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História The Guardian - Não! Ele não.


Escrita por: oursbiebus

Notas do Autor


Gente mil desculpas pelo ultimo ocorrido da demora para postar, fiquei de recupação em duas materias no colégio e acredito que entendam que minha mãe não gostou nem um pouco disso. Me desculpem também se o capitulo não ficou muito bom o proximo sera melhor, estava com saudades de vocês.

Boa Leitura.

Capítulo 20 - Não! Ele não.


Langley , Virgínia. – Casa de Campo.

 

Para mim o clima estava completamente tenso enquanto Justin ao meu lado continuava impassível, em pé com os braços cruzados respirando levemente como se dormisse, sua mãe assim como todos da sala encaravam-nos mais aquilo não o incomodava. Meu coração bombeava forte no peito e eu me sentia uma criança sendo pega no flagra.

— Depende do quão juntos acham que estamos ? – Justin falou cruzando os braços junto ao peito e balançou os ombros –

— Ficando, namorando, eu não sei como é isso hoje em dia. – Ela falou brava –

— Estamos ficando, talvez. – Ela se levantou imediatamente e junto com ela tio Jeremy, dei um passo para trás de Justin –

— Você sabe que isto é errado.

— Sim, eu sei.

— Você não pode Justin, eu não aceito isso, você é guardião por lei de Angel e deveria trata-la como filha ou irmã.

— Não discordo da senhora, era minha intenção também porém não foi como aconteceu.

— Logo com ela? , há tantas moças da sua idade, aqui Kaity, gosta tanto de você. – Eu mordi o lábio contendo a vontade de gritar com ela e faze-la esquecer Kaity -

— Eu sinto muito, sempre deixei claro a todos que não gosto de Kaity dessa maneira. – Respondeu ele ainda calmamente, Kaity chorou mais ainda olhando-me com raiva –

— Ele iria ser meu se ela não tivesse chegado tia, ele gostava de mim. – Kaity falou entre soluços –

— Me desculpa Kaity, nunca gostei de você desse jeito seja antes ou depois de Angel chegar, sempre tivemos algo porém nada além de sexo, você sabe.

— Você transou com ela? – Joe se levantou indignado – Você não era virgem ? – Ele intercalou o olhar entre Justin e Kaity, os olhos da moça quase caíram para fora –

— Me desculpe mas eu não tenho para que mentir, somos adultos e sua sobrinha não é nenhuma criança Joe, ingenuidade da sua parte acreditar que ela nesta idade ainda é virgem. – Os olhos de todos arregalaram-se mais ainda –

— VOCÊ MERECE UMA SURRA JUSTIN. EU NÃO ACEITO ISSO. – Pattie surtou vindo para cima de Justin, Jeremy a segurou contra seu corpo e eu quase chorei pela revolta dela –

— Sinto muito mãe.

— Eu te proíbo Justin. – Ela falou ainda raivosa mesmo enquanto moderava a voz –

— A senhora não tem essa autoridade sobre mim mãe, sou adulto e sei resolver meus próprios problemas.

— Pattie, você não pode proibi-lo disto, ele esta gostando dela. – Tio Jeremy falou -

— Eu não aceito, ela é muito nova Jeremy, você tem um parafuso a menos? – Ela falou atacando ele, empurrando-o pelo peito mesmo ele estando com os braços envoltos em sua cintura. -

Observei a cena atentamente, aquele momento seria um dos que não sairiam mais de minha mente. Todos estavam tensos, Joe em pé raivoso com Kaity que chorava no sofá, tio Jeremy e tia Pattie praticamente agarrados ali no centro da sala enquanto ela estava realmente irritada e Joe não gostando nem um pouco daquela cena, para ele ver Jeremy agarrado na cintura de sua noiva deveria ser horrível mas no fundo eu torcia para que tio Jeremy e tia Pattie ficassem juntos, eles tinham algo a mais, O algo amais que um dia eu queria para minha vida.

— PARA! – Ele falou e enquanto uma de suas mãos segurou o queixo dela próximo demais de seu rosto, seu braço envolveu a cintura pequena dela e a puxou para ele –

Me senti bem por segundos, enquanto o foco estava em cima dos dois no centro da sala, agarrei a barra da camisa de Justin a minha frente mas até ele estava vidrado demais no “não casal” quase beijando-se ali, tio Jeremy olhava de sua boca para seus olhos como Justin fazia quando estava indeciso para beijar-me, ela não parecia estar consciente para se lembrar que seu noivo estava na sala ou até mesmo que antes estava surtando por conta de Justin estar ficando com uma adolescente.

— Acho que por hoje já chega de toda essa história. – Joe falou irritado –

Tia Pattie e Jeremy se separaram rapidamente e ela voltou a olhar para Justin furiosa mas pude perceber seu olhar sem foco, ela parecia mexida com oque havia ocorrido. Justin se quer se importou me puxou pondo a mão em minhas costas e me empurrou para frente.

— Quando a senhora estiver mais calma conversaremos.

[...]

Dias Depois – Central CIA , Langley , Virgínia.

— CONCENTRE-SE ANGEL. – Gritou Justin –

— PARA DE GRITAR COMIGO. – Retruquei enquanto desviava meu olhar das mãos do Rogger em que eu estava dando socos para treinar em minha frente –

— Oque houve com você esses dias? Anda desconcentrada. – Rogger falou pondo as mãos na cintura, me remexi incomodada e respirei fundo sentindo o suor pingar de meu rosto no chão –

— Não houve nada, estou bem.

— Oque está acontecendo com você, Anjo? – Justin perguntou se aproximando -

— Não aconteceu nada Sr. Bieber.

 Meus nervos estavam a flor da pele, eu estava tomada por uma incrível onda de humores variados, hora feliz, hora triste, hora irritada, e tudo se devia a uma tpm monstruosa que havia me tomado a dois dias atrás quando minha menstruação desceu, tudo me irritava excessivamente, já havia ficado desta maneira outras vezes porém agora era diferente, não era apenas eu e meu pai e quando eu estava afim de me isolar eu me desligava do mundo, agora eu precisava “socializar”, porém, não sabia bem como lidar com essa situação.

  Justin parecia perdido em meio a minhas tantas emoções e pelo meu ponto de vista decidiu afastar-se e me deixar passar por todos aqueles humores antes de tentar se reaproximar, só que não era bem assim, eu estava discordando dele em tudo e não conseguindo manter minha língua quieta na boca e estranhamente para minha sorte ele sabia o momento de se manter calado e eu acabava por me sentir uma adolescente no fim.

— Rogger pode nos dar licença. – Justin pediu enquanto eu secava meu suor com a toalha –

— Volto em dez minutos Senhor.

— Obrigado. – Rogger assentiu e se foi fechando a porta cautelosamente –

Tentei não encara-lo o máximo de tempo, só que telo ali tão próximo e me observando tão cuidadosamente eu me senti acanhada e o observei de canto, envergonhada, ele sorriu para mim de lado e eu quis saber oque se passava em sua mente naquele momento enquanto seus olhos encaravam os meus e sua língua umedeceu seus lábios chamando minha atenção rapidamente. Vi seus movimentos em câmera lenta, retirou o paletó e começou a desabotoar sua camisa social branca justíssima ao corpo, retirou-a calmamente e a jogou no canto da parede de vidro, o olhei assustada e desci meus olhos para sua calça um pequeno volume pairava ali indicando que ele estava excitado, encolhi os ombros envergonhada e ele sorriu mais ainda e caminhou deixando-me percorrer meus olhos por toda aquelas costas nuas.

 Ele se agachou no canto e pegou as duas luvas de box pretas, me perguntei se ele iria treinar comigo mas dessa vez consegui manter minha língua presa na boca, rapidamente ele estava com as luvas nas mãos bateu uma nas outras e se aproximou de mim.

— Vem, desconte sua raiva em mim. – Ele falou se afastou para trás e eu continuei parada –

— Não vou brigar com você.

— Não tem coragem, meu anjo? – Ele falou visivelmente desafiador, respirei fundo –

— Justin eu não tenho controle, vou te machucar;

— Vem Angel, desconte sua raiva.

Eu queria, mas eu não podia, e oque eu queria mais do que soca-lo era beija-lo algo que não fazíamos desde o incidente na casa de Campo de Diane, o olhei sorrir de lado já em posição esperando-me avançar sobre ele, talvez fosse ser divertido mas eu poderia machuca-lo, mas Justin era um homem ágil não iria deixar ser ferido por uma menina.

Avancei sobre ele que desviou e soltou uma gargalhada, fiquei furiosa, ele estava rindo de mim e apesar de sua gargalhada gostosa fazer-me feliz sempre, naquele momento deixou-me furiosa. Dois minutos depois a coisa estava mais intensa, já havia levado três socos no rosto de Justin que para minha sorte sabia moderar sua força, a minha raiva só estava aumentando e a cada erro que eu dava Justin gargalhava como uma criança. Respirei fundo olhando e me acalmei, quando voltei a dar socos ele me olhava assustado e em uma fração de segundos eu acertei sua boca fazendo-a sangrar, o olhei assustada e ele limpou o sangue com o braço.

— Continua. – Ele falou sério –

— Não, Justin.

— Continua.

Voltei a posição e quando menos esperei já estava sobre ele no chão batendo em seu rosto enquanto ele defendia com os braços, olhei aquilo e gargalhei parando, ele tirou ou braços e me empurrou pro lado sentando-se agora em cima de minha cintura.

— Nunca abaixe a guarda, meu anjo.

— Não baixei. – Respondi ainda rindo –

— Bom vê-la sorrir. – Ele se levantou e me ajudou a levantar também –

— To muito chata ultimamente né?

— Hm.. talvez. – Eu corei e ele começou a tirar as luvas– Normal , mulheres tem esse tipo de mudanças de humor.

— Você teve contato com sua mãe depois daquele dia? – Ele respirou fundo enquanto limpava o sangue que escorria com a toalha, o corte havia sido fundo –

— Não sei se você vai gostar do que tenho para falar. – Minha respiração ficou suspensa –

— Oque ?

— Vou me encontrar com Kaity hoje.

Minha mente raciocinou por alguns minutos. Ele estava a dois dias sem falar comigo normalmente, hoje ele resolve puxar assunto estranhamente do nada e acredito eu que era para me avisar sobre esse fato oque me leva a crer que ele a encontraria talvez em...

— Em meia hora. – Ele continuou em voz alta e continuei olhando-o impassível -

— Tudo bem. – Falei apenas. –

Retirei as luvas de minhas mãos calmamente e coloquei sobre um dos ganchos na parede quando me virei Justin me observava ainda sem a camisa, segurando-a na mão apenas, aquele peitoral definido me deixava com a mão coçando para toca-lo e beija-lo.  Retomando meu juízo olhei para seus olhos cor de mel me encarando.

— Anna levará você para casa e ficará até a hora que eu chegar.

— Não há necessidade.

— Da ultima vez que deixei você sozinha uma bomba explodiu, lembra-se?

— Sim. – Eu dei de ombros, derrotada, sempre seria tratada como uma criança –

— É para sua segurança meu Anjo.

— Eu entendo, podemos ir? Você irá se atrasar.

— Vamos.

Caminhamos até a central da CIA, e logo perto do carro do Justin vimos Anna que sorriu feliz ao nos ver, eu apenas a cumprimentei com um aceno de cabeça esperando ansiosamente para que pudéssemos sair de perto de Justin logo, antes que eu pudesse entrar no carro ele me impediu.

— Não fique chateada comigo.

— Não estou. – Soltei sua mão e me sentei no banco –

Eu não estava chateada, estava puta da vida por ele estar tão indeciso. Por mais que ele dissesse que queria apenas estar comigo, ele sempre estava atrás dela e aquilo me irritava profundamente, oque tanto eles tinham para conversar? Nada na minha concepção. Eu no momento só queria que ele fosse pro inferno e a levasse.

 O caminho com Anna foi silencioso, ela sabia que eu estava soltando fumaça de raiva e não tentou puxar assunto, respirei fundo com meus próprios pensamentos lembrando-me que ela não tinha culpa por Justin e que trata-la mal era desnecessário, encarei o rosto fino e branquíssimo dela e sorri de leve, ela era bonita e ao mesmo tempo tão forte, não só fisicamente.

— Anna – Ela olhou para mim – Me desculpa não ter falado direito com você.

— Tudo bem, percebi que você e Justin estão novamente em pé de guerra.

— Não é exatamente em pé de guerra, somente ele que me deixa de cabeça para baixo.

— Quer me contar oque houve?

— Não, estou bem.

— Justin foi encontrar com Kaity? – Ela sempre vinha com essas perguntas aleatórias que sempre me fazia falar –

— Sim, disse ele que sim. Anna porque o Justin te chama as vezes de Nanda ? – Ela soltou uma risada -

— Meu nome é Anna Fernanda, quando conheci Justin ele me chamava de Nanda, hoje em dia chama poucas vezes.

— Ele mudou muito desde quando vocês se conheceram?

— Bastante. Ele virou homem, quando o conheci ele era um menino aprendiz do pai, hoje em dia quem comanda é ele, quem dita as regras é ele, obviamente a postura mudou.

— Ele e Kaity ...

— Talvez possa haver algo, Angel. Não porque Justin quer, mas por pressão, por necessidade.

— Que necessidade?

— Você não esta apta a entender algumas coisas ainda, no momento certo você irá entender.

— E que momento é esse? Eu sinto que sempre todos estão comandando minha vida nos mínimos detalhes e eu apenas treino para estar apta a me defender mas na verdade vocês cuidarão de tudo e eu ficarei aqui, onde estou.

— Talvez não seja melhor assim? – Ela me olhou por segundo mas logo voltou a olhar a estrada –

— Não, eu quero saber oque esta acontecendo, oque vai acontecer e se corremos perigo, não é só a minha vida que esta em jogo.

— Seja paciente Angel.

Paramos em frente a casa de Tio Jeremy e logo vi Stella correr em direção ao carro tio Jeremy acenou da porta quando me viu descer do carro e pega-la e eu retribui rapidamente o aceno, a prendi na cadeirinha no banco de trás e Anna saiu rapidamente.

— Anjo, anjo, anjo. – Stella bateu com sua mãozinha leve no meu braço animada –

— Fale.

— Eu vi a vovó e o vovô se beijando, na boca. – Ela murmurou como um segredo e Anna ao meu lado riu –

— Mas é normal, Erin e o vovô são um cas...

— Não anjo, não. A vovó Pattie. – Eu arregalei os olhos e Anna ao meu lado fez o mesmo apertando o volante pela surpresa –

— Stella, onde você viu isso?

— Eu tava blincando de esconde-esconde com o jax ai eu vi eles se beijando la no quarto.

— Você sabe que não pode contar isso pra ninguém, não é?

— Uhum.. 

Agradeci a Deus por ela ser esperta e não correr para contar isso a outra pessoa, caso alguém soubesse daquilo, seria um estouro pior do que eu e Justin tendo algo além de Guardião e uma menina qualquer, envolveria todos inclusive Jaxon e Jazmyn que ainda eram crianças e provavelmente idealizavam a mãe e o pai juntos como uma família. Olhei para o celular em meu colo querendo estranhamente ligar para Justin e contar essa novidade, porém me lembrei que ele deveria estar ocupado o suficiente para não atender-me.

Após colocar Stella em sua cama para assistir filme e provavelmente acabar dormindo, eu fui direto para meu quarto, Anna estava lá com uma balde de pipoca assistindo um capitulo aleatório de uma série na televisão, me sentei em seu lado e aconcheguei-me entre as cobertas, já estava escuro lá fora e o vento frio entrando pela janela estava agradável.

— Será que ele vai demorar?

— Acredito que não, ele disse que voltava pelas oito. – Disse Anna focada na televisão a sua frente –

— Tanto faz também.

— Gosto de você assim. – Eu a olhei confusa – Solta, sendo realmente uma adolescente pelo menos em alguns momentos.

— Não sei se ser adolescente é bom.

— Pular essa fase é pior ainda, acredite, você esta na fase de quebrar a cara, aprender oque é certo e oque é errado, aprender a tomar as decisões certas e pular isso é a pior coisa.

— Você é uma boa amiga Anna, Justin precisa de mais amigas como você.

— Com isso eu só consegui pensar, “Amigas lesbicas que não o tarem o tempo inteiro”.

— Isso também. – Nós gargalhamos alto –

Ela voltou a olhar para a televisão e olhando para ela eu percebi que ela era extremamente beijável, sua boca rosada e macia, estranhamente convidativa. Cheguei a pensar que eu estava ficando louca por estar a dias sem transar com Justin, porém, Anna era uma mulher maravilhosa e que nenhum homem jogaria fora. Será que Justin já havia tentado algo com ela? Esse pensamento me incomodou profundamente mas eu o descartei para o fundo da minha mente focando nos meus pensamentos sobre ela.

— Se continuar me olhando dessa maneira, terei de beija-la. – Ela falou sorrindo de lado, colocando o balde de pipoca ao lado da cama –

— Então beije. – Murmurei, sentindo meu coração bombear no peito mais forte. –

Pude ver seu sorriso branquinho e logo depois ela estava com o copo por cima do meu, senti meu coração ir na boca e voltar quando percebi que eu havia causado aquilo, mas a vontade que eu senti de beija-la foi maior e logo minhas mãos estavam em sua cintura apertando-a e seus lábios estavam sobre os meus sugando-os vorazmente, aquela mulher era quente. Gemi contra seus lábios quando senti ela roçar a coxa em minha intimidade e puxar os cabelos de minha nuca. Empurrei-a levemente quando perdi o folego e ela me observou atentamente.

— Olha, eu não gosto de meninas novas, mas você me tira do sério.

— Me desculpa. – Respondi apenas e pude escutar a gargalhada de Anna –

— Eu te falo que você me excita e você se desculpa? Eu me surpreendo com sua ingenuidade.

— Ingenuidade ou lerdeza?

— Não sei definir. – Nós rimos –

O som da campainha estrondosa nos chamou atenção, Anna pulou de cima de mim rapidamente como se tivéssemos sido pegas no flagra e eu não pude deixar de gargalhar do desespero dela e logo quando a vi sair pela porta pensar “Que merda estou fazendo?”, a resposta para minha pergunta foi que, estar menstruada me deixa com hormônios abalados e desejos aflorados e aquilo estava me fazendo desejar estranhamente Anna como não desejava antes. Passei a mão nos cabelos bagunçados, aquela mudança toda me deixava confusa. Arrumei o cabelo em um coque e sai do quarto escutando uma voz estranha lá embaixo sendo rude comparada a voz mansa de Anna. Desci as escadas calmamente e pude ver a bela moça, de roupas finas e caras, um cabelo impecável, um rosto bem tratado no qual eu deveria reconhecer como minha mãe, caso ela não tivesse se desfeito desse posto. Olhei cautelosamente a moça com cabelos longos e castanhos e abracei meu próprio corpo, eu não queria vê-la e estar sem Justin ali me deixava desnorteada, ele era meu porto seguro.

— Angel. – Ela sorriu largamente ao me ver e eu recolhi mas ainda os ombros –

— Oque faz aqui?

— Prometeu que poderíamos conversar quando chegasse de viajem, esperei ansiosamente por um telefonema mas nada recebi. – Seu sorriso murchou e eu quis me esconder longe daquele olhar –

— Os últimos dias foram corridos, eu estudo e tenho outros afazeres.

— Podemos conversar hoje?

— Justin sabe que esta aqui? – Anna perguntou e ela se remexeu e respirou fundo –

— Tentei entrar em contato com ele porém ele não atendeu.

— A senhora terá que voltar quando o Senhor Bieber poder recebe-la pessoalmente;

— Não saio daqui sem conversarmos hoje.

— Vá embora, por favor.

O barulho de passos na escada nos fez olhar rapidamente, uma Stella histérica descia as escadas correndo e chorando me abaixei enquanto ela se aproximou agarrada em seu ursinho de coelho branquinho e a peguei nos braços.

— Tive um sonho ruim, um sonho ruim. –Ela murmurou com o rosto em meu pescoço soluçando –

— Calma, foi só um sonho, já passou.

— Cadê o Justin, eu quero o papai, mamãe, o papai. – Vi os olhos da minha suposta mãe em minha frente se arregalarem –

— Você é mãe?

— Não é da sua conta. – Falei irritada e ela imediatamente se calou –

— Liga pra ele, liga. – Stella soluçou mais ainda e eu olhei para Anna com o celular na mão mexendo rapidamente –

— Calma, já vou ligar. – Anna falou visivelmente desconcertada –

Tentei acalma-la fazendo carinho em seu cabelo por mais que aquilo não adiantasse eu não sabia oque fazer mais. Olhei atentamente a expressão de Anna e fiquei preocupada, meu coração dentro do peito se apertou e eu orei mentalmente para que ele atendesse o celular logo e dissesse que estava bem e voltando para casa mas tudo se desmoronou quando vi os olhos de Anna arregalarem-se e ela virar de costas para mim indo para a cozinha, murmurando algo que eu mesmo assim pude escutar.

— Calma! Calma, onde vocês estão?

— ...

— Acalme-se Kaity, fala onde estão.

— ...

— Onde ele esta?

— ...

— Mantenha a calma.

Ela desligou o celular rapidamente e logo discou um numero rápido, falando mais rápido ainda e logo desligou o celular quando se virou para nós seu semblante estava duro, meu coração esmagou-se no peito e eu quis chorar mais vendo Stella soluçando em meu ombro eu decidi que não deveria desabar naquele momento, era tudo que eu menos poderia fazer.

— A senhora precisa ir embora. – Anna falou empurrando Rachel para fora  -

Anna trancou a porta e correu escada a fora, eu escondi o rosto de Stella mais ainda em meu pescoço e logo vi Anna descer correndo com uma pasta preta de Justin que eu já havia visto poucas vezes no chão, seus dedos agarraram meu pulso e ela o puxou pela porta da cozinha rapidamente, entramos no carro em questão de segundos e ela já estava dirigindo desesperada para fora.

— Me diz oque esta acontecendo?

— Agora não.

— Pegaram Justin?

— Angel agora não, mas que droga. – Ela bateu no volante ao olhar pela retrovisor e eu quis chorar ao perceber que estávamos sendo seguidos por um carro preto –

— Eles estão atrás de mim?

— Sim.

Entramos na CIA quase como um jato e quando passamos pela porta quatro seguranças fizeram uma barreira para que ninguém mais entrasse ou saísse, corremos para o subterrâneo onde a pouco tempo eu havia descoberto estar todos os comandos de computadores e tudo estava agitado como da ultima vez que entrei aqui, avistei Jeremy, Pattie, Christian, Mindy  lá na frente e quando percebi já estávamos próximos a eles, mal percebi que meus pés se moviam quando minha mente começou a trabalhar lentamente sobre tudo que estava havendo.

— Oque aconteceu? – Tentei moderar minha voz embargada mas ao ver tia Pattie esconder o rosto choroso entre as mãos eu tive a certeza – Pegaram ele não é? por minha causa.

— Amiga... – Mindy tentou protestar, mas as palavras sumiram-

— Angel não foi por sua causa, eles tinham tudo armado. – Tio Jeremy começou visivelmente angustiado -

— Foi culpa minha, era pra ter sido eu, eles pegaram ele porque sabem que ele é o meu ponto mais fraco e sabem que oque pedirem eu farei por ele.

— Me dê ela, vou leva-la para um lugar mais calmo. – Mindy falou pegando Stella assustada de meus braços –

— Acalma-se Angel, nós iremos encontra-lo. – Tio Jeremy falou novamente tocando meu ombro -

Tentei controlar-me o máximo que pude mais meu corpo inteiro parecia que iria entrar em convulsão de tanto que tremia pelo nervosismo, tapei os ouvidos desnorteada quando o estrondo de varias telas de computadores trincando-se e os vidros voando soou pelo local assustado a todos, eu precisava me controlar.

— Angel respira. – Anna falou tocando meu ombro e eu respirei fundo –

— Preciso esfriar a cabeça. – Falei ao me levantar e correr para o elevador –

— Angel... – Escutei a voz atrás de mim mas as portas já haviam se fechado –

Escorei meu corpo na parede de vidro atrás de mim e respirei fundo novamente, e novamente, e novamente até sentir que estava apita a fazer minhas pernas andarem por conta própria. Retomando uma confiança tirada do ultimo fio de meu cabelo eu andei para fora do elevador a caminho da sala de Justin.

 Ele havia arriscado a adolescência dele a treinar para manter-me onde estou hoje, viva, e agora eu arriscaria a minha para ir até os confins da terra para tê-lo novamente e poder dizer-lhe tudo que eu nunca teria coragem de dizer a não ser nesse momento de desespero por poder não vê-lo novamente.



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