História The Girlfriend Of My Friend - Capitulo 45

POV LAUREN

Eu não sabia explicar o ódio que estava sentindo. Não de Camila, porque eu conheço a minha namorada o suficiente para saber que se ela quisesse ir na Lucy, ou em qualquer outro lugar ela não iria mentir pra mim. Eu sabia que seja o que for que aconteceu, Camila não está por vontade própria, eu sinto isso, o meu coração dizia isso, o meu pressentimento dizia que era algo ruim. Eu me sentia uma completa idiota por ter zombado de Verônica quando ela tentou nos alertar, algo me diz hoje que ela está completamente certa.

Deixei meu carro de qualquer jeito na frente da casa dos Vives e desci batendo a porta do carro com força, sem me preocupar em tranca-lo ou algo do tipo eu caminhei em passos duros e decididos até a grande porta de madeira. Percebi a movimentação de carros estacionando atrás de mim e eu não precisei olhar para saber que as meninas estavam ali também.

- Cadê ela? – Perguntei assim que abri a porta e encontrei os pais de Lucy sentados no sofá. Isso mesmo, eu entrei sem bater. Não tinha tempo para isso.

Carlos que tinha algumas folhas em suas mãos pulou assustado, já Herlinda nos olhou e colocou a mão em seu peito e se levantou.

- Foi Deus quem trouxe vocês aqui – Ela falou parecendo realmente aliviada em nos ver.

- Onde está a Camila e a Sofia? – Perguntei impaciente.

- Laur, calma – Ally se aproximou, tocando o meu braço. Esquivei-me.

- Camila e Sofia? – Carlos perguntou confuso.

- Não se faça de idiota – Falei irritada, tentei dar um passo em sua direção, mas Ally me segurou – A Camila está sumida desde ontem a noite, e hoje foi a Sofia, sabemos muito bem que sua filha está com elas – Me exaltei apontando o dedo para ele – E você vai me dizer agora onde a Lucy está, ou eu mesmo vou revirar essa casa todinha e só saio daqui quando encontra a minha namorada e a minha cunhada – Completei e balancei o meu corpo me esquivando de Ally mais uma vez.

- Oh não – A mãe de Lucy se jogou para trás no sofá e desabou a chorar, aquilo me deixou ainda mais irritada.

- Não vimos Lucia desde a noite passada – Carlos confessou com a voz baixa, atraindo a nossa atenção – Pensamos que talvez ela pudesse ter ido para casa de alguma de vocês, por isso não nos preocupamos – Nos olhou – Mas hoje pela manhã o banco me ligou me informando de uma grande quantia de dinheiro que Lucy retirou de sua conta, e ela estourou o seu cartão no mercado com compras que daria para dois anos inteiros – Ele contou e meu coração acelerou.

- Isso é culpa sua – A mãe de Lucy gritou acusando o marido que se encolheu se esquivando dos tapas da esposa – Eu falei Carlos, eu falei que não deveríamos ter levado ela naquele lugar, olha ai... – Herlinda dizia chorando.

- Você sabe muito bem, que a Lucy precisava daquilo – Carlos rebateu em defesa.

- A minha filha não é louca – Herlinda gritou. E depois disso tudo ficou em silencio.

Carlos nos olhou e Herlinda cobriu o seu rosto voltando a chorar. Soltei um suspiro longo, buscando a paciência.

- Ta legal, ninguém aqui está a fim de saber se sua filha é louca ou não. Estamos aqui porque a essa hora, tem uma mulher sofrendo na sala da casa dela, porque as DUAS filhas, DUAS, sumiram e se vocês me dão licença, podem continuar essa discussãozinha de vocês ai, eu vou procurar por minha amiga – Verônica falou e saiu caminhando em direção a escada da casa.

Eu fiquei parada por apenas milésimos segundos, até me despertar e sair correr atrás de Verônica, assim que cheguei lá em cima, vi que ela estava no quarto de Lucy.

- Procura alguma coisa no computador – Verônica pediu assim que eu entrei. Ela mexia nas gavetas do criado mudo, e jogava livros e cadernos tudo no chão.

Suspirei e assenti, fui até o notebook que estava em cima da mesinha e abri, fui direto ao histórico e soltei um suspiro frustrado ao perceber que estava limpo.

- Ela apagou – Lamentei – Ela apagou o histórico – Bati na mesa irritada.

- Calma – Troy entrou no quarto – Eu consigo recuperar, pelo menos as das últimas semanas eu consigo – Ele disse e eu rapidamente me levantei da cadeira dando lugar para ele se sentar.

- O closet está vazio – Vero saiu de dentro do closet e me olhou, Ally estava ao lado do namorado e Dinah parada na porta nos encarando preocupada.

- Ela pegou a minha Camila – Murmurei com a voz embargada, sentindo uma onda de desespero.  - Ela pegou... - Senti um braço rodeando o meu e eu abracei Verônica, toda aquela implicância e rivalidade com ela já havia ido embora a muito tempo.

POV CAMILA

- Sofia, você precisa me falar como é que é esse lugar, como é que é o lado fora da casa – Perguntei com calma para a minha irmã.

Lucy havia saído do quarto, segundo ela iríamos assistir filme na sala como uma família feliz. Eu estava assustada, aquela não era a Lucy que convivi, aquela não era a minha amiga Lucy, eu não conhecia ela. Mas eu tinha que me mostrar forte e tentar passar a tranquilidade para a minha irmã, que já estava mais do que assustada depois daquele pequeno surto de Lucy.

- Por que a tia Lucy ta brava? – Sofia perguntou e eu cobri a boca dela com minhas mãos.

- Shiiu – Falei e olhei para a porta – Fala baixo, você precisa me ajudar meu amor – Falei calma. Eu queria mais do que nunca sair dali, eu precisava tirar a minha irmã dali.

Sofia me olhou e acenou freneticamente com a cabeça.

- Você pode a chamar de mamãe Lucy? – Perguntei e minha irmã arqueou suas sobrancelhas confusas.

- Mas ela não é minha mãe – Sofia respondeu confusa e eu sorri fraco. Ela estava tão alheia aquilo tudo, tão frágil.

- Eu sei meu anjo, hum.... – Pensa rápido Camila, pensa rápido – É uma brincadeira agora, de casinha, a Lucy é a sua mamãe, e você não pode a chamar de tia, porque ela vai ficar brava e vai deixar o neném de castigo – Falei e Sofia sorriu animada se levantando na cama.

- Então eu vou ser a filhinha e moramos nessa casa grandona – Falou animada e começou a pular na cama. Sorri vendo a sua animação engolindo a minha vontade de chorar.

- Agora – Segurei as suas mãozinhas a fazendo parar de pular – Agora você precisa me dizer o que você viu lá fora – Pedi calma e Sofia assentiu e se sentou na cama.

Mas antes que a Sofia pudesse abrir a boca para falar qualquer coisa, a porta do quarto foi aberta e Lucy entrou.

- Pronto, eu já arrumei tudo – Lucy falou e Sofia olhou para ela e deu um sorrisinho.

- Mamãe Lucy, eu to com fome – Falou de um jeito manhoso e um sorriso enorme cresceu no rosto de Lucy e ela me olhou.

- Eu vou fazer pipoca – Avisou e saiu sorridente do quarto.

Olhei para aquela porta aberta e vi ali a oportunidade perfeita.

- Sofi – Chamei por minha irmã e segurei o seu rostinho pequeno e gordinho – Aconteça o que acontecer, você corre, corre e se esconde está bom? Eu vou te encontrar – Falei e minha irmã me encarou confusa. – Vem comigo – Me levantei da cama pegando ela no colo.

Agradeci os céus, por não estar mais com as pernas fracas. Ou eu sairia daquela casa agora, ou eu não sairia nunca mais.

Sai do quarto, fazendo sinal de silencio para a minha irmã. Tinha um pequeno corredor e logo cheguei à sala. Havia um colchão enorme jogado no meio da sala em frente a TV, mas o que me deixou nervosa foi perceber que a sala e a cozinha era no mesmo cômodo e só era dividido por um balcão.

Lucy cantarolava distraída enquanto estava de costa mexendo nas panelas no fogo, olhei para a minha irmã e fiz um sinal de silencio para ela e caminhei em passos lentos até uma porta de madeira que eu jurei ser a porta de saída.

E quando eu girei a maçaneta, eu não acreditei quando vi que a mesma estava aberta. Coloquei a minha irmã no chão e fiz sinal para ela corresse, e uma sensação de alivio percorreu ao ver que meu carro estava estacionado ali, logo ao lado da casa. Era um campo, só tinha grama em nossa volta, eu não sabia onde estava eu só queria correr para longe daqui. E quando eu pensei em correr em direção ao meu carro, senti uma dor horrível em meu couro cabeludo, e minha cabeça foi puxada pra trás de um jeito agressivo.

- Onde você pensa que vai meu amor? – Lucy perguntou próxima ao meu ouvido. Ela puxava o meu cabelo com força me obrigando a dar passos para trás.

Sofia parou e me olhou com os seus olhinhos arregalados.

- Sofia, corre, corre Sofia – Comecei a gritar para a minha irmã, mas ela continuou parada me olhando – Corre – Gritei novamente e em seguida soltei um gemido de dor, pois Lucy puxou o meu cabelo ainda mais forte.

- Você sabe que ela não vai conseguir sair daqui, não é? – Lucy perguntou e em seguida soltou uma risadinha fraca.

POV LAUREN

- Achei, achei – Troy gritou e eu praticamente voei para cima dele – Olha esse site que ela buscou – Ele abriu o site.

- Compras e vendas, essa casa de campo fica no fim de Miami – Falei depois de ler o noticiário.

- Será? – Verônica me olhou.

- É lá... – Falei apontando para o computador – É lá que elas estão, eu sei, é lá – Falei e Verônica acertou um tapa na cabeça de Troy.

- Anota esse endereço ai, imbecil – Verônica mandou e eu li o endereço no computador uma ultima vez.

Empurrei Verônica que estava em minha frente e sai do quarto em passos apressados.

- Espera - Ally veio correndo atrás de mim – Onde você vai? – Ela perguntou.

Desci as escadas, e a Dona Herlinda e o Seu Carlos ainda estavam lá discutindo, enquanto ele falava com alguém no telefone. Abri a porta da casa e olhei para a baixinha que me encarava no topo da escada.

- Eu vou buscar a Camila e a Sofia. – Foi o que eu respondi antes de sair.