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História The Fear of a Child - Capitulo Único


Escrita por: UpperEastSidder

Notas do Autor


Por onde começar?
Sempre quis tanto escrever uma fanfic de Harry Potter e depois de tantas falhas tentativas eu consegui uma, mesmo que pequena, se é algo que eu possa ter de minha autoria e envolvendo esse universo maravilhoso pelo qual eu sou apaixonada, eu aceito.
Sinto a necessidade de esclarecer o porquê essa história foi escrita.
Sentia que Severus e Lily precisavam de uma despedida e um "estopim" do que fez ele se tornar o personagem obscuro a quem nós fomos apresentados, o homem que por rancor entregou o nome dela, de seu marido e seu filho para Voldemort e acho que essa história foi o suficiente para sossegar meus pensamentos sobre o fim da amizade dos dois - além é claro do fato de ele ter chamado ela de sangue ruim.
Não estou desculpando Severus por nenhum de seus atos, mas para mim o seu arco de redenção foi o suficiente - afinal a guerra não teria sido vencida sem seu sacrifício.
Ainda assim não é um bom motivo pra chamar seu filho de Albus Severus, Harry Potter!!!
Enfim, Boa leitura, espero que fique claro que isso não é uma fanfic snily pq Merlin tenha piedade de quem shippa isso, é demais até pra mim.

Capítulo 1 - Capitulo Único


Fanfic / Fanfiction The Fear of a Child - Capitulo Único

Na Torre de Astronomia vazia de Hogwarts, o garoto com as vestes eternamente pretas encarava o céu sombrio ciente do peso de uma decisão irreversível que ardia em seu braço. Com os nós dos dedos brancos apertados ao redor da única barra que impedia sua queda até o chão impetuoso, o filho de Sonserina derramou o que acreditava ser sua única lágrima e suspirou. Aproveitando e odiando cada minuto de sua solidão incessante, carregando a maldição de um coração preenchido e ao mesmo tempo vazio.

Severus não precisava estar atento aos passos na escada para saber que ela estava vindo, o farfalhar de seu vestido não deixava aberto questionamentos e não causava confusão: a dama dos cabelos em chamas se aproximava. A pergunta em sua cabeça pairava no ar carregado do ambiente: O quanto mais disso ele podia aturar?

-Lily – o nome dançou em seus lábios deleitando-se com o gosto doce que trazia consigo.

Não precisava se virar para saber que seus olhos verdes estavam enrugados em um sorriso piedoso, que as mãos, pálidas, mas ainda assim mais bronzeadas que as dele, estavam retorcendo-se ansiosas. O que ele não sabia, e o que o pegara totalmente desprevenido, fora o brilhante anel em seu dedo anelar – a única coisa que parecia deslocada em sua figura.

-Severus – a voz melodiosa irrompeu de lábios trêmulos e percorreu a sala trazendo luz aos cantos mais escuros – Eu... Nós... Precisamos conversar. Você pode me dar isso?

Que pergunta mais tola, Lily Evans. Ele a daria até mesmo seu próprio coração pulsante se assim o permitisse.

Silencioso como sempre se permitiu ser, a figura de um Severus que jamais voltaríamos a ver se encaminhou até a mesa do professor e sentou-se sobre ela, um comportamento jamais imaginado para alguém tão rigoroso quanto ele. Lily aceitou seu convite e juntou-se a ele, procurando por suas mãos gélidas para esquentar.

-Você é meu melhor amigo – as palavras afiadas atravessaram seu coração.

Mesmo que essas palavras não fossem o suficiente para compensar toda a imensidão de sentimentos que teimavam em florescer em seu peito a cada vez que pensava nela, ele as aceitaria, se fosse tudo o que ela pudesse lhe oferecer.

-Você não precisa me contar nada, Lílian. Sou capaz de ver o que está em minha frente.

Os melhores esforços do garoto de preto para afastá-la e proteger-se nunca foram o suficiente para fazê-la desistir. Com o sorriso travesso que ele tão bem conhecia, Lilían puxou as mangas para cima, apontou sua fina varinha para o copo de água em cima da mesa ébano e fez aparecer ali uma única pétala de rosa. Enquanto os olhos incrédulos de Severus acompanhavam uma pétala afundar, ela transfigurou-se em um belo peixe, tão escuro quanto suas vestes.

-Basta lembrar que nem tudo o que você vê é o que parece.

Contra seus instintos, o garoto sorriu e aceitou as mãos carinhosas que se demoraram em seus cabelos rebeldes, desceram até seu rosto e acariciaram seus ombros, quando as mãos chegaram a seu braço esquerdo, ele sabia que era tarde demais para impedi-la.

Com os olhos fortemente fechados, ele recusou-se a procurar os olhos desapontados da dama e esperou por seu pavor, medo e negação. Preparou-se, segurando todo ar que tinha em seus pulmões, para vê-la tremer e afastar-se, para vê-la odiá-lo e amaldiçoa-lo com suas palavras poderosas que se emaranhavam em seu pensamento para sempre. Mas nada disso veio. Suas unhas compridas acompanharam o desenho de uma terrível cobra que encontrava sua saída pela boca de uma temida caveira, e ela não fez nada senão suspirar e derramar, como antes ele fizera, uma única lágrima.

-Eu sabia. Não queria, mas no fundo sabia.

E se fosse possível, essas palavras o perfuraram ainda mais. Com desespero e força, suas mãos agarraram-se as dela e a trouxeram para perto, até que seus corpos se fundiram em um abraço despedaçado e sua mão, tão imprópria para ela, se enroscasse na confusão ruiva de sua cabeça.

-Você não...

-Você é meu melhor amigo – ela declarou antes que ele pudesse terminar, e, de repente, nesse momento, essas palavras não o machucavam mais.

Dissolvendo o que havia sido seu abraço mais verdadeiro, Lily segurou as mãos de Severus enquanto o mesmo brincava com o anel de brilhantes de sua mão. Com um suspiro, e não totalmente pronta para quebrar seu coração em milhares de pedaços, Lílian se preparou para a nova realidade que estava prestes a expor. Antes mesmo que sua boca se abrisse, as mãos de Severus já a seguravam com mais força, sem estar pronto para deixa-la ir.

-Vou me casar com James.

Os negros olhos do garoto de vestes escuras não demonstraram surpresa, mas fecharam-se em um mundo onde ele guardava todos os seus piores demônios. Por mais uma vez naquele dia, as mãos macias da garota em chamas seguraram o rosto daquele que vivia de amor. Os olhos escuros focaram-se em uma visão que nunca tiveram antes: doces olhos verdes transbordando com a dor de uma decisão irreversível, que apenas alguém como ela poderia ter coragem de tomar.

-Nós vamos ter um filho – ela não gaguejou e não se abalou com a expansão da pupila do garoto que demonstrava surpresa – E é por isso – sua mão nua de anéis correu até o braço recém-marcado de Severus – Que eu preciso te deixar ir.

Em um fenômeno que só aconteceria mais uma vez na vida daquele sonserino, seus olhos transbordaram em lágrimas, em um reflexo perfeito aos de Lily, seu peito comprimiu-se guardando soluços que ele apenas deixaria escapar quando estivesse sozinho. Com tremores percorrendo todo seu corpo e o chão desabando em seus pés, ele gritou ciente de que sua impensada decisão arruinara sua vida:

-EXPECTO PATRONUM.

Com a lembrança da margarida que brotava na mão de uma menina com uma confusão de fogo na cabeça, Severus lançou a luz mais brilhante e ofuscante que os dois veriam em seu período de vida, trazendo consigo a bela figura de uma corça que galopou pela torre e sumiu no topo das escadas.

Com o peito suado, subindo e descendo, ofegante, marcando a fina camiseta que cobria seu corpo protegendo-o do frio de outubro, o menino que morreria por amor perfurou Lily com um último pedido intrínseco ao seu olhar destruído:

-Me prometa que mesmo depois do tempo que for...

-Sempre. – Ela segurou mais uma vez o rosto molhado em suas mãos, encostado a testa na sua, tornando suas respirações uniformes e pesadas – Sempre.

Do jeito que sempre sonhou, os lábios vermelhos de Lílian Evans separaram-se e inclinaram-se para mais perto dos seus, que se descontrolavam em um tremor de desejo, aproximando-se um pouco mais sua boca aceitou o último presente que ela estava pronta para lhe conceder: um beijo. Seu único beijo. Quando os lábios se uniram, ocorreu, na cabeça frágil e bagunçada de Severus Snape, uma explosão de lembranças luminosas, um pequeno filme onde a primeira cena era uma margarida e a última um peixe negro. Suas mãos desajeitadas perderam a varinha para o chão e seguraram com força, enquanto podiam, o corpo de Lily perto do seu, até que, com o medo de uma criança, ele a soltou.

Em um último movimento, antes de lançar-se com o coração em pedaços e olhos repletos de mágoa para as escadas, Lílian segurou pela última vez as mãos, uma vez na vida, quentes de Severus.

-Eu vou te amar, pelo menos até você aprender a se amar.

E enquanto ela partia, a figura do garoto inocente que uma vez fora Severus transformava-se no impenetrável Snape e guardava para si um único consenso: ele nunca seria capaz de amar a si mesmo.


Notas Finais


Quem sacou as referências da um EEEEEI.
Gif Snape adolescente gatão.
Eu gostaria de me despedir dessa fanfic que eu fiz com tanto carinho e amor e que, sinceramente, amei o resultado.
Gostaria também de deixar vocês com essa frase filosófica
GRIFINÓRIA RAINHA SONSERINA NADINHA.
XOXO
Gossip Girl


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