História The end is just our beginning -EM HIATUS- - 05. Three Stars

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Terminei de fazer meu cabelo e quando me olhei por inteira na frente do espelho com certeza eu estava bonita. Este vestido me deixou completamente bonita, Maggie havia escolhido para mim e implorou para que eu usasse.

Após sairmos de lá eu passei na casa dela, arrumamos a decoração da casa para deixar no clima. Maggie achou uma caixa cheia de coisas de Natal, portanto, arrumamos tudo, e ainda distribuímos coisas para o povo de Alexandria que logo enfeitaram suas casas e começaram os preparativos urgentes.

Esta noite todos estarão na casa um do outro comemorando sem saber que horas acabará. A última vez que sai lá fora as ruas estavam cheias de pessoas conversando, entregando biscoitos, e emprestando decorações. Me senti em casa.

Respiro fundo, decidida a sair daquele quarto, e ainda com um medinho de o Rick estar bravo pela minha demora. Abro a porta, passo pelo extenso corredor, chegando até a escada. Desço com calma as escadas pois não sou muito acostumada com saltos.

Rick, Carl, Michonne, Judith e Mike estavam reunidos na ponta da escada, conversando sobre diversos assuntos, porém quando viram a minha presença se calaram, observando-me descer com delicadeza.

—Puta merda —Ouvi Mike pronunciar baixinho.

—Caramba, Katherine —Michonne sorriu.

Assim que chego no piso, corro o olhar por eles, envergonhada. Abaixo a cabeça olhando a parte de baixo do vestido, e torno a encara-los sem graça.

—Você está linda —Ouço Mike dizer, com um sorriso.

—Obrigado —Rio baixinho, olhando agora para Carl, que se mantinha sério, olhando para mim fixamente. Queria poder saber o que se passava por aquela cabeça.

—Está linda, Katherine —Rick diz, rápido, pegando Judith no colo —Vamos, creio que todos já estejam lá.

Saímos pela porta, caminhando pelas ruas asfaltadas de Alexandria. Mike e Carl conversavam baixo sobre algo, me deixando pensar que seja eu o foco principal. Michonne me acompanhava, dizendo como foi difícil passar maquiagem e usar saltos novamente, e eu apenas dizia o quão linda estava, até porque era verdade.

Mike, Carl e Rick estavam de terno, e Judith arrumada lindamente com um vestidinho rosa. Logo chegamos na casa de Maggie que estava completamente decorada. Assim que adentramos, eles nos aguardavam felizes.

—Feliz véspera de Natal! —Maggie e Glenn disseram ao mesmo tempo, enquanto cumprimentavam todos

—Na verdade ninguém sabia a data até o Glenn dizer —Riu Michonne.

A casa estava mais decorada do que quando saímos. Cheia de globos natalinos e decorações com fonfons.

Maggie havia me contado que Glenn sabia a data pelo relógio que seu pai, Hershel, tinha dado ao namorado/marido de Magg. Achei a história fofa.

Os adultos resolveram se separar, sentando na mesa, e eu, Mike e Carl sentamos na sala de estar. O clima tenso pareou, Carl sério, Mike com cara de bobão, e eu, sem nada para falar.

—Então... —Começou, Mike —Como está Steve?

Caralho, havia me esquecido do Steve. Passei o dia todo fazendo ‘compras’ com a Maggie, e me mantendo completamente ocupada que nem ao menos me lembrei dele.

—A Katherine deve saber —Carl diz —Passou o dia todo com ele.

—Oi? —Riu pelo nariz —Da onde você tirou isso?

—Não se faça de boba —Revirou o olho.

—Eu passei o dia todo com a Maggie, fazendo compras —Retruquei, alterada.

—Compras você se refere a ficar se engraçado com o Steve? Me poupe, Katherine! —Riu sarcástico, sem tirar os olhos dos meus.

—E que diferença faria se eu estivesse ou não com o Steve? Não é da sua conta!

—Você agiria como uma puta. Uma hora me beijando e outra hora se engraçado com o Steve —Fez um movimento com as mãos, ainda me encarando.

—Mas, cara, você já ficou com todas as meninas de Alexandria —Mike se intrometeu, inocente. Não queria estar na pele dele naquele momento, Carl estava tão alterado quanto eu, que acho que ele atacaria o pescoço do pobre garoto.

Olho com indignação para Carl, sem acreditar no que eu havia acabado de ouvir vindo de seu amigo.

—Você quer acompanhar o Steve na enfermaria? —Carl se levantou, gritando um pouco.

—Vai lá, machão, bate em outro garoto —Reviro os olhos, cruzando as pernas.

—Cala a boca, sua... —Ele dá uma pausa —Vadia.

—Você é ridículo, Carl — Me levanto —Tão ridículo que chega a ser engraçado —Balanço a cabeça negativamente, me aproximando dele.

—Engraçado é ver você, que mal chegou, e já está dando para todo mundo —Ele também dá um passo, chocando sua respiração contra a minha.

Meu sangue fervia, e o meu tom de voz, assim como o dele, estava alto. Discutíamos sem motivos nenhum, mas parece que ele gosta de ver irritada.

—Vai bancar o estressadinho longe de mim, beleza? —Gritei, erguendo a cabeça para conseguir enxergar a sua face.

—Longe de você seria ótimo, e como eu gostaria de estar agora. Bem longe de você —Gritou, seu punho se fechava com tanta brutalidade que suas veias saltavam.

Foi então que eu me preparei para retrucar, mas simplesmente, recuei.

Recuei ofendida. Recuei calada, sem nenhum movimento brusco ou coisa do tipo. Meus olhos ardiam, a vontade de chorar era enorme. Entretanto, engoli o que estava entalado em minha garganta. Mexi em uma mecha de meu cabelo que estava caída em meu ombro, passei o mais rápido possível o dedo na lateral do meu olho impedido uma lágrima de cair, e tudo isso durou cerca de segundos.

—Boa noite, Carl. Não dirija sequer palavra para mim está noite —Apresso meu passo para a cozinha, mas mesmo assim consegui ouvir ele dizer: ‘Seria um prazer’.

Assim que chego no cômodo, vejo todos sentados lindamente em volta da mesa. Abraham, Michonne, Carol, Rick, Glenn, Judith, Daryl, Rosita e Sasha. A maioria deles eu havia conhecido hoje, assim que cheguei com Maggie, todos foram bem receptivos e simpáticos.

—Chame o Carl e o Mike, Katherine —Disse, Maggie, servido a comida na mesa.

Mas, quando me virei, eles já estavam caminhando até nós. Enchi o peito de ar, soltando logo em seguida. Sentei-me na frente de Maggie, que logo começou a me servir com calma.

A comida estava deliciosa, Maggie mesmo depois de passar anos neste mundo não perdeu seu dote em culinária. Papo ia e papo vinha, todos em harmonia total. Carl, que estava ao meu lado, e sim em minha diagonal, de vez em quando via se olhar se cruzar com o meu, porém fazia de tudo para ignora-lo.

—Faltam vinte segundos! —Glenn diz alto, e logo todos correm para as caixas que estavam na entrada da casa.

Saímos pelas ruas de Alexandria, gritando e atraindo a atenção de todos, que logo se juntaram a nós pegando sacos de confetes, lança confete, e velas que brilham saindo faíscas para todo o lado.

—Cinco... Quatro... Três... Dois... —Todos gritam ao mesmo tempo, com sorrisos que achei que nunca mais veria novamente.

Incrível como depois de tudo isso ainda temos esperanças... esperanças de dias novos, esperança de sermos uma comunidade novamente. Nunca senti esse acoplado de sensações indescritíveis, como se eu tivesse renascido. Antes de tudo isso, passei a ser uma garota mais fechada a sentimentos e felicidade.... Antes de tudo isso eu era vazia, mas agora, vendo estas velas acesas deixando faíscas no ar, confetes colorindo a rua, e pessoas se abraçando, finalmente me sinto... em casa.

Não consigo conter o sorriso, enquanto abraço as pessoas sussurrando ‘Feliz natal! ‘. Até mesmo pessoas que nem ao menos conhecia me afagavam carinhosamente.

—Pessoal —Maggie chamou nossa atenção. Ela diria o sexo do bebê, e todos estavam ansiosos para isso, todo mundo de olhos bem atentos e abertos —É um garoto —Sorriu com os olhos lagrimejando, quando Glenn aparece por trás dando-lhe um beijo na bochecha, logo se beijaram lindamente.

Então, todos começaram a pegar suas cadeiras e deixar pelas ruas, sentando e conversando sobre diversos assuntos. Na cozinha da casa de Maggie ouvi ser estourada um champanhe antiga, contudo, ainda parecia estar boa.

Não titubearam para me dar uma taça cheinha do liquido. Fiquei ali, com a cabeça pousada no batente da porta, observando toda aquela risada e piadas. Um vento forte bateu contra mim, fazendo com que a cauda do meu vestido voasse um pouco. Pessoas transitavam de um lado para o outro. Todos felizes, com seus ternos arrumados e vestidos esvoaçante. Nem parecia um apocalipse, mas se ficássemos totalmente em silencio, ouviríamos os grunhidos do outro lado do muro.

Entretanto, em minha cabeça, apenas se passava a imagem de Carl. A imagem dele gritando comigo brutalmente, me deixando furiosa, porém por outro lado, triste.

Me assustei um pouquinho ao vê-lo de frente para mim, observando-me, poucos passos de distância. Tentei desviar o olhar, mas era impossível. Ele estava ali, com aquela roupa linda, uma das mãos dentro do bolso, e seu smoking perfeitamente alinhado. Em uma das mãos, uma taça, mas a dele pela metade, e parecia não ser o primeiro.

Encara-o, tentando decifrar o que diabos queria comigo. Até que, subitamente, ele pega em minha mão livre, puxando-me pela multidão, cortando caminho até uma escada que dava para um morro enorme.

Era lindo onde estávamos, parecia ser a área preservada de arvores e grama. Pequenas luzes colocadas pelo chão deixava o clima romântico, fazendo-me deixar escapar sorrisinhos descontraídos. De repente, ele para, se deita na grama cruzando os pés. Carl bate na grama ao seu lado, convidando-me para me deitar. Sorrio e reviro os olhos deitando-me ao seu lado.

Ele passa seu braço em torno de meu pescoço, e ficamos em silêncio, apreciando as estrelas brilhantes.

—Sabe... —Começou —Adoro ficar aqui. Sempre em dias como este, cheio de estrelas, fico deitado, sem dizer nada.

—Meu sonho desde pequena era seguir Astrologia —Sorri, me confortando seu peito, mas sem tirar os olhos do céu.

Sinto seu queixo se apoiar no topo de minha cabeça, depositando um beijo calmo e rápido.

—As três marias —Aponto para o céu, mostrando as três estrelas perfeitamente alinhadas, sorrio.

— Alnilan, Alnitak... —Ele dá uma pausa, enquanto recita os nomes científicos das estrelas.

—E Mintaka...

Não conseguia ver seu rosto, pois eu estava completamente confortável em seu abraço, mas sentia, de alguma forma, o seu sorriso se formar a cada palavra que trocamos.

—Foi o Steve que me disse sobre você estar no quarto hoje mais cedo —Agora seu tom estava sério.

—Como assim? —Levanto minha cabeça, olhando para ele.

—Passei para ver como o Steve estava e ele dissera que você havia acabado de sair de lá... disse que passou horas e horas com ele.

Apesar de tudo Carl estava calmo agora, ele brincava com as mechas de cabelo que caiam em meu rosto, tentando coloca-las atrás da minha orelha, sua mão acariciava minhas costas, enquanto eu estava parcialmente deitada, apenas com a cabeça erguida, olhando-o.

—É mentira dele —Finalmente deixei um sorriso escapar —Passei o dia todo com a Maggie, na cidade —Mudo meu tom para risonho— Ou acha mesmo que eu tenho esse vestido maravilhoso dentro daquela mochila.

Ele ri moderadamente, então volto a deitar em seu peito, inalando o seu perfume cativante. Eu apenas desejo não sair dali nunca mais.

—Me desculpa, está bem? —Disse, ficando na mesma posição que eu estava em segundos atrás. Minha cabeça foi gradativamente para o chão, ele, ficou de lado ainda deitado, seu corpo estava quase em cima do meu. Apoiei-me com os braços no chão, deixando meu tórax erguido, e ele, agora baixinho diz: —Eu apenas descontrolei, faço isso as vezes —Suspirou forte.

—Tudo bem —Sorrio, com nosso rosto tão perto era difícil não olhar seus lábios. Atrás dele, um cometa passou rasgando céu, sem pensar duas vezes digo: —Passou um cometa. Faça um pedido! —Volto a olha-lo.

Carl simplesmente segurou em meu queixo, aproximando seus lábios contra os meus. Meu coração acelerou e meus braços bambearam, porém os mantive firme em torno de seu pescoço. Enquanto acariciava sua nuca deixei extravasar as emoções dentro de mim. Se o pedido dependesse de mim, seria estar ao lado dele novamente como estive hoje.