Nós já estávamos voltando do Havaí, já que a situação de Zayn era preocupante, segundo Cece.
Meu corpo ainda estava dolorido, mas não tanto como antes.
Olhei para o lado e Justin dormia todo torto na poltrona. Ele tinha as bochechas mais rosadas do que nunca, por conta do sol que tomara no dia anterior. Ele usava um casaco cinza largo e uma bermuda de moletom, ele roncava de leve, o que né fez rir baixinho.
O jatinho sempre me deixava enjoada. Tomei um remédio e levantei o encosto do braço, me aconchegando na lateral do seu corpo.
Justin me abraçou mais ainda e encostou a sua cabeça na minha.
Sua mão estava envolvendo a minha cintura de lado, peguei a mesma e fiquei brincando com os seus dedos.
Entrelacei nossos dedos uns nos outros e fechei os meus olhos.
Eu odiava saber que o Zayn estava mal, odiava saber que ele estava sofrendo. Eu tenho medo de alguma coisa acontecer com Justin, alguma coisa ruim, e isso me afetar junto.
Eu só estou focando em protegê-lo de todas essas coisas, eu só quero ficar junta à ele.
Justin se remexeu e suspirou, sinal de que ele tinha acordado. Senti um beijo ser depositado no topo da minha cabeça, e sorri fraco.
— Está acordada, bebê? — Ele perguntou baixinho e eu assenti com a cabeça.
— Estava te olhando — Falei e ele sorriu fraco, depositando alguns beijinhos na minha bochecha.
— Eu estou cansado — Ele falou com a voz rouca, me arrepiando toda.
— Não precisa ir comigo até o Zayn — Falei baixo e o olhei, ele assentiu com a cabeça e suspirou.
— Como ele está? — Ele perguntou pegando um copo de vidro.
— A mesma coisa — Suspirei e me aconcheguei na poltrona de couro branco.
Justin pegou a garrafa de Whisky e eu neguei, vendo ele revirar os olhos e pegar a garrafa de água.
— Está muito cedo para beber — Olhei para ele, vendo que ele me olhava com uma careta.
— Chata até demais — Ele cantarolou e eu revirei os meus olhos.
— Eu só estou cuidando de você, bebê — Sorri e ele se jogou em cima de mim, prensando o meu corpo contra a poltrona.
— Você está tentando me proteger de muita coisa ultimamente, deveria me preocupar? — Ele perguntou perto dos meus lábios e beijou os mesmos.
— Eu tenho medo de acontecer alguma coisa com você, Justin o Kurt está atacando muito ultimamente — Falei o encarando, ele suspirou e me olhou.
— Ele não vai me atingir, muito menos você, eu não vou deixar — Ele se jogou para o meu lado e me puxou ao seu encontro.
Escutamos o piloto anunciar o pouso e nos sentamos direito nas poltronas, colocando os cintos novamente.
E logo o jatinho pousou, pegamos as nossas coisas e descemos juntos. Justin entrelaçou os nossos dedos e me puxou para perto dele enquanto caminhávamos.
— Quer ficar lá em casa? — Ele perguntou no meu ouvido e eu sorri fraco, assentindo com a cabeça.
— O que acha de morar comigo? — Perguntei sorrindo e ele me olhou na hora.
— Está falando de nós dois morarmos juntos? — Ele perguntou sorrindo e eu assenti com a cabeça.
— Seria bom, iríamos ficar sempre juntinhos e eu me sentiria mais em paz, em ter você por perto — Falei encarando as nossas mãos juntas.
Justin ficou calado, olhei ele que me olhava sorrindo.
— Tudo bem — Ele falou beijando a minha testa, me abraçando mais ainda.
O carro de Justin estava na porta do aeroporto, entramos no mesmo e ele suspirou, colocando o cd do Drake para tocar.
Abri os vidros do carro e suspirei, estava feliz por finalmente voltar para casa.
— Quer que eu te deixe na casa de Zayn?— Ele perguntou e eu assenti com a cabeça.
— Eu não sei como ele vai reagir — Falei baixo, sentindo o olhar de Justin em cima de mim.
— Como assim? — Ele perguntou me olhando.
— Zayn não está em um momento bom, eu não sei como ele vai reagir quando eu tentar o aconselhar — Falei encarando seu rosto.
— Zayn não é como eu, só tenta o acalmar — Ele falou meio indiferente e eu assenti com a cabeça.
Logo o carro de Justin parou na frente do prédio de Zayn, dei um beijo na sua bochecha e saí do carro, vendo o mesmo partir rapidamente.
Falei com o porteiro que iria subir para o apartamento de Zayn e o mesmo autorizou. Subi de elevador e parei no andar de Z.
Procurei seu apartamento e logo achei o mesmo, com a porta encostada.
Franzi o cenho e adentrei o mesmo, bem devagar.
— Zayn? — Perguntei alto, procurando ele em algum lugar.
O apartamento estava uma bagunça, vários cigarros jogados no chão e fotos dele e de sua irmã espalhadas pela mesa e pelo sofá.
Escutei um barulho alto vir do seu quarto e fui até o mesmo, abrindo a porta.
Vi Zayn de costas quebrando vários porta-retratos, jogando os mesmos contra a parede.
Ele estava só com uma calça jeans escura, e na sua mão tinha um cigarro.
Andei lentamente até ele e tirei o último porta-retrato de sua mão, fazendo com que ele encarasse os meus olhos.
Suas mãos sangravam por conta dos cacos de vidro, seus olhos escuros estavam cheios de lágrimas e seus cabelos negros estavam bagunçados.
— Não faça isso — Sussurrei perto do seu rosto e acariciei o mesmo, Zayn me abraçou rapidamente, me apertando em seus braços tatuados e fortes.
— Ela não podia me deixar — Ele soluçou e eu passei meus dedos entre os seus cabelos negros.
— Vá tomar um banho, eu vou limpar essa bagunça e depois podemos conversar — Falei o encarando e limpando as suas lágrimas.
O puxei até o banheiro e liguei o chuveiro, logo o olhando com as mãos na cintura.
— Quer que eu te ajude? — Perguntei e ele negou.
— Eu consigo me virar — Ele forçou um sorriso e desabotoou sua calça, saí do banheiro e suspirei, catando todas as coisas do chão.
Peguei todas as fotos dele e de sua irmã e arrumei novamente, deixei seu apartamento mais arrumado e voltei para o seu quarto. Zayn saiu do banheiro só com a toalha na sua cintura, me sentei na sua cama e ele me olhou e foi direto para o seu closet.
Ele voltou do closet só de bermuda e se sentou ao meu lado, com o rosto inchado de tanto chorar.
Ficamos em silêncio por um tempo e eu suspirei, o abraçando pela cintura.
— Você tem que aceitar uma hora — Falei baixo, encarando seus olhos que voltaram a marejar.
Zayn travou o seu maxilar e suspirou.
— Eu não quero aceitar, ela era a minha irmã — Ele falou baixo, com a voz rouca.
— E você não tem culpa disso, foi uma merda de uma doença, Zayn— Falei o encarando.
— Eu poderia ter cuidado bem dela — Ele me olhou.
— Ela está em um lugar melhor, ela queria tranquilidade, e sinceramente aquela doença dava tudo á ela, menos tranquilidade — Falei acariciando os seus cabelos.
Ele ficou quieto e deitou sua cabeça na curvatura do meu pescoço.
— Isso é difícil, é difícil de superar e ver mesmo que ela se foi — Zayn falou.
— Eu perdi a minha mãe, e demorou um tempo para eu aceitar, mas isso é só questão de tempo — Falei e ele assentiu.
— Tudo bem — Ele falou mais baixo ainda, suspirando.
Ficamos em silêncio e eu o olhei.
Zayn encarava o teto do quarto, com a respiração meio afobada.
— Como foi a sua viagem? — Ele perguntou baixo e eu sorri fraco.
— Eu fui presa— Falei e ele arregalou seus olhos, logo abrindo um sorriso estranho.
— Presa? — Ele perguntou e eu assenti.
— Fiquei cinco dias na prisão, Justin conseguiu me tirar e agora estamos aqui — Acariciei mais uma vez os seus cabelos e ele assentiu fraco.
— Fico feliz que está bem com ele — Zayn sorriu fraco me fazendo sorrir.
— Não precisa forçar assim— O olhei e ele assentiu fraco.
— Eu quero ver você feliz — Ele falou e eu assenti.
— Eu quero o mesmo pra você, eu estou bem Zayn, eu quero que você se cuide agora — Falei e ele assentiu fraco.
— Eu vou me cuidar, Zie — Zayn se sentou na cama e olhou o seu relógio. — Seu namorado deve estar preocupado — Ele me olhou e eu revirei os olhos.
— Eu já vou, eu sei que quer ficar sozinho — Sorri fraco e beijei a sua bochecha.
Me levantei e ele veio atrás de mim.
— Quer que eu te leve? — Ele perguntou e eu assenti com a cabeça.
Descemos juntos e entramos no carro branco de Zayn, ele deu partida e me olhou.
— Obrigado — Ele sussurrou e eu assenti com a cabeça, pegando sua mão e o olhando.
— Você sabe que pode contar comigo, para qualquer coisa — Falei e ele me olhou no mesmo momento.
— Nem para tudo — Ele falou se referindo á nós dois.
Fiquei em silêncio e ele logo estacionou o carro na frente da minha casa, dei um beijo na sua testa e falei para ele se cuidar. Saí do meu carro e peguei a minha chave, adentrei a minha casa e sorri avistando Justin deitado no sofá só de cueca.
Larguei minha bolsa no chão e tirei os meus sapatos, indo até ele lentamente.
Ele dormia serenamente, fiz um carinho nos seus fios dourados e me deitei ao seu lado, abraçando a sua cintura e colocando minha perna por cima da mesma.
Vi um sorriso brotar em seus lábios e sorri junto, acariciando seu peitoral.
— Estava te esperando — Ele sussurrou ainda com os olhos fechados.
— Nos seus sonhos? — Ri beijando seu peitoral e escutei seu riso rouco.
— Você está nos meus sonhos e fora deles há um tempo — Ele falou baixo e eu fechei os meus olhos, negando feito boba com um sorriso no rosto.
— Eu não consigo não amar você, Bieber — Sorri mais ainda e abri os meus olhos, vendo que ele me olhava.
— Eu te amo, Zie — Ele beijou os meus lábios lentamente e logo a minha testa.
Ficamos em silêncio por um tempo e eu fechei os meus olhos, sentindo as mãos de Justin dentro da minha camiseta.
— Como foi lá com o seu amiguinho? — Ele perguntou baixo, perto da minha orelha.
— Ele estava quebrando várias coisas quando eu cheguei — Suspirei e encarei os olhos de Justin.
— Temos uma coisa em comum, interessante — Justin revirou os olhos, e eu fiz o mesmo.
— Não seja tão duro com ele — Falei abraçando mais ainda a sua cintura desnuda, fazendo um carinho no seu abdômen.
— Eu não quero ele tão próximo de você assim — Justin me olhou.
— Eu não sou sua esposa, e mesmo se fosse, você não teria todo esse poder em cima de mim — Falei me sentando irritada, sentindo seu olhar em cima de mim.
— Uh isso doeu — Ele falou se levantando, indo para a cozinha.
Revirei os meus olhos e fui atrás dele.
— Eu não quis dizer isso, estou dizendo que com você tudo sempre é diferente — Falei o encarando e ele suspirou.
— Que mulher eu tenho á minha volta? Eu tenho a porra de uma amiga gostosa perto de mim? — Ele perguntou alterando a sua voz.
— Já teve muitas, quer que eu fale o nome de todas? — Perguntei com as mãos na cintura e ele revirou seus olhos.
— Você é um porre — Ele me encarou rindo e eu assenti saindo da cozinha.
— Não precisa mais vir morar aqui, essa merda vai ser um inferno — Gritei e escutei seus passos atrás de mim, subi as escadas e senti ele me puxar pela mão, fazendo com que eu caísse por cima dele, caindo direto no chão.
Merda.
Justin ria descontroladamente e eu tentava me levantar.
— Me solta, babaca — Gritei e ele me prendeu mais ainda em seus braços.
— Para com isso — Ele falou perto do meu rosto, me abraçando.
— Você que começou — Cruzei os meus braços e consegui me livrar do seu abraço, logo me sentando na escada.
Suspirei e encarei ele deitado no chão branco.
— Você é tão possessivo, isso me mata — Escondi meu rosto nas minhas mãos e suspirei mais uma vez, escutando ele se levantar do chão.
Ficamos em silêncio e eu senti ele se sentar ao meu lado, e me puxar para mais perto dele.
— Eu quero ser sua namorada, não seu objeto, não quero que aquela época volte — Falei e olhei em seus olhos.
Justin ficou calado me encarando.
— É uma merda de um ciúmes que não tem o porquê ter — Falei subindo as escadas, indo para o meu quarto.
Me despi e escutei a porta do quarto ser aberta, fui até o meu closet e peguei uma camisola preta, vendo pelo espelho que ele estava atrás de mim.
— Eu não queria te magoar — Ele falou baixo, encostando-se no armário.
Abaixei a minha cabeça e assenti fraco.
— Você nunca quer me machucar, eu sei disso — Ironizei e fui para o quarto novamente, me deitei na minha cama.
— Zie, para com isso — Ele implorou e se deitou ao meu lado, me olhando nos olhos.
— Eu odeio brigar com você — Falei e ele me abraçou de lado, respirando fundo.
— Eu só quero cuidar de você, isso tudo é medo, e você sabe disso — Justin suspirou fechando os seus olhos.
Suspirei e abracei a sua cintura.
— Eu já disse para confiar em mim — Falei e ele assentiu com a cabeça.
Ficamos em silêncio por um grande tempo e logo escutamos o celular dele tocar.
Justin bufou e me deu um beijo na testa, logo atendendo seu celular.
— Alô? — Ele estava irritado.
Justin fechou a cara e me encarou sério, logo mordendo os lábios de leve.
— Eu já estou indo — Ele falou baixo e desligou o celular.
— O que aconteceu? — Perguntei me sentando na cama e ele me olhou nos olhos.
— Kurt está no casarão, e não é para brincadeira — Ele falou engolindo seco, fazendo com que eu arregalasse os meus olhos.
Fui direto para o closet e troquei de roupa, Justin fez o mesmo e nós dois descemos as escadas correndo.
Entramos no seu carro e ele deu partida, cantando o pneu.
— É uma aliada nova, eu tenho certeza — Falei e Justin me olhou e entrelaçou nossos dedos.
— Vamos ficar bem, é só manter a calma — Ele falou baixo, enquanto trocava a marcha.
Chegamos no casarão depois de minutos e descemos juntos do carro, Justin entrelaçou nossas mãos e me puxou para perto dele.
Entramos pela grande porta da entrada principal, recebendo o olhar de todos os homens em cima de nós dois, e os olhos azuis de Kurt. Eu o odiava.
— Priminha — Ele sorriu vindo na minha direção, dei um passo para trás e ele parou — Não gosta mais de mim? — Ele perguntou sorrindo.
— Nunca gostei, por que gostaria agora? — Perguntei rude e ele levantou suas mãos em forma de rendimento.
— O que quer? — Justin perguntou e Kurt riu.
— Vocês sempre fazem a mesma pergunta, isso chega a ser chato — Ele riu nasalado e eu revirei os meus olhos.
— Você sempre está querendo algo — Falei e ele me olhou e assentiu.
— Eu continuo querendo você — Ele me mandou um beijo e Justin riu.
— O que quer, Kurt? — Ele falou trincando os dentes e eu segurei sua mão.
— Roubaram minhas propinas, novamente — Kurt falou e eu encarei Justin confusa.
— Não fomos nós — Falamos juntos e Kurt encarou nós dois.
— Como não foram? Somos as únicas gangues poderosas — Kurt perguntou e eu neguei com a cabeça.
— Estávamos limpos dos planos, não fomos nós — Falei e Justin me encarou e logo encarou Kurt.
— Então quer dizer que...
— Tem gangue nova á nossa volta, e não é qualquer gangue — Justin falou e Kurt saiu porta a fora, irritado.
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