História The Four - Lana: 19h56 - Segunda-feira de março

  Isso tudo é uma merda, uma merda, seu pai é um merda, mas infelizmente você deve fazer isso. - fiquei repetindo a mim mesma.
  Quando meu pai apareceu saindo do palco. 
 - Vamos querida, público já está a sua espera.
  Revirei os olhos e fui, eu estava com um vestido caríssimo, saltos que são mais caros que as câmaras de gás do Hittler, quando cheguei ao palco havia várias pessoas me olhando, e me perguntei se aquelas pessoas tinham alguma coisa pra fazer da vida ao invés de ver a filha de um candidato a vereador falar nada além de mentiras. 
 - Olá pessoal, boa noite a todos, gostaria de agradecer por terem vindo, é um momento muito importante para mim e para minha família - tossi para soar irônica. 
  Estava lendo o papel que tinha na prancheta, com toda essa merda escrita pelo meu pai, quando comecei a sentir coisas estranhas e com certeza não era de nervosismo, e do nada tudo estava escuro, só havia uma luz do holofote direcionado para mim, tentava ver as pessoas forçando a vista, mas era completo escuro, olhei para baixo e vi meu vestido completo de sangue, sangue que não era meu, fiquei paralisada sem saber como reagir, olhei para cima o holofote estava girando em direção à plateia, e eu os vi, mas meu deus como eu gostaria de não ter os visto, estavam todos mortos, jogados um cima do outro, alguns estavam com os corações para fora e esmagados, outros sem os pulmões, eu nunca vi nada tão horrível e comecei a gritar e chorar, me deitei no chão fechando os olhos e repetindo: 
 - Por favor me tira daqui, me tira daqui ! 
 - Lana ! LANA QUERIDA ? - ouvi os gritos do meu pai 
  Quando me levantei estavam todos vivos, sem nenhum coração ou pulmão fora do lugar onde deveriam estar, meu vestido estava limpo sem nenhum sangue. Todos olhavam para mim assustados, nunca vi o rosto do meu pai com aquela expressão. 
 - Vão se foder - gritei mostrando o dedo para a plateia.
  Sai andando para fora do palco e fui em direção da barraca do bar, ouvi gritos da Tina me chamando, mas apenas ignorei e fui comprar whisky. 
 - Me de o whisky mais caro por favor. 
  O homem do bar me olhava de maneira estranha, ahh por que será né ? 
 -  Lana pelo amor, que merda foi aquela ? - Tina falou quando chegou perto do bar. 
  O homem se virou e me deu o whisky, e eu apenas virei aquela garrafa maldita.  
- Estavam todos mortos Tina, sem coração e sem pulmão
 - Mas quem estava morto ? - perguntou ela assustada
 - Foi a coisa mais real da minha vida, todo mundo tinha morrido, só eu que estava viva, lá em cima do palco, coberta de sangue que não era meu. - cocei o olho para não sair alguma lágrima.
 - Então foi como um sonho acordada ?
 - Sim, só que pra mim era a coisa mais real do mundo. 
  Olhei para o homem do bar e ele estava de costas, mas dando leves viradas como se estivesse prestando atenção na conversa.
 - Algum problema cara ? - perguntei. 
 - Problema algum, senhorita Makenzee. 
 - Como sabe meu sobrenome ? 
 - Talvez por que seu pai seja candidato a vereador e estava falando a minutos atrás antes de você ter um surto de pânico. - falou em um tom sarcástico 
 - Vai a merda cara ! - falei e sai andando puxando a Tina.
 - Não vai pagar o whisky ? - Gritou ele 
 - Coloca na conta do meu pai, porque a senhorita surto de pânico não está com dinheiro no momento.