História The Girl Who Dreams - Things Happen

    Ir para a escola nunca foi uma experiência agradável para Nora. Aquele lugar simplesmente não era para ela. Se pudesse, não pisaria mais lá.

Mas nós não podemos ter tudo que queremos e lá estava ela passando pelos portões daquele lugar nocivo.

O St. Patrick era um colégio particular e tradicional de Chicago. Muito caro, apenas a elite da cidade poderia pagar por um ensino desse. Muitos o consideravam um lugar agradável, Nora o achava nojento.

Frequentava aquele lugar desde os três anos e nunca gostou de lá. Aquelas crianças, todas ricas e mimadas, a consideravam estranha e esquisita e por isso era solitária e sem amigos.

Segunda-feira era um dia horrível, teria educação física. A maioria dos alunos amavam aquela matéria , achavam que era recreação ou algo do tipo, mas Nora odiava estar na quadra jogando com e contra aqueles babacas ou sendo obrigada a correr 1 km e ter o maior tempo da classe.

Se ela tivesse superpoderes, mostraria para aqueles idiotas quem ela era e o que ela poderia fazer. Nunca mais iriam mexer com ela.

Mas essa não era a realidade, infelizmente.

Entrou na quadra e sentou no banco quando o professor começou a falar.

    - Bom, como estamos jogando há muito tempo, resolvi fazer uma aula recreativa hoje. Iremos jogar queimada!

    Todos os alunos começaram a vibrar no mesmo momento quando o pânico tomou conta de Nora.

    Queimada era o pior jogo da história da humanidade. Meninos x Meninas, mas todos jogavam com força. Nora frequentemente dizia que eles não jogavam para acertar, mas para machucar.

    A bola começaria com os meninos dessa vez. O apito é tocado e a bola voa em direção ao campo das meninas.

    Alguma menina, que Nora não se preocupou em ver quem, jogou a bola para o campo dos meninos e acertou o joelho de Tyler Lee.

    O brutamontes, o mais forte da sala. Alguns podiam comemorar, mas Nora viu o quão errado aquilo foi.

    O garoto caminhou para o fundo da quadra e ali, naquele momento, o inferno começou.

    Tyler jogava a bola para os meninos e os meninos jogavam a bola para Tyler. As meninas corriam de um lado para o outro, feito barata tonta. O coração de Nora estava indeciso, não sabia se parava o se batia mais forte.

    De repente, a bola atinge a perna de Nora com força e ela cai no chão.

    Conseguia ouvir as risadas de seus colegas, o professor não estava presente naquele momento, então, levantou sozinha e foi até o outro lado da quadra com a bola em mãos. A única coisa que ouvia eram risadas e única coisa que queria fazer era gritar.

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    Depois de ter passado o resto do dia ouvindo piadas sobre a sua queda na aula de educação física, Nora finalmente estava em casa de novo.

    Trancada em seu quarto ouvindo “Look What You Made Me Do” repetidamente, porque aquela música representava como estava se sentido e o que ela desejava fazer aquele momento.

    Ficou assim por horas com raiva, querendo socar alguém, querendo gritar, querendo chorar.

    Viu que já passava da meia noite, resolveu ir dormir. Teria outro dia cheio e terrível na escola no dia seguinte.    

    Antes de se deitar, resolveu pegar um copo d’água. Não se preocupou em fazer barulho já que seus “pais” haviam ido viajar.

    Foi para a cozinha, não se preocupou em acender a luz. Pegou um copo e o encheu de água do filtro.

    Estava passando pela sala quando uma luz azul bateu no seu rosto.

 Viu um círculo meio instável dessa luz no meio da sala. Grande, parecia uma passagem.

Parecia não, era uma passagem. Já tinha lido, visto e ouvido tudo o possível para saber que aquilo era um portal.

Nora chegou mais perto, cada vez mais perto do portal. Largou o copo de água no chão, sem se preocupar com o barulho do vidro quebrando. Seus olhos estavam vidrados, hipnotizados naquilo. Se beliscou rapidamente para saber se aquilo era real e, sem pensar duas vezes, entrou.