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História The Heart of the Ocean - Newtmas - Prologue


Escrita por: LadyNewt

Notas do Autor


Sabe aquele autocontrole?
Então, nunca tive.

B o a L e i t u r a!
LadyNewt

>> Obrigada ao meu querido e amado BadQuinnX pela capa maravilhosa.

Capítulo 1 - Prologue


Fanfic / Fanfiction The Heart of the Ocean - Newtmas - Prologue

Quando o último resquício de luz dele apagou, tornando o Atlântico Norte muito mais escuro do que a aura negra do meu pai, os gritos e pedidos de socorro triplicaram pelo caminho. Formaram-se ecos carregados de medo e sofrimento, pessoas clamando por suas vidas e tinha certeza de que morreríamos ali, assim que o transatlântico entornou a 90 graus. A luz da lua era fraca, no entanto forcei minha vista, observando a silhueta das pessoas agitadas na água, umas sobre as outras, tentando sobreviver e lutar por suas vidas.

Homens, mulheres e crianças ao mar. Não era para ser assim. Não era para tudo terminar assim...

- Eu não vou soltar você. – disse ele, mirando seus olhos avelã até mim.

Seus olhos.

Foi a primeira coisa nele pela qual me apaixonei.

Concordo com a cabeça, apertando minhas mãos com afinco em torno do seu corpo, procurando não só segurança e conforto, mas acima de tudo procurando deixa-lo confiante, tentar passar para ele que eu era tão forte quanto e que não estava apavorado, o que era a mais pura encenação.

Eu nunca seria como ele. Nem em um milhão de anos.

- Eu preciso que se concentre em mim. – pede pressionando meu corpo com o seu contra a grade, tomando meu queixo com o polegar gélido.

- Por que não está de salva vidas? Por que não? – repito com um leve desespero, esfregando minhas mãos pelo seu corpo.

- Porque eu não preciso. Eu sou um ótimo nadador.

Sei que ele mente. Apenas concordo com a cabeça, me agarrando nesse pequeno fio de esperança que ele insiste em jogar para mim.

Estou tão apavorado e em choque, que meus olhos se perdem para cenas paralelas acontecendo ao nosso redor. Um senhor rechonchudo, com vestes de cozinheiro tenta se equilibrar na grade, como nós. Ao lado dele um pai aperta sua filhinha ruiva, beijando o topo de sua cabeça, igualmente prometendo que tudo ficará bem. Sinto meu rosto molhar, são lágrimas descendo pelos meus olhos, incapazes de sorver e filtrar toda essa desgraça acontecendo.

- Você não está prestando atenção em mim. – ele insiste, depositando um pequeno beijo em meus lábios frios – O que vai acontecer agora é muito importante. Temos apenas mais alguns minutos.

- Sim... – devolvo ofegante, prestando atenção nele.

- Quando o navio for a pico, toda força e potencia dele vai sugar a água para baixo e tudo que estiver a sua volta. Temos que bater os braços e as pernas o mais rápido possível para cima, sem nos separarmos. Quando alcançarmos a superfície, temos que nos afastar da multidão, tenho certeza que alguns darão suas vidas por esse seu colete.

Concordo com a cabeça, assustado com o barulho alto que faz o contato do metal com o mar, estalando e provavelmente retorcendo tudo abaixo dos nossos pés. Até que me ocorre uma coisa, tão apropriada, que sou incapaz de disfarçar meu olhar.

- Não me olhe assim... – pede ele.

- Desculpe, é que... Eu... – ofego alto, notando o encurtamento da distância da onde estamos e a boca gigantesca do mar, engolindo o navio, nos dando agora apenas segundos ainda na superfície. – Eu me lembrei de algo importante... – sussurro fechando os olhos, tragando seu cheiro característico, um entorpecente natural para garotos como eu. Abro-os em seguida, fitando seu rosto beirando a perfeição.

- O que foi, meu pequeno?

Ele em momento algum desvia o olhar de mim ou se deixa abalar pelo naufrágio.

- Foi exatamente aqui que demos nosso primeiro beijo. – digo roçando meus lábios nos seus, ignorando qualquer olhar penetrante para nossa cena.

Estamos afundando no meio do Atlântico, cuidem de suas vidas!

- Eu sei. É por isso que te trouxe para cá, para poder beijá-lo novamente, como se fosse a primeira vez.

Da sua boca sinto um toque cálido, bem diferente da minha. Calmo e sutil, o mundo pode estar desmoronando sobre sua cabeça, mas sei que ele fará tudo o possível para nunca me passar medo. Nossas bocas se separam e só aí ele desvia o olhar para baixo, constatando que o derradeiro momento chegou.

- Está preparado?

Nunca estaria, mas com ele do meu lado enfrento qualquer adversidade.

- Respire fundo comigo! – pede quase gritando a medida que o som do mar fica mais alto e as gotas furiosas já alcançam nossas vestes. – UM! – ele conta a primeira arfada. – DOIS! – seu corpo agarra o meu com força e eu mais uma vez respiro fundo. -  TRÊS! – ele nos impulsiona para cima, lutando contra a violência que a água escura nos traga para baixo, junto com o sepulcro do navio.

 

Tudo fica escuro, frio e turvo. Nossos corpos giram pelo mar, ao qual lutamos desesperadamente para voltar a superfície. Suas mãos estão aos poucos escapando das minhas e por mais que tente me concentrar em nadar, bater pernas para cima, dosar o oxigênio e tentar segurá-lo, tudo parece inútil quando me dou conta de que não disse a ele a coisa mais importante que descobri.

Eu o amo.

Eu o amo de verdade.

Não sei quem ele realmente é. Não sei o que ele tem a me oferecer. Não sei detalhes sobre sua família e seus amigos, nem quais suas perspectivas de vida. A única coisa que sei é que esse homem um pouco mais velho que eu me tratou melhor, com mais amor e carinho do que meu pai vinha me tratando em toda sua existência. Ele me fez enxergar um novo mundo de possibilidades infinitas e em todas elas eu vejo ele, o dono dos olhos castanhos e meu coração, dono do meu sorriso e minhas alegrias em tempos de tormenta. Antes dele surgir eu nem sabia que era capaz de sorrir sem motivo. A culpa foi daquele sussurro que meu coração deu quando o vi pela primeira vez. Ele disse: “esse é o escolhido” e fui incapaz de resistir ao sopro que ele propagou em mim.

E eu não posso morrer sem dizer para ele o quanto o quero, o quanto o desejo e o quanto o amo.

Eu decido lutar.

Decido que não será aqui que nossas vidas vão esvaecer, já que enfim vejo uma luz do fim do túnel e me agarro a ela e ao pequeno fio de esperança que ele entregou a mim ao me salvar.

Não será sobre essas águas escuras e sombrias que meu coração padecerá, o gelo dela nunca irá apagar a chama que tenho em mim, pois foi aqui, no coração do oceano, que ele me ensinou a amar. E o seu amor eu quero para sempre, curte o que custar. 


Notas Finais


"Lady, você é louca?" - Com certeza!
"Quando vai postar mais?" - Em breve.
"Você está feliz em nos torturar mais uma vez?" - Absolutamente!
"Você sabe que cabem duas pessoas no destroço de madeira que boia no oceano, certo Lady? Não precisa fazer como a Rose que deixou o Jack de fora." - Preciso fazer o que meu James Dashner interior manda. BEIJOS.

LINK DO TRAILER OFICIAL DE T.H.O.T.O: https://vimeo.com/189373529


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