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História The Falling Grace - Lost Souls Say Goodbye


Escrita por: AquariusDark

Notas do Autor


Primeiramente, gostaria de pedir perdão pela demora tremenda. Sim, há explicações, mas temo que elas são questões pessoais que não cabem a vocês se preocuparem com. De qualquer forma, tentarei voltar a postar os capítulos da fic com mais frequência visto que já estamos no fim. o/
Segundamente:
Espero que gostem, boa leitura a todos. :3

Capítulo 27 - Lost Souls Say Goodbye


Fanfic / Fanfiction The Falling Grace - Lost Souls Say Goodbye

* "There's monsters deep inside of us, they're killing us to breathe [...]" ~Lonely Hours, Mallory Knox

Não sei quanto tempo permanecemos abraçados, mas nada parece ser o suficiente para me fazer parar de tremer. Com os olhos fechados, ainda consigo ver a grande besta na minha frente, com os olhos leitosos penetrando minha alma.

Toby acaricia meu cabelo, me abraçando cada vez mais forte. Ele se afasta lentamente, apertando as palmas de suas mãos contra as laterais da minha cabeça, sereno. 

– Rach? Vou lá na cozinha pegar um copo d'agua para você, ok? 

– Não! Toby, não vá lá. Por favor, não vá até lá! – Agarro sua camiseta com ambas as mãos, com esperanças de que ele me ouvisse – Por favor, por favor, por favor... – O desespero parece me sufocar, fazendo com que as palavras se embolassem na minha boca – Não me abandone... Você, não! 

– Quê?.. Rachel, eu estou bem aqui. Não vou te abandonar, você sabe disso, pequena. Nunca... Nunca faria isso com você. Mas você também não pode fazer isso comigo, tremendo desse jeito e me proibindo de cuidar de você – Ele aperta os dedos sobre minhas têmporas, buscando uma maneira de me deixar mais calma. 

– Então... Então eu vou com você! – Puxo-o pela camiseta, levantando-me. 

– Eu diria para você ficar aqui, mas sei que isso não vai adiantar de nada, porque, apesar do que aconteceu, você continua sendo teimosa... Ok, vamos, mas cuidado para não cair – concorda, rapidamente envolvendo o braço sob minha axila. 

Descemos as escadas, eu cambaleando e ele me amparando até a cozinha. Toby insiste que eu sente na banco em frente a bancada enquanto ele pega o copo d'agua para mim. Eu concordo, e o observo andar pelo cômodo. 

– A Rowena e o Nataniel foram embora depois que você desmaiou na praia... Não sei o porquê, mas ela parecia brava. O namorado dela tentou ficar aqui pra te ajudar, mas ela achou melhor que fossem embora – explica, enchendo o copo de vidro até mais da metade, deixando que algumas gotas molhassem sua camiseta – Quer tomar algum remédio? 

– Não... Não, não quero – Franzo o cenho. Isso não parece típico da Rowena... Por que ela iria embora? Toby para na minha frente, passando-me o copo, firme. 

– Aqui. Tome tudo – Experimento um gole – Isso... Ah! Seu pai ligou aqui mais cedo. Eu disse que, depois que voltamos da praia, você resolveu dormir um pouco porque estava muito cansada. Enfim... ele queria que você soubesse que suas primas de Bevagna estão aqui na cidade. 

– Hum... Excelente. Era tudo que eu precisava mesmo – ironizo, tomando mais água. 

– Acho que seria bom você sair com pessoas diferentes, para variar. Sei lá, talvez você se sinta melhor, quem sabe... 

Olho para ele com olhos sarcásticos. Ele logo acrescenta: 

– Olha, sair com elas não vai fazer mal, vai? 

Espero que não, Toby... Espero que não. 

Encho minha boca com o restante de água do copo, e sinto-me um pouco melhor. Penso em todas as coisas boas, e momentos felizes que tive e um sentimento familiar e constante ressurge no meu coração. Sinto saudade de tudo aquilo, saudades de me sentir feliz, de me sentir bem. Todas as lembranças e momentos felizes parecem um sonho distante agora, um que tive em uma noite qualquer de uma infância há muito deixada para trás.  

Agora não me sinto segura em lugar nenhum, sempre com medo de que algo aconteça, ou volte a acontecer, ou de ver o que ainda não está quebrado sofrer uma mudança drástica e nunca voltar a ser como era. Conseguia sentir-me tranquila quando perto de Tobias, mas agora... pareço estar esperando que ele se contorça e caia no chão, com seu sangue manchando os lábios. Não consigo aguentar. Todo dia, uma parte da minha alma está desvanecendo. Esse câncer adormecido consome meu coração, me despedaçando. Existe uma cura para minha doença? 

Tudo isso começou com uma criança. Uma criança inocente com um espinho em seu coração. Uma criança que, hoje, sonha com uma vida melhor em um mundo construindo por ela e para ela, um mundo tão frio. 

Quantas vezes eu devo cair sobre meus joelhos? 

– Rach? – Desperto do meu torpor, e volto meus olhos para Tobias – Está se sentindo melhor? Precisa de mais água? – A preocupação em seu rosto me faz sentir um pouco aliviada, não há como explicar.  

– Sim. Na verdade, sim. Preciso de água, muita água para eu poder lavar meu corpo e me sentir menos suja – Levanto-me do banco, caminhando em direção as escadas. 

– Vou com você – Paro e giro sobre meus calcanhares. Encaro-o estarrecida – Não. Não nesse sentido, claro que não. Vou ficar sentado no chão, para o caso de você desmaiar de novo, ou sei lá. Mas tenho certeza que você adoraria tomar um banho comigo – brinca, piscando para mim com o olho direito. 

Voltamos para o quarto em silêncio. Paro em frente a porta do banheiro e pouso a mão sobre a maçaneta. 

– Eu preciso tirar minha roupa primeiro, né. Depois que eu ligar o chuveiro, espera uns 5 minutos aí você entra, ok? – pergunto, sentindo-me fatigada.  

Ele acena com a cabeça e eu entro no toalete, fechando a porta atrás de mim. Despindo-me aos poucos, passo a sentir-me mais leve. Não no sentido do peso físico, mas a presença tóxica e nociva que perseguiu-me durante os últimos dias parece ter desaparecido. Claro, deixou rastros indefiníveis, porém não a sinto mais na minha volta.  

Toc, toc, toc 

– Rachel? Tudo bem aí? – Tobias bate na porta, incomodado pela demora. 

– Sim! Tá tudo bem – Agora sem as vestimentas, entro no box e ligo o chuveiro. Fecho as janelas e espero o vapor espalhar-se pelo banheiro, embaçando o vidro do box. 

Minutos depois, Tobias entra, como combinado. A porta fecha e ele se senta no chão, ao lado do vaso sanitário. Espio por trás do vidro, e vejo apenas o lado esquerdo do seu corpo. Ele parece pensativo, provavelmente perguntando-se o que diabos está de errado comigo. Ele parece segurar alguma coisa nas mãos, mas não consigo ver o que é. Depois de muito esforço, desisto e apenas concentro-me em tomar meu banho e lavar minha alma. Ou o que restou dela.


Notas Finais


* "Há monstros dentro de nós, nos matando para respirar [...]"


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