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História The girl we have met - Me dê a mão, ChanYeol


Escrita por: NoahBlack

Notas do Autor


último capítulo, galëre.

Capítulo 7 - Me dê a mão, ChanYeol


Seria possível que o peso em suas costas fosse ainda maior depois daquele tapa no ombro que o Do deixou? "Vá dormir", sugeriu o amigo, mas de que jeito? Tinha toda aquela adrenalina correndo solta pelo seu corpo e, junto, o olhar de decepção do ChanYeol.

Culpava Liam por aquela situação. Ela deveria ter ficado de boca fechada; ela mesma disse que o Park não precisava saber, ela mesma disse milhares de coisas que convenceram BaekHyun em um segundo, por que diabos não poderia ter feito o mesmo com o amigo?! Olhado no fundo dos olhos dele, dito que ele não estava sozinho naquele torpor da paixão e se beijado sem findo noite adentro? Por que ela lhe socou no meio da cara se tinha alguma intenção de mudar o curso daquela história?

Por que ela fez o que fez se sabia perfeitamente como aquilo terminaria?

Suspirou cansado, ignorando a porta de seu quarto à frente e o horário. Pegou o elevador e decidiu descer até o bar do hotel. Algo dentro de si sabia que estaria fechado, mas valeria a pena tentar. Depois poderia subir para o andar de escadas para matar o tempo, caso precisasse.

O recinto estava todo escuro, mas as portas não estavam fechadas. Estranhou o estado inusitado e avançou alguns passos para conseguir ver se tinha alguém ali ainda. Somente as luzes do bar estavam acesas e uma figura remexia – ou esperava – de costas. Talvez pudesse pedir uma bebida para o barmen.

— Por favor – tentou em inglês, buscando na mente como pediria uma bebida sem confusão. – Seria possível_

— Coreano, BaekHyun.

BaekHyun não ficou impressionado quando a figura a sua frente se revelou ser Liam, que virou para ele colocando uma caneca sobre o balcão e a fumaça saindo de dentro da cerâmica.

— Quer um café? – E então ela virou uma pequena dose de whisky dentro da bebida quente.

— O que você está fazendo aqui?

Ela apoiou os cotovelos sobre a madeira bem ilustrada e criou coragem para devolver o olhar do coreano – não daquela forma inquisitiva em que ele fazia; era só a coragem para olhá-lo e revelar as bolsas debaixo dos seus olhos, o nariz vermelho e quem sabe conseguir controlar um soluço, reflexo do choro recente.

— Vim tomar um café. E você?

— Qual é o seu problema, garota? Você enfia o soco na minha cara e agora tá aí... tá toda_

— Eu sei... – Liam suspirou e se afastou dele, entrando de novo na sombra. – Ele tá bem?

Mas BaekHyun assoprou um riso, inconformado com aquela pergunta.

— Eu não posso fazer isso, ok?! Você já fodeu o suficiente com ChanYeol e comigo e de diferentes maneiras. – Ele ficou esperando uma resposta dela, algum pedido de desculpas, uma justificativa ou uma agressão passiva, no entanto, nada veio. – Por que... – respirou fundo, criando coragem para terminar aquela pergunta. – Por que você contou?

Mas ela ainda não respondeu. Olhava para dentro de sua caneca, sentindo o calor do líquido aquecer seus dedos até que não suportasse mais a temperatura e precisasse soltar, mas aguentou mais um pouco.

Aquela quietude toda borbulhou a raiva de BaekHyun dentro de seu estômago. A dor não tão fantasma do soco ainda lhe incomodava no rosto e parecia que aumentava conforme sua respiração se tornava mais densa.

 Que droga, Liam! – Esbravejou, batendo as duas mãos contra a madeira.

— Eu não pude mentir para ele, ok?! – Ela respondeu simultaneamente e encarou seu acusador na escuridão.

— A gente acordou que não ia contar, caralho!

— Isso foi antes, BaekHyun! Foi antes do seu amigo... – mas a frase morreu na sua garganta.

Foi antes de ChanYeol tocar algo dentro dela que fizera questão de deixar bem quietinho desde pequena. Foi o sorriso? Foi a conversa fácil? O modo como se encantavam naturalmente um pelo outro? Ou algo que colocaram no café dos dois?

— Você sabia que ia acabar com ele se contasse e quais consequências isso teria. Não era mentir, era só manter a porra da boca fechada.

Ela soltou um breve riso irônico.

— Não vamos nos adentrar na tênue linha entre mentir e omitir, ok? Não deu. Não pude.

— Sua moral é muito flexível, Lilian.

— E você é muito preto no branco, Byun.

Um barulho fraco soou ao fundo, desviando a atenção momentaneamente de ambos para de onde o barulho vinha, e depois voltaram a se encarar, sustentando o ato em silêncio, travando uma breve batalha sobre julgamentos e inércias do estado e esperando pela desistência do outro.

Liam e BaekHyun escutaram de novo o barulho, mas, por mais que soasse como um gemido dessa vez, ignoraram a curiosidade de correr para dentro da cozinha ver o que diabos era aquilo. Tinha algo muito mais importante para lidarem.

— Ele está bravo comigo. Você sabia que isso aconteceria. Por que contou?!

— Você deveria ficar feliz.

— Por que meu amigo me odeia? – BaekHyun desencostou do balcão e cruzou os braços, numa postura ironicamente interessada no que ela responderia.

— Ele está bravo com você porque você é a ligação mais forte dele. Não sentimos raiva de alguém que não nos importa. Geralmente é assim...

— Então dentro da sua concepção eu deveria te agradecer por ChanYeol não querer nem ao menos olhar na minha cara?!

— Desculpa, BaekHyun, mas eu não tenho a solução para o seu problema.

— Irônico seria se você fosse a causadora e solucionadora dele.

O baque da cerâmica contra o chão assustou BaekHyun que só então percebeu que Liam levara as duas mãos ao rosto e movia seus ombros conforme chorava.

— Me d-desculpe... – ela tentou dizer entre o choro. – Mas eu não pude fingir para ele...

BakeHyun ficou incomodado com aquela reação dela e, mesmo que algo dentro dele quisesse ir até lá para tentar confortá-la, apenas ficou ali, sentado no banco alto, de braços cruzados esperando para ver até onde iriam aquelas palavras.

— ... ChanYeol... ele é tão... tão... – e com o suspiro fundo que ela deu, BaekHyun soube exatamente o que tentava, queria, pensava em dizer.

ChanYeol era incrível.

E intenso.

E todas as suas relações, por mais breve que fossem, eram verdadeiras.

BaekHyun sabia disso, sempre soube, desde o primeiro instante em que o magrelo alto de orelhas avantajadas fazia o grupo rir com muito pouco. BaekHyun sabia exatamente o que garota a sua frente, em meio ao choro e aos soluços, queria lhe explicar. Mas ela não precisava.

— Eu sei – sussurrou, tirando os olhos de cima dela, como se percebesse que espiava o momento mais íntimo de uma pessoa consigo mesma. Mordeu o canto da boca pensando se deveria falar mais alguma coisa.

— Vocês vão se acertar – a voz embargada de Liam ressoou baixinho. – Amizades são maiores que paixões de um dia. Agora... se você não se importa, gostaria de ficar sozinha.

BaekHyun consentiu, mas antes de seguir direto para a saída, deu uma última olhada para a figura feminina que se voltou para a máquina de café e jurava ter escutado o começo de um novo choro.

Suspirou.

(...)

Na manhã seguinte, ChanYeol ficou longe de BaekHyun o tempo inteiro. Não foi com ele no mesmo carro para o aeroporto e lá ficou o tempo todo cercado de JongIn e KyungSoo.

— Você está péssimo – soltou um Sehun sentado ao seu lado na sala de embarque, de pernas e braços cruzados e olhos fechados.

— Muito observador o senhor, Oh.

— Só espero que não seja porque você quis se aventurar com a senhorita estragadora de amizades no bar do hotel. – Sehun olhou de soslaio para o menor e sorriu ao vê-lo revirar os olhos.

— Eu fui procurar um bebida e ela estava lá. Pronto. Acabou. Não aconteceu nada. E eu não seria louco de fazer qualquer coisa.

— Que bom que pelo menos isso serviu para te colocar no eixo. Sobre o que vocês conversaram e por que ela tava chorando?

— Ela falou sobre... espera – BaekHyun se virou em direção a Sehun. – Como você sabe disso?!

— Eu realmente não quero me explicar aqui, hyung.

— Seu – e deu um leve soco no ombro do mais novo. – Era você?!

— Não desvie o assunto.

— Você tava transando na cozinha sabendo que eu tava praticamente no mesmo recinto?!

— Você não estava lá quando começamos e definitivamente acho que ela também não estava, mas não posso assegurar nada.

— Você é muito pervertido, Sehun.

— Olha só quem está me julgando. – E dessa vez recebeu um soco mais firme, fazendo-o reclamar de dor. – Vai me contar?

— Não ouviu a conversa?! – BaekHyun cerrou os olhos em desagrado.

— Não.

BaekHyun suspirou com o tom malicioso do outro.

— Eu perguntei porque ela contou... e quanto mais ela não conseguia me dizer, eu soube o motivo.

— ChanYeol?!

— E teria como não ser?! É tão óbvio que eu não vi... Ele faz isso com as pessoas... você sabe disso, eu sei disso. Channie... – nem mesmo ele conseguia encontrar a palavra exata para compor todo o efeito de Park sobre as pessoas.

— Eu sei, Baekkie, e é por isso que vai ficar tudo bem entre vocês dois. – Sehun estalou a língua, se levantando ao anunciarem o voo deles.

Dentro do avião, JunMyeon estava prestes a se sentar ao lado de BaekHyun, mas, delicadamente, Sehun puxou o líder pelo colarinho e levando-o para se sentar com ele, obrigando ChanYeol a ter que se sentar ao lado do menor. JunMyeon reclamou, mas o mais novo apenas ignorou os protestos do outro. Tratou logo de entreter JunMyeon com o que ele mais gostava de fazer: dar conselhos.

ChanYeol olhou para todas as demais fileiras ocupadas e suspirou ao ter o olhar cruzado com KyungSoo, que tinha aquele semblante que arrepiava até o pelos da sua avó morta de tão ameaçador. Sentou-se quieto ao lado do Byun.

Não tivera uma boa noite de sono. Mal conseguira dormir. Ouviu Baekhyun fazer seu breve escândalo do outro lado da porta, mas não queria saber. Era um coração partido afinal, junto da traição do melhor amigo.

Talvez fosse Shakespeare quem estava escrevendo aquela história e ele não tinha comunicado a ninguém. Ouvir BaekHyun chamá-lo algumas vezes, mas ignorou todas, ajeitando melhor os fones sobre as orelhas e aumentando o volume da música. Teria uma longa viagem.

BaekHyun, por outro lado, estava inquieto, incomodado e, por mais que não tivesse o direito, puto pelo Park estar o ignorando – até ele desistir de ser paciente, ficar de pé e puxar o maior pelo pulso até dentro da cabine do banheiro. ChanYeol tentou protestar, JongIn quis intervir, mas com um movimento de braço KyungSoo empurrou o rapper em direção a BaekHyun e reprimiu o namorado com um único olhar – e foi obrigado a ter que lidar com um bico enorme deste e ter de fazer todos os mimos que ele queria pelo resto da viagem.

— Qual é, Byun?! – Ralhou, irritado.

BaekHyun empurrou ChanYeol com tanta força para dentro da cabine que ele acabou batendo a cabeça contra a parede dura.

— Medidas drásticas, Park!

— Eu não quero falar com você. Eu não quero olhar na sua cara. Por que você não respeita isso?!

— Porque a gente divide o mesmo quarto, Channie! Eu preciso que você me escute. – Os olhos grandes e marejados do menor quase despiram ChanYeol de sua própria raiva, mas o maior fechou os olhos e desvencilhou o pulso ainda sob o domínio da mão do outro.

— Não há nada que você possa dizer para desfazer a situação.

— Eu sei! Eu não quero arranjar desculpas aqui, Channie. Eu quero te pedir perdão. Você é meu melhor amigo_

— Deveria ter pensado nisso antes.

— Eu sei... – e abaixou a cabeça, com vergonha de encarar o amigo. – Eu sei. E quero muito encontrar um jeito de te provar que estou arrependido e que te ver com raiva de mim é a pior coisa do mundo.

— Por que você fez isso, Baekkie? – A voz não estava mais marcada pela relutância, mas por algo ainda mais profundo que apertou o coração de BaekHyun: decepção.

— Eu não sei. Eu só fui... e ela só me aceitou.

— Seu ego é uma merda e às vezes mata um pouco de nós, sabia?! – O menor concordou com um aceno. – Eu me apaixonei por ela, e vocês dois me enganaram.

— Ela não te enganou... fui quem o fiz. Mas nós dois erramos com você.

— Você errou comigo, BaekHyun. Quem é ela perto do meu melhor amigo? O que ia acontecer entre a gente? Uma promessa falha de que um dia nos encontraríamos de novo?! Mas você... porra, Baekkie, eu te vejo todo santo dia nos últimos quase sete anos. Lilian não tinha que pensar na gente, mas você tinha. Era obrigação sua!

— Mas eu nem sabia que vocês iam se ver, Channie! Em nenhum momento ela me contou ou_

— Mas você pegou o contato dela para mim! Não era o suficiente saber que eu estava interessado? Eu não... – ChanYeol respirou bem fundo, fechando os olhos no processo e passando os dedos pelos cabelos. – Você me traiu, BaekHyun.

Aquelas palavras cortaram cada centímetro do coração de BaekHyun que procurou no semblante do amigo algum resquício de uma brincadeira de muito mal gosto antes que seus olhos terminassem de se encherem de água. Poderia suportar qualquer coisa naquele mundo, menos a perda da confiança de ChanYeol.

Tentou se segurar, mas não houve tempo ou reação anterior para tal. Quando percebeu, caiu de joelhos aos pés do amigo com as mãos enfiadas no rosto e soluçando, pedindo milhões de perdões e desculpas e prometendo o céu.

ChanYeol observou aquela cena toda e ouviu cada palavra e apertou os olhos. Estava muito machucado. Doía-lha pensar que não poderia mais confiar em BaekHyun e em como todas ações seriam comedidas perto dele de agora em diante, mas, porra!, como aquilo tudo lhe doía.

E pior de tudo é que ele queria muito perdoar. Liam mesmo dissera momentos depois quando tentara questionar ela. "As minhas justificativas em nada vão ajudar, ChanYeol. Você quer saber do seu amigo e achar um jeito que ele consiga te explicar para que você não tenha mais raiva dele."

Ela estava tão certa.

Mas ele preferiu negar até encontrar BaekHyun fazendo uma cena na frente da porta do seu quarto. Achou sim que Lilian e ele prometeriam algumas coisas, se falariam por mais alguns dias depois de uma noite juntos e ele poderia de alguma forma arrastá-la para dentro de seu abraço por uma vida e mostrá-la sobre a liberdade de poder escolher.

Queria provar para ela que poderia decidir qualquer coisa: desde o próximo passo depois do mestrado até querer ficar do lado de um coreano. Apertou ainda mais os olhos já sentindo o nó na garganta. Talvez ele prometeria essas coisas sozinho. Talvez somente ele iria atrás dela porque ela só podia escolher uma coisa até ali: com quem se relacionava e se relacionaria com quantas pessoas conseguisse até o término daquele prazo.

Estavam fadados a romperem antes mesmo de se unirem.

Enfim suspirou.

Levou as mãos até os ombros estreitos de BaekHyun e o induziu a ficar de pé. Retirou as mãos dele da frente do rosto e com os seus próprios dedões tentou secar as bochechas úmidas, enquanto segurava seu rosto com firmeza.

— Você entende que você errou? – A voz grossa e grave saiu muito baixa e os olhos de Park cravaram-se em breu sobre o rosto de BaekHyun, que meneou em concordância. – Você entende que eu tô ferido e que por um bom tempo eu vou me lembrar do que você fez? – Outro aceno. – Entende que se você quebrar minha confiança de novo, não vai mais ter volta?

— Entendo.

— E entende que eu preciso de espaço agora?!

BaekHyun engoliu em seco porque o tom de maior lhe dava medo e, por mais que entendesse, tinha medo de que esse espaço só ficasse maior.

— Entendo.

— Vai respeitar isso?!

— Vou.

ChanYeol ficou mais um tempo sustentando aquele olhar que fez gelar até a alma do cantor e então aliviou a pressão sobre o rosto dele, destravou o trinco da porta e se retirou. O Park pediu para Sehun trocar de lugar, que concordou sem protestar ao ver a seriedade estampada no semblante do hyung, levantando-se e deixando que o Park se sentasse e colocasse os fones de ouvido de novo.

KyungSoo olhou a movimentação sem entender nada e tentou buscar alguma resposta em Sehun, que apenas ergueu os ombros mostrando-se tão confuso quanto. BaekHyun não saíra do banheiro e o Do fez menção de se levantar para checar, mas Sehun o impediu com um toque sobre o ombro.

— Deixa que eu vou, Soo.

O mais novo abriu a porta do banheiro destravada e encontrou o amigo sentado no chão soluçando.

— ... ele não vai me perdoar, Sehun. Ele tá muito puto comigo e eu não sei mais o que fazer, eu só quero que ele... – BakeHyun apenas sentiu o maior se sentar ao seu lado puxando-o para chorar sobre seu peito. – Ele é meu melhor amigo...

— Eu sei, Baekkie. Mas o que aconteceu? O que ele te falou? – E foi assim, como muitas lágrimas ainda para saírem, a voz entrecortada e um desespero que tocava Sehun de tal forma que o impedia de ser o filho da puta que geralmente era que BaekHyun contou tudo.

— ... tinha muita raiva no olhar dele, Sehun.

— Baekkie?

— ... ele nunca vai_

— ChanYeol já te perdoo.

— Não, Sehun! Ele não vai me perdoar nunca!

— Ele pediu para você respeitar as emoções dele, BaekHyun. Se isso não for perdão... – Sehun levou a destra até o rosto molhado e vermelho do outro e gentilmente o fez encará-lo. – Quer que eu fique aqui com você mais um pouco? – O menor confirmou. – Mas você só vai chorar e vai ficar de boca fechada, ok?!

(...)

2 anos depois

— Pelo amor de Deus, Baekkie!

— Estou escolhendo o melhor lugar para comer, Channie.

— A gente tá dentro desse carro há mais de uma hora. É só escolher um.

— Eu quero comer algo muito bom, e não só matar a fome.

— Comida é comida – e recebeu um tapa muito forte na cabeça. – Ai, Soo! Doeu.

— Não fale essa heresia de novo, ChanYeol.

— Mas... – desistiu, vendo o breve aceno negativo de Kai pelo espelho do retrovisor como forma de avisar para não entrar nessa discussão com o Do. – Ok. Então será que alguém – e buscou pela compreensão de JongIn pelo espelho – poderia simplesmente dizer o nome de um restaurante altamente qualificado e que não seja o da minha mãe?

— Não sei por que não podemos ir lá. Seria mais simples.

— Porque a gente foi lá a semana inteira, e na anterior, e na outra...

— Ok! Entendemos que você esteja enjoado da comida da sua mãe, apesar de não ser realmente dela. – Disse BeakHyun que nem ao menos olhava para a tela do celular mais, o que estava quase irritando ChanYeol. – Olha ali... parece legal. Deixa eu ver – e digitou no celular o nome do lugar que simplesmente surgira para ele. – Cinco estrelas no Trip Advisor.

E antes mesmo que ele dissesse para pararem ali, ChanYeol já estava desacelerando o carro para deixá-lo à mercê do manobrista. Saíram os quatro com a discrição devida enquanto KyungSoo mandava a localização para MinSeok, que os encontraria depois da academia.

O ambiente possuía mesas de madeiras baixas e todo iluminado a luz de velas – elétricas – e uma atmosfera mais aquecida e acolhedora. Sentaram-se em uma mesa maior ao fundo do estabelecimento. BaekKyun cruzou as pernas ao lado de ChanYeol já reclamando que ficaria com dor nas costas.

— Nem vem, não vamos sair daqui.

— Não estou falando nada, Channie, só que eu tenho uma postura péssima.

JongIn revirou os olhos e KyungSoo apenas fechou os seus. Eles sabiam que BaekHyun queria que dissessem o quão perfeita era sua postura, mas estavam cansados demais do charme dele – afinal, foi uma hora inteira trancados dentro de um carro blindado com ele fazendo manha.

— Aqui parece bem agradável – comentou JongIn, passando os olhos pelo recinto inteiro, curioso, enquanto recebia um carinho escondido em seu joelho do namorado.

— Eu também achei – concordou ChanYeol, já esticando melhor as costas e abrindo um sorriso por enfim poder comer naquela noite. – Essas velas penduradas, a decoração, a... – Mas sua voz morreu ao perceber a figura que se aproximava deles sem nem ao menos prestar atenção em qualquer pessoa presente ali.

Os cabelos estavam do mesmo jeito, um pouco mais cumpridos, talvez mais claros, jogados de lado, uma possível tatuagem cobrindo todo o antebraço esquerdo e os dedos entrelaçados a uma outra mão.

Lilian, por um segundo, desviou a atenção de sua companhia e encontrou um olhar familiar não muito longe dali e riscou um sorriso amigável no rosto.

BaekHyun, curioso com o que fizera ChanYeol enfim calar a boca, fez todo o caminho com os olhos até encontrá-la ali do outro lado, e recebeu um breve aceno de cabeça. "Eu te disse", soara naquelas trocas de olhares tão rápidas.

Liam se sentou numa mesa um pouco mais distante da deles, junto da garota ruiva que não conseguia para de sorrir em direção a outra. E foi pelo gesto delicado de colocar uma mecha de cabelo para trás da orelha que ChanYeol soube que aquela era a namorada de Liam. Mesmo que algo tenha remexido ali dentro, abaixou os olhos para o menu e sorriu.

Ao final do jantar, ambos se encontraram na calçada esperando pelos seus respectivos carros. ChanYeol não soube se deveria falar alguma coisa, mas BaekHyun, por segurança, se afastou, chamando Soo e JongIn para ver uma outra coisa que nem ele sabia o que era.

— Seu cabelo tá azul. – Obviamente fora Liam quem abriu a boca primeiro.

— Novo comeback – deslizou os dedos pelos fios tingidos, meio tímido.

— Eu sei. Sou fã de vocês ainda – e sorriu. – ChanYeol, essa é Marie-Anne, minha esposa.

Ela riu meio abafado com o crescer dos olhos do coreano diante da situação e ele ficou ainda mais impressionado quando a ruiva fez uma reverência e o cumprimentou em coreano.

— Ah... – ele reverenciou também, meio envergonhado. – Prazer. Eu sou_ – Mas a risada de Liam o interrompeu.

— Nós duas somos fãs do EXO.

— Ahn, que bom! Querem um... autógrafo, foto? – Ele estava nitidamente desconfortável com o que acabara de dizer, porém, Marie-Anne negou com a cabeça, falando que eram grandinhas o suficiente para se contentarem com apenas uma breve conversa na calçada. – Ah, ok. Como você... vocês estão?!

— Estamos bem. Anne disse que nunca tinha vindo para Seoul, então a trouxe para a inauguração do hotel em Jeju e escapamos rapidinho para cá – e ChanYeol viu aquele brilho fulgurar dentro dos olhos de Liam quando ela voltou os olhos para a esposa e se sentiu atraído para a força da cumplicidade das duas.

Sorriu. Bobo. Feliz.

Aquela felicidade era contagiante.

— Então seguiu mesmo os negócios dos seus pais.

— Segui, mas agora estou elaborando um outro conceito para tentar desvincular daquele luxuoso deles. Em passos pequenos está dando certo.

Conversaram por mais alguns minutos e chegaram até a ignorar as tentativas dos manobristas para entregarem os carros já posicionados. ChanYeol descobrira que Marie-Anne era escocesa e trabalhava com fotografia. Haviam se encontrado a primeira vez no show deles, quando Lilian chegou atrasada e sem querer se deparou com ela com o crachá de imprensa local.

— Meu carro – e apontou o veículo diante deles e um manobrista já irritado. – Sabe, ChanYeol... – Liliam retornou, abrindo a porta do passageiro para a esposa. – Contei sobre suas teorias de vida para Anne e acho que deveríamos nos encontrar em breve para vocês poderem conversarem sobre... se ainda for no que você acredita.

ChanYeol aceitou prontamente porque soube que aquele era o pedido de desculpas dela, dizendo, em silêncio, que ele era em parte responsável pela felicidade dela agora.

— Me liga – ele disse, entregando o número. – Aperte o número do meu celular e me ligue; nada de mensagens dessa vez, ok?!

— Com certeza – e ela já estava dando a volta no carro quando ChanYeol a chamou mais uma vez.

— Estou feliz por você, Liam.

— E você, está feliz ainda com a sua vida?!

— Você não pode nem acreditar como.

As de Park cravaram-se em breu sobre o rosto de BaekHyun, que meneou em concordância. – Você entende que eu tô ferido e que por um bom tempo eu vou me lembrar do que você fez? – Outro aceno. – Entende que se você quebrar minha confiança de novo, não vai mais ter volta?

— Entendo.

— E entende que eu preciso de espaço agora?!

BaekHyun engoliu em seco porque o tom de maior lhe dava medo e, por mais que entendesse, tinha medo de que esse espaço só ficasse maior.

— Entendo.

— Vai respeitar isso?!

— Vou.

ChanYeol ficou mais um tempo sustentando aquele olhar que fez gelar até a alma do cantor e então aliviou a pressão sobre o rosto dele, destravou o trinco da porta e se retirou. O Park pediu para Sehun trocar de lugar, que concordou sem protestar ao ver a seriedade estampada no semblante do hyung, levantando-se e deixando que o Park se sentasse e colocasse os fones de ouvido de novo.

KyungSoo olhou a movimentação sem entender nada e tentou buscar alguma resposta em Sehun, que apenas ergueu os ombros mostrando-se tão confuso quanto. BaekHyun não saíra do banheiro e o Do fez menção de se levantar para checar, mas Sehun o impediu com um toque sobre o ombro.

— Deixa que eu vou, Soo.

O mais novo abriu a porta do banheiro destravada e encontrou o amigo sentado no chão soluçando.

— ... ele não vai me perdoar, Sehun. Ele tá muito puto comigo e eu não sei mais o que fazer, eu só quero que ele... – BakeHyun apenas sentiu o maior se sentar ao seu lado puxando-o para chorar sobre seu peito. – Ele é meu melhor amigo...

— Eu sei, Baekkie. Mas o que aconteceu? O que ele te falou? – E foi assim, como muitas lágrimas ainda para saírem, a voz entrecortada e um desespero que tocava Sehun de tal forma que o impedia de ser o filho da puta que geralmente era que BaekHyun contou tudo.

— ... tinha muita raiva no olhar dele, Sehun.

— Baekkie?

— ... ele nunca vai_

— ChanYeol já te perdoo.

— Não, Sehun! Ele não vai me perdoar nunca!

— Ele pediu para você respeitar as emoções dele, BaekHyun. Se isso não for perdão... – Sehun levou a destra até o rosto molhado e vermelho do outro e gentilmente o fez encará-lo. – Quer que eu fique aqui com você mais um pouco? – O menor confirmou. – Mas você só vai chorar e vai ficar de boca fechada, ok?!

(...)

2 anos depois

— Pelo amor de Deus, Baekkie!

— Estou escolhendo o melhor lugar para comer, Channie.

— A gente tá dentro desse carro há mais de uma hora. É só escolher um.

— Eu quero comer algo muito bom, e não só matar a fome.

— Comida é comida – e recebeu um tapa muito forte na cabeça. – Ai, Soo! Doeu.

— Não fale essa heresia de novo, ChanYeol.

— Mas... – desistiu, vendo o breve aceno negativo de Kai pelo espelho do retrovisor como forma de avisar para não entrar nessa discussão com o Do. – Ok. Então será que alguém – e buscou pela compreensão de JongIn pelo espelho – poderia simplesmente dizer o nome de um restaurante altamente qualificado e que não seja o da minha mãe?

— Não sei por que não podemos ir lá. Seria mais simples.

— Porque a gente foi lá a semana inteira, e na anterior, e na outra...

— Ok! Entendemos que você esteja enjoado da comida da sua mãe, apesar de não ser realmente dela. – Disse BeakHyun que nem ao menos olhava para a tela do celular mais, o que estava quase irritando ChanYeol. – Olha ali... parece legal. Deixa eu ver – e digitou no celular o nome do lugar que simplesmente surgira para ele. – Cinco estrelas no Trip Advisor.

E antes mesmo que ele dissesse para pararem ali, ChanYeol já estava desacelerando o carro para deixá-lo à mercê do manobrista. Saíram os quatro com a discrição devida enquanto KyungSoo mandava a localização para MinSeok, que os encontraria depois da academia.

O ambiente possuía mesas de madeiras baixas e todo iluminado a luz de velas – elétricas – e uma atmosfera mais aquecida e acolhedora. Sentaram-se em uma mesa maior ao fundo do estabelecimento. BaekKyun cruzou as pernas ao lado de ChanYeol já reclamando que ficaria com dor nas costas.

— Nem vem, não vamos sair daqui.

— Não estou falando nada, Channie, só que eu tenho uma postura péssima.

JongIn revirou os olhos e KyungSoo apenas fechou os seus. Eles sabiam que BaekHyun queria que dissessem o quão perfeita era sua postura, mas estavam cansados demais do charme dele – afinal, foi uma hora inteira trancados dentro de um carro blindado com ele fazendo manha.

— Aqui parece bem agradável – comentou JongIn, passando os olhos pelo recinto inteiro, curioso, enquanto recebia um carinho escondido em seu joelho do namorado.

— Eu também achei – concordou ChanYeol, já esticando melhor as costas e abrindo um sorriso por enfim poder comer naquela noite. – Essas velas penduradas, a decoração, a... – Mas sua voz morreu ao perceber a figura que se aproximava deles sem nem ao menos prestar atenção em qualquer pessoa presente ali.

Os cabelos estavam do mesmo jeito, um pouco mais cumpridos, talvez mais claros, jogados de lado, uma possível tatuagem cobrindo todo o antebraço esquerdo e os dedos entrelaçados a uma outra mão.

Lilian, por um segundo, desviou a atenção de sua companhia e encontrou um olhar familiar não muito longe dali e riscou um sorriso amigável no rosto.

BaekHyun, curioso com o que fizera ChanYeol enfim calar a boca, fez todo o caminho com os olhos até encontrá-la ali do outro lado, e recebeu um breve aceno de cabeça. "Eu te disse", soara naquelas trocas de olhares tão rápidas.

Liam se sentou numa mesa um pouco mais distante da deles, junto da garota ruiva que não conseguia para de sorrir em direção a outra. E foi pelo gesto delicado de colocar uma mecha de cabelo para trás da orelha que ChanYeol soube que aquela era a namorada de Liam. Mesmo que algo tenha remexido ali dentro, abaixou os olhos para o menu e sorriu.

Ao final do jantar, ambos se encontraram na calçada esperando pelos seus respectivos carros. ChanYeol não soube se deveria falar alguma coisa, mas BaekHyun, por segurança, se afastou, chamando Soo e JongIn para ver uma outra coisa que nem ele sabia o que era.

— Seu cabelo tá azul. – Obviamente fora Liam quem abriu a boca primeiro.

— Novo comeback – deslizou os dedos pelos fios tingidos, meio tímido.

— Eu sei. Sou fã de vocês ainda – e sorriu. – ChanYeol, essa é Marie-Anne, minha esposa.

Ela riu meio abafado com o crescer dos olhos do coreano diante da situação e ele ficou ainda mais impressionado quando a ruiva fez uma reverência e o cumprimentou em coreano.

— Ah... – ele reverenciou também, meio envergonhado. – Prazer. Eu sou_ – Mas a risada de Liam o interrompeu.

— Nós duas somos fãs do EXO.

— Ahn, que bom! Querem um... autógrafo, foto? – Ele estava nitidamente desconfortável com o que acabara de dizer, porém, Marie-Anne negou com a cabeça, falando que eram grandinhas o suficiente para se contentarem com apenas uma breve conversa na calçada. – Ah, ok. Como você... vocês estão?!

— Estamos bem. Anne disse que nunca tinha vindo para Seoul, então a trouxe para a inauguração do hotel em Jeju e escapamos rapidinho para cá – e ChanYeol viu aquele brilho fulgurar dentro dos olhos de Liam quando ela voltou os olhos para a esposa e se sentiu atraído para a força da cumplicidade das duas.

Sorriu. Bobo. Feliz.

Aquela felicidade era contagiante.

— Então seguiu mesmo os negócios dos seus pais.

— Segui, mas agora estou elaborando um outro conceito para tentar desvincular daquele luxuoso deles. Em passos pequenos está dando certo.

Conversaram por mais alguns minutos e chegaram até a ignorar as tentativas dos manobristas para entregarem os carros já posicionados. ChanYeol descobrira que Marie-Anne era escocesa e trabalhava com fotografia. Haviam se encontrado a primeira vez no show deles, quando Lilian chegou atrasada e sem querer se deparou com ela com o crachá de imprensa local.

— Meu carro – e apontou o veículo diante deles e um manobrista já irritado. – Sabe, ChanYeol... – Liliam retornou, abrindo a porta do passageiro para a esposa. – Contei sobre suas teorias de vida para Anne e acho que deveríamos nos encontrar em breve para vocês poderem conversarem sobre... se ainda for no que você acredita.

ChanYeol aceitou prontamente porque soube que aquele era o pedido de desculpas dela, dizendo, em silêncio, que ele era em parte responsável pela felicidade dela agora.

— Me liga – ele disse, entregando o número. – Aperte o número do meu celular e me ligue; nada de mensagens dessa vez, ok?!

— Com certeza – e ela já estava dando a volta no carro quando ChanYeol a chamou mais uma vez.

— Estou feliz por você, Liam.

— E você, está feliz ainda com a sua vida?!

— Você não pode nem acreditar como.


Notas Finais


Ai, estou meio triste por ter me despedido de "The Girl We Met".

Era para ter sido um plot curtinho, de 3 ou 4 capítulos no máximo, estourando, e veja até onde foi?! Quer dizer, não que tenha ido muito longe. Mas eu amei escrever isso e venho idealizando e pensando sobre esse último capítulo desde o começo, porque eu sabia exatamente como eu queria que acabasse.
ChanYeol é o maior rei nessa história porque ele é o rei em muitos lugares.

Espero que tenham gostado do final, que tenham aproveitado a leitura. Eu tenho problemas com manter longfic porque às vezes desanimo no meio. Não que 7 capítulos seja long, mas para quem geralmente escreve oneshot... enfim. Obrigada por compartilharem dessa história comigo.

Vergonha de comentar aqui? Tenta aqui então: https://curiouscat.me/NoahBlack


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