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História The Game of Life - Capítulo 2 - O jantar de boas vindas


Escrita por: anabfernandes8

Notas do Autor


Olá novamente, voltei com mais um capítulo. Desculpem a demora e espero que apreciem ^^

Capítulo 3 - Capítulo 2 - O jantar de boas vindas


-Por aqui, Yamanaka - alguém que eu não conhecia, e sinceramente não estava nem um pouco a fim de conhecer, me levou até uma mesa grande. Sem escolha a não ser segui-lo, já que me sentia exposta demais em pé naquele salão vazio, sentei-me, olhando completamente perdida para as pessoas à minha volta.

-Boa noite, todos. - A voz de um homem à frente calou todas as outras. Eu o conhecia apenas da televisão. Hio-Sama, o chefe do The Game. Era inevitável não reconhecer sua figura imponente. Seus cabelos eram longos e negros, sua pele alva e seus olhos marrons profundos. Todos aqui sabiam que essa não era sua verdadeira aparência. A verdade é que todos os Hio-Sama tinham essa mesma aparência. Vi essa figura desde que me entendo por gente. Segundo ouvi, era uma tradição a manter. Mais uma tradição. - Estamos aqui reunidos com todos os clãs, prontos para apresentar a todos os nossos novos participantes. Sintam-se à vontade para desfrutar de nossas comidas e bebidas. Obrigado. - Sua fala foi seguida de uma salva de palmas calorosas, inclusive minhas. Eu podia até não saber o que fazer, mas não bater palmas quando algum líder fala é como segurar uma placa de "Eu sou um rebelde" em cima da cabeça. Pelo menos disso eu tinha noção.

O jantar se arrastou lentamente, e meu cérebro começou a ficar inquieto devido à falta de atividades. Tentei comer para acalmar minha impaciência, mas não funcionou. Mais alguns minutos sentada ali sem fazer nada me deixariam louca.

-Participantes à frente, por favor. - a voz do cara de cabelos cinzas, que me recebeu mais cedo, aliviou meu interior impaciente e pus-me imediatamente de pé. Junto comigo, outras nove pessoas foram à frente do salão e fomos organizados em uma fila horizontal. Kami, ainda bem que teríamos alguma ação. Mais um momento e eu teria sido capaz de sair correndo, gritando e arrancando meus próprios cabelos por aí. - Deem um passo à frente e digam seus nomes. Em ordem, começando da direita. Depois de todas as apresentações, por favor cumprimentem uns aos outros com apertos de mão.

Olhei para ambos os lados para ter uma breve noção de quais eram meus parceiros. A primeira vista, nenhum deles parecia interessante o suficiente para uma segunda olhada minha. A proximidade da morte não me deixou mais ansiosa em capturar detalhes. Na verdade, quanto menos eu lembrasse da vida, mais fácil seria deixá-la ir. Já era difícil o suficiente saber que deixaria Matsuri e Tadao. Eu não precisava de mais um motivo para querer ficar viva, sabendo que isso era impossível a essa altura do campeonato.

-Sabaku no Gaara. - Era o primeiro garoto a se apresentar. Quer dizer, o primeiro homem. Seus cabelos eram vermelhos de uma forma brilhante. E isso era tudo o que eu precisava saber no momento. Isso era eu. Em um primeiro momento, eu só usava a cor dos cabelos para diferenciar as pessoas. Isso era algo totalmente não pessoal, geral o suficiente para uma pessoa que acabei de conhecer e com quem esperava ter intimidade zero.

-Hyuuga Hinata. - Cabelos azuis. Kami, eu era a próxima. Meu rosto queimou e dei um passo incerto.

-Yamanaka Ino. - Meu sobrenome pesou em minha boca com um gosto amargo, mas tentei ignorar. Minha voz havia saído tão vacilante que achei que ninguém tivesse escutado. Ótimo. Começar bem pra quê, Ino, se você pode acabar com tudo de uma vez logo.

-Uzumaki Naruto. - Cabelos amarelos.

Conforme os demais foram se apresentando, meu nervosismo foi abrandando, finalmente percebendo que aquilo não era tão difícil. Um frio na barriga ainda tomava conta de mim, mas eu podia lidar com aquilo.

-Hyuuga Neji. - Cabelos marrons.

-Haruno Sakura. - Cabelos róseos. Kami, os cabelos tinham realmente uma diversidade interessante.

-Uchiha Sasuke. - Um zumbido leve penetrou minha mente, mas como não estava forte, tratei logo de ignorá-lo. Era provavelmente uma consequência do tal Renascimento. A cor dos cabelos do último nome foi perdida por mim. Seja como fosse, eu duvidava de que ele era importante a ponto que até mesmo gravar a cor de seus cabelos fosse algo necessário.

-Nara Shikamaru. - Cabelos marrons. Ok, primeiro critério sendo repetido me leva ao segundo critério. Cor dos olhos. Os desse eram marrons; diferentes dos do primeiro, com toda certeza. Por que eu estava sequer lembrando da cor dos cabelos ou olhos? Por que estava me dando esse trabalho? Provavelmente ficaria na minha até chegar o dia da minha morte.

-Sabaku no Temari. - Cabelos amarelos. Quer dizer, marrons. É, sei lá. Os cabelos dela eram algo entre o marrom e o amarelo. Bege, ou qualquer coisa assim.

-Mitsashi Tenten. - Cabelos marrons. Kami, tínhamos marrom dominando aqui.

Após as apresentações, como avisado começamos a apertar as mãos uns dos outros. Cabelos amarelos. Cabelos marrons. Cabelos róseos. Marrons de novo. Azuis. Vermelhos. Foram tantos apertos de mão que liguei o automático.

Um dos apertos, porém, levou a melhor sobre mim. Eu não sabia qual cabelo, ou qual mão; tudo o que sabia era que o mundo desapareceu à minha volta e um zumbido constante começou. Que diabos...

-Haha, isso vai ser interessante. - Virei-me ao som de uma voz grave e levemente irônica. Deparei-me com um rapaz alto, mas não muito maior do que eu, com cabelos azuis intensos e espetados, olhos negro-ônix e pele bronzeada. Sua boca estava curvada e seus olhos tinham um brilho estranho. - Cabelos loiros; olhos azuis como o céu; pele amarela que vê constantemente sol; uma expressão pacífica prestes a ser corrompida; um pouco alta, mas não mais que eu, e isso é bom; corpo... Você pode dar uma voltinha?

-Quem é você?! - encarei-o, tentando decidir se devia cair na dele ou não. Bem, não era uma má ideia começar a fazer amigos. - Desculpe se fui rude. Só quero ter um nome para chamá-lo na minha cabeça.

-É Itachi. Mas não precisa se preocupar com isso, sinceramente. Hum, que tal aquela voltinha? - olhei-o como se ele tivesse acabado de sair de um hospício. - Certo, esqueça. Teremos muito tempo para conhecer um ao outro. - Ele enganchou seu braço em meu ombro e começamos a andar como velhos amigos. Aquela intimidade forçada e repentina deveria ter me incomodado, mas não o fez. Na verdade, me deixou com uma sensação boa. Essa experiência não precisava ser de todo ruim. - Que tal comida? Soa bem para você enquanto conversamos?

-Soa bem. Sobre o que quer conversar? - ele nos levou à mesa e, como um perfeito cavalheiro, serviu-me uma refeição completa.

-Não sei. Sobre você, sobre mim, mais sobre você na verdade. Pode começar me contando detalhes específicos sobre você. Cor favorita, hobbies, comidas preferidas... - deixei a confusão tomar conta do meu rosto, e ele deu um murro de leve em sua cabeça. - Merda, esqueci de explicar. É bem simples na verdade: existem aqueles detalhes gerais, coisas que todos conhecem sobre você; e existem aqueles específicos, coisas pequenas, mas com grande significado que poucas pessoas sabem. Quero saber esse tipo de coisa.

-Não há nada de muito específico sobre mim, acho.

-Qual é, querida. Há detalhes específicos sobre todo mundo. Só é preciso ter paciência para explorá-los.

-Você nem ao menos sabe o meu nome - Como alguém quer algo específico se não sabe o básico?

-Bobagem - ele bateu a mão no ar, como se não fosse nada. - Seu nome é algo comum. Geral. Em uma semana, essa é uma informação que todos irão saber. E quando eu digo todos, eu quis dizer o mundo todo. Eu não quero estar no mesmo patamar que o mundo todo. - ele gesticulou algo com as mãos, parecendo animado. - Coisas específicas são a real chave do negócio. Sua cor favorita por exemplo. Ninguém saberá a menos que abra sua linda boca.

-Quer mesmo saber? É amarelo. - Pronto, acabei logo com isso. Ele sorriu, mostrando os dentes, parecendo um pouco convencido.

-Coma. Tenho a noite toda para tirar informações de você.

Fui acordada pela brusca puxada de mão. Kami, isso foi... Um sonho? Meu rosto ferveu de constrangimento. Eu dormi enquanto apertava uma mão? Surreal!

-Desculpe. - curvei-me, tentando não olhar para o rosto do homem que apertara minha mão.

-Ei - duas outras mãos agarraram meus ombros, imobilizando-me no local. - Você está bem?

-Banheiro. Eu preciso ir ao banheiro. - Soltei-me de quem quer que fosse, e corri pelo salão, tentando ignorar alguns olhares estranhos pelo caminho. Kami, não. Isso não estava acontecendo.

Parei em frente à pia, abrindo a torneira e fechando meus olhos, enquanto molhava meu rosto. Por que isso estava acontecendo? Por que eu dormi? Kami, que vergonha.

Quinze minutos depois, e já preparada psicologicamente para enfrentar o caminho do constrangimento, saí do banheiro. Caminhei alguns passos até a mesa das bebidas, evitando todos os rostos, e lá parei, tratando de fitar a minha bebida como se fosse a coisa mais interessante que já tivesse visto na vida.

-Com licença. - uma voz exatamente à minha frente me fez levantar o olhar, curiosa. Eu queria saber se isso era comigo, já que parecia loucura a ideia de qualquer um desses desconhecidos dirigindo a palavra à mim. Focalizei o rosto da pessoa, guardando seus cabelos laranjas para identificá-lo. - Você é Yamanaka Ino?

Contorci meu rosto, transformando-o em uma carranca de desgosto perante o uso daquele sobrenome.

-Sim, sou eu. - minha voz saiu mais amarga do que eu gostaria. - Quem é você?

-Uau, não seja tão defensiva. Não vou machucá-la. - Meu rosto ficou sem expressão, enquanto eu apenas o encarava.

-Eu julgo isso, não você. Se está aqui para dizer coisas sem sentido como essa, apenas vá embora. Aposto que os outros participantes adorarão ouvir o que tem a dizer, mas não esta garota aqui.

-Eu... É... Desculpe, você tem razão. - ele pareceu envergonhado, o que só me deixou mais na defensiva. Kami, o que esse cara queria? - Eu estou aqui para apresentar-me a você. - Continuei a encarar, não me importando que isso era algo totalmente rude, tentando pensar em um motivo sequer para ter que conhecer alguém como ele. - Você se lembra de mim?

-Por que deveria lembrar?

-Por que eu sou seu tio. - Sua cara de expectativa me bateu com força e me fez querer rir. O que ele achou? Que viria até mim, diria que é parte de uma família da qual eu obviamente não fazia parte mas que agora faço por causa de uma tradição estúpida que oprime as pessoas, e que nos abraçaríamos até o amanhecer? Santa ingenuidade.

-E? Tudo bem, você é meu tio. Se já acabou, pode ir embora.

-Ouça, Ino...

-Não, ouça você. - Senti os vincos da minha testa se enrugarem, devido a uma raiva que começou a se formar diante dessa situação ridícula. - Eu sinto muito, mas isso não muda nada. Não é que eu não queira gostar de você, ou algo assim. Eu só quero que entenda que não vamos começar a ser uma família só por que você veio e falou sobre alguns míseros laços de sangue. Me perdoe se eu estiver errada, mas esses laços acabaram no momento em que comecei a morar no Mercado Inferior, e portanto, comecei a integrar o grupo das pessoas sem clã. Acabaram no momento em que as pessoas do clã que eu fazia parte, o que inclui você, desprezaram totalmente minha existência e não tiveram nem a compaixão para fazer uma visita e saber como eu estava e se eu estava bem. - Sim, eu sou bem amarga sobre esse assunto mesmo, um monte de ressentimento. Como ele tinha coragem de vir dizer que era meu tio quando ele e seu maldito clã me ignoraram por quase uma década? - Saber que é meu tio não acrescenta nada à minha vida além de algo para esquecer no fim do dia. Sinto se te ofende, mas eu preferia ter vivido na ignorância sobre esse assunto. - e, suavizando minha expressão, sussurrei - É apenas uma coisa a mais para esquecer. Isso é tudo?

-Não, eu... Eu entendi o seu recado. Só queria que soubesse que pode contar comigo. - Não quero contar com você, seu babaca. Não preciso de uma família. Não preciso de mais gente para me apegar justo agora. - Realmente. Estou ao seu lado. Vou torcer por você.

-Não jogue sua torcida no lixo. O máximo que vou conseguir é morrer com honra. Talvez, nem isso.

Ele coçou a nuca, parecendo, de repente, incomodado com minha presença.

-De qualquer forma, lhe desejo sorte. Ganhando ou morrendo, ainda está representando o clã Yamanaka. - Ótimo! Represento um clã do voltei a fazer parte há, no máximo, seis horas, e ainda assim contra a minha vontade. Isso só está ficando melhor. O que o final do dia me reserva? Meu pai morto saindo da tumba? - Que tal eu levá-la ao seu quarto? Isso aqui não vai demorar a acabar.

-Eu já posso ir embora?

-Deve. Há... há muita atenção indesejada aqui. - Ele olhou em volta, como se estivesse procurando alguém em especial.

-Como assim? Não entendo o que quer dizer.

-Não se preocupe. Venha. - ele apontou a porta de entrada, me levando. - Vou acompanhá-la.

Ele me escoltou até meu quarto, murmurando coisas aleatórias no caminho. Dessa vez, não o interrompi. O recado já tinha sido dado e ele parecia ter entendido muito bem. Nada de família aqui. Só dois estranhos andando e jogando conversa fora. Chegamos rapidamente à minha porta, e assim que o fizemos, ele suspirou alto.

-Estamos aqui. Foi ótimo conhecê-la, ver como cresceu e mudou. Sinto muito que não fomos próximos durante esses anos. Qualquer coisa que precise, estarei na Sede. - Quão assustada eu deveria ficar para poder pedir ajuda a um alguém da família que provavelmente sabia da minha existência, mas que passou anos não dando a mínima para isso?

-Boa noite. - Abri a porta, pronta para entrar e descansar desse dia infinito, mas ele me parou com uma mão no meu braço. Kami, o que é isso? Quem ele pensava que era para...

-Eu... Não quer saber meu nome? - Inclinei minha cabeça, tentando decidir se ele estava brincando ou se realmente se importava. O que eu deveria fazer?, matutei comigo mesma. Bem, danem-se as regras. Eu me forçaria a esquecer qualquer coisa que essa pessoa dissesse, então poderia escutar só para mandá-lo embora.

-Vá em frente.

-É Fuu.

-Boa noite, Fuu. - Entrei, não esperando para receber qualquer resposta. Kami, o dia não acabava mais.

Fui ao banheiro e tomei um banho, ensaboando e lavando toda a insegurança, todo o medo, todo o constrangimento e principalmente, descartando todos os detalhes desnecessários, como por exemplo os nomes dos participantes e o incidente com meu "tio".

Pesquei no armário uma roupa de dormir. Disposta a recarregar toda a energia (que eu poderia apostar que estaria negativa se alguém olhasse) perdida nesse dia exaustivo, deitei-me e puxei a coberta. Não sei o que esperava dessa noite, mas com certeza a vida não iria facilitar essa para mim. Tudo o que queria era uma noite tranquila de sono e isso foi tudo o que não aconteceu. Em minha mente, um sonho conturbado começou. E tudo o que vi foram cabelos azuis, olhos ônix, pele bronzeada e estatura alta.

Itachi.


Notas Finais


Bem, aí está. Espero que tenham gostado tanto quanto eu e sintam-se à vontade para mandarem comentários, se vocês quiserem, claro ^^
Beijos e até o próximo capítulo.


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