P.O.V Castiel Campbell.
O caminho até a casa do meu pai , me deixava nervoso , quando cheguei no bairro em que ele mora , senti como se fosse pirar , mas eu não podia voltar atrás , era pelo Theo , estacionei o carro em frente a uma casa cor bege. Desci e andei até a porta e toquei a campainha.
⁃ Boa tarde.-ele falou depois de abrir a porta.- No que posso ajudar ?
⁃ Não se lembra de mim ?- perguntei.
⁃ Desculpa mas não.- respondi confuso.
⁃ Eu sou Castiel.- falei e ele pareceu se lembrar.- Seu filho.
⁃ Filho...- ele ia me abraçar mas eu o impedi.
⁃ Não vim aqui pra abraçar você.- falei.- Preciso te pedir uma coisa.
⁃ Então entre...- pediu me dando passagem e depois nos sentamos no sofá.- O que você precisa.
⁃ Você se lembra do seu outro filho o Theo não lembra ?- perguntei.
⁃ Lembro , quando eu fui embora sua mãe estava grávida dele.- falou.
⁃ Ele tem leucemia.- falei e ele me olhou surpreso.- Nem eu nem minha mãe somos compatíveis , e o doutor que está tratando dele , disse que talvez você seja.
⁃ Castiel o que você está me pedindo ? Indo direto ao ponto.- perguntou.
⁃ Estou pedindo para você fazer o teste para ver se você é compatível.- pedi.
⁃ Não...- respondeu sério e se levantou.-Quando eu fui embora , era por que eu não queria fazer parte da vida de você.
⁃ Como pode dizer uma coisa dessas ?- perguntei me levantando.- Ele é seu filho.
⁃ Mas eu nunca agi como um pai para ele.- respondeu.- Por que eu agiria agora ?
⁃ Ele só tem oito anos.- eu ia pra cima dele mas desisti.- Oito anos , você não entende ? Se você não fizer o teste , se ele não fizer o transplante , ele não vai poder crescer , estudar , viver , nunca vai saber o que é amar alguém.
⁃ E você sabe ?- ele perguntou.
⁃ Eu tenho uma namorada.- respondi.- E eu amo ela demais , não pelo corpo dela , ou por qualquer outra coisa , mas sim por quem ela é. Isso é amor , por que ela é tudo que eu quero ver quando eu acordar.
⁃ Então vai ter alguém se alguma coisa acontecer com o Theo.- falou.
⁃ Você é um babaca.- falei.- Depois não venha arrependido quando perceber que você deu uma sentença de morte pro seu próprio filho.
Sai batendo a porta , entrei no carro , e fiquei quieto , soquei diversas vezes o volante com raiva , liguei o carro e comecei a dirigir , já estava tarde quando me aproximava do meu bairro , realmente a casa dele ficava longe. Quando parei o carro em frente à minha casa , olhei para a janela que estava com as cortinas abertas e vi uma cena linda , Maggie estava dançando com o Dragon , ela segurava sua patas da frente o que fazia ele ficar em pé , e movimentava seus quadris de um lado para o outro , fazendo com que o cachorro também se movesse , quando sai do carro ela olhou para o lado de fora , sorriu para mim e acenou , mas quando viu minha expressão de cansado seu sorriso se desfez.
Eu abri a porta da minha casa e entrei , Dragon correu até mim e se sentou para que eu fizesse carinho nele , acariciei sua cabeça e depois me levantei , Meggie já estava na minha frente e me olhava esperançosa , eu apenas neguei com a cabeça , isso foi o suficiente para ela me puxar para seus braços.
⁃ Vai ficar tudo bem.- falou.
⁃ Não...- me afastei dela.- Não vai ficar tudo bem ! MEU IRMÃO VAI MORRER , SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE O QUE É PERDER ALGUÉM ?
⁃ Eu vou fingir que eu não ouvi isso.- falou nervosa.- Vou fingir que não ouvi isso por que você está de cabeça quente.
⁃ Me desculpa.- falei me aproximando e segurando seu rosto depositando um beijo em sua testa.- Me desculpa eu falei sem pensar , aquele homem me irrita.
⁃ Tudo bem.- respondeu pousando suas mãos em meu peito.
⁃ E minha mãe ?- perguntei.
⁃ Está dormindo.- respondeu.
⁃ Como ela está ?- perguntei.
⁃ Mal...- respondeu.- Precisou tomar calmante para poder dormir , está preocupada com o Theo , com você.
⁃ Por que comigo ?- perguntei a abraçando.
⁃ Ela sabe o quanto foi difícil você ir ver seu pai.- falou.- Ela não queria que você tivesse ido.
⁃ Eu não ia deixar ela ir.- falei.
⁃ Eu sei , você sempre faz o melhor pra ela.- falou e eu a apertei mais forte.- Preciso ir para casa.
⁃ Tem certeza ?- perguntei.
⁃ Sim.- falou e eu fui com ela até a porta de sua casa.
⁃ Até amanhã.- falei.
⁃ Até amanhã.- respondeu e me beijou rápido entrando logo em seguida.
...
Uma semana...
⁃ Temos um doador para o Theo.- doutor Blake falou depois que entramos em seu consultório. Estávamos eu , minha mãe e Maggie.
⁃ Quem ?- minha mãe perguntou.
⁃ Um tal de...- leu o nome na ficha.- Tom Campbell.
⁃ Não pode ser...- falei.- É o meu pai , ele tinha se negado.
⁃ Bom ele decidiu voltar atrás.- falou.- Ontem ele fez o teste e ele é compatível.
⁃ E onde ele está ?- perguntei.
⁃ falando com a nutricionista , ela está passando uma dieta exclusiva para que ele esteja bem quando fizer o transplante.
⁃ Obrigado.- minha mãe falou e saímos da sala.
Andamos pelo corredor indo em direção ao quarto do Theo , quando olhei para frente meu pai estava saindo de um consultório não muito longe do quarto do Theo , vi minha mãe ficar estática , ele se aproximou e ia dizer alguma coisa , mas por conta da emoção eu o abracei antes. Ele pareceu surpreso mas me abraçou de volta me apertando fortemente.
⁃ Obrigado... Pai...- falei e ele me abraçou mais forte.
⁃ Não agradeça... Filho.- depois que nos afastamos ele sorriu para mim.- Você deve ser a namorada que ele me disse.
⁃ Sim sou eu.- Maggie falou sorrindo.
⁃ O que fez você mudar de ideia ?- perguntei.
⁃ Você tinha razão.- respondeu.- Eu não sou ninguém pra não dar a ele a chance de viver.
⁃ Tom eu nem sei como te agradecer.- minha mãe falou.
⁃ Me deixe conhecê-lo.- pediu.-É tudo o que eu quero.
⁃ Ele não sabe que você é o pai dele.- ela explicou.
⁃ Podemos contar agora.- sugeriu.
⁃ Está bem.- minha mãe disse e ele sorriu.
Eles entraram no quarto e ficamos eu e Meggie do lado de fora , sorrimos um para o outro , me aproximei e juntei nossos lábios , a princípio era apenas um selinho , mas eu decidi aprofundar , depois que nos separamos estávamos ofegantes.
⁃ Deveria entrar.- ela sugeriu.- É o seu momento em família.
⁃ Então vem junto.- falei.
⁃ Não , eu estou afim de andar um pouco.- falou.
⁃ Tem certeza ?- perguntei.
⁃ Tenho , agora vai.- falou me empurrando sorrindo.
⁃ Tá.- dei um selinho nela e entrei.
...
Theo havia reagido bem a notícia de quem era o pai dele , ele se deu bem com o Tom , minha mãe estava feliz e eu imagino que o transplante do Theo não é o motivo. Eu sei que ela sempre quis isso , a família inteira , e o jeito com que ela olha para o meu pai , ela ainda o ama. Em alguma parte de mim eu senti que poderíamos ser aquela família unida que as pessoas tanto dizem que tem.
⁃ Atrapalho ?- doutor Blake disse entrando.
⁃ Claro que não doutor.- Tom respondeu.
⁃ O transplante foi marcado para daqui a uma semana.- falou.
⁃ Oh tão rápido , que ótimo.- minha mãe respondeu.
⁃ E vai levar muito tempo para ele poder ir para casa ?- perguntei.
⁃ Depois que o transplante estiver feito , teremos que aguardar um tempo de dois dias para podermos ver se o corpo de Theo aceitou a medula.- Explicou.- Se o corpo dele aceitar , será liberado na mesma semana.
⁃ Que ótimo.- Tom respondeu.
⁃ Bom agora irei deixar a família a sós.- falou se retirando.
⁃ Filho e a Meggie ?- minha mãe perguntou.
⁃ Disse que iria andar pelo hospital.- respondi.
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Uma semana...
Já era o dia do transplante do Theo , todos da família do Castiel estavam animados e esperançosos , Tom ficou esse tempo todo na casa do Castiel , Valérie disse que queria garantir que ele se alimentasse corretamente. Castiel e eu estamos indo bem , apesar de que eu ainda não contei a ele...
...
⁃ Vocês já vão ?- Valérie perguntou. Estávamos almoçando.
⁃ Vamos assim que passar das duas da tarde.- Tom respondeu.
⁃ O doutor Blake disse que precisam desse tempo para ajeitar a sala de cirurgia.- Castiel explicou.
⁃ Oh entendo.- Valérie respondeu.
...
⁃ Castiel , eu preciso conversar com você.- falei andando atrás dele pelo corredor.
⁃ Meggie não dá agora..- falou descendo as escadas.- Eu e o Tom temos que ir para o hospital
⁃ Mas Castiel é importante.- falei.
⁃ Meggie eu não tenho tempo agora droga.- falou e se virou para mim.- Tem que entender que o Theo é muito importante.
⁃ Isso também é importante....- ele me interrompeu.
⁃ Não mais que o Theo.- falou e saiu pela porta da frente.
Meus olhos encheram de lágrimas mas eu respirei fundo e não as deixei cair. Me virei e Valérie me olhava , debaixo daquele olhar eu não consegui mais me segurar e comecei a chorar , eu chegava a soluçar.
⁃ O que houve minha querida ?- ela perguntou preocupada.
⁃ Eu estou grávida.- falei e ela me olhou surpresa.
⁃ Mas eu pensei que vocês se protegessem.- ela falou confusa.
⁃ Depois da festa dele de aniversário...- enxuguei algumas lágrimas.- Nos transamos... Não nos protegemos.
⁃ E quando você descobriu ?- perguntou.
⁃ Eu havia feito o teste em casa e tinha dado positivo.- expliquei.- Mas para ter certeza fiz o teste de sangue no hospital e também deu positivo.
⁃ Oh querida... Deve contar a ele...- falou mas eu a interrompi.
⁃ Não...- falei.- Não vou contar , ele deixou claro que isso não é importante.
⁃ Por acaso está pensando em abortar ? Por que se for Meggie...- eu a interrompi novamente.
⁃ Não...! Nunca... É o meu filho...- falei.- Nunca abortaria... Só não vou deixar o Castiel saber.
⁃ Meggie , ele precisa saber.- falou.
⁃ Valérie , ele tem 17 anos...- falei.- Ele não quer ser pai.
⁃ Você não sabe...- falou.
⁃ Eu ja me decidi...- falei e ela suspirou.- Você tem que me prometer que não vai dizer nada sobre o bebê.
⁃ Meggie...- eu a interrompi.
⁃ Me promete...- pedi.- Por favor , eu não posso fazer isso com ele.
⁃ Ele pode adorar isso.- ela falou.
⁃ Mas também pode detestar.- falei.- Por favor Valérie.
⁃ Está bem.- respondeu e me abraçou.- Só me prometa também que vai pensar melhor.
⁃ Eu já pensei.- falei.- Vou ir embora assim que as aulas acabarem... Daqui a um mês.
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⁃ Está tudo pronto.- doutor Blake falou.- Theo já está de volta no quarto , o transplante deu mais do que certo , só daremos o tempo de dois dias para termos certeza absoluta.
⁃ Muito obrigada doutor.- falei.
⁃ Pode ir ficar com ele no quarto se quiser.- falou e eu assenti.
⁃ Tom pode ficar com ele esse noite ?- perguntei.- Preciso conversar com a Meggie.
⁃ Está bem.- respondeu.
Eu saí do hospital e dirigi até a casa dela , mandei uma mensagem para a minha mãe avisando sobre o Theo , e toquei a campainha dela.
⁃ O que veio fazer aqui ?- perguntou depois de abrir a porta.
⁃ Você queria conversar comigo.- falei.
⁃ Não era nada importante.- respondeu.
⁃ Mas você falou...- ela me interrompeu.
⁃ Eu estava errada.-respondeu.
⁃ Eu posso entrar ?- perguntei.
Ela assentiu com a cabeça , beijei seus lábios e nos deitamos no sofá. Eu apenas precisava ficar perto dela.
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