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História The General - Após 16 anos



Notas do Autor


Contagem regressiva para a fase palácio
Boa leituraa

Capítulo 25 - Após 16 anos


Fanfic / Fanfiction The General - Após 16 anos

Pov América

Imaginei que após dezesseis anos as pessoas tivessem tempo para aprender com os próprios erros, que iriam reconsiderar suas antigas ações e pensar novamente quanto tentarem fazer qualquer besteira novamente, mas óbvio que há sempre um motivo para refazê-los. Afinal, se já o cometemos anteriormente, porque não fazer tudo novamente? E esses líderes rebeldes parecem ser especialistas em refazer os próprios passos, mesmo sabendo que não dará nada certo no final. Acho importante ter esperança, de verdade, como dizem é a última que morre, mas do que adianta ter fé quando todas as possibilidades dizem o contrário? Do que adianta torcer pra dar certo em vez de simplesmente fazer acontecer, trabalhar e planejar para que a esperança realmente seja a última? Acordar pela manhã com o jornal no volume máximo e repórteres teorizando sobre golpes falhos, corrupção e crises já virou rotina.

Illéa está um completo caos, se duvidar pior do que isso, uma guerra civil eminente alastrando a vida de todos no caminho. Estávamos tão preocupados que nos distanciamos de todos. Insistimos para que Gerard terminasse a faculdade no exterior, para que May resolvesse viajar pelo mundo e mandamos Richard e Astra para um colégio interno na Itália indicado por Nicoletta, onde tenho certeza de que estarão salvos, já que a mesma me garantiu isso, além de mandar seus filhos para o mesmo colégio. Foi difícil, meu filho não queria ir para longe sozinho e Marlee não deixava em hipótese nenhuma Kile ir com o amigo. Todos tentamos conversar com ela, convencê-la de que era o melhor para o filho, que aqui ele correria perigo, até que ela finalmente cedeu. Chorou por semanas e comecei até a me sentir mal por não chorar por meus filhos. Eu deveria ou Marlee é só exagerada?

 Kathrine foi a única que ficou conosco, e ainda assim houve muito debate em relação a isso. Ela ainda era muito nova para se separar dos pais e eu não sei se conseguiria acordar todas as manhãs e descobrir a casa silenciosa. Sempre gostei dos gritos vindos dos quartos das crianças, mesmo aqueles durante a madrugada que me impediam de dormir a noite inteira. Will queria que Kath fosse para um colégio interno na França, mas felizmente conseguimos dissuadi-lo da ideia. Sei que suas motivações são as melhores e quer que a filha tenha as melhores oportunidades para o futuro, mas não quero traumatizá-la ou algo do tipo a mandando para o outro lado do oceano para falar uma língua que não conhece. O convenci que ela estava segura por nós quando finalmente descobri que já não procuravam mais por mim.

Acho que estava me sentindo um pouquinho egocêntrica naquele dia para pensar que até mesmo Maxon passaria dezesseis anos à minha procura. Ele está certo, eu sumi e desapareci do mapa por completo, chega uma hora que até a esperança vai embora. Inventaram que tinha sido morta por rebeldes sulistas. Acho que foi inteligente da parte de Clarkson anunciar isso para a imprensa, atraindo pelo menos uma parte da população que me queria como rainha para seu lado contra os rebeldes. Não sei se Maxon acreditou nisso, mas isso não importa agora.

Quando Will apareceu para mim me oferecendo sua ajuda, disse que eu teria que ser paciente. As coisas não acontecem só porque desejamos, disse ele, precisamos ser pacientes e esperar pelo momento oportuno para agir. E por dezesseis anos eu esperei, ansiosamente, pelo momento que parecia nunca se aproximar, mas agora, é perceptível em todos os jeitos possíveis que esse dia está chegando. Esperei por isso por anos, mas a cada dia que passa eu desejo voltar para o dia em que o encontrei. Talvez seja o medo de que tudo seja arruinado quando o momento chegar, ou que minha família desabe com as revelações que aparecerão, ou que as coisas simplesmente mudem.

 Fecho os olhos novamente na esperança de dormir novamente e sinto seus braços ao redor da minha cintura, seu corpo quente me aquecendo na manhã fria. Ele me envolve, me puxando para mais perto de si, e começa a beijar meu pescoço desnudo.

_Bom dia. –sua voz rouca de sono é música para meus ouvidos. –Tão cedo acordada. –sua barba roça pela minha pele e sinto minha espinha estremecer.

_Sim, está tudo muito silencioso. –ele não me responde, parece querer entender sobre o que digo, porque a única coisa que consigo ouvir é sua respiração atrás de mim.

_Sente falta do barulho? –assinto. –Podemos fazer barulho, posso te fazer gritar se quiser, eu não me importo. –me viro para olhá-lo sorrindo para mim, a luz que provém da janela iluminando seus cabelos loiros.

 _Porque não guardamos isso para outro dia? –ele beija levemente meus lábios e se levanta.

_Vou acordar Kath enquanto fica de moleza. –ele sai de pijama mesmo e fecha a porta.

Me levanto rapidamente e desço para o café da manhã. Os dois já estão na mesa sentados e me esperando. Kath ainda com a cara de sono, toda descabelada e sinto dó de tê-la acordado, mas ela que pede, e sei que se deixá-la continuar dormindo brigará conosco quando acordar. Ela herdou a personalidade geniosa que todos temos. Grande parte dos criados foram dispensados das atividades da casa nesses anos, a maioria continua morando nas casas da propriedade e tem novos empregos, não iríamos demitir ninguém, não sabendo da situação atual do país, fazemos nossas refeições na cozinha mesmo, com nossos pijamas e sem nada para atrapalhar o momento família. Will é um ótimo cozinheiro, nosso salvador na maioria os dias, porque acordo com muita preguiça de nos fazer comida pelas manhãs. Ele não se importa, e se se importa não diz nada. Somos só nós três na casa, então as únicas pessoas que precisamos é de Laura e de uma babá, essas duas não conseguimos abrir mão.

_Me desculpe, Senhora Lyon, o ônibus atrasou. – Julia, a babá, aparece atolada pela porta dos fundos.

_Não se preocupe, acabamos de acordar. – ela sorri aliviada. – E já disse que pode entrar pela entrada principal. – ela cora constrangida e leva rapidamente minha filha para algum lugar e subimos para nos arrumarmos.

 _Deixa que te ajudo. –ele percebe minha luta para fechar o zíper do vestido e sorri do meu embaraço. Me viro de costas para facilitar para ele, que sai do banheiro, mas não sinto o zíper subir. Olho para o espelho na minha frente e vejo sua imagem encarando meu corpo e quando seus olhos encontram os meus, sorri malicioso. Ele caminha lentamente em minha direção, me abraça por trás e começa a descer meu vestido, depositando mais beijos em meu pescoço. Não consigo não sorrir, já sabendo exatamente onde isso vai dar. Me viro de frente para ele e finalmente selo nossos lábios. Não nos desgrudamos enquanto caminhamos em direção da cama, o empurro, o fazendo cair no colchão com um sorriso. Ouço os passos no corredor e as batidas na porta, preciso usar toda a minha força de vontade para me separar. Me sento na beirada da cama, o vestido já me cobrindo por inteiro, apesar do zíper ainda aberto nas minhas costas.

 _Pode entrar. –Will grita e Kath aparece sorrindo no vão da porta.

_Mamãe! Mamãe! Olha! –ela corre, pulando em meu colo com uma folha nas mãos.

_O que é?- olho para os rabiscos tentando compreender o que poderia ser isso.

_Que peixinho lindo. –Will se ajoelha e pega a folha em sua mão.

 _É, um peixinho lindo. –concordo sem entender como ele pode compreender que isso seja um peixe. –Está lindo, meu amor. –ela sorri orgulhosa, pegando a folha da mão de Will e correndo para fora do quarto, provavelmente para mostrar sua oba de arte para outras pessoas. –Como você...?

_Ela adora peixes. –responde vago. –Se for amarelo é peixe, se for marrom, um cachorro e se for azul uma borboleta. –me sinto quase culpada por não saber dessas coisas. –Já me acostumei. –ele dá de ombros como se esses detalhes não tivessem a mínima importância.

_Só você mesmo. –me levanto e ele ri novamente. –Agora me ajude. –aponto para o zíper e ele ameaça um novo sorriso. –Estou falando sério.

 _Tudo bem. –revira os olhos. –Preciso ir pro palácio em todo caso, mas mais tarde você vai se ver comigo. –seus olhos me observam tão profundamente que fico em dúvida se realmente ouvi isso.

_Você não muda mesmo. –sei que corei. Ele me pega pela mão e começamos a sair do quarto quando Kathrine aparece novamente.

 _Traz presente pra mim, papai. –ela faz sua melhor voz de manhosa e pula no colo do pai, que não consegue dizer não para sua garotinha.

_Trago sim. –ela sorri abertamente. –O que quer, meu amor?

 _Uma boneca. –ele sorri, como se já esperasse por essa resposta. –E doce! Quero doce. –minha vez de sorrir. O pedido não estaria completo sem doce.

Pov William

Eu achava que comprar a boneca seria a parte difícil. Suportar Clarkson depois de todos esses anos já tinha se tornado fácil, mas justo hoje as coisas tinham que complicar. Depois que sai da loja, me dirigi imediatamente para o palácio. As coisas já estavam ruins quando cheguei. Os portões não queriam se abrir para que entrasse, então fiz a única coisa que podia fazer no momento. O deixei de lado e pulei o muro. Conseguia ouvir os tiros mesmo da entrada da propriedade e soube que as coisas estavam completamente erradas. Não era pra eles estarem atacando, eles não me avisaram, e isso só me deixou com ainda mais raiva. Como eles conseguem estragar tudo em tão poucos minutos?

 Saco a arma que sempre guardo para emergência, e esse é um caso de emergência, e corro em direção dos corredores principais na tentativa de descobrir o que está acontecendo. Quando eles chegaram, até onde chegaram e se o rei e sua família já estão bem no abrigo. Observo detrás da árvore a explosão, sem acreditar que isso realmente esteja acontecendo. Eles não podem ter arranjado granadas, eles não têm recurso para isso, não tem nada a não ser eles mesmo e suas forças de vontade.

 Espero, escondido, que a retaguarda adentre nos jardins e me dirijo para o lugar da explosão, onde centenas de pregos estão perfurados na carne de guardas. Bombas caseiras, é claro. Como se as coisas não pudessem piorar. Poderia passar meus minutos tentando descobrir o que são esses outros materiais despejados, mas não tenho tempo. Já encontrei muitos guardas caídos no chão, muitos mortos, outros gravemente feridos, mas nenhum que pudesse me dizer exatamente onde estão Clarkson e os outros. Uma raiva me sobe imediatamente. Ele não pode morrer, não ainda. Eu juro que se o encontrar morto, se algum rebelde sulista tiver o matado, seu destino vai ser o pior possível. Eu tenho o monopólio da morte de Clarkson e não vai ser um rebeldezinho de terceira que tirará meu direito.

Adentro nos corredores do primeiro andar e ouço os sons da luta. Um guarda rola no chão com um rebelde, a arma dos dois jogadas a metros de distância, com nada mais do que seus punhos para se salvarem. Aponto a arma e espero que eles parem de se mover muito para que eu possa ter uma visão clara, então quando os dois se separaram, o mínimo possível para que conseguisse diferenciar os dois corpos, atiro. O corpo morto do rebelde cai em cima do guarda, que usando seu último resquício de força o joga para o lado e finalmente recupera sua arma.

_Obrigada, chefe. –Leger aperta minha mão e bufa de cansaço.

_Clarkson. Onde ele está?

 _Todos já estão no abrigo. Estão seguros. –meus músculos relaxam e me permito respirar por um tempo. Um erro de principiante. Já devia saber que mais rebeldes apareceriam. Só dois, então achei que poderíamos dar conta do recato. Dois contra dois, não seria tão difícil assim. Atiro no primeiro antes que ele pudesse atacar e, como uma hidra, mais dois apareceram atrás dele. Analiso a situação, somos dois contra três, duas armas contra um machado e dois porretes. Olho para Aspen, ele sorri confiante como se dissesse que estaria comigo independente do que eu escolhesse. Assinto e ele atira no primeiro, que já corria em nossa direção. Ele nem com o tiro para, foi preciso mais dois para que finalmente caísse no chão, sangue escorrendo de sua barriga.

Aponto para os outros dois, na esperança de que vejam o que aconteceu com os dois primeiros e resolvam fugir, mas ao invés disso, botam as mãos nas costas e retiram as armas. Eu devia ter previsto essa, me xingo mentalmente. Me viro para trás para mandar Aspen recuar, quando senti a dor na coluna. Eu não estava tão velho assim para ter dores nas juntas, para reclamar de dores musculares, então estranhei a súbita. Ainda alheio ao que acontecia ao meu redor, levei a mão às costas para retira-la completamente ensanguentada. Não sei se foi o choque por ver, pela primeira vez, meu próprio sangue, o cansaço, ou a dor, mas caí no chão sem poder impedir que minha cabeça batesse na parede. Podia ouvir o barulho dos tiros, dos gritos ao lado, a voz de Aspen chamando meu nome, mas sem poder vir em minha direção por possuir uma legião de rebeldes à sua frente.

 Estava ficando inconsciente, conseguia ver isso, meu corpo não doía mais, parecia uma daquelas noites em que você relembra o quão cansativo o dia foi e só quer deitar e fechar os olhos para descansar. É assim que me sinto, exausto. Meus músculos imploram para que eu pare, minhas pálpebras lutam para continuarem abertas, mas a única coisa que quero é fechar os olhos e descansar, mesmo sabendo que se fizer isso, nunca mais acordarei. Os borrões passam pela minha frente e tento distinguir o que está acontecendo, até que não vejo mais nada, só a escuridão, então sei que fechei os olhos, sei que dormi e que finalmente vou poder descansar.


Notas Finais


ps: a Kath tem 5 anos, mas fala direito pq nem todas as crianças falam errado, basta saber educar com paciência e repetir devagar que as crianças entendem, então ela vai falar corretamente aqui.

Será que Will vai descansar em paz para sempre??
Saberemos no proximo capitulo
até maiss


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