História The Four - Diana: 17h45 - Segunda-feira de Março

Certo, certo... Eu não sei por que estou fazendo isso, mas estou fazendo né. Querido maldito diário, me chamo Diana, e estou me sentindo uma completa idiota por estar escrevendo um diário, enfim, tenho 17 anos, sem namorado (que continue assim), sem mãe por que é uma viciada vagabunda que nunca vem em casa (só quando precisa de dinheiro). Tenho uma patética vidinha sem nenhum sentindo, não tenho amigos, meus familiares são completamente afastados de mim e do meu pai, a última vez que os vi eu tinha 6 anos e era porque minha vó tinha morrido. Repeti de ano duas vezes por falta, ou seja, estou ainda no 1° ano do ensino médio, e por que eu faltava ? Ficava fumando baseado em cima do telhado de manhã e não ficava afim de ir, no momento estou em um ônibus, o que está tanto que horrível de escrever aqui. Moro em uma cidade pequena e acho que é só isso pra se apresentar. - Fechei o diário e coloquei na bolsa. 
  Hoje está um dia chuvoso, tinha combinado com alguns moleques que íamos pixar um dos prédios lá do centro, mas parece que não vai dar muito certo com a chuva, desci em um ponto de ônibus algumas quadras antes de casa, saí correndo pra debaixo das telhas de um galpão pra me esconder, era um galpão grande e escuro, ficava do lado de um terreno baldio apenas com pedras e uns matinhos, não pude não reparar no cheiro horrível que estava ali dentro, os portões estavam fechados com um cadeado arrebentado, pelo que eu vi pode ter sido arrombado, eu sou curiosa pra caralho e aquele cheiro tava tanto que estranho, então tirei o cadeado e abri os portões, dei uma checada se havia alguém observando e então fechei, tava totalmente escuro e liguei a lanterna do celular. 
  - Puta merda que cheiro horrível - disse eu tossindo
  Andei um pouco e vi algumas manchas estranhas de cor amarronzado que iam ficando mais escuras a cada passo que eu dava, comecei a ficar com calafrios e por um segundo me tirei o pensando q aquilo poderia ser sangue, levantei o celular pra cima com a lanterna ligada para que pudesse ver, havia umas correntes penduradas nas barras de ferro e tinha uma escada também, e é óbvio que eu vou subir ! O cheiro ficou um pouco mais forte, e então cheguei no segundo andar, havia umas cadeiras escorrendo um certo líquido que parecia recente e então toquei para ver o que era.
  - PUTA MERDA ISSO É SANGUE ? - gritei. 
 Sim, era sangue ! Mas por qual motivo teria sangue de alguém e recente em um galpão ?. Comecei a ficar com medo e estava toda arrepiada, havia várias portas fechadas, eu tava com um grande pressentimento que deveria sair dali, mas eu queria descobrir o que tinha acontecido nesse lugar, então abri a primeira sala, a porta estava meio entreaberta, tinha sangue também, roupas íntimas femininas e umas correntes, eu nunca tinha ficado tão aterrorizada na vida e olha que já vi várias vezes minha mãe tendo overdose desde meus 4 anos, eu estava com medo de abrir a segunda porta que estava emperrada por algo, eu ouvia certos barulhos de lá dentro, o que me deixou com mais medo de abrir,  segurei meu celular com tanta força que pensei q ia quebrar ele com as mãos, e abri, naquele momento, eu nunca tinha ficado tão traumatizada com a cena que eu vi, eu fiquei paralisada, havia mais de cinco mulheres completamente nua cheias de sangue e cortes, uma estava sendo estuprada por um cara com um capuz escondendo o rosto, ele segurava uma faca, e todas estavam presas com correntes e ele estava fazendo aquilo no completo silêncio e percebi q as línguas delas foram cortadas para não haver barulho, eu não sabia o que fazer, eu simplesmente corri e corri muito, tropecei na escada e cai, mas eu estava tão aterrorizada que nem se quer excitei em levantar e correr mais ainda, eu abri os portões e gritei na rua por socorro. 
  - Garota, o que houve ? - veio um homem meio assustado com minha situação 
 Eu estava gaguejando e chorando, não consegui falar direito. 
  - Tem.. Tem algo lá dentro senhor, algo horrível, t-tem .. Um cara.. Com capuz preto... Mulheres cobertas de sangue, ele estava estuprando elas.. 
  - Meu deus ! Vou ligar para a polícia ! Fique calma garota e fique aí ! Você precisa dizer o que viu para eles - disse ele já ligando para a polícia 
  Eu ouvi ele gritando no telefone assustado, eu estava em uma certa transe, como se meu corpo tivesse lá, mas minha alma não, eu fiquei repensando e repensando aquela cena. A polícia havia chegado, entraram no lugar e confiscaram tudo, até que um chegou até mim 
  - Garota tem certeza do que viu ? - Perguntou um 
  - Claro que tenho ! 
 - Olhamos tudo, não havia sangue nenhum, mulheres e nem homem com capuz, tudo que tem lá dentro são caixas com móveis domésticos. 
  Eu fiquei sem reação, entrei lá novamente e era exatamente aquilo que tinha, apenas móveis.. O que foi tudo aquilo ? Como poderia ter sido coisa da minha cabeça ? Foi algo tão real, eu estou ficando louca ?