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História The General - Chá e Jornal Oficial



Notas do Autor


Sentiram saudades, nós sabemos
como ninguém posta nada, eu posto neh
Boa leituraa

Capítulo 33 - Chá e Jornal Oficial


Fanfic / Fanfiction The General - Chá e Jornal Oficial

Pov América

Desligo com um sorriso no rosto. A chama da inveja está bem clara dentro de mim. Enquanto Will está descansando em casa com nossa filha, eu estou aqui, nesse inferno particular, apesar de saber que ele trocaria de lugar comigo facilmente se soubesse como me sinto em relação a tudo isso. Dou de ombros tentando esquecer por um momento de todas as possibilidades futuras enquanto me concentro na minha próxima tarefa: chá com a rainha.

Não deve ser assim tão difícil, não é como se fosse a primeira vez que me sento ao seu lado para conversar, mas depois de todos esses anos é exatamente o que parece. Abro a porta, hesitante, e coloco a cabeça para dentro para ver a rainha sentada ao lado da neta, servindo duas xícaras de chá e depois recebendo com um sorriso e um aceno com a cabeça da jovem, que se encosta para procurar apoio. Sorrio internamente, feliz por saber que as duas encontraram um alicerce uma na outra no caos que é esse lugar. Fecho a porta com delicadeza na tentativa de não arruinar o momento, mas foi obviamente em vão. Não conseguiria fazer silêncio nem se minha vida dependesse disso.

_America! Fico feliz que tenha vindo, acabamos de pedir chá, sente-se, por favor. –sorri por trás da porcelana e faço uma reverência, me sentando na poltrona em frente ao sofá onde estavam.

_Esse lugar mudou. –olho ao redor, tentando conter a lágrima enquanto observava o canto onde Celeste costumava passar seus dias assistindo televisão. Alguns móveis haviam sido retirados, outros só mudaram de lugar, e me impressionei comigo mesma por ter me lembrado do arranjo do salão. Não achei que fosse tão perceptiva a esse ponto, mas, afinal, passei mais tempo nessa sala do que em qualquer outro lugar desse palácio.

_Redecoramos poucos anos atrás. –ela observa o lugar, assim como eu, quase como se tentasse se lembrar de como costumava ser. –Gostou? –assinto.

 _Eu achei que você não conhecesse o palácio. Me lembro de ter ouvido algo a respeito. –Amanda me encara na espreita e eu olho para Amberly para saber se tenho permissão para contar essa história. Ela dá de ombros, não vendo um motivo para não fazer isso, então espero que a criada se retire depois de nos servir e conto.

_Passei uma parte razoável da minha vida neste lugar antes de me casar. –ela me olha com a sobrancelha arqueada. Engulo em seco, ainda incerta sobre como dizer isso. –Na seleção do seu pai.

_Você namorou meu pai? Essa é uma imagem que nunca mais sairá da minha cabeça. –a princesa faz uma careta de nojo, o que nos arranca algumas risadas. –Me desculpe por perguntar, mas você...

_Se eu o amava? –completo sua pergunta. Ela assente com a cabeça, constrangida. – Eu acho que sim. –encaro meu chá provavelmente por mais tempo do que eu deveria.

_E o que mudou? –eu sabia que ela não fazia por mal, mas mesmo assim não me sentia confortável em respondê-la.

_Ele escolheu sua mãe ao invés de mim. –sorrio, tentando ao máximo esconder a mágoa e o ressentimento que ainda guardo dentro de mim.

Ela abre a boca para dizer alguma coisa, mas deve ter notado que era melhor ficado quieta. Sorriu para mim, mas não um sorriso de pena, mais de tristeza por ela mesma, o que não entendi no momento. Antes que um silêncio constrangedor se instalasse, Amberly se ajeitou no sofá e me fez levantar da minha poltrona.

_Está muito longe, querida, sente-se perto de nós, afinal você é praticamente família. – ela praticamente me puxa para seu lado e não a contesto. Me aconchego à sua direita, um dos meus braços em suas costas, quase que a abraçando.

_Richard está bem? –Amanda cora quando pergunta, o que acho super fofo. –Nunca mais o vi, ele nunca apareceu novamente. –seu semblante triste me relembra de que ela provavelmente não deve ter muitos amigos.

_Está ótimo, foi estudar em um colégio interno na Europa, por isso nunca mais veio. – explico. –Depois do que aconteceu em sua festa, meu marido os mandou para lá, ele é um tanto exagerado e super protetor quando se trata dos filhos. Sinto muito. –seguro sua mão com força.

 _Entendo...

_Mas se quiser saber, eles falaram de você por semanas. –ela levanta o olhar, seus grandes olhos castanhos me encarando profundamente. –Nunca os vi tão empolgados. –completo para sua felicidade.

_Eles eram diferentes das outras crianças que conheci naquela época. No bom sentido, é claro. –acrescenta rapidamente abofada.

_Estudaram em casa até irem para o colégio interno, então acho que não sofreram muito as influências do consumismo ou da futilidade do mundo. –dou de ombros, sem me preocupar precisamente o motivo, mas orgulhosa por saber que são educados a esse ponto.

_Isso os fez crianças inteligentes. –Amberly comenta e meu coração de mãe quase explode de alegria. –Parecidos com você. –nesse momento foi minha vez de corar.

_Richard é a exata cópia do pai, às vezes dá até raiva. –elas riem. –Só uns 10% dele se parecem comigo, mas o que prevalece é a temperança do pai. Já Astra é a mistura de todos os Singer’s, parece que uma parte de cada um de nós foi direcionada a ela. – rio me lembrando da tenacidade de meu pai que costumo encontrar em minha sobrinha, sempre que começava algum projeto e teimava em terminar mesmo que odiasse, ou quando resolvia mandar na casa inteira porque estava de mau humor, exatamente como minha mãe. Eram tantas as coisas de Kenna e James novas que apareciam nas camadas de sua personalidade que às vezes me perguntava como ninguém percebia que ela não é verdadeiramente minha filha.

_Não tive muitas oportunidades para conhecê-los, mas tenho certeza de que o melhor deles continua vivo em vocês. –sorrio agradecida pelas palavras de conforto. –Deve ser ótimo para ela.

_Nem tanto. –faço uma careta me lembrando de todas as brigas que tivemos. –Não nos entendemos muitas vezes, somos muito cabeça dura, então sempre fica difícil. Discutimos tanto que no final nem nos lembramos o que desencadeou tudo isso.

_Não esperaria outra coisa de uma filha sua, America Singer. –sorrio realmente orgulhosa do meu gênio.

A tarde passou mais rápido do que eu gostaria. Tinha perdido completamente a noção to tempo, e não parecia ter sido a única. Criadas entravam constantemente com mais chá e petiscos, já tinha perdido a conta do quanto havia comido, já estava mais do que satisfeita, mas mesmo assim continuei. O que faria ali se não aproveitar a maravilhosa gastronomia do palácio? Amberly disse que Kriss estava se aprontando para o Jornal Oficial e por isso não pôde comparecer, mas eu sabia que ela simplesmente não queria estar em minha companhia. Não questionei, também não fiz questão.

Estava super relaxada para a noite, já tinha planejado os livros que leria e já contava quantas horas iria dormir pela noite, então me lembrei de que preciso fazer os anúncios que Will faria se estivesse aqui. As criadas fizeram um bom trabalho com meu vestido. Elas pareciam saber mais sobre meu cronograma do que eu mesma, e mesmo que seja o trabalho delas, faço uma nota mental para me manter mais atenta. Tentei esconder o nervosismo, repassei as palavras diversas vezes em minha mente e tentava imaginar o rosto de Will em minha mente, sorrindo e dizendo que tudo ficaria bem e eu arrasaria.

Então atravessei os portões e senti os primeiros flashes. Segui reto, sem parar para dizer nada, mesmo quando me cercaram pedindo por depoimentos ou qualquer outra coisa. Quando uma pessoa some por dezesseis anos e volta do mundo dos mortos dezesseis anos depois no palácio real, provavelmente é assim que será recebido. Foi preciso que os seguranças fizessem seu trabalho e os mantivessem longe de mim para que conseguisse chegar ao local onde a família real se encontrava. Nem cheguei em me importar com os constantes olhares de raiva de Kriss enquanto caminhava e em sua direção, mas tentei evitar o máximos os de Maxon. Não teria ideia do que encontraria se visse e muito menos qual seria minha reação a eles, então não lhe dirigi um único olhar. Observava atentamente o vestido de Kriss, o dourado espalhafatoso, os brilhos chamativos e nada discretos quando senti uma mão em meu ombro.

_Achei que tivesse morta, America. –Gavril me abraça, e mesmo por seu tom sombrio, sei que sorri.

_Só sumida. –sorrio para ele assim que nos separamos, entrando na encenação.

_Podemos começar? –Clarkson pergunta impaciente enquanto senta-se em seu lugar marcado.

_Quinze segundos, Majestade. –dá uma piscadela para mim e sobe no palco.

_Sabe o que tem que fazer? –o rei me pergunta assim que tomo meu lugar na segunda fila.

_Claro que sim, Majestade. –sorrio falsa e ouço quando os últimos preparativos são feitos e as luzes finalmente se ligam por completo.

Tentei prestar o máximo de atenção possível, mas estava muito impossível. Era tanta enrolação que perdi a conta de quantas vezes Clarkson disse as mesmas asneiras repetidas vezes. Então desisti de prestar atenção nos comunicados inúteis até ser minha vez de subir no palco. Cumprimento o apresentados, me posiciono e começo a ditar todas as notícias, informações, olhando diretamente para a câmera e torcendo para não errar nenhuma fala. Essa era a parte mais difícil, se minhas aulas com William possuíssem recuperação, essa eu sempre falharia. Inspiro fundo antes de me despedir e ceder meu lugar novamente ao rei. Só consigo respirar aliviada quando as câmeras se desligam finalmente. Maxon não tirou os olhos de mim durante todo o caminho do palco até meu assento, seus olhos sorriam, assim como seus lábios, e, embora queira vê-lo feliz, não entendi o motivo dessa alegria repentina.

_Quero os relatórios na minha mesa amanhã, Senhora Lyon. –o rei diz antes de se levantar da mesa do jantar, onde nos dirigimos assim que o jornal terminou.

_Estarão lá ate a meia-noite, Majestade. –respondo antes que ele se retire.

Peço licença e vou ao meu quarto, pego os documentos e os organizo, sem a mínima vontade de dar a Clarkson motivos para reclamar da minha presensa.Não bato, não imaginei que fosse ter alguém ali, ao menos não a essa hora da noite, então imaginem minha surpresa ao ver Maxon sentado na poltrona, a gravata jogada no chão, os primeiros botões da camisa abertos, o cabelo desgrenhado e um copo na mão.

_America?! O que... –ele pula da cadeira, assustado.

_Não sabia que estava aqui. –fecho a porta atrás de mim.

_ Só estou pensando. –tenho vontade de rir, posso ver que está pensando.

_Desculpe atrapalhar, só vim deixar isso. –deixo os documentos em cima da mesa e lhe dou as costas. –Boa noite.

_Ver você hoje com esse vestido me fez lembrar do dia em que usou um parecido com esse, só que vermelho. –paro de andar, mas continuo de costas.

_Não vivo do passado, mas não tem como se esquecer das idiotices que fiz. –reprimo um sorriso.

_Não foi idiotice. Me perdoe, consegui me controlar. –me viro para vê-lo sorrindo.

_Foi realmente ridículo. –reafirmo.

_E com que objetivo você usa esse hoje? –consigo entender as linhas subtendidas em sua fala.

_ Não quero seduzir você Maxon. Existe uma grande diferença aqui.

_ E qual é seria? –sorrio, grata por ele ter perguntado. Me aproximo, em passos lentos, precisos como uma leoa preparada para o abate. Dou a volta na mesa, giro sua cadeira para que fique de frente para mim,coloco meu joelho na cadeira entre suas pernas e me inclino para que possa olhar diretamente em seus olhos.

_A diferença é que antes eu não sabia o que fazia. Mas agora... –sussurro em seu ouvido, deixando que meus lábios roçarem levemente em sua orelha. –Eu sei exatamente o que fazer e como fazer. –Sinto seu arrepio e sorrio satisfeita. Me afasto um pouco para olhá-lo, deixando que meu nariz roçar em sua bochecha. –Mas não se preocupe, você não é meu objetivo aqui, sua querida esposa também pode ficar despreocupada. Boa noite Alteza.


Notas Finais


Proximo cap acho que vamos animar as coisas que estão muito paradas...
bem espero que tenham gostado, compartilhem, comentem, gostamos de saber suas opiniões
até a proximaa bjs


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