História The Girl Of Black Garter Belt - O último

                                                                              Justin Bieber 

Meu celular começou a tocar freneticamente, e por um momento eu pude pensar ser Mackenzie me ligando. Peguei o mesmo rapidamente, vendo um número desconhecido na tela do mesmo. Franzi o cenho, hesitando um pouco em atender o mesmo. 

Suspirei e atendi. 

— Alô? — Atendi seco. 

— Senhor Justin Bieber? Responsável por Mackenzie Miller? — Uma voz feminina soou do outro lado da linha e eu fechei os meus olhos, negando a cabeça bem devagar. 

— S-sou e-eu — Gaguejei. 

— Estou ligando do hospital Saint Marie do centro de Los Angeles, Mackenzie entrou em coma superficial depois de sofrer um acidente de carro — Ela falou e aquilo foi como a gota d'água para tudo vir á tona. 

Desliguei a chamada e subi correndo, coloquei uma calça jeans e peguei uma blusa, descendo só de calça mesmo. 

Entrei no meu carro e dei partida, cantando pneu. 

Meu celular começou a tocar novamente, vi que era Chaz e atendi. 

— Drew — Ele me chamou. 

— Charles, Mackenzie está no hospital, mandem os homens atrás de Matthew, AGORA — Gritei e escutei a respiração dele afobada. 

— O que aconteceu com a Zie? 

— Ela está em coma superficial, eu tenho que cuidar da minha garota, cuidem de Matthew, não matem o filho da puta sem mim. 

— Mas Justin...

Desliguei a chamada e estacionei na frente do hospital, coloquei minha camiseta rapidamente e adentrei as portas de vidro com tudo, chamando a atenção de todos que estavam na recepção. 

Fui direto á recepcionista e a mesma me encarou de cima á baixo. 

— Justin Bieber, responsável por Mackenzie — Falei ofegante e ela assentiu assinando alguma coisa na ficha — Eu tenho que vê-la — Implorei encarando os olhos verdes da recepcionista, que me lançou um olhar reconfortante. 

Não preciso de um olhar reconfortante, preciso da minha garota. 

— Ela está em observação, está bem machucada — Ela falou e eu suspirei, apoiando meus braços no balcão. 

— Você sabe quem eu sou? — Perguntei encarando os olhos da mulher novamente — Eu sou a porra de um traficante que só quer cuidar da namorada dele, porque esse traficante aqui perdeu muita coisa na vida, e agora só tem ela, entendeu? — Falei rude e ela arregalou os seus olhos — Dá para liberar o acesso ás visitas?— Perguntei suspirando em seguida. 

Ela assentiu com a cabeça, assustada, e eu revirei os meus olhos. 

— Quarto 409, tranque a porta por precaução— Ela sussurrou e eu assenti com a cabeça. 

Andei direto para o elevador e apertei o botão do quarto andar. Eu estava preocupado com a minha garota, ela era muito sensível em relação á essas coisas. 

O elevador parou no quarto andar e eu suspirei, saindo do mesmo. Caminhei cabisbaixo, encarando os meus pés por um tempo, levantei meu olhar para procurar o quarto de Mackenzie, o que não demorou muito. 

Abri a porta bem devagar, e lá estava ela. 

Mackenzie estava com a perna engessada, o rosto sereno e os olhos fechados. Expressão triste. Os cabelos castanhos jogados para o ombro esquerdo, acompanhados de um pequeno corte na testa. Fechei a porta e tranquei a mesma, passando a língua por os meus lábios, os umedecendo. 

Caminhei lentamente na sua direção e finalmente toquei a sua mão gélida. Encarei o seu rosto sereno, logo suspirando. 

— Isso foi tudo culpa minha, não foi? — Perguntei baixo, com uma maldita falha na voz. 

Como já previa, não recebi nenhuma resposta. 

Cheguei o corpo de Mackenzie para o lado com cuidado e me deitei ao seu lado, abraçando seu corpo contra o meu. 

— Você é tão corajosa, Zie — Falei baixinho, beijando o topo da sua cabeça, acariciando os seus cabelos bagunçados — Eu prometo que não vou deixar você escapar mais uma vez das minhas mãos — Senti meus olhos marejarem e revirei os mesmos. 

Quem diria, Bieber? Chorando por não ter sua garota consciente. 

— Eu vou acabar com esse desgraçado — Falei com o maxilar travado e neguei — Eu vou acabar com a raça desse filho da puta, Mackenzie — Beijei sua testa e encarei seu rosto novamente. 

Fiquei em silêncio por um tempo, com os olhos fechados. 

— Eu quero que você acorde logo, e fique bem — Falei com a voz mais rouca que o normal, beijando a bochecha de Mackenzie. — Você é forte, eu sei que é — Confirmei com a cabeça várias vezes, entrelaçando meus dedos nos de Mackenzie. 

Levantei-me da cama e depositei um beijo em seus lábios rosados, saí do quarto escondido e desci de elevador novamente. Lancei um olhar para a recepcionista, como um agradecimento e saí porta a fora do hospital. 


 

                                                           Dois meses depois do coma de Mackenzie
 

Minha garota ainda estava desacordada, e o meu coração estava completamente partido. Tudo estava tão parado, os meus planos, minha convivência com o mundo, minha vida. Depois de que Matthew disse que só queria ajudar Mackenzie e que estava se infiltrando nisso por minha culpa, eu o soltei dos braços dos meus aliados. Ele estava certo. Eu era o culpado de tudo aquilo. Eu era o culpado de todo aquele caos, estávamos vivendo a época de Caitlin novamente. 

Traguei o terceiro cigarro de maconha do dia, sentia como se eu fosse desmoronar á qualquer momento. Escutei o barulho da porta do escritório batendo e olhei na direção da mesma, vendo Ryan me encarar com os olhos arregalados. 

Ele veio na minha direção e tirou o cigarro da minha mão, me dando um soco no rosto. 

— ACORDA PARA A VIDA, CARALHO — Ele gritou segurando o meu rosto, senti o meu sangue ferver e me debati na cadeira que ele me prensava. — Fumar até desmaiar não vai fazer você superar algo que não tem que superar — Ele encarou os meus olhos, abrindo mais ainda os mesmos com os seus dedos. 

— Ela está morta — Revirei os olhos e bati a minha mão na mesa. 

— MACKENZIE NÃO MORREU — Ryan gritou balançando a minha cabeça, fazendo com que eu encarasse seus olhos, com medo. — Ela é mais forte que a Beadles— Ele suspirou e se sentou na cadeira á minha frente. 

  — Ela está morrendo aos poucos, por minha culpa — Falei baixo, terminando de tomar a garrafa de Whisky. 

Ri balançando a cabeça negativamente. 

— Vá tomar a porra de um banho — Ryan falou me encarando sério, me levantei e revirei os olhos, levantando as minhas mãos em forma de rendimento. 

— Quer me prender também? — Perguntei rude e ele apontou para fora do escritório, subi as escadas cambaleando um pouco, fui direto para o banheiro de Mackenzie. 
 

                                                                                   [...]
 

— Justin — Escutei me chamarem e direcionei minha cabeça para a porta, encarando Chaz. 

— O que foi? — Perguntei sem interesse. 

— Mackenzie chegou — Ele me encarou e eu me sentei rapidamente, ficando um pouco tonto. 

— Ela acordou? Ela já chegou? Porque não me falaram que ela tinha acordado?— Falei rapidamente, me levantando, ele sorriu fraco e bagunçou os meus cabelos. 

— Alguém me ajuda — Escutei a voz da minha garota e Chaz deu passagem para a minha visão. Mackenzie usava uma regata cinza com um short jeans curto, sua perna não estava engessada, ela só estava com a marca do corte na sua testa.

Suspirei aliviado e ela me olhou sorrindo, sorriso radiante de sempre. 

— Você me deu um puta susto — Abri os meus braços e ela se encaixou nos mesmo, beijando o meu peitoral. 

— Me desculpe — Sussurrei perto da sua orelha, beijando o topo da sua cabeça. 

— Deixa eu ir embora, estou estragando o clima — Chaz falou e eu sorri fraco encarando o rosto de Mackenzie. 

— Eu senti a sua falta, do seu cheiro, do seu físico — Ela falou abraçando a minha cintura, enterrando seu rosto no meu peitoral novamente. 

— Estamos juntos novamente, está tudo bem agora — Falei acariciando os seus cabelos, suspirando de leve, sentindo o seu cheiro.

— Está diferente, mais magro — Mackenzie encarou o meu rosto e logo o meu corpo coberto só pela cueca box. 

Revirei os olhos e suspirei fraco. 

— Está fumando, Bieber — Ela falou me encarando com o maxilar travado, me fazendo sorrir com o seu jeito cuidadoso. 

— Eu parei — Encarei seus olhos azuis e ela arqueou uma sobrancelha — É sério — Segurei seu rosto e sorri mais ainda, colando nossos lábios. 

— Eu senti tanto a falta disso também — Ela falou baixo, abrindo os seus olhos. 

— Larguei os planos — Me sentei na cama e ela suspirou, assentindo com a cabeça. 

— Tem certeza que quer fazer isso mesmo? — Zie perguntou parando na minha frente. 

Encarei seus olhos e assenti com a cabeça, logo abaixando a mesma. 

— Já destruí muita coisa ao meu redor — Falei baixo e ela se sentou ao meu lado. 

— Pensou que eu fosse morrer? — Mackenzie perguntou baixo, com a voz falha. 

Assenti com a cabeça e ela engoliu seco. 

— E eu não iria desistir de você do mesmo jeito — Falei a olhando, pude ver ela enxugar algumas lágrimas e logo senti meus olhos marejados. 

Merda. 

— Eu vou acabar com tudo essa semana — Falei baixo, acariciando os seus cabelos. — Depois podemos ficar livres disso tudo — A puxei para o meu colo com um pouco de dificuldade e ela suspirou. 

— Vamos viver como pessoas normais?— Ela perguntou e eu assenti com a cabeça, beijando o topo da cabeça de Zie. 

Ficamos em silêncio por um bom tempo, fiquei só acariciando os seus cabelos e ela brincando com os meus dedos. 

— Vamos fugir? — Mackenzie perguntou sorrindo. 

— Fugir para onde? — Perguntei encarando seus olhos. 

— Qualquer lugar longe daqui — Ela se virou para mim e encarou os meus olhos — França, Alemanha, Brasil, Canadá, México — Ela contou nos seus dedos me fazendo rir. 

— Vou pensar no seu caso — Colei nossos lábios novamente e ela sorriu fraco, beijando a minha bochecha em seguida. 

— Matt está na sala — Chris adentrou o quarto e sorriu nos olhando. 

Mackenzie me olhou e eu sorri fraco. 

— Ele não fez por mal, vai por mim— Falei perto da sua orelha e ela se levantou com um pouco de dificuldade.  

                                                                           Mackenzie Miller

Justin e eu estávamos fazendo um ano de namoro hoje, eu não sabia como o presentear, mas sabia que ele tinha esquecido da nossa data. 

Desci as escadas bem devagar, eu não estava no meu melhor estado. Matt estava no final me esperando, ele me deu a mão e me ajudou a descer os últimos degraus.  

— Como está se sentindo? — Ele perguntou meio receoso, me fazendo o olhar. 

— Com um pouco de dor na perna, mas nada insuportável — Falei encarando seus olhos castanhos. 

— Eu vou falar com Kurt, e acabar com tudo isso — Matt falou encarando os meus olhos. 

— Matt, não precisa — Neguei com a cabeça e ele negou junto. 

— Eu não quero ver você mal de novo, eu vou me entregar — Ele falou segurando o meu rosto. 

— Você não pode fazer isso, você vai morrer! — Encarei seus olhos confusa, ele assentiu fraco e suspirou. 

— Ele está acabando com tudo, eu não vou deixar isso acontecer — Matthew encarou os meus olhos novamente. — Isso é uma despedida, Zie — Ele sorriu fraco, com os olhos marejados. 

— Matthew, você não vai fazer isso — Gritei encarando seus olhos — Não vai! — Minhas lágrimas já desciam por o meu rosto. 

— Eu tenho que acabar com isso, eu tenho que te defender — Ele falou sorrindo fraco, neguei com a cabeça e ele segurou meu rosto novamente, fazendo com que eu encarasse seus olhos — Eu não estou triste, Zie — Ele sorriu de uma forma perturbadora. 

— Você vai ser morto — Neguei com a cabeça e ele suspirou, assentindo. 

— Afinal, vivemos para morrer — Matthew falou soltando o meu rosto, ele depositou um beijo na minha testa e deu um passo para trás. 

— Matt — O chamei em prantos, ele negou e abriu a porta de casa. 

— Você é com certeza a melhor irmã que eu poderia ter, Zie — Ele me encarou — Eu vou te amar, para sempre, irmãzinha — E logo saiu porta a fora. 

Neguei com a cabeça e caí sentada nos últimos degraus da escada.

— Mackenzie? O que aconteceu?— Escutei a voz de Justin e escondi meu rosto nos meus joelhos. 

— Ele vai se entregar para o Kurt, eles vão matar o Matt — Falei entre soluços, sentindo os braços fortes de Justin me envolverem. 

Justin murmurou um "Vai ficar tudo bem" como ele sempre fazia quando me via nesses momentos ruins, mas sabíamos que nada ia ficar bem. 

Abracei seu corpo e enterrei meu rosto no seu pescoço, negando várias vezes. 

— Temos que acabar logo com isso — Justin falou rápido, levantando o meu rosto para eu o encarar — Eu vou acabar com isso hoje, por nós dois — Ele encarou os meus olhos e se separou do meu corpo, subindo as escadas rapidamente. Subi atrás dele e entrei no nosso quarto, Justin procurava alguma coisa em uma mochila, ele pegou seu revólver e carregou o mesmo, colocando na cama com cuidado. 

Ele pegou sua famosa roupa preta, a que ele sempre usava nos roubos e jogou a mesma na cama, me lançando um olhar. 

Justin mandou uma mensagem para os meninos e para alguns de seus aliados mais fortes, me sentei na cama confusa e fiquei olhando ele fazer as coisas. 

Justin abriu seu notebook e começou a digitar rapidamente, fazendo com que eu ficasse preocupada. 

— Justin — O chamei e ele me olhou pelo canto do olho, logo balançando a cabeça para eu falar — O que vai fazer? — Perguntei o olhando.

— Eu vou acabar com tudo — Justin me encarou, logo largando o seu notebook na cama, vindo para mais perto de mim — Vai ser a última coisa que eu vou fazer aqui— Ele segurou o meu rosto e encarou os meus olhos.

— Depois podemos ir embora? — Perguntei e ele assentiu com a cabeça, sorrindo fraco, logo colando nossos lábios. 

— Matt vai ficar bem — Justin falou e eu suspirei. 
 

                                                                                            [...]  

— Chaz, está tudo pronto — Justin falou na escuta, enquanto dirigia para o casarão de Kurt. 

— Ryan, Chris e os outros estão preparados — Chaz falou na escuta, minhas pernas tremiam do pavor que eu estava sentindo. Justin repousou sua mão na mesma percebendo o meu desespero.

— O circo vai pegar fogo, bebê — Ele sorriu de forma perturbadora, fazendo com que eu engolisse seco. — Colocou o colete? — Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. 

Ambos estávamos com as roupas pretas, iríamos usar as máscaras de palhaços de Matt. Eu não tinha sinal de vida dele e aquilo já estava me deixando desesperada.  

— Fique perto de mim, por favor — O olhei e ele assentiu com a cabeça. 

Paramos o carro um pouco distante do casarão de Kurt. Encontramos com Ryan, Chaz, Chris e mais uns dez aliados. Todos equipados. 

Chaz me abraçou de lado e me deu a máscara de palhaço. Aquilo me dava calafrios. 

— Boa sorte, Zie — Ele falou sorrindo, beijando a minha bochecha. 

Fui para o lado de Justin, que andava sempre na frente de todos, e o abracei. 

— Estou com medo — Sussurrei, colocando a máscara. 

— Vai ficar tudo bem, já sabe o que fazer com essa belezinha — Ele me deu o revólver carregado, assenti com a cabeça e olhei para os meninos, que andavam já com suas armas nas mãos. 

Alguns de seus homens estavam com galões de gasolina em suas mãos, fazendo com que eu franzisse o cenho.

Justin estava com uma silenciadora na mão, tinham dois aliados de Kurt na porta da mansão. Os homens começaram a se espalhar e Justin apareceu, e eu o segui. 

— Boa noite, senhores — Justin falou alegre e os homens o olharam, juntando suas mãos em punhos. 

Justin acertou um tiro certeiro na testa de um e logo atirou no outro. Fiquei parada incrédula e ele me puxou pela mão, entramos pelos portões e fomos correndo para a parte de trás. 

Encontramos Chaz e Ryan, Chris estava tentando se infiltrar por os dutos condutores. 

— Os homens já cobriram o campo com gasolina? — Justin perguntou e os meninos assentiram com a cabeça.

— Está tudo coberto, Drew — Chaz sussurrou. 

Engoli seco e Justin entrelaçou os seus dedos nos meus.

— Vamos entrar — Ryan falou e eu suspirei, assentindo com a cabeça.

Começamos a entrar pelos dutos condutores, Justin estava atrás de mim e os meninos na minha frente.

Pude escutar a voz de Matt bem de longe, o que fez com que meu coração se despedaçasse. 

Continuamos engatinhando para dentro da mansão, iríamos adentrar por algum quarto, os homens de Justin já estavam lá dentro. Chaz saiu do duto e verificou se não tinha ninguém, como esperado, não tinha. Ele trancou a porta do quarto e todos nós saímos do duto, Justin me ajudou a descer daquela altura gigantesca.

— Não tirem as máscaras — Chaz falou apontando para a câmera, Justin deu um tiro na mesma com a silenciadora e tirou a máscara, revelando seu rosto suado e os cabelos loiros bagunçados. 

— O que vamos fazer agora? — Perguntei baixo e eles me olharam, suspirando. 

Tirei aquela merda de máscara de palhaço e encarei o rosto de cada um. 

— Alguns dos homens vão ficar cercando a mansão, se acontecer alguma merda a gente foge, e eles deixam essa merda pegar fogo — Ryan falou e eu assenti com a cabeça. 

— Vamos descer e abrir o jogo com o Kurt — Justin falou e eu suspirei chamando sua atenção — Vai ficar tudo bem — Ele me encarou e veio para o meu lado, me abraçando. 

— Chaz e eu vamos nos separar, vocês vão ficar juntos — Ryan falou e Chaz assentiu com a cabeça. Os meninos saíram do quarto com as máscaras bem devagar e eu encarei Justin. 

— Eu te amo — Justin falou encarando os meus olhos. 

— Por que está falando isso logo agora? — Perguntei encarando os seus olhos cor de mel. 

— Não sabemos o dia de amanhã, sempre demonstre amor — Ele sorriu fraco e deu um passo para frente — É o que o meu pai falava — Ele encarou o meu rosto e eu suspirei. 

— Eu te amo tanto — Suspirei segurando o seu rosto, colei nossos lábios rapidamente, roçando meu nariz no seu. 

— Feliz aniversário de um ano — Ele sussurrou perto do meu rosto, logo abrindo um sorriso largo. 

— Pensei que tivesse esquecido — Ri fraco, beijando-o novamente. 

— Comemoraremos mais tarde — Justin falou colocando sua máscara, coloquei a minha novamente.  

Saímos do quarto juntos, ambos com as suas armas nas mãos. Um homem apareceu no corredor e Justin me empurrou para um quarto qualquer.

Caí sentada no chão e vi que estava sozinha no quarto, Justin ainda estava no corredor. Olhei as paredes do quarto e tinham várias fotos minhas, de Justin, de Matthew, dos meninos e principalmente da minha infância. 

Dedilhei meus dedos por todas aquelas fotos e achei uma foto de Justin pequeno, sorri fraco e coloquei dentro da minha roupa, suspirando em seguida. 

Tinha fotos da minha mãe, do meu pai, até de alguns momentos em família, dos quais eu não me lembrava. 

A porta do quarto foi aberta e eu apontei a arma na direção da mesma, vendo que era Justin.

— Calminha — Ele riu e eu suspirei, Justin olhou o quarto inteiro e negou com a cabeça. — Vamos — Ele estendeu sua mão e eu peguei na mesma, pegando algumas fotos que tinham ali, colocando na minha roupa novamente. 

Descemos bem devagar e escutamos dois tiros, sinal dos meninos. Justin me puxou rapidamente e terminamos de descer as escadas. Paramos na sala, Kurt estava no centro da mesma e vários homens estavam mortos ao seu redor. Matthew estava amarrado em uma cadeira, o que fez com que meu coração se apartasse. 

— O que temos aqui? — Kurt riu e eu engoli seco, ele puxou os cabelos de Matthew, puxando sua cabeça para trás — Sua gangue está aqui? — Ele perguntou baixo e eu me separei um pouco de Justin. 

— Olá, Kurt — Justin falou e o mesmo olhou na nossa direção, Justin apontava a arma na direção de Kurt, assim como os meninos e alguns aliados de Justin. 

Os aliados de Kurt estavam mortos,  mas não eram muitos. 

— Bieber? — Ele trincou os dentes e olhou para mim — Suponho que esse corpinho feminino seja de Mackenzie — Matthew olhou na minha direção e negou com a cabeça. 

— O que os pirralhos estão fazendo aqui? — Kurt perguntou sorrindo, olhando todos nós — Com  máscaras de palhaços, bem original — Ele veio para perto de mim e eu engoli seco, apontando a minha arma na sua direção. 

— Vamos acabar com isso — Escutei a voz de Ryan e Kurt virou sua cabeça lentamente na direção do mesmo. 

— Não aguentaram o suficiente? Ahhh que pena — Kurt sorriu batendo palmas, meu sangue já estava fervendo. 

— Eu sempre fui o seu alvo — Falei alto e Justin me olhou. 

Todos olharam para mim e eu terminei de descer os degraus, fiquei cara a cara com Kurt. 

Tire a minha máscara e joguei no chão, para encarar os seus olhos. 

— Desde pequena — Encarei seus olhos azuis como os meus e ele engoliu seco. — Está me perseguindo desde que eu nem estava no mundo, Kurt? — Perguntei mostrando uma foto da minha mãe grávida. 

Kurt me encarava atento e os meninos estavam quietos. 

— Por-que? — Perguntei pausadamente, silabando bem as duas palavras. 

— Eu tenho os meus motivos, priminha — Ele passou sua mão por o meu rosto. 

— Eu tenho te estudado — Encarei seus olhos e andei em volta dele. — Ciúmes? Inveja? Atenção?   — Falei contando nos meus dedos, vendo ele travar o maxilar. 

— Atenção? Acha que eu preciso de atenção? — Ele riu debochando. 

— Depois que eu nasci, a família inteira tomou os olhares para mim, a segunda herdeira de toda aquela herança gorda — Sorri e ele me encarou rapidamente. — O primo, coitadinho, não tinha mais as heranças só para ele, teria de dividir com o pequeno bebê — Assoprei a arma para o provocar e sorri perturbadoramente o encarando — A questão era, se não existisse mais esse bebê, as atenções voltariam para mim — Forcei uma voz grossa e passei o cano da arma por o seu rosto. — Então estudou a minha vida inteira, desde os meus primeiros dias na escola, até os meus últimos dias — Olhei Justin que nos olhava incrédulo. 

— Está surtando? — Kurt perguntou rindo e eu neguei com a cabeça. 

— Você colocou na cabeça do Bieber que ele tinha acabado com a minha vida — Neguei com a cabeça e Kurt me encarou e logo encarou Justin. — Você quase me matou, mas fez parecer que era tudo a culpa dele — Falei encarando as minhas mãos, logo encarando Kurt novamente — Isso tudo porque você é um perturbado — Sorri largamente encarando seu rosto — Tem de tomar remédios controlados para controlar sua raiva, ou ansiedade — Sorri — Porque sabe que a família inteira sente nojo de você por sequestrar a própria prima de cinco anos — Neguei com nojo e ele me encarou com o maxilar travado. 

— Me estudou direitinho — Ele sorriu largamente e deu um passo para trás, olhando Matthew. —  Tão perturbado que acabo tendo sangue frio — Kurt falou sorrindo e logo apontou uma arma para a cabeça de Matt. 

Neguei e corri até os dois, mas logo um tiro foi disparado. Fechei os meus olhos por um momento, mas no segundo que abri os mesmos, pude ver o meu melhor amigo morto na minha frente. Minhas lágrimas começaram a descer e eu empurrei Kurt. 

Os meninos ainda apontavam as armas para Kurt. 

— FILHO DUMA PUTA — Gritei encarando ele, enquanto batia no seu peitoral — VOCÊ VAI APODRECER NO INFERNO, SEU VAGABUNDO — Gritava enquanto o socava. Tirei minha arma da cintura e apontei na cabeça de Kurt. 

— Mackenzie, não — Escutei a voz de Justin e neguei com a cabeça, sem o olhar. 

— Você não pode brincar de ser Deus — Sorri fraco com o rosto cheio de lágrimas, Kurt arregalou os seus olhos. Eu estava fora de mim, eu não estava me reconhecendo. 

— Miller, pare — Um dos homens de Justin gritaram e eu neguei com a cabeça mais uma vez. 

— Mas quem sou eu para julgar? Se eu faço o mesmo — Sorri largamente e destravei a arma, Kurt engoliu seco e molhou seus lábios com medo. — Eu vou brincar de ser Deus dessa vez — Encarei seus olhos azuis e sorri mais uma vez — Só Deus pode tirar a vida de alguém, mas eu não disse que eu não gostava de brincar de ser Deus — Disparei um tiro para o alto e Kurt fechou os seus olhos me fazendo gargalhar com o seu medo. 

Um alarme foi disparado e Kurt correu, atirei em sua perna e o mesmo caiu no chão. Justin me puxou correndo com os meninos e todos nós saímos correndo da mansão. Vários aliados de Kurt começaram a surgir de dentro da mansão. Era tudo um plano de Kurt, que falhou. 

Os homens de Justin colocaram fogo por último, e eu pude ver aquela mansão se acabar em chamas. 

Eu estava começando a ficar com falta de ar, e pude ver que Justin tinha percebido. 

Ele me pegou no colo e saiu correndo comigo para os nossos carros, escutamos o barulho da explosão, e os meninos cantaram pneu. 

— Respire fundo — Ele falou baixo, cantando pneu, saindo dali comigo rapidamente. 

— Ele... Ele está morto — Falei entre soluços, vendo que Justin me olhava. — Ele foi o último — Suspirei o encarando com lágrimas no rosto. 

Pude ver o rosto de Justin cheio de lágrimas, ele negou com a cabeça e juntou sua mão com a minha, entrelaçando os nossos dedos. 

Matthew tinha sido aquele próximo, e o último atingido.