me parecia a maior raridade que uma pessoa poderia ter? Essa criança seria a minha salvação, e em minha mente já rondava várias maneiras de cuidá-la quando crescesse e como ela teria os belos olhos azuis de Carl, e meus cabelos morenos. Algo me sufocou e arrancou todo meu fôlego. Me senti vazia, perdida e desamparada. E, ao olhar Carl enquanto dormia, me pareceu ser ali o meu ponto de paz. Parecia que todo o desastre causado por Negan fora embora, e todo o bem que um dia habitou a terra estava concentrada nele, somente nele. Carl é, e sempre será o meu ponto de paz.

Meus ombros relaxam quando eu percebo que fora apenas um surto que tivera. Seus lindos olhos azuis se estabilizaram, mas dali a pouco ele já queria pular da cama para vir até mim, porém os fios ficados em sua pele o impedia.

— Você está bem? Por onde esteve? — ele grita para mim e eu me contraio com dor de cabeça.

— Calma lá, rapazinho. Não tente saltar dessa cama ou eu irei saltar em seu pescoço — ele me encara por um tempo enquanto tento me desvencilhar dos cobertores.

Me aproximo de seu corpo e deposito um beijo calmo em seus lábios rosados. Ele logo me puxa para aprofundar, e quando me dou por percebida, nossas línguas já batalhavam. Eu sentia saudades disso. Eu sentia saudades dele. Eu sinto.

Suas mãos pesadas seguram ambas partes do meu rosto com precisão, seus olhos perdidos focam aos meus e um sorriso de canto brota em sua boca.

—  Você está bem? — repetiu, e eu só consigo dar uma risadinha.

— É claro que estou, seu bobo — engoli em seco, porém ele não percebe.

— Meu Deus, nunca estive tão preocupado na minha vida inteira — ele me puxa para um abraço e eu sinto uma dor forte no abdômen.

— Vamos com calma. Apanhei na mesma intensidade que você — Resmunguei.

Ele volta a me encarar, agora sério, sem expressão; como o Carl que conheci há meses atrás.

— O que houve?

— O quê? — forcei um sorriso — Estou bem, amor. Sério. Só estou meio abalada pelo o que houve.

Ele começou a me encarar com aqueles olhos azuis penetrantes por um bom tempo, tão focados em mim que abaixei a cabeça de vergonha. Ele sabia que não estava nada certo, tanto por fora, quanto por dentro. Tudo na minha cabeça estava esculhambado, e, ou eu me conformava com a bagunça, ou tentava superar. Mas algo faltava em mim, não sentir a pequena elevação na minha barriga era torturante.

De repente, as mãos frias de Carl agarram ambas partes do meu rosto, forçando-me a encará-lo.

— Eu te amo.

Deixei um sorriso torto de espalhar pelos meus lábios, e quando me atrevi a dar a resposta a porta fora aberta por Lydia acompanhada pelo médico. Ela observa aquela cena com a boca entreaberta, e o doutor pouco se  importou para o que estava havendo, começando a examinar seu corpo.

Os ferimentos eram leves, porém outros já precisavam de uma certa atenção. Alguns estavam na sua face, porém já estavam sendo tratados, assim como o resto de seu corpo, que, por sorte, não sofreu qualquer fratura no osso. Molhei os lábios e segurei uma das mãos de Carl enquanto o médico colocava o estetoscópio em seu peito. Ele me lançou um meio sorriso, em seguida, olhou para os fios em seu braço. Carl não estava gostando daquilo, é óbvio que ele odeia ser examinado, depois de tudo que passou, ver um quarto com medicamentos é sua última alternativa.

Depois de um silêncio torturante, Harlan nos olha com um sorriso.

— Após da tempestade, sempre vem o sol — ele coloca sua prancheta contra o peito — Você está bem, garoto. Só precisa ficar um tempo por aqui para caso ocorra alguma manifestação de seu corpo com os remédios que aplicamos em sua veia.

Sorri com tanta vontade que achei que sairia do meu rosto. Lydia estava do outro lado da sala, de braços cruzados e sorrindo também por Carl estar com tudo certo. A mão de Carl tencionou, e seu dedos acariciam os meus. Lydia se aproxima receosa assim que Harlan sai do quarto, mexendo em seus dedos nervosamente. Ela suspira, e passa sua mão no antebraço de Carl, que se empertiga na mesma hora.

— Que bom que você está bem — ela sorri.

Sinto algo preso na minha garganta, sinto vontade de vomitar.

— É. Nós vamos nos vingar — contou-lhe.

Comprimo os lábios e assinto para ela quando me olha de relance.

— Senti sua falta quando você sumiu, eu e a Enid fomos atrás de vocês, mas parecia que seria impossível chegar até onde estavam — sua voz era doce e suave, tentadora.

Carl não tirava os olhos de dela, que fazia o mesmo. Ela estava falando de nós dois, contudo parecia que todo aquele discurso estava sendo direcionado somente a Carl. Me irritava o fato de ela estar persuadindo ele na minha frente, todavia, Lydia não está fazendo nada de errado, apenas... Apenas estava preocupada conosco.

— Pois é, foi dias horrorosos, pensei que nunca veria o sol novamente, e tudo de lá... — fui interrompida por Carl:

— Nós precisamos conversar.

Me virei para ele, assim como Lydia, que sorriu de leve. De alguma forma, senti que não era para eu saber sobre aquela conversa a partir do momento que eles se silenciaram e me olharam. Me calei no mesmo momento, soltando bruscamente a mão de Carl. Pisei duro até a porta, sentindo uma mistura de raiva com perguntas que eu faria. Senti vontade de sumir agora mesmo, deixá-los sozinhos e ir caçar, beber, sei lá. Só não queria ver a cara dos dois na minha frente.

Parei no meio das ruas de barro de Hilltop, colocando as mãos na cintura e respirando fundo. Olhei para o céu estrelado, decidida a ir dormir sozinha esta noite, mesmo sendo uma coisa que eu não queira. A maioria do pessoal de Alexandria vem aqui todos os dias para verificar como vai as coisas, exceto por Rick que tem de ficar administrando as coisas por lá. Carl ficou apagado durante dois longos dias, e, após minha cirurgia para a retirada do bebê fiquei naquela poltrona ao lado dele, recusando-me a sair. Ainda estou dolorida e creio que toda essa pressão para uma garota de dezesseis anos está me sufocando. Logo farei dezessete e Carl estará com dezenove, e desejo imensamente que tudo continue a ocorrer bem e que nada nos separe.

Eu não deveria ter raiva da Lydia, ela não fez nada de errado, tampouco Carl, que quer apenas conversar com ela. Ele não estava dando em cima dela, e nem ela dele, então porque estou com essa vontade incisiva de arrancar os olhos de Lydia que há tempos atrás era uma das minhas melhores amigas? Tento afastar os pensamentos da minha cabeça, resolvendo voltar lá para reconciliar com eles.

Meus pés contra as pedras no chão que necessitava de um asfalto atraía a atenção de alguns animais a minha volta. Todos de Hilltop dorme, e Maggie está em um destes trailers dormindo com o pequeno japinha. Sei o quanto deve doer para Magg carregar um filho sem pai, porém ao olhar para ela consigo apenas ver uma mulher guerreira.

Quando chego até a pequena escada, olho pela janela e não acredito no que vejo. Lydia se inclinava gradativamente para cima de Carl, que sorriu um pouco de canto. Ela apoiava as mãos no colchão, porém Carl estava estático, mas eu conseguia ver seu olhar confiante. Lydia iria beijá-lo, e eu assistiria aquilo com lágrimas nos olhos. Sinto meu estômago borbulhar, e o gosto queimante em minha garganta. Corro para fora dali, indo até um canto afastado de tudo e de todos e despejado o que comi nas últimas 24h. O jato atingiu o chão e respingou para todos os lados. Fiz uns barulhos com a garganta, e me contorci um pouco. Aquilo era horrível. Quando finalizo, ainda de cabeça baixa e salivando, sinto meus olhos arderem e ficarem quentes. Ele não disse que se casaria comigo? Ele queria, não queria? Concluo que aquelas palavras talvez tenham sido da boca para fora, pois, caso morresse, teria me deixado feliz por um segundo. Afinal, era uma garota grávida com um garoto ferido.

Caminho lentamente e sem vontade para os degraus do trailer que Maggie estava. Sentei-me ali, apoiando o rosto em minhas mãos. Um soluço escapou quando mais lágrimas escorreram, me vi sozinha novamente. Me vi sem ele. Sem minha filha. Apenas eu e eu. Mesmo estando rodeada de pessoas que querem meu bem, sempre acabarei sozinha, da mesma forma que fui encontrada. Sozinha.

Cansada de ficar ali, choramingando por sua infidelidade, tratei de entrar no quarto e me jogar na cama. Fazia tempo que não sentia o colchão contra minhas costas. Por mais que eu quisesse, meu corpo não relaxou. O silêncio, e o escuro me acomodaram por um curto período. Ouvia a respiração cansada de Maggie que passara as últimas semanas sem dormir direito por conta do filho. Ela estava exausta, e me ofereci para cuidar do pequeno sempre que ela se sentisse cansada.

Mordi o lábio inferior e chorei mais. Lydia deve estar lá, chupando o pau de Carl e ele gemendo o nome dela. Cheguei a crer por um tempo que ela seria minha amiga de verdade, todavia parece que as aparências enganam. Eu estava cansada, e toda a minha força se esvaiu, me forçando a cair no sono, por mais que a imagem dos dois fluísse gradativamente em minha mente.

[...]

— Sério? Você tem certeza disso? — os olhos confusos de Maggie me encaram por um bom tempo.

— Tenho sim — falei de boa cheia e ela me repreendeu com um olhar, fazendo-me encolher-me.

— Eu não acho que deveria... — comentou, negando com a cabeça.

Como de costume, seu filho agarrava seu peito direito se deliciando com o leite materno logo pela manhã. Maggie já estava melhor e de volta para a ativa, comendo seu iogurte enquanto papeávamos sobre minhas escolhas recentes.

— Eu apoio sua decisão, desde que você esteja feliz com isso — disse, colocando fim naquela conversa.

Mordisquei os lábios apoiando meus cotovelos na mesa. A pequena mesa que se localizava no centro do lugar, ao lado da cozinha. Tudo aqui é muito pequeno, o que me dá nervoso.

— Vou caçar um pouco, procurar armas e tudo mais — digo, fechando minha luva da mão direita, que deixava meus dedos para fora, já a outra mão deixei livre para que conseguisse agarrar as armas com precisão.

Pego minha tigela colocando em cima da pia. Maggie me olha por cima dos ombros, sorridente.

— Esqueça o que aconteceu ontem, e evite falar com ele. Cuidado lá fora, Kitkat.

Quando ela tocou no assunto meus ombros desabaram. Eu não queria lembrar disso a todo custo, e ela fez questão de voltar para isso. Assenti para ela de lábios fechados, sem alguma emoção. Bato de leve na minha cintura para verificar se estava tudo às ordens. Revolver, arma, machadinho...

Joguei um beijo no ar, e tratei de sair dali. Minha caminhada até o portão foi tranquila, conversei com alguns moradores e não me irritei quando as crianças correram até mim rodeando-me. Por um tempo, não quis nenhum bebê comigo, com medo de sentir dor novamente pelo o que aconteceu.

Sinto um vazio enorme e um certo medo de sair de Hilltop para caçar. Começando pelo fato de Carl não ter vindo me procurar desde cedo, e por fazer um tempo que eu não caço nada. Engulo em seco quando os portões abrem e nem percebo quando aceno para os homens no topo, que acenam de volta em despedida. Mordo os lábios já pensando no longo trajeto que eu teria de fazer até chegar a cidade. Minha cabeça apenas planejava rotas que não me fizesse cair dentro de algum lugar que Negan comandava, caso contrário, creio que seria morta.

Carl, naquele momento, fora minha última preocupação, eu precisava me focar em sobreviver, pois chorar por ele eu já havia feito de sobra. Ajeito meu piercing no nariz para conseguir respirar melhor o ar da mata. Havia alguns andarilhos mortos, mas aquilo já era normal para todos nós, mas a única questão que sempre indagamos era ‘quem o matou?’, e aí sim o medo vinha a tona.

A mata não era tão extensa como imaginei, logo me dei de frente para uma rua, que parecia estar deserta. Entre a divisão de rua para o gramado, vejo uma mochila preta jogada. Não liguei em correr até ela e abri-la com rapidez. Havia alguns revólveres, e facas velhas. Algumas roupas femininas e retratos de família. Peguei os revólver abrindo-os para verificar. Não havia bala, mas era um começo. Joguei tira uma das alças de minhas costas, jogando a mochila para frente do meu corpo, abrindo o zíper e jogando o que encontrei lá dentro.

Observo no chão alguns passos com sangue, tento ignorar e continuar minha trajetória, mas a curiosidade falou mais alto. Me vejo indo atrás daquelas pegadas, mesmo que elas me dêem para um lugar desconhecido. Ando por um bom tempo, e por sorte não encontro nada além de zumbis aleatórios. Meu coração acelerava a cada passo com medo de encontrar algo que eu não queira. Os passos contornam algumas árvores e tudo aquilo me leva para a cidade, onde eu realmente eu queria estar indo.

Tratei de ignorar aquilo, crendo que não me levaria a porra nenhuma. As lojas abandonadas começaram aparecer, juntamente com elas o vandalismo comum de uma era pós-apocalíptica. Pichações nas paredes, e frases negativas sucumbia todos os lugares. Me vi cercada de lugares que não continham mais nada, até encontrar uma loja de departamento. Por sorte, o fecho estava fácil de abrir, o que me fez estar dentro dela com rapidez.

Era apenas roupas, mas contei como um progresso. Caminhei por entre as vestimentas procurando algo para minha idade, minhas roupas estavam completamente velhas, talvez eu precisasse de algo. Sinto meu corpo pesar, inclusive minha mente. Carl estava em Hilltop com Lydia. O que me doía mais a ainda era saber que me preocupava pois mais que eu tentasse negar. Eu sentia falta dele agora mesmo, eu o quero. Quero o seu calor, o seu beijo, o seu carinho. Eu quero o Carl para mim e somente para mim. Recuso-me a dividi-lo. Mas sempre surgia a dúvida em minha cabeça: Ele é meu?

Enchi o peito de ar, decidida a voltar, porém, ao ouvir algo cair atrás de mim, meu corpo inteiro se gelou. Olho para trás já segurando meu revólver. Minha mão não vacilava, qualquer filho da puta que aparecesse seria morto com um tiro na testa. Ouço alguns grunhidos seguidos de passos ágeis, havia alguém, e mortos-vivos logo atrás.

Quando meus olhos se encontram com os de Enid, fico sem expressão. O medo em sua face me perturbou por um tempo, até que, sem pensar duas vezes ela me puxa pelo antebraço, tirando-me dali o mais breve. Minha consciência se focou em correr, e eu fazia isso sem pensar. Não sentia medo, não sentia nada, apenas... Corria. Subimos escadas, e os grunhidos pareciam estar mais próximos.

A porta do segundo andar fora aberta, e Enid gritou em pânico:

— Vai, ache algo para fechar essa merda!

Com desespero, abri minha mochila. Joguei tudo no chão com as mãos tremendo, revólveres e facas caíram sob o chão, mas não me importei para aquilo no momento. Enid segurava a porta com as costas, contudo a contia de andarilhos era maior que sua força. Ela me transferia medo e pavor com o olhar. Quando encontrei algo para fechar a porta, toda a sua força fora jogada fora. Um zumbi escapou, e Enid, sem nenhuma arma útil, saiu correndo. Por sorte, apenas um zumbi conseguiu sair, dando-me tempo para correr e fechar a porta.

Virando-me, me deparei com ela lutando contra o morto-vivo. Lágrimas escorriam pelo seu rosto; o morto-vivo caia aos pedaços e seu sangue espirrava na face lisa de Enid, que parecia estar quase se rendendo a morte. Ela andava de ré, tentando empurrá-lo para longe. Sem nenhuma arma com bala, agarrei o machado na minha cintura, correndo até ela. Enfiei com vontade a ponta na cabeça do zumbi, que caiu em cima de Enid.

Tudo parecia ter sido resolvido, exceto pelo fato dela estar atrás de uma janela quebrada, e, com o peso do morto em seu corpo, fez com que Enid caísse para trás. Conseguimos ouvir as vísceras e os ossos frágeis do morto atingindo o solo, e, rapidamente, corri até ela que gritava meu nome desesperadamente.

Apenas uma mão segurava o parapeito e seu corpo pesava e era atraído para o chão. Ela olha com desespero para o chão, tremendo. O seu rosto forma rugas enquanto ela faz força para se segurar, e as lágrimas pingavam para o solo.

— Faz uma força para agarrar minha mão — gritei para ela, que me voltou desconfiança — Vai logo, caralho!

Sua mão pega no meu pulso com força; inclino meu corpo para trás, puxando-a para cima de mim. Estava sendo difícil, porém, metade de seu tronco já estava quando atravessando a janela quebrada. Sinto meu punho sendo cortado pelas cacos que ali havia, e imaginei como deveria estar as mãos e o peito de Enid naquele exato momento.

Minhas costas atingiram o chão de concreto com força. Enid cai do meu lado, com a respiração falha. Nós duas estávamos perdidas e desamparadas. Tudo isso aconteceu tão rápido que nem nos deu tempo de pensar em alguma ação mais racional. A sua voz cortou o silêncio juntamente a respiração esvaída.

— Por que você me salvou?

— Por que eu não salvaria? — murmurei, olhando para o teto.

— Você me odeia. — rangeu os dentes.

— Não, você me odeia. — suspirei — nunca disse que te odiava.

— Obrigado — sua voz travou; viro para olhar para ela, que faz o mesmo.

Sorrimos uma para a outra.

Talvez nós tivéssemos nos precipitados, talvez Carl tenha atrapalhado uma futura amizade entre eu e Enid. Contudo, nem eu nem Enid parecíamos nos preocupar em começar-lá agora sem receios do passado.

[...]

— Já está feito, Katherine. Agora não tem como voltar atrás — Maggie diz, saindo da minha frente.

Ao chegar em Hilltop nem perdemos tempo, fomos direto para o banho. Maggie e o resto do pessoal ouviu atentamente tudo o que tínhamos para falar, e todos nos parabenizaram para a ação. Após sairmos juntas do departamento, descobri que a bolsa na qual furtei pertencia a Enid, que fora atacada por uma mulher quando saiu de hilltop. Ela nos avisou que ali era uma área muito frequentada por um povo no qual odiava ser perturbados. Eles haviam se instalados ali recentemente e não gostaram nada da presença dela.

— Eu gostei... — Enid sorriu para mim, olhando-me da cama.

Novamente, não vi Carl tampouco Lydia. Me senti perturbada o resto do dia, chorei um pouco, aliás.

— Estou com medo de ver... — confessei.

— Ficou muito bom, nunca pensei em você assim — Maggie disse.

Quando abri minha boca para falar algo, bateram na porta com força. Enid correu para atender, e ao voltar, voltou com um sorriso.

— Se você não for lá, aposto que ele vai  quebrar esse trailer em mil pedacinhos.

Com frio na barriga, caminhei em passos curtos até a porta. Lá estava ele, cheio de band-aid no corpo e ataduras. Ele estava acabado, acabado por mim. Seus olhos brilham quando me vê, e seria impossível não sentir meus olhos marejaram. O azul de seu olho estava intenso, e na parte branca adquiria a coloração avermelhada. Seus cabelos estavam desgrenhados, assim como a roupa amassada.

— Ele detonou o meu consultório, e parecia um drogado com crise de abstinência — Harlan diz, se afastando aos poucos — Passou o dia todo irritado e quase quebrou a cara de um dos meus ajudantes. Sério, controla esse menino, nunca vi uma pessoa tão apaixonada.

Ao pisar fora do trailer, Carl me puxou para mais perto. Harlan girou os calcanhares.

Suas mãos envolveram minha cintura e eu sinto sua respiração no meu pescoço. Carl me pressiona tão forte contra ele que todo o ar do meu pulmão saiu. Ele sofreu sem mim durante menos de um dia, imagina os três meses que sumi. Nunca me senti tão desejada como agora.

— Eu não fiquei com a Lydia, Katherine — quase gritou, desesperado, afastando meu corpo do dele. Carl segura meus ombros e olha nos fundos dos meus olhos — Eu não a amo como te amo, eu não a quero como te quero. — ele segurou em ambas partes do meu rosto. — Apenas conversei com ela para dizer que não queria mais nada, que eu estou apaixonado por você... — ele falava tão rápido que me fez sorrir — Ela queria provar que eu estava errado, então disse que se eu tinha certeza, e é óbvio que eu tinha. Então tentou me beijar para ver se eu reagia, e não fiz nada — ele estava na defensiva, aquilo me partiu o coração — Passei o dia todo tentando sair daquele lugar, eu queria te ver. Por favor, não fique brava comigo.

— Carl... — murmurei, porém ele não parou:

— Katherine, eu sou louco por você! — ele grita, então sua voz fica um pouco mais baixa quando ele me diz — completamente, e inteiramente, louco por você.

Sinto lágrimas brotarem em meus olhos, ele aproxima seus lábios contra os meus. Eu o amo mais do que minha própria vida, eu o quero pela eternidade, e ainda acho que é pouco. Carl me pertence, sempre me pertenceu.

— Você ficou linda — falou. — Você está extremamente linda — ele mexe nas pontas dos meu cabelo.

— Tem certeza? — perguntei, tocando de forma receosa nas pontas do cabelo que era enorme, e agora, está curto.

Tomei essa decisão de última hora, me pareceu uma boa ideia, sem pensar duas vezes, executei. Eles estão bem curtos, acima dos ombros, alguns cachos se formam, deixando-o armado e ondulado. Os meus olhos se destacaram, assim como os lábios. Parece que tirei um peso de mim, e não me arrependo.

Quando reparei, me vi focada na face de Carl, e ele na minha. Seus braços envoltos em minha cintura, e eu envolvendo os meus em seu ombro. Ele fitava cada detalhe do meu rosto, envergonhando-me. Mas, naquele momento, como num estalo me dei conta: ele é meu. Não preciso ter medo de perdê-lo, pois agora tenho a mera certeza que Carl nunca vai me deixar. Eu também sou perdidamente apaixonada por ele, seria impossível negar isso.

— Eu aceito!

— O quê? — seus olhos me mostram confusão.

— Eu aceito me casar com você.

— Sério? — deu uma pausa — Você não disse que éramos muito jovens, que...

— Qual foi? Vai retirar o pedido? — ergui apenas uma sobrancelha, com um sorriso no rosto, desafiando-o.

— Mas é claro que não — o seu sorriso é tão grande que achei que doía suas bochechas.

Ele ainda estava sem reação por conta da minha afirmação, todavia eu conseguia filtrar a sua felicidade, o que tornava a minha felicidade.

Meus ombros relaxam, e eu consigo apenas dizer:

— Eu te amo, Carl Grimes.

Ele pressionou sua testa contra a minha, tocando seus lábios os meus. Sinto o seu hálito de menta quando ele diz:

— Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, Katherine.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, amores. Comentem o que estão achando, pois creio que vocês estão achando a fanfic meio chatinha. Me perdoem por erros ortográficos, o capítulo não foi betado pois eu estava louca para postar. Eu estava morrendo de saudades de vocês <3.
Cabelo/atriz Katherine: http://33.media.tumblr.com/4646a73737d5b4582933c20b7823f639/tumblr_n7c9ghkFKg1qzy89yo1_500.jpg /// http://data.whicdn.com/images/167401502/large.jpg


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