História The Girlfriend Of My Friend - Capitulo 50

 

POV CAMILA

 

Seguimos até o hospital em completo silencio, eu fiquei sentada no canto da ambulância enquanto observava examinarem Lauren durante o caminho, quando chegamos no hospital levaram a Lauren para dentro e eu tive que ficar na sala de espera, não demorou muito para aquele lugar encher com as minhas amigas e Troy, Tio Mike, a Clara, todos estavam lá, exceto por meus pais que segundo a Dinah, resolveram levar Sofia para casa, a minha pequena já estava assustada demais.

 

Uma enfermeira se aproximou me procurando pois a Lauren estava me chamando, e acabou que Dinah e Ally vieram junto comigo, seguimos a enfermeira até um quarto onde Lauren estava deitada,e me explicaram que acharam melhor deixar ela em observação por uma noite. Eu quis ficar com ela, mas Lauren não deixou, disse que eu precisava descansar, e disse que iria ligar para Taylor o que me deixou mais tranquila, mas logo veio outro pequeno problema. Com quem deixar Angel?

 

Ela não queria deixar nos pais dela por causa de Dona Clara, mas ela também não queria deixar comigo porque eu precisava descansar, e isso causou uma pequena discussão entre a gente, e quando eu fiquei emburrada ela falou para eu pegar a Angel com a minha irmã, o que me fez sorrir internamente, e sem responder nada eu sai do quarto, deixando elacom a Dinah e Ally.

 

E lá estava eu agora, em frente ao prédio de Lauren. Normani estava comigo, estávamos usando o carro de Lauren que ela havia pegado lá naquele inferno pessoal meu. Eu perdi o meu carro. Ele havia explodido junto com a casa.

 

- Você tem certeza que consegue cuidar da baixinha? Se quiser e... – Interrompi Normani.

 

- Não começa você também não – Falei irritada. Elas falam como se a Angel fosse me dar algum trabalho, é da minha bolinha que estamos falando.

 

Normani ergueu as mãos em rendição e eu suspirei e desci do carro.

 

Já havia ligado para Taylor, e pelo o jeito que ela falou comigo ela estava quase botando ovo lá dentro daquele apartamento desesperada por notícias.

 

Passei pelo o porteiro e apenas o cumprimentei com um aceno de cabeça, ela já me conhecia muito bem.

 

- Ai graças a Deus – Taylor falou ao abrir a porta e me puxou para um abraço apertado. – Vocês querem me matar de preocupação? – Perguntou e eu já estava ficando sem ar de tanto que ela me apertava.

 

- Taylor – Falei com dificuldade e dei dois tapinhas nas costas dela. Minha cunhada rapidamente me soltou e me deu um sorriso amarelo – Onde está a bolinha? – Perguntei antes que ela fizesse qualquer outra pergunta.

 

Eu não queria ter que responder, na verdade eu não queria me lembrar de nada do que eu passei. Aquilo era no mínimo torturante, foram momento de terrores, aquela não era a Lucy, não a minha Lucy, e isso me assusta. Talvez até me culpe, pelo o que ela se tornou.

 

- Eu acabei de fazê-la dormir, você não quer mesmo ficar aqui? – Perguntou e eu neguei freneticamente com a cabeça. Eu não queria ficar sozinha – Eu arrumei a bolsa dela, eu não sei muito bem onde a Lauren guarda as coisas dela. – Explicou e eu sorri fraco.

 

- Eu vou ver então – Avisei e Taylor apontou para a bolsa branca de bebê em cima do sofá.

 

Fui até lá e abri a bolsa checando se tudo estava lá, fraldas, mamadeira, chupeta, pomada para assadura, roupas, arquei as sobrancelhas ao me dar conta que faltava algo.

 

- Cadê a bonequinha dela? – Perguntei olhando para Taylor – Aquela boneca de pelúcia, ela não dorme s... – Taylor me interrompeu.

 

- Está com ela – Minha cunhada respondeu e eu assenti fechei a bolsa – Mas qualquer coisa, vou deixar a chave com você e se precisar de algo você bem buscar – Assenti mais uma vez e peguei a bolsa e joguei a alça sobre o meu ombro – E outra coisa, amanhã a Rosalina chega cedo, o que eu faço? Ligo para ela, ou você traz a Angel? Eu não sei se você vai para a escola – Neguei com a cabeça.

 

- Não, eu não vou – Respondi imediato e Taylor assentiu – Eu acho melhor ligar para ela, eu vou ficar com a Angel – Expliquei e minha cunhada assentiu. – Você deu comida para ela, ou ela dormiu sem comer? – Perguntei e Taylor sorriu amarelo e coçou a nunca, ali eu já soube a resposta – Taylor – Repreendi. – Ela não pode dormir sem comer – Falei e soltei a bolsa novamente em cima do sofá e segui para o corredor.

 

- Eu estava nervosa com tudo isso que estava acontecendo ta legal? Eu não ia pensar em fazer papinha para ela – Taylor se defendeu enquanto vinha andando atrás de mim.

 

- Que deixasse que morrêssemos lá, como você pode esquecer de dar comida para ela e deixar ela dormir? O sono dela não vai ser tranquilo, céus, nem a Lauren esquece isso – Murmurei e entrei no quarto de Angel – Awn meu amorzinho – Murmurei quando eu vi ela resmungando no berço.

 

- Desculpa – Taylor murmurou ao meu lado com a voz baixa e eu nada respondi apenas me abaixei e peguei Angel em meu colo. Ela resmungou e deitou a sua cabeça em meu ombro voltando a dormir, alisei seus cabelinhos e dei um beijo no topo de sua cabeça, sentindo uma imensa paz por ter ela em meus braços, por poder sentir o seu cheirinho de bebê – Eu já falei que você parece a mãe dela? – Perguntou e eu mostrei a língua e sai do quarto com a pequena, parando no meio do caminho ao me lembrar de algo– Está aqui – Taylor falou atrás de mim balançando a bonequinha de pano em sua mão. Sorri e peguei – Você quer que eu leve vocês? – Perguntou quando eu peguei a bolsa de Angel em cima do sofá.

 

- Não precisa, a Mani ficou me esperando lá em baixo no carro, ela já deve esta dando cria lá – Falei rindo e Taylor riu baixo.

 

- Por que ela não subiu? – Perguntou e eu dei de ombros.

 

- Eu falei que seria rápido – Respondi e em seguida soltei um suspiro – Estamos todas cansadas – Confessei em um suspiro. Pelo o que as meninas me contaram, elas e Lauren e minha mãe andaram quase que a tarde inteira me procurando por Miami.

 

- Maluca essa filha dos Vives em? – Taylor falou e eu olhei para ela. – Desculpa – Falou e eu assenti com um sorriso fraco. Ela não estava errada. – Eu vou descer com vocês, você vai ficar com a chave – Taylor falou e já foi pegando a sua bolsa.

 

Depois de Taylor trancar a porta e me entregar a chave descemos em silencio.

 

- Qualquer coisa com a Lauren você liga lá em casa ta bom? – Pedi assim que chegamos na portaria. Infelizmente eu havia perdido o meu celular junto com o meu carro. Taylor assentiu e me abraçou e em seguida beijou o rosto da sobrinha.

 

- Você também, qualquer coisa é pra ligar – Taylor falou e eu assenti.

 

- Não se preocupa – Respondi e Taylor deixou um beijo nos cabelos de Angel mais uma vez e seguiu em direção ao estacionamento.

 

Suspirei e apoiei a minha mão nas costinhas da pequena e segui para fora do prédio indo até o carro.

 

- Finalmente – Normani falou e eu fiz sinal de silencio para ela, Angel estava dormindo. Coloquei a pequena em sua cadeirinha e depois de fechar tudo eu entrei no carro fechando a porta. – Eu estava quase indo lá atrás de vocês – Normani falou um pouco mais baixo e eu revirei os meus olhos.

 

- Vamos logo, jaja minha bolinha acorda com fome – Eu ainda estava indignada com o fato de Taylor não ter dado comida para ela.

 

Normani assentiu e fomos para casa, em silencio. Ela estava com o rádio ligado e cantarolava baixinho, como eu estava sentada no banco de trás por causa da neném, eu fiquei acariciando os seus cabelinhos castanhos a admirando dormir o caminho todo até que finalmente estivéssemos na frente de casa.

 

- Eu vou ficar aqui esta noite – Normani falou enquanto tirava o cinto e eu olhei para ela – Eu não tenho culpa, a Lauren pediu – Falou erguendo a mão em rendição. Revirei os meus olhos e comecei a tirar os cintos de Angel que acabou acordando e desabou a chorar.

 

- Calma meu anjo, sou eu – Falei me apressando para desprender ela – Sou eu minha bolinha – Falei com a voz infantil e Angel me olhou com aqueles olhos azuis e lacrimejados – É sou eu, a tia Camz – Falei e a peguei no colo ao mesmo tempo eu escutei a Normani gritar “ Mamãe Camz”  do lado de fora do carro, ignorei. – O que foi meu anjinho? Fala pra mim. – Continuei conversando com a minha princesa, ela se agarrou no meu pescoço e fungou. – Em? – Perguntei acariciando os seus cabelinhos e deixei um beijo carinhoso.

 

E assim que desci do carro só tive tempo de ver a minha mãe vindo correndo em nossa direção.

 

- Ai minha netinha – Mama apareceu sorridente e eu revirei os meus olhos. Esse povo estava com uma mania de jogar essas indiretinhas de que era mãe de Angel, não que eu não gostasse da ideia, mas a Angel tem a mãe dela que é a Alycia, e eu não quero tomar esse lugar dela. – Menina, eu não acredito que você está com a minha princesa no colo desse jeito – Minha mãe já foi pegando Angel do meu colo.

 

Eu já ia protestar, mas ao olhar para o meu corpo eu me lembrei de tudo o que eu passei, de que estava com a mesma roupa desde a festa de aniversário, que fiquei amarrada em uma cama, que pulei uma janela enquanto a casa pegava fogo, que eu fedia fumaça. Arregalei os meus olhos.

 

- Ai meu deus – Falei assustada. Se ela pegou alguma bactéria, alguma coisa, eu não sei. – Eu não percebi, eu.... – Minha mãe começou a rir.

 

- Calma Hija, só vá tomar um banho – Ela falou e eu assenti.

 

- Mãe, faz algo para ela comer, ela não comeu – Pedi e minha mãe assentiu – E a Mani.... – Me interrompeu.

 

- Eu sei, eu sei – Assenti e fui quase correndo para dentro de casa.

 

Na sala, eu vi a minha irmã sentada no colo de Normani enquanto a minha amiga alisava os cabelos de uma boneca e Sofia de outra. Sorri com aquilo e subi apressada.

 

Tomei um banho rápido, e quente que me relaxou muito, eu me sentia mais leve. O ar puro da minha casa, depois de todo o desespero que passei, era bom estar em casa. Eu pensei que não voltaria para minha casa tão cedo.

 

- Onde está o papa? – Perguntei para minha mãe assim que entrei na cozinha. Os meus cabelos estavam úmidos e eu usava o vestido florido que Lauren havia me dado, ele se tornou o meu vestido preferido.

 

- Ele está resolvendo algumas coisas na delegacia – Ela falou e eu olhei para ela – Me desculpa filha, mas não podemos deixar que isso passe assim – Ela falou e eu suspirei.

 

- Eu sei, mas mama... – Parei de falar, eu não sabia o que falar – Ela... ela não era ela, entende? – Olhei para a minha mãe e ela assentiu e me entregou o prato de arroz e legumes amassado. – Você ainda não deu comida para ela? – Perguntei e minha mãe negou com um sorriso fraco no rosto.

 

- Achei que você quisesse fazer isso – Falou e eu sorri pegando o prato da mão dela.

 

Olhei para Angel sentada na cadeirinha de Sofia, ela nos encarava em silencio, parecia atenta em nossa conversa. Sorri para ela, que abriu um sorrisinho gigantesco e soltou um gritinho animado batendo na mesa

 

- Comida, não é? Não pode ver comida que já fica toda felizona – Falei sorrindo enquanto me aproximava dela. – Não é à toa que a sua papa te chama de gordinha – Brinquei e passei a pontinha de meu dedo pelo o seu narizinho pequeno fazendo ela soltar uma gargalhada gostosa.

 

Me sentei na frente dela e com uma mão eu segurei o prato e enchi a colher da comida que minha mãe havia preparado e levei até a boca dela.

 

- Bruum, olha o aviãozinho – Falei e Angel abriu o bocão aceitando a colher de bom grado – Hum... gostoso – Falei sorrindo.

 

Enchi mais uma colherada e repeti o que fiz, arrancando risos da pequena. Comer é vida, eu amo comer e fico feliz, mas a felicidade da bolinha é fora do normal.

 

- Você é uma boa mãe sabia? – Minha mãe parou ao meu lado e eu olhei para ela.

 

- Não começa – Falei rindo da pequena que batia palminhas animada esperando pela a próxima colherada.

 

- Não minha filha, ontem eu estava observando vocês e comentando com o seu pai, você ela e Lauren, já são uma família, eu não me surpreenderia se você chegasse aqui falando que vai morar com Lauren, claro que eu não esperava por isso assim tão cedo, mas eu fico feliz por saber que se isso acontecer, você vai estar feliz e com a sua família já formada – Minha mãe falou e eu sorri fraco. Eu não tinha o que falar, porque de certa forma a minha mãe estava certa – Eu tive tanto medo de te perder, a Sofia...  – Minha mãe disse com a voz embargada.

 

Deixei o prato encima da cadeirinha de Angel e me levantei.

 

- Estamos aqui mãe – Falei e a abracei – Estamos bem, está tudo bem – Assegurei a abraçando forte, minha mãe fungou enquanto me abraçava tão apertado, como nunca havia me abraçado na vida, engoli o bolo que se formou em minha garganta.

 

Eu também senti medo de não poder sentir esse abraço novamente.

 

- A Angel deve estar pensando que eu sou uma vovó chorona – Minha mãe falou rindo e eu soltei uma risadinha baixa

 

- Bobó – A voz doce e infantil interrompeu o nosso momento, rapidamente me afastei de minha mãe e olhei para Angel com os olhos arregalados – Bobó – Ela repetiu e em seguida soltou um gritinho animado.

 

- Ela falou vovó? – Minha mãe perguntou me olhando surpresa e eu senti meus olhos encherem de lagrima.

 

 

- Bobó – Angel repetiu e minha mãe colocou a mão sobre a sua boca.

 

- Ai meu deus – Minha mãe disse emocionada e em seguida – Fala assim ó, mamãe Camila  – Minha mãe se ajoelhou na frente de Angel.

 

- Bobó – Angel falou soltando gritinhos animados e eu ri.

 

- Mãe não ensina – Falei me aproximando – Olha só que neném bagunceira, se sujou toda – Falei me aproximando. Ela havia espalmado a mão sobre o prato de comida.

 

- Bobó – Angel falou e eu ri enquanto tirava o prato da frente dela e levava a pia. A minha mãe estava literalmente surtando na frente dela.

 

- Vovó – Minha mãe falava e Angel repetia. Eu queria estar filmado, até que me lembrei de Mani.

 

Eu corri para a sala atrás de minha amiga para chama-la, mas quando eu cheguei na sala eu travei ao ver que minha amiga estava parada na porta com a mão na maçaneta, mas o que me fez travar não foi isso, e sim quem estava ao lado de fora.

 

- Clara? – Perguntei confusa e surpresa.

 

- Oi Camila, será que podemos conversar – A mãe de Lauren perguntou e já foi entrando dentro da minha casa, deixando Normani parada na porta com uma careta confusa.

 

Olhei para a minha amiga e em seguida olhei para a Clara e soltei um suspiro longo antes de finalmente tomar coragem para responder.