História The Forbidden Desire - Flash Back.

Eu estava na sacada do meu quarto, o vento estava forte batendo contra o meu rosto, fazendo meus cabelos voarem e irem para trás. Eu olhei para o céu e vi nuvens escuras, cheias d'água, se juntarem e foi nessa hora, que eu me lembrei do pior dia da minha vida. 

FLASH BACK ON 

Eu e Jimin estavamos escondidos atrás do balcão da cozinha, ele estava procurando uma arma ou algo que sirva como uma em algumas gavetas que tinham ali, ele estava desesperado e eu não estava muito diferente. Tinham entrado em nossa casa, o homem que vive tentando nos derrubar a muitos anos, tomar no nosso trono na máfia. Nós nunca descobrimos o nome desse homem, mas ele sempre nos perseguia e tentava nos derrubar sempre que podia, mas nós eramos mais preparados, exatamente, eramos. 

Jimin tinha deixado o nosso próximo golpe nas minhas mãos, ele dizia que eu tinha sorte pois todos os nossos golpes que foram planejados por mim, deram mais do que certo... esse foi o meu primeiro erro. Eu tinha tudo sobre controle, eu tinha mandado meus homens caçarem o homem misterioso, para que eles não nos atrapalhassem, mas acho que minha intuição, meu instinto, ou que porra que seja, deu errado. Eu acabei nos entregando de bandeja para esse homem, nos deixei vulneráveis, eu me odeio. 

Eu ouvi um barulho de tiro, eu olhei pro lado e Jimin estava pálido, ele estava sem saber o que fazer, ele não achava nada para nos proteger naquele momento. Os homens estavam na parte de cima da casa, estavam olhando em todos os quartos, estavam nos caçando em todos os lugares possíveis, logo eles chegariam aqui. 

- Vou tentar ligar para o Marshall - Jimin disse baixo, para si mesmo, enquanto pegava o celular. Suas mãos estavam tremendo, ele mal conseguia discar o número, mas conseguiu depois de tanto apagar e reescrever. 

Marshall atendeu rápido e eu não pude entender nada que Jimin falava. Ele falava baixo e todo embolado, com a voz tremula por conta do nervosismo. Ele desligou em segundos, como se tivesse falado em códigos curtos. Jimin me olhou e estendeu sua mão - tremula - para que eu a pegasse, eu peguei, ele entrelaçou os nossos dedos e disse baixo "Nós vamos ficar bem". 

Eu não sabia o que fazer, eu estava em choque, tudo deu errado por minha causa. Eu estava com os joelhos dobrados na linha do meu rosto e com os olhos ardendo de tanto chorar. Meu coração batia forte e muito rápido, presumo que Jimin tenha escutado e por isso me deu a mão, para tentar me acalmar - por mais que não adiantasse nada -. 

Depois de alguns minutos aguardando a volta de Marshall, nós ouvimos os homens, que antes estavam na parte de cima da casa, descendo as escadas. Eu soltei a mão de Jimin no mesmo instante e fui para o outro lado dos balcões da cozinha, comecei a procurar por alguma arma ou algo que possa nos ajudar. Eu abri os armários com cuidado, evitando ao máximo fazer barulho. 

Quando eu já tinha olhado em quase todos os armários, eu cheguei no último e já estava implorando a Deus para que ali tivesse uma arma. Assim que abri o armário, não vi nada que pudesse nos ajudar, "porra", murmurei e Jimin me olhou fazendo um gesto com a cabeça, como se estivesse me perguntando se eu tinha achado algo, "nada", eu disse sem som, para que ele fizesse leitura labial e ele entendeu. Eu voltei para o lado de Jimin e peguei na sua mão, ele me olhou com os olhos cheios d'água como se dissesse "me desculpe por não conseguir te salvar", eu só assenti e disse novamente sem som "tá tudo bem". 

Nós ouvimos o barulho de passos se aproximando, eu olhei por cima de Jimin e vi que eles já tinham chegado na sala. Quando estava voltando para o lado de Jimin, eu passei os olhos rapidamente por sua mão e vi que ele segurava uma faca. Uma chama de esperança se acendeu dentro de mim.  Eu ouvi um homem se aproximar da cozinha e logo a minha chama de esperança, apagou. 

O homem passou pela sala de estar e estava prestes a entrar na cozinha. Assim que ele colocou os pés na cozinha, Jimin enfiou a faca na sua perna, o que fez o homem cair no chão de joelhos. Jimin ficou de joelhos, na altura do homem e os dois começaram a lugar pela arma, que logo Jimin conseguiu arrancar das mãos do homem e deu um tiro na sua cabeça. Jimin voltou rapidamente para o meu lado, mas dessa vez com a arma na mão e com a respiração ofegante. Nós fomos mais para o lado e nos abaixamos mais um pouco, pois os outros homens estavam mirando em nós. Jimin ia algumas vezes para o lado e tentava mirar nos homens, iniciando a troca de tiros. 

As balas de Jimin estavam quase acabando, ele já estava quase voltando a entrar em desespero, até que nós ouvimos o Marshall chegando. Ele entrou na casa seguido por seus homens e iniciou uma troca de tiros ainda maior. Quando quase todos ali estavam mortos, Jimin estava repleto de raiva e ódio do líder que invadiu a nossa casa. Ele disse ter visto o homem do andar de cima e me puxou com ele para trás do homem. Nós olhamos em alguns quartos, até que eu vi um homem de preto, saindo do penúltimo quarto e seguindo para o último, "JIMIN, ALI!", eu gritei e nós corremos para trás do homem. 

Quando chegamos no último quarto, vimos o homem de costas, e eu não exitei, logo atirei contra a sua cintura, deixando o tiro passar de raspão, fazendo o homem gemer de dor e se virar para nós. Ele estava com uma máscara que deixava somente o seus olhos amostra. 

- Só isso que vocês conseguem fazer? - ele disse debochado. Ele tinha uma voz rouca, bem grave. Ele também não aparentava ser mais velho que Jimin, os dois tinha quase a mesma musculatura - Esperava mais dos meus inimigos, vocês me decepcionaram... - ele disse e riu. Nós não rimos, Jimin apenas respirou fundo e eu apontei a arma para a sua cabeça - Sua irmã é mais corajosa que você? - ele continuava num tom debochado. 

- Você não faz ideia... - Jimin disse entre dentes. 

- Então, eu acredito que seria mais interessante... - ele respirou - ter somente ela como inimiga, certo? Ainda mais que quando eu conseguir colocar as minhas mãos nela, será realmente muito interessante - ele riu e Jimin ia avançar nele assim que ele começou a falar de mim, mas eu atirei novamente de raspão, só que dessa vez na sua coxa, e ele gemeu de dor mais uma vez.  

- Estou esperando você se render - Jimin disse, ele estava com o sangue fervendo de raiva - ou vai ter que ser do jeito difícil?

- Me render? - ele riu - nunca. Acho que você não entendeu, mas eu irei dizer de novo, para que você entenda dessa vez - ele respirou fundo - eu quero ter somente a sua irmã como inimiga. - assim que ele disse, eu logo dei um tiro certeiro no canto da sua barriga e ele gritou de dor, mas continuou de pé, só que dessa vez com a mão prensando o lugar onde eu tinha atirado. 

- Vai se render ou não? - eu disse firme, também entre dentes. 

- Olha - o homem riu surpreso, porém com dificuldade - ela fala - riu - mas olha, eu estou com pressa então - ele atirou. Assim que eu ouvi o barulho do tiro, eu apertei o gatilho da arma na mesma hora e fechei os olhos. Eu não senti nada, ele errou o tiro? Eu estava pronta para sorrir e abrir os olhos até que sinto a mão de Jimin deslizando pelo meu ombro e escuto o mesmo cair no chão. Quando eu olhei para Jimin, ele estava jogado no chão, com uma mancha de sangue bem no seu peito, no seu coração. Jimin estava morto.

- JIMIN! NÃO! - Eu gritei. Eu senti o meu mundo cair. Eu me ajoelhei ao seu lado, coloquei sua cabeça em meu colo e comecei a gritar. Eu não conseguia fazer outra coisa a não ser gritar e chorar. - NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! - era a única palavra que saia da minha boca naquele momento. 

Eu comecei a fazer carinho nos seus fios de cabelo e afundei meu rosto no seu pescoço. Jimin estava morto. Meu ouvido estava encostado perto de seu peito e assim que eu percebi que aquilo não era um sonho, que aquilo tinha realmente acontecido, que o seu coração não estava mais batendo, meu peito começou a doer, a pior dor da minha vida. Jimin estava morto. Eu gritava ainda com a cabeça afundada em seu pescoço, como se aquilo fizesse ele voltar, como se ele fosse me ouvir e acordar. Jimin estava morto. Eu chorava, meus olhos ardiam de tanto chorar e eu não me importei, nada era pior que a dor que eu estava sentindo. Jimin estava morto. Seu corpo estava gelado, sua pele estava pálida, ele estava imóvel. Jimin estava morto. Eu ouvi o tiroteio parar e eu continuei na mesma posição, não queria largar ele. Jimin estava morto. Ouvi Marshall chegar ao quarto correndo por conta dos meus gritos, mas eu não me importei. Jimin estava morto. Marshall me chamou, tentou falar comigo, me puxou e tentou me dar apoio, mas ele não aguentou e logo desabou junto comigo. Jimin estava morto. 

- ELE MORREU, MARSHALL - eu gritei ainda com o rosto afundado no pescoço de Jimin - JIMIN ESTÁ MORTO - assim que essas palavras saíram da minha boca, eu senti o meu coração se contorcer, senti ele quebrar em vários pedaços, um por um, bem devagar.

Eu nunca senti uma dor igual a essa. Era a pior dor do mundo. A dor de saber que o meu Jimin, meu irmão, aquele que cuidava de mim, que me protegia, que era dono dos melhores abraços do mundo, que cantava pra mim, que dormia comigo quando eu tinha algum pesadelo ou quando estava com medo dos trovões, que me alegrava todos os dias, a pessoa mais importante pra mim, estava morta. Meu irmão está morto. Meu Jiminnie está morto. 

- Eu vou te vingar, Jiminnie - eu disse baixo, num sussurro, só para que eu e "ele" ouvisse - eu prometo. 

FLASH BACK OFF

- Eu te amo, Jiminnie - eu senti as lagrimas começarem a escapar dos meus olhos e descerem queimando o meu rosto.