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História The Game of Life - Capítulo 1 - O renascimento


Escrita por: anabfernandes8

Notas do Autor


Bem, eu sei, demorou muuuuuuuuito esse novo capítulo, eu estou sem inspiração para escrever os capítulos em si, mas estou agilizando outras coisas sobre esta mesma fanfic. Espero que aproveitem ao máximo esse capítulo :*

Capítulo 2 - Capítulo 1 - O renascimento


-Ei, querida. - Takeshi chamou minha atenção e apontou para seu copo vazio - Um pouco mais de bebida para mim.

Sequei minhas mãos no pano mais próximo e fui atrás de mais sakê para as pessoas do bar. Eu e minha família, Matsuri e seu pai Tadao, trabalhávamos em um pequeno bar no Mercado Inferior, que era um tipo de periferia que abrigava todos aqueles que ou não tinham clã ou que eram pobres demais para morar perto das pessoas do próprio do clã. O nosso era o primeiro caso. Os preços ali eram ótimos, e vivíamos tranquilamente com o dinheiro que conseguíamos, assim, morar ali não era exatamente um fardo, como muitos pensavam.

-Ino - Matsuri tocou meu ombro e virei-me para olhá-la - Será que pode pegar um refrigerante para o Shun? Aquele sentado ali na ponta.

-Claro. Eu só preciso pegar a bebida do Senhor Takeshi.

-Você está bem? Parecia estranha parada aí olhando para o nada.

-Não se preocupe. - Peguei o sakê e o refrigerante, pronta para continuar mais um dia de trabalho normal. Minha rotina era sempre a mesma: Acordava cedo, abria o bar, servia alguns clientes, fechava o bar e então cama. Eu estava acostumada a isso e por mais que todos os dias fossem um pouco maçantes, eu provavelmente não trocaria aquilo por nada.

Assim que todos os clientes estavam satisfeitos com seus pedidos, voltei para a pilha de louças sujas na pia. Essa era uma tarefa que eu gostava de verdade de fazer.

Uma dor leve e suave invadiu a minha cabeça no momento em que eu abri a torneira. Aquilo era algo ruim. Eu odiava ter dores de cabeça quando estava no trabalho, já que isso significava folga. Ficar sem nada para fazer provavelmente me deixaria louca. A dor se intensificou um pouco mais e só fechei os olhos, esperando aquilo passar.

Dez minutos depois, quando eu estava passando um pano no balcão, foi que eu percebi que aquilo não iria passar. Sentei na cadeira mais próxima, apertando os dedos nas minhas têmporas. Kami, como doía.

-Ei Ino - a voz de Tadao soou tão distante, que achei que estivesse sonhando. - Mais para os nossos...

Respirei fundo, tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse esses estouros internos.

-Bebidas nossos. - ele continuou, mas eu não conseguia focar-me em sua voz. Tão distante, tão distante...

-Ino - de repente era uma outra voz, mais suave e aguda. - Você dormir. - E então eu mergulhei em um sono desconhecido e turbulento.

***

Abri os olhos lentamente, piscando por causa claridade intensa.

-Você está acordada? -Uma voz baixa e desconhecida soou ao meu lado, o que me pôs imediatamente em alerta.

-Quem é você?

-Calma. Eu não sou seu inimigo. - Ele me ajudou a sentar e isso me deu algum tempo para observá-lo de perto. Não havia nada nele que precisasse de uma longa descrição. Ele tinha cabelos cinzas e isso era tudo o que eu precisava no momento para diferenciá-lo dos outros, então ignorei o resto dos detalhes.

-Isso quem decide sou eu. Eu fiz uma pergunta e espero uma resposta. - Ok, talvez eu estivesse sendo um pouco rude. Bem, talvez não um pouco e sim muito rude. Mas eu não estava em um lugar conhecido e um cara com aparência estranha conversando comigo em uma voz baixa não era exatamente minha ideia de algo seguro.

-Eu me chamo Hatake Kakashi. Você faz alguma ideia do que aconteceu com você? -Balancei a cabeça minimamente, e ele pareceu surpreso. - Sério?

-Olha, sem joguinhos de advinha comigo. Eu não sei aonde estou nem o que aconteceu comigo. Estou no escuro aqui, entendeu? Então se você vai me contar, comece logo. Não sou conhecida por ser a Miss Paciência.

-Ok, sem joguinhos. Eu só achei que... Bem, não importa. É o seguinte: o que aconteceu com você é chamado de Renascimento. Começa com uma dor de cabeça leve, um zumbido, um batimento e então termina com um sono profundo.

-E o que isso significa para mim?

-Paciência não é mesmo seu forte, né?! - dei de ombros, numa postura clara de "Eu avisei". - Ok, entendi. Nada de gracinhas. O Renascimento é um dos processos mais importantes do ciclo. É quando você morre como ser individual e renasce como a representante do seu clã.

-Então a Ino sem clã que morava no Mercado Inferior morreu? - ele assentiu e virei a cabeça para analisá-lo melhor, me sentindo totalmente confusa, mas ao mesmo tempo morrendo de medo de perguntar. - E o que renasceu?

-Uma Yamanaka. - Minha postura caiu assim que percebi o que isso significava. Eu nunca tinha parado para pensar muito na minha vida ou no meu futuro, mas agora parecia uma ótima hora para fazer isso. Quer dizer, uma ótima hora para me arrepender de não ter feito isso antes. Afinal, quando a morte bate na sua porta, é inevitável não pensar no que o futuro poderia prometer.

-Eu vou morrer, não é?

-É um pensamento muito negativo para alguém que acabou de renascer. Se você ganhar, não vai morrer.

-Ok, vamos esquecer isso. - Eu sabia que não tinha chance alguma, mas a ideia de discutir algo sobre isso era simplesmente aterrorizante. - Já que estamos aqui e não há nada que eu possa fazer a respeito no momento, que tal me explicar o que vem daqui em diante?

-Bem, hoje a noite ocorre o Jantar de Boas Vindas; depois disso, uma semana de preparação; a Noite de Abertura; e, finalmente, as lutas.

As lutas. As lutas. Kami! Tudo isso fazia parte de algo maior. Uma tradição. Uma honra. O The Game.

Eu o assistia todos os anos na TV. Não que eu gostasse. Mas todo mundo assistia. Todo mundo. E não que todo mundo gostasse.

O The Game era uma atração louvada e celebrada, algo que ocorria uma vez a cada ano. As pessoas lutavam. As pessoas morriam. As pessoas matavam. Isso era tudo que eu precisava saber. Duas pessoas colocadas numa arena para lutar, podendo ter, no mínimo, quatro perdas. Perder uma quinta vez significava a morte. Estremeci. Kami! Eu não conseguia imaginar uma forma de sair dali viva.

-O resto será explicado a você lá dentro.

-Eu não tenho roupa para ir a um jantar. - Certo, eu estava falando sobre um assunto besta demais para que qualquer um se importasse o suficiente. Mas quando você sabe a data de sua morte, e a ideia te deixa muito assustada, qualquer assunto para esquecer isso é válido.

-Não se preocupe. Você ganha tudo aqui. Roupa, comida... O que precisar. Vou levá-la ao seu quarto. Consegue se levantar?

-Sim. - Fiz o meu melhor para me colocar de pé, ignorando o turbilhão de ideias que estava em minha cabeça. Eu estava pronta para morrer? Será que minha vida valeu a pena? E a pior das perguntas: Por que eu?

O homem de cabelos cinzas me guiou por vários corredores desconhecidos, a maioria deles parecia iguais aos meus olhos, até que paramos em frente a uma porta de madeira com uma pequena placa "Yamanaka". Eu tentei me lembrar qual era a sensação de fazer parte de um clã, mas nada veio. Nenhuma nostalgia, nenhum reconhecimento. Nada.

-As roupas estão no armário, obviamente. Há um vestido para o baile. O mapa está em cima da cama. Assim que for 19:00, uma alarme irá soar, então você precisará se encaminhar para o salão de festas. Tudo bem?

-Entendi. Obrigada. - Ele se curvou e se foi. Suspirei, abri a porta e entrei para o que seria o meu quarto até o dia da minha morte.

Felizmente, não era nada demais. Um espaço muitas vezes maior do que o meu antigo quarto, uma cama, um armário, uma poltrona e um banheiro. Tudo o que eu precisava era de um banho. Urgente.

Depois de pronta, enfiada em um vestido amarelo brilhante e em saltos prata que mal me davam segurança para andar sem ter medo de ir de cara no chão, sai do quarto com o mapa em mãos. O alarme ainda não tinha soado, mas meu grau de paciência não me permitiria um segundo sequer sentada em meu quarto olhando para o nada.

O mapa era extremamente claro, o que me permitiu chegar no lugar certo sem demora. Em algum momento durante a caminhada, o sino das 19:00 bateu. Por isso, não cheguei ao Salão de Festas sozinha. Eu não sabia se deveria considerar isso uma benção ou uma maldição.

Pessoas desconhecidas passaram por mim, conversando e rindo, aos pares ou grupos, enquanto eu fiquei parada, sozinha, olhando para o grande salão. Eu tinha me preparado para ver muitas pessoas, de modo que minha presença não pudesse ser notada de forma alguma. Uma multidão seria algo completamente esperado de um evento de porte internacional. No entanto, eu me surpreendi, e me decepcionei, ao ver um salão imenso comportando no máximo 30 pessoas. E isso significava que qualquer um que entrasse seria imediatamente notado. Argh, gemi interiormente. Isso não estava acontecendo.

Pé ante pé, contando cada passo dado, passei pela porta o mais discretamente quanto consegui. O que foi uma tentativa totalmente fracassada. Todos me olharam e senti-me como uma animal acuado. Evitei encarar os rostos presentes e continuei andando a esmo de cabeça baixa. Kami, se isso continuasse assim, a noite ia ser longa. Muito longa.


Notas Finais


Bem, ai está. Se gostaram, sintam-se a vontade para deixarem um sinal de luz para que eu possa saber que está bom e que posso continuar indo pelo mesmo caminho. Se não gostaram, da mesma forma. ^^


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