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História The Four Clans - O Fim de um Problema, Afinal.


Escrita por: RingingBells

Capítulo 24 - O Fim de um Problema, Afinal.


Fuli olhou com puro ódio para Makucha, com os músculos estalando a aparente sinal de perigo, os pelos eriçados, as garras afiadas para briga, e as costas arqueadas. Qualquer um que a visse agora, deveria teme-la, você o faria se fosse Makucha.

Sob a luz ofuscante da lua, os olhos de Makucha brilhavam num amarelo intenso, que davam certo espaço ao verde. De onde estava, seu ponto de vista o tornava pequeno, ela no alto da pedra do conselho, ele aos pés da mesma, como mais um guerreiro de seu Clã, esperando pela ordem, Fuli sabia que era longe disso. Com desgosto, aceitou que ele continuasse, talvez tivesse ignorado uma ou duas frases; Se pegou pensando em quem eram os felinos brancos ao seu lado, se eram tão perversos quanto ele, se estavam a par de seus crimes, essa era sua única opção em que pudesse realmente acreditar.

Olhou com amargura para os felinos brancos que o acompanhavam, boa parte tinham olhos azuis, com exceção daquela que reconheceu ser a mais jovem, e notou uma certa semelhança a um tigre, tinha os olhos verdes, curioso. Outra exceção, era um, aparente, ancião, ele tinha os olhos âmbares penetrantes, que entravam em sua alma, mas não permitiam que você o avaliasse, além da pelagem branca, com listras pretas -Ou talvez o contrário-, pareciam ter pelo mais brancos que o normal, se é que era mesmo possível, talvez algum tipo de impressão que sua visão noturna passava, deu de ombros, e voltou sua atenção a Makucha.

-O Clã Albino é um Clã há muito esquecido, seus ancestrais foram expulsos da floresta,  desde então, vivem escondidos ao Sul, além da Terras Sombrias, cercados de neve e escassez de presas....

Fora apenas as palavras que Fuli assimilara de todo o discurso de Makucha, sua atenção virava de vez em quando, se alternava em fitar os filhotes de Makucha, no outro lado da Clareira, aconchegados sobe a, curta, cauda da representante, com o fixo olhar assustado por parte de Aisha, e um olhar um tanto destemido e odioso por Zaki, com mais mesclados de emoções que não fora capaz reconhecer. Uma vez ou outra, Makucha deslizava suas pupilas ao canto do olho para checar os filhotes, por mais que seu rosto fosse marcado por cicatrizes, as emoções que dele emanavam parecia indecifráveis, e Fuli se sentiu imponente, conhecia Makucha há anos, desde que nascera, ele era representante, sempre fora o herói do Clã, e o Pai de seu (Ex)Companheiro, mas ainda lhe parecia um ser misterioso, envolto a uma sombra que escondia seu passado tempestuoso de todos. Por frações de segundos, se perguntou qual seria o passado dele, qual teria sido sua alavanca​ para o lado ambicioso. Balançou a cabeça de leve, sem chamar a atenção dos outros. Sentiu nos pelos, a tensão no ar, mais por parte de seu Clã, uma onda de choque parecia apenas se estender a poucos ali.

-Prometi a este Clã apenas uma coisa; Um lugar seguro e com presas suficientes para que ele sobrevivesse, e prometi ser Líder deste Clã--

-Basta!

O grande Tigre branco, com o olhar brilhando em chamas inflamadas pulou até Makucha, se debruçando sobre ele. Sua voz forte e firme, parecia um trovão ecoando em uma tempestade abafada. Com o olhar fixo e penetrante nos Líderes sentados na pedra do conselho, Fuli sentiu seu pelo queimar, ansiando por uma morte, que temia ser necessária.

-Esse assassino não fala mais​ por nós!
​Com os olhos faiscando em fúria, mista com surpresa, a cauda de Makucha se contorceu, como se livrasse de uma amarra. Felino nas clareira se levantaram, contagiados pela tensão no ar, queriam atacar, ansiavam cobrar o sangue perdido na batalha contra Makucha, mas, Fuli sabia, nenhum dos líderes autorizara um ataque, e acima de tudo, tinha certeza, de que ninguém o faria sem uma ordem. Ele e o ​Albino​ velho de olhos flamejantes, travaram uma batalhar em seus olhares. A líder prendeu a respiração em uma ação inconsciente, e como se a agitação a chamasse, deslizou os olhos até a jovem ​Tigre Albina​ de olhos azuis, assustada, ela nem se incomodara em colar as orelhas na nuca, como os outros guerreiros, apenas encarava, quase aterrorizada os dois. Se perguntou quem ela seria, mas tinha certeza de uma coisa; Tinha um laço forte com o Tigre Albino maior.

Quando voltou sua atenção até os dois, o Tigre finalmente voltou a encarar a pedra do conselho, como um sorriso vitorioso, parecia ter lidado com a situação. Atrás dele, Makucha crispava os lábios em raiva sem esforço de contenção, as garras contraídas prontas para luta, o olhar fixo e assassino que já matara tantos. Fuli estremeceu, lembrando que Makucha, era pai de Badili, e de fato, não entendia; Como Badili podia ser filho desse assassino?

-Meu nome, é Malkia e eu não tenho vínculos com ele, em meu Clã, não há espaços para um ser sádico​. Mas em parte, o que ele disse, não era uma mentira, precisamos de um lugar para ficar, onde tenhamos comida. Onde vivemos, o clima é tão frio que poucas presas sobrevivem, fora os humanos, com seus bastões que atiram, nos caçam a todo momento. Precisamos que vocês cedam espaço para que nós, o Clã Albino possa sobreviver...

Seus olhos eram honrosos quando encarava os líderes, mas sua voz, era perturbadora, esguia até. parecia algum comando, algum tipo de ordem indireta, parecia ameaçar você. Os líderes se encaram, trocando olhares nervosos, com expressões indiferentes, teriam ficado ali mais tempo, se não fosse a voz enraizada de raiva;  

-E quanto à min? Tínhamos um acordo...
​Rugiu as palavras Makucha, ignorando os olhares curiosos brilhando de raiva dos outros felinos, estes, pareciam adorar o conflito, seus olhos clamavam por uma briga, na qual na importava quem sairia vitorioso, apenas massacrariam o vencedor, e acabariam com essa intervençãode uma vez por todas. 
​Sentiu seu estômago revirar com a sensação de prazer, com amargura, admitira: ​Estava ansiosa para acabar com isso, mesmo que provocasse a morte de Makucha, ou do outro Albino​. Sem interesse, ele olhou de canto de olho para Makucha, desprezando sua presença, sua raiva e sua palavra. Ele balançou a cauda, despreocupado, e como se sentisse prazer, fechou os olhos, e, devagar, pronunciou as palavras de Guerra:

-Nosso trato...? ​Já era​, apenas precisava que me trouxesse aqui. Você já pode ir, a não ser que queira lutar contra todos os que têm contas a acertar​ com você...

Makucha tinha a rara habilidade de mesclar sentimentos em sua face, Fuli percebera, alternava entre a dúvida, o ódio, e a surpresa.
​A parte mais irônica, Fuli pensava, era que ele estava sendo traído, e não traindo​, balançou os bigodes em desgosto. Correu o olhar até Kopa, e se perguntava por que ele insistia em não acabar com Makucha de uma vez.

No meio da clareira, o rugido longo e ameaçador viera de Makucha, se jogando sobre Malkia, pronto para mira-lo na garganta, no momento, sentiu sua pele estremecer, e os pelo se eriçarem, enquanto suas orelhas se mexiam, nervosas. Makucha realmente ia mata-lo?

Como se todos na clareira prendessem a respiração, viu o tempo passar devagar, ninguém se movia, a não ser
o Clã Albino, como se tentassem impedir o inevitável, se contraíram, não a tempo o suficiente;

Malkia virou-se, e deu a impressão de encarar a morte em um, como se esperasse seu fim, fechou os olhos, sem nem mesmo lutar, esperando, agonizando, ansiando uma morte rápida. Makucha se debruçou sob o corpo mole de Malkia, e fincou os dentes na garganta, o sangue jorrou, e logo uma poça vermelha se formou perto da cabeça de ex-líder do Clã Albino. Estava feito. Com os olhares horrorizados na clareira, todos ali perceberam;

Makucha fizera mais uma vítima. Fuli encarou ansiosa a tigre Albina de olhar azul vazio, aquelas orbes lhe lembravam o lago no degelo, o olhar era afetado, mas como se já previsse isso, tentou se manter consertada e estável, claro que em vão, dando um passo em direção ao corpo de Malkia, e Makucha debruçado sobre este.

Ele parecia respirar satisfeito, mas com dificuldade. Fuli sentiu algo dentro de si borbulhar e crescer, era familiar, principalmente quando ouviu todos os rugidos da clareira e, antes que qualquer fizesse qualquer coisa, ela pulou da pedra do conselho, há quatro ou cinco pulos de coelho de Makucha, e com convicção rosnou em um tom ameaçador:

-Seu tempo nesse plano de vida acabou, Makucha. Hora de parar de causar problemas...

Atirou-se em cima de Makucha, como nunca fizera, o pelo manchado de vermelho agonizante apenas lhe ajudou no processo, que não fora menos doloroso quando ele cravou suas garras nos ombros dela, sentindo-os escorrer e sangrar impiedosamente.
​Deu um rugido abafado, e mordeu com vontade a garganta, ate então desprotegida dele.
​Sentia o sangue escorrer, penetrando sua garganta, e o gosto metálico e quente lhe incentivou a apertar mais a mandíbula. A garganta dele era expeça por causa do pelo, mas não demorou até que seus olhos se tornassem o vazio em visão, e sua vida sumiu do corpo como um sopro de ar.

Soltou os dentes da garganta dele, para que pudesse respirar, com dificuldade agora. Ficou assustada por sua primeira - E esperava que última, morte, mas sendo Makucha, o sentimento não se manifestou, dando espaço para uma sensação crescente culposa.

'Por que ele não reagira?'
Toda a clareira pareceu prender a respiração, e Fuli observou que uns, mais que outros a observavam com tamanha aprovação. Olhou para o pequeno e aterrorizado Atlas, encolhido apenas como um filhote, encarando sua mentora com tamanho medo.

O rugido de Kopa tirou todos de seus devaneios, trazendo-os de volta a realidade.

-Essa Assembleia, está encerrada.
​Todos se encaram nervosos, mas logo grupos foram formados, e logo todos estavam prontos para voltarem aos seus respectivos acampamentos, no entanto, ainda pareciam assustados. Fuli olhou de soslaio à sua representante, ainda estavam 'de mal'​, mas não significava que não se importava com ela, ou com os aprendizes que a seguiam. Deu um rápida checada em Zaki, e não reconheceu suas emoções -Resultado de não passar tempo suficiente com o aprendiz-, Aisha, logo ao lado, parecia assustada, e parecia negar que tudo isso realmente acontecera. Jasiri sentiu o olhar da Líder a queimando, e o devolveu com os olhos gélidos, aquecidos pela crescente sensação de querer lhe pedir desculpas.

No outro lado da Clareira, Kopa tinha o olhar fixo e movedor, conversava, sem muitas reações, om a Tigre albina, de gélidos olhos azuis, ela parecia abalada, e Kopa, apenas concordava uma ou duas vezes, estreitou os olhos, se perguntando o motivo ou o assunto da conversa. Balançou a cabeça em frustração, e correu, impaciente, o olhar por toda a clareira, com a sensação de procurar alguém.

Em tão pouco tempo, seus olhos encontraram o mel escurecido de Kion, e assim ficaram se encarando, como se tentassem impor dominação um no outro, quando finalmente um dos dois desviou o olhar, o encontro noturno já estava marcado.

Sem que pudesse perceber, Jasiri se aproximou, com o olhar diplomático, não tinha outros assuntos além dos de seu papel como representante.

"Orelha sujo se lava em casa."

​Relembrou, imitando uma voz fina, que poderia ser comparada a de seu irmão. Jasiri apontou com o focinho a ponta da clareira, mostrando a finalização da conversa de Kopa. Sem outro olhar dirigido a representante, foi até lá, tentando fulminar de raiva.

-O que você fez?

Disse, se aproximando do leão ruivo, recebendo o olhar em troca.

-O que...?
​-Por que me impediu de acabar com aquele desgraçado de uma vez?

De repente sua garganta ficou seca, e sua mente tentou não incluir outras palavras ofensivas nas próximas frases. (Boa parte delas, eram ofensivas) Kopa suspirou em desafio, sem nunca tirar o olhos da Guepardo.

-Acho que deve saber disso; Os ancestrais enviaram uma profecia, não entendi muito bem, nem mesmo os anciões mais velhos do Clã foram capazes de compreende-la, mas....

Agitou as orelhas, tentando se esforçar ao máximo prender-se as palavras dele.

-Tenho certeza que ela se refere a um possível novo Clã...
​-Quer dizer...?

-Sim, o Clã Albino.
​Fuli olhou para a saída onde o Clã Albino havia desaparecido nas sombras.

-O que eles queriam?
​-Algum tipo de território cedido. Eles dizem que os humanos estão avançando cada vez mais, e que logo serão extintos se não fizermos nada.
​Ela disse que nos dará uma lua para pensar, e voltará na próxima Assembleia...

Fuli engoliu a seco, com o gosto amargo de sangue ainda na língua, e as patas a torturando de grudentas por causa do líquido.

-E quanto ao corpo de Makucha?
​Kopa deu de ombros, e não pareceu muito à vontade ao dizer:

-Ele era do seu Clã. É sua​ responsabilidade.
​Deu ás costas, e pareceu abalado por um segundou ou dois. Fuli olhou amarga para o corpo inerte de Makucha, sendo observado por tantos outros. Torceu o focinho com pensamentos lhe rendendo.

​"Por que ele não reagiu?"

...

​Kion abriu os olhos, possivelmente vermelhos e ardentes, encarou a saída da toca por um tempo, até se levantar. Com a costas doendo, não sentiu a disposição para ir, apenas parecia ter perdido o costume de encontra-la todas as noites. ​Faz tanto tempo...

Olhou ao redor; A clareira escura, cercada por muros baixos de espinheiros, os ventos lhe entraram nas narinas e gelavam seus pulmões. Se esgueirando, foi até a saída do acampamento, tentando não ser visto. Sentiu um arrepio subir pela espinha, quando sentiu uma superfície lisa e frio na lateral do seu corpo. Era Kopa.

 

 

 

 


Notas Finais


Então, desculpem pela demora, sabe aquela preguiça esmagadora, que te tapeia toda vez que você tenta fazer algo?
Era alguma coisa assim, além das minhas idas ao dentista.(Minha mãe não é lá muito boa em marcar coisas!)
Quem entendeu a referência aí? Porque eu juro que tem uma.
Era para eu ter postado a outra parte, e fechado de vez esse suspense todo, só que ia demorar muito, porque ia aconteceu muita coisa ainda, então resolvi trazer logo, só pra não esquecerem de Fic.


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