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História The gay dictionary - 3.0 - Wake up, dude


Escrita por: HugoDiaz

Capítulo 3 - 3.0 - Wake up, dude


Algo a falar sobre o Allan Ueda é que foram necessários vários meses de amizade até ele finalmente me contar a primeira mania que teve quando era criança. Odaxelagnia. Ninguém sabe o que é isso, não é? Claro que não.

Allan tem uma incrível mania (ou distúrbio, como ele gosta de dizer) de, escute bem, morder os seus colegas. Desde que viramos amigos chega a ser uma coisa estranha o tanto de mordidas que meus braços têm quando saimos juntos. Eu até que entendo ele, afinal era claro que o garoto não conseguia segurar a vontade de morder qualquer coisa que via pela frente, muito menos alguém que estava assim tão perto como eu, do mesmo modo que de vez em quando durante as aulas ele morde os próprios dedos.

Só que eu não estava preparado para receber uma agressão daquela para acordar do meu sono profundo mais conhecido como a concussão que o King Kong causou em mim que me fez desmaiar.

-Bacaba! - Não demoro a me sentar no banco do vestiário que custei a reconhecer porque a visão ainda era turva e o astigmatismo não me era útil de maneira alguma. Balanço meu braço varias vezes para ver se a dor passava ou qualquer coisa assim.

-Eu disse, Alina, eu poderia ser um médico agora mesmo que ninguém notaria - Ele disse orgulhoso para a garota que estava totalmente desconfortável dentro de um oásis masculino onde a maioria já havia ido embora mas ainda tinham algumas almas passando desodorante ou trocando de roupa.

-Claro que iam notar - Troye estava bem próximo do meu rosto, mexendo nos meus olhos e me avaliando - Sua altura te entrega.

-Não entrega, não. Duvido que ele cresça mais do que isso - Esboço um sorriso, tentando mostrar para ele o quanto estava bem mesmo que a sala continuasse girando. Como na música da Melanie Martínez.

"Rodando e rodando como um cavalo em um carrossel"

- Vocês estão é com inveja - Allan se opõe - queriam ter alguém como eu do lado - Ele puxa a manga da camisa e começa a beijar os próprios músculos.

-Claro que não, querido. Eu não me contento assim com pouco - Alina aponta para as calças do menino. O que o deixa totalmente vermelho de raiva, ou vergonha, ou algo assim.

-Racismo! Os japoneses também tem alma, sabiam? - Ele não era japonês. Tinha descendência coreana. Mas como todos trocavam coreano por japonês, nem mesmo ele fazia real questão de reafirmar isso para o mundo.

-Olha, alma podem até ter...

-Tapada.

-Como acabou o jogo? - Pergunto para Sivan, que continuava observando meus olhos como se fosse o próprio doutor House.

-Relaxa, mona, vocês ganharam. O marombado aí teve a decência de fazer um gol depois de você teve que sair.

-Não tem de quê - Ueda faz uma reverência.

Me levanto devagar e me apoio em Troye para levantar ainda zonzo. Para ser sincero, ele me tratava como uma criança. Ele segura minha mão passando-a pelos ombros enquanto a outra segura minha cintura, me deixando apoiar todo o peso do meu corpo no dele. Meus olhos balançavam nas próprias órbitas enquanto isso.

-Bom, então acho que já podemos ir embora, não é? - Pergunto para todos eles.

-Nós vamos com o carro do meu padrasto - Alina anunciou, puxando as chaves do bolso e balançando-as no ar.

-Você não tem idade pra levar um carro - Allan contesta a afirmação da menina, um tanto nervoso quanto a isso.

-E Franta não consegue ir andando - A menina revira os olhos e arruma a blusa que começava a mostrar as gordurinhas - A não ser que você resolva carregar ele com seus braços torneados, nós vamos de carro.

-Ah, sim. Tudo bem. Mas qual é o seu carro?

-Uma B.M.W - Ela sorri.

Subimos aqueles infinitos degraus do vestiário. Alina primeiro. Eu e Sivan. Allan por último.

Depois do campo, vinha o enorme estacionamento mal iluminado pelos holofotes com pouquíssimos carros e motos. Claro, procurávamos pela BMW que tínhamos ouvido falar da boca de Alina, mas depois de alguns minutos observando, não conseguimos achar nada.

-Aqui esta! Como vai, meu queridinho? - Alina abraça o carro que estava na nossa frente.

-Um UNO? Sério? - Ueda diz inconformado - E nem tem quatro portas, Ali. Pelo amor de Deus...

-Você prefere ir com os calcanhares?

-Com os calcanhares eu vou nessa carroça dos flinstones!

Ela deixou que Troye e eu entrássemos nos bancos de trás e ele e Alina foram no banco da frente. Apoio minha cabeça no ombro do garoto, com os braços totalmente doloridos. Ele por sua vez apoia sua cabeça na minha.

-Muito bem... Vamos lá... - Ali reclama. Ela gira a chave, aperta a embreagem e não demora para começar a dirigir. O carro ronca e faz barulho, dando toda hora sinais de que pararia de funcionar, mas Alina continuava a conversar com o carro e acaricia-lo.

-Por que não me trata do mesmo jeito que trata essa velharia? - Allan questiona.

-É porque ele não fala - Alina mostra a língua.

Andamos bem uns dez minutos seguidos dos carinhos da menina com o carro e a grande falação de Allan, nem notamos e já estávamos no meio do caminho para chegar na minha casa.

- Ahn... pessoal - Troye os interrompe, apontando para o que tinha no final da rua.

Uma blitz.

-Ok. Vocês precisam ficar totalmente em silêncio agora, entenderam? - ela pede.

-Eu avisei que não daria certo. E vocês escutam o japonês? Não escutam. Eu deveria ser mais respeitado entre vocês. - Allan começa a morder a própria mão.

-Cale a boca, Ueda! - Quando Alina usava o sobrenome, era sinal que estava totalmente irada.

-Eu só estou dizendo que...

-Allan , eu juro que vou te jogar desse carro nesse instante se você não parar de se desesperar.

Mas ele não parou. E a polícia estava bem próxima.



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