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História The Falling Grace - Broken


Escrita por: AquariusDark

Notas do Autor


Então, pessoinhas... Me perdoem pela demora eterna, mas é que meus pais estão se divorciando e estou me mudando também, então as coisas andam bem complicadas. Peço perdão, de verdade, e prometo que agora nas férias vou tentar de tudo para postar com mais frequência! <3
Boa leitura a todos, espero que gostem. :3

Capítulo 28 - Broken


Fanfic / Fanfiction The Falling Grace - Broken

"When the sadness leaves you broken in your bed, I will hold you in the depths of your despair [...]" ~In The Name Of Love, Martin Garrix

Não sei quanto tempo permanecemos abraçados, mas nada parece ser o suficiente para me fazer parar de tremer. Tudo o que sei é que eu poderia ficar aqui, bem assim, para sempre. Porém ainda consigo ver a grande besta na minha frente, com os olhos leitosos penetrando minha alma quando fecho os olhos. Toby acaricia meu cabelo, me abraçando cada vez mais forte. Ele se afasta lentamente, apertando as palmas de suas mãos contra as laterais da minha cabeça, sereno. 

– Rach? Vou lá na cozinha pegar um copo d'agua para você, ok? 

– Não! Toby, não vá lá. Por favor, não vá até lá! – Agarro sua camiseta com ambas as mãos, com esperanças de que ele me ouvisse – Por favor, por favor, por favor... – O desespero parece me sufocar, fazendo com que as palavras se embolassem na minha boca – Não me abandone... Você, não! 

– Quê?.. Rachel, eu estou bem aqui. Não vou te abandonar, você sabe disso, pequena. Nunca... Nunca faria isso com você. Mas você também não pode fazer isso comigo, tremendo desse jeito e me proibindo de cuidar de você – Ele aperta os dedos sobre minhas têmporas, buscando uma maneira de me deixar mais calma. 

– Então... Então eu vou com você! – Puxo-o pela camiseta, levantando-me. 

– Rachel, não – Toby corre os dedos ao longo do meu braço – Seu corpo está frágil, e sua mente cansada. Deite aqui na cama e me espere que eu volto logo. Ok? 

– Não! Tobias, por favor, eu te imploro! Só fica comigo! – grito desesperadamente, sentindo as lágrimas se formarem novamente em meus olhos – Só fica comigo... 

– Rachel Evans! Eu já te abandonei alguma vez? – Demoro um pouco para processar a pergunta, mas aceno que não – Você acha que eu vou te abandonar algum dia? – Meu lábio inferior treme – Eu nunca faria isso! – Ele aperta meus braços com cuidado, mas firme, aproxima o rosto do meu – Você é a pessoa mais importante pra mim... – sussurra as palavras na minha cara com amor e dor, pouco antes de me puxar para outro abraço. 

Esse abraço é diferente. Um abraço com urgência de me mostrar seus sentimentos por mim, um abraço que parece tirar parte das coisas ruim de dentro de mim e fazê-las dissolver no ar como se fossem nada. Nada comparado a nós. 

– Eu não sei o que diabos está acontecendo ultimamente que está tudo ruindo a sua volta, mas eu vou ficar com você, Rach. Mesmo que eu não esteja do seu lado, você nunca estará sozinha, porque meu coração estará com você, onde quer que você esteja. Ok, minha pequena? – Sinto sua mão acariciando meu cabelo embaraçado, indo até minhas costas e voltando para minha cabeça. Fecho os olhos, me sentindo um pouco mais leve, e creio que adormeço bem ali, nos seus braços, sentada na beira da minha cama. 

Depois de um sono sem sonhos, acordo deitada e coberta na minha cama, com Toby do meu lado. Seus olhos estão fechados, e o peito subindo e descendo em uma respiração constante e ritmada. Ele parece tão... em paz. Olho para os lados e em cima do criado-mudo vejo um copo com água com um recado escrito: "Drink Me". Uma sugestão de sorriso cruza meus lábios, fazendo-me pegar o copo e tomar pequenos goles. Quando coloco o copo de volta no seu lugar, reparo alguns pedaços de chocolate com outro bilhete escrito: "Eat Me". Não sou capaz de recusar o sorriso que dá forma a meu rosto. Aproximo-me de Tobias, após comer os chocolates, e pego um pedaço de sua camiseta e torço nas mãos, deitando minha cabeça sobre seu ombro. Sinto-me segura. 

Quando desperto de novo, já é noite. Permaneço deitada sobre o ombro de Toby, não querendo sair daquela posição, onde os monstros não poderiam me pegar. 

– A Rowena e o Nataniel foram embora depois que você desmaiou na praia ontem... Não sei o porquê, mas ela parecia brava. O namorado dela tentou ficar aqui pra te ajudar, mas ela achou melhor que fossem embora – Tobias quebra o silêncio do quarto, surpreendendo-me. Achei que estava dormindo... 

Não sei o que responder. Isso não parece típico da Rowena... Por que ela iria embora? Ela é minha melhor amiga... Por que ela iria embora? 

– E seu pai ligou aqui mais cedo. Eu disse que, depois que voltamos da praia, você resolveu dormir um pouco porque estava muito cansada. De qualquer forma, ele queria que você soubesse que suas primas de Bevagna estão aqui na cidade. 

– Hum... Excelente. Era tudo que eu precisava mesmo – ironizo.  

Minhas primas de Bevagna moram lá com minha madrinha, padrinho e primo. Eles se mudaram para lá quando elas tinham uns 10 anos pois meu padrinho recebera uma oferta de trabalho melhor por lá, mas eles vinham nos visitar todo ano praticamente. 

– Acho que seria bom você sair com pessoas diferentes, para variar. Sei lá, talvez você se sinta melhor, quem sabe... 

Olho para cima, para ele, com olhos sarcásticos. Ele logo acrescenta: 

– Olha, sair com elas não vai fazer mal, vai? 

Espero que não, Toby... Espero que não. Penso em todas as coisas boas, e momentos felizes que tive e um sentimento familiar e constante ressurge no meu coração. Sinto saudade de tudo aquilo, saudades de me sentir feliz, de me sentir bem. Todas as lembranças e momentos felizes parecem um sonho distante agora, um que tive em uma noite qualquer de uma infância há muito deixada para trás.  

Agora não me sinto segura em lugar nenhum, sempre com medo de que algo aconteça, ou volte a acontecer, ou de ver o que ainda não está quebrado sofrer uma mudança drástica e nunca voltar a ser como era. Conseguia sentir-me tranquila quando perto de Tobias, mas agora... pareço estar esperando que ele se contorça e caia no chão, com seu sangue manchando os lábios. Não consigo aguentar. Todo dia, uma parte da minha alma está desvanecendo. Esse câncer adormecido consome meu coração, me despedaçando. Existe uma cura para minha doença? 

Tudo isso começou com uma criança. Uma criança inocente com um espinho em seu coração. Uma criança que, hoje, sonha com uma vida melhor em um mundo construindo por ela e para ela, um mundo tão frio. 

Quantas vezes eu devo cair sobre meus joelhos? 

– Rach? – Desperto do meu torpor, e volto meus olhos para Tobias – Está se sentindo melhor? – A preocupação em seu rosto me faz sentir um pouco aliviada, não há como explicar.  

– Sim. Na verdade, sim. Preciso de água, muita água para eu poder lavar meu corpo e me sentir menos suja – Levanto-me da cama, devo admitir que não com muita facilidade, e caminho em direção ao meu banheiro. 

– Quer que eu fique aqui ou entre com você? Posso ficar sentado na porta – Paro e giro sobre meus calcanhares – Apesar de que eu tenho certeza de que você adoraria tomar um banho comigo – brinca, piscando para mim com o olho direito. 

– Eu preciso tirar minha roupa primeiro, né. Depois que eu ligar o chuveiro, espera uns 5 minutos aí você entra, ok? – pergunto, sentindo-me fatigada.  

Ele acena com a cabeça e eu entro no toalete, fechando a porta atrás de mim. Despindo-me aos poucos, passo a sentir-me mais leve. Não no sentido do peso físico, mas a presença tóxica e nociva que perseguiu-me durante os últimos dias parece ter desaparecido. Claro, deixou rastros indefiníveis, porém não a sinto mais na minha volta.  

Toc, toc, toc 

– Rachel? Tudo bem aí? – Tobias bate na porta, incomodado pela demora. 

– Sim! Tá tudo bem – Agora sem as vestimentas, entro no box e ligo o chuveiro. Fecho as janelas e espero o vapor espalhar-se pelo banheiro, embaçando o vidro do box. 

Minutos depois, Tobias entra, como combinado. A porta fecha e ele se senta no chão, ao lado do vaso sanitário. Espio por trás do vidro, e vejo apenas o lado esquerdo do seu corpo. Ele parece pensativo, provavelmente perguntando-se o que diabos está de errado comigo. Ele parece segurar alguma coisa nas mãos, mas não consigo ver o que é. Depois de muito esforço, desisto e apenas concentro-me em tomar meu banho e lavar minha alma. Ou o que restou dela.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                


Notas Finais


"Quando a tristeza larga você quebrado em sua cama, eu vou te abraças nas profundezas do seu desespero [...]"


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