História The Girlfriend Of My Friend - Capitulo 61

POV LAUREN

- Eu sinto muito não poder estar com você agora, mana – Taylor lamentou do outro lado da linha e eu funguei enquanto acariciava os cabelinhos lisos de minha filha. Ela dormia tranquilamente ao meu lado uma expressão serena, alheia a todos os problemas que rodeavam nossa vida. Soltei um suspiro, deixando que as lagrimas escorressem pelo os meus olhos livremente. Eu já estava cansada de tentar segurar o choro, eu não era forte. Não para isso. – O Chris chega ai acho que até a hora do almoço, acabei de deixa-lo no aeroporto, se o voo dele não atrasar – Ela continuou falando e eu assenti, como se ela fosse capaz de me ver. Desde que ela ficou sabendo disso, já me ligou umas vinte vezes. Ela estava se sentindo culpada por não poder pegar o primeiro voo pra cá, ela tinha reuniões importante que não podia deixar de ir, e eu não a culpo por isso. Taylor já deixou o trabalho muitas vezes pra correr pra cá, principalmente nesse tempo em que estou morando sozinha, mas só de saber que o meu irmão estava vindo, eu me senti um pouco melhor. Os meus irmãos são meu porto seguro, e sei que eles fazem de tudo para me proteger. – Falei com o Alejandro, e ele já foi atrás do advogado, ele deve falar com você... – Vendo que eu não iria falar nada, a minha irmã continuou falando. – Se bem que a mama não vai querer continuar com esse pedido de guarda por muito tempo – Ela completou e eu pude imaginar o seu sorrisinho divertido do outro lado da linha, aquilo me intrigou.

Me sentei na cama com cuidado para não acordar a minha filha, e ajeitei o celular em meu ouvido.

- Como assim? – Perguntei com a voz baixa e rouca por conta de meu choro.

- Digamos que eu temos um novo sócio, ou melhor, uma nova sócia – Ela disse e eu fiquei quieta esperando que ela continuasse, mas não veio de imediato.

- Você pode me falar? – Perguntei depois de tempo em silencio.

- Sim, claro. É a Camila. – Minha irmã falou e eu engasguei com a minha própria saliva.

- Camila? A minha Camila? – Perguntei e minha irmã murmurou assentindo -  O que a Camila tem a ver com isso? – Perguntei confusa, e eu provavelmente teria gritado se não tivesse tão fraca para isso.

- O hotel agora, é hotel Cabello-Jauregui, ainda não pensamos em um nome exatamente, mas o hotel agora é cinquenta por cento nosso, e cinquenta por cento da Camila, e a Camila como tem a maior ação, já que o nosso está dividido entre eu você e Chris, ela tem a decisão final, e a mamãe não vai ter essa mordomia dela não, porque eu não vou dar, o Chris também não e muito menos você – Ela completou e eu fiquei ainda mais confusa.

- Como a Camila vai dar a decisão final? Taylor a Camila ainda está cursando o ensino médio – Falei incrédula.

- Eu sei Lauren, o papa não te representa nas reuniões até que você crie vergonha na cara para assumir as suas responsabilidades com os negócios de família? Então, será exatamente isso, Camila como dona dos cinquentas por cento da família dela assumiu e colocou o Alejandro para representa-la, até que ela esteja preparada o suficiente para assumir o cargo dela... – Minha irmã explicou e eu suspirei me deitando na cama.

- De tudo o que você falou, eu não entendi absolutamente nada – Falei revirando os meus olhos – Isso é muito complicado, por isso que eu não quero me meter com essas coisas – Completei e minha mãe riu.

- Não importa, o que importa é que a mamãe vai perder a mordomia dela, a primeira dama do hotel de Miami agora é a Tia Sinu – Minha irmã falou com uma risadinha divertida e eu acabei rindo também, imaginando a minha sogra chegando no hotel.

- Quando isso acontecer, eu quero as imagens da câmera de segurança do hotel na minha mesa, eu quero assistir com o balde de pipoca, abraçada com a minha filha – Falei e minha irmã soltou uma gargalhada alta, aquilo me fez rir também.

- Com certeza, e eu também quero – Taylor falou rindo.

- Com filhas iguais a nós, dona Clara Jauregui não precisa de inimigo não – Falei com um sorriso divertido.

- Mama só colhe o que planta Laur – Minha irmã respondeu em um suspiro – Ela não é mais aquela nossa mãe, que entrava no quarto toda a noite para nos cobrir, que deixava o abajur ligado porque tínhamos medo, que nos abraçava quando sentíamos medo dos trovoes, que cuidava da gente quando ficávamos doentes, que cuidava dos ralados em nossos joelhos, que fingia bater no chão quando caímos, para que nos fizesse rir.... – Conforme Taylor ia falando, os meus olhos iam se enchendo de lagrimas mais uma vez, as imagens da minha mãe quando éramos criança passava pela a minha cabeça, por que a minha mãe sempre foi assim com Taylor e Christopher, comigo não. – A nossa mãe se tornou uma pessoa egocêntrica, egoísta e só pensa nela. Aquela não é a nossa mãe – Falou e eu suspirei – Preciso desligar meu anjo, qualquer coisa me liga ta bom? – Pediu e eu assenti.

- Obrigada Tay – Agradeci. A conversa com ela havia me distraído muito, e eu me sentia um pouco mais leve, conversar com a minha irmã me deixava leve. – Eu te amo – Falei por fim.

- Eu amo você – Ela respondeu e logo a chamada foi encerrada. Coloquei meu celular no criado mudo e voltei a me deitar e abraçar a minha filha.

Eu tinha o meu rosto escondido em seus cabelos lisos e cheirosos. O meu cheiro preferido, eu podia passar horas e horas ali com a minha filha, e eu não me importaria. Angel foi o melhor presente que já recebi em toda a minha vida, e eu não vou deixar que tirem ela de mim assim tão fácil. A minha mãe vai ter que lutar muito para tirar o meu tesouro, o meu bichinho, o meu anjo protetor. A minha vida!

Eu não sei por quanto tempo fiquei ali abraçadinha com a minha menina, até que peguei no sono. E só acordei horas mais tarde com um barulho vindo da cozinha. O apartamento era pequeno, então qualquer barulhinho dava para ouvir. Arregalei os meus olhos quando percebi que Angel não estava na cama comigo, e saltei da cama apressada.

- Angel? – Perguntei assustada, e corri para fora do quarto direto para o de Angelica e entrei em desespero quando vi que ela também não estava ali. Corri pelo o corredor e travei ao chegar na cozinha.

Angel estava sentada em cima do balcão, com o seu pratinho rosa no meio das suas pernas gordas. Ela estava com a boca e roupa toda suja de molho vermelho, dona Rosa estava em volta da pequena a protegendo para que ela não caísse. Mas o que realmente me fez travar ali, foi o fato de ter a visão perfeita da Camila abaixada, olhando algo dentro do forno.

- Puta que pariu, ta quente – Camila gritou fechando o forno  e correu até a torneira enfiando as mãos de baixo da água.

- Eu falei pra você pegar um pano – Dona Rosa falou rindo e eu estava controlando a minha risada.

- Ta paiu – Angel falou batendo as suas mãozinhas sujas de molho e Camila se virou para ela com os olhos arregalados.

- Não – Minha namorada disse quase que em um grito e fechou a torneira – Você não pode falar isso, você não ouviu nada disso – Minha namorada falava desesperada enquanto se aproximava da minha filha que gargalhava do jeito de minha namorada.

Com um sorriso no rosto eu cruzei os meus braços, e arquei as sobrancelhas.

- Ta paiu – Angel repetiu com um sorrisinho sapeca e Camila negou com a cabeça.

- Não, não, não – Camila reprendia.

- Mas que coisa linda em? – Falei alto atraindo a atenção das mulheres da minha vida. Os olhos de Camila se arregalaram ainda mais quando me viu – Esse é o tipo de coisa que você ensina para a minha filha, quando não estou por perto? – Perguntei me fingindo de brava.

- Vishh – Dona Rosa fez aquele som, que sempre fazíamos quando incentivamos alguma discussão.

- Amor, claro que não, eu só.... – Ela começou a explicar com uma expressão preocupada, mas logo parou e pegou a colher de madeira e tacou em minha direção, que por puro reflexo, só por conta do futebol eu consegui desviar – Idiota – Ela murmurou rindo.

- Você está louca? – Perguntei rindo e me abaixei para pegar a colher no chão – Me defende Rosa – Gritei e corri para me esconder atrás da senhora, mas ela pegou a minha filha e correu pra longe de mim.

- Me deixa fora dessa – Respondeu rindo.

- Dona Rosa eu achei que a senhora est.... ai – Gritei ao sentir os tapas ardidos de Camila.

- Eu achei que você tinha ficado brava de verdade – Minha latina murmurava enquanto me batia e eu ri, me virei e segurei os braços dela.

- Linda – Falei e tentei selar os nossos lábios, mas ela desviou. Abracei ela por trás e olhei para filha no colo da babá – Mamãe Camila não é linda filha? – Perguntei para Angel e Camila tentou se livrar de mim, mas desistiu de lutar quando a resposta da minha filha veio.

- Mama Camia inda...