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História The Heart of the Ocean - Newtmas - Empty


Escrita por: LadyNewt

Notas do Autor


Hey Lovers,

Vamos para o primeiro chapter da short fic?
Espero que gostem e não me batam! hahahaha
Vcs vão entender o pq!

B o a L e i t u r a!
LadyNewt
Muah!

Capítulo 2 - Empty


Fanfic / Fanfiction The Heart of the Ocean - Newtmas - Empty

Chelsea, LONDRES

UK

09 de Abril de 1912

20h24min

 

NEWT

 

- Espero que suas malas estejam prontas. – sibila ele, parado na porta do meu quarto.

Apenas desprendo meu olhar do livro e fito as cinco bagagens cuidadosamente preparadas mais cedo pela nossa governanta Trina no canto leste do meu quarto. Ele ainda mantém seus olhos conectados a mim, como uma espécie de cólera transbordando deles. Ou eu apenas tenho lido demais os contos de Julio Verne e estou viajando nos meus próprios pensamentos mais uma vez.

- Isso vai ser bom para você. Isso tem que ser bom para você. – ele repete mais uma vez a mesma frase das últimas dez semanas, desde que mamãe faleceu.

Câncer é uma praga.

Ele se desenvolve de tal forma, capaz de invadir e se espalhar para outras partes do corpo, como foi o caso de minha mãe. Em menos de seis meses ela definhou, mesmo nossa família buscando os melhores tratamentos em Zurique, na Suíça, com médicos de renome. Enquanto ela sofria acamada, meu pai transava com a sobrinha dela, vinte e sete anos mais nova que ele.

- Newton, a América é o sonho de qualquer jovem. Lá você poderá fazer novas amizades e crescer na velocidade como Nova Iorque cresce a cada ano. – Janson ainda insiste, só que agora debruçado no batente da porta do meu quarto.

De nada adiantou as palavras em francês “Éloigner de ma chambre”, impedindo que ele chegasse perto de meu refúgio. Tentei ser no mínimo educado, mas é um tipo de manobra que não funciona com o magnata Janson Sangster, dono de metade do Reino Unido, perdendo apenas para a fortuna e poder do rei da Inglaterra.

“Back off of my bloody room” é o que pretendia pendurar agora na porta, mas de nada ia adiantar, sendo que estou de partida para os Estados Unidos.

Assim que ele desiste de me convencer que largar tudo para trás será um bom negócio na minha vida, suspiro alto, abraçando com muito mais força meu travesseiro de penas de ganso. Eu nem acredito que essa será a minha última noite nessa casa, onde nasci e cresci até hoje.

Foram dezoito anos agarrado na barra da saia da minha mãe, para que ela morresse e Janson desejasse se livrar de mim o quanto antes. Seus ideais de família, amor e liberdade foram severamente deturpados desde que ela se foi.

Levanto da cama e dou uma espiada pela janela do meu quarto, sorvendo as últimas lembranças de Londres, especificamente Chelsea, o bairro onde moro, recheado de pompa e amofinação até a boca, algo que considero apenas uma mera casca, bem superficial. No fundo todos por aqui não passam de hipócritas montados em tonéis de dinheiro, acreditando que algumas barras de ouro e o mínimo poder resolve qualquer situação. E resolve, não é mesmo?

Com duas mil libras Janson comprou uma das melhores cabines na primeira classe do navio que nos levaria até Nova Iorque ao lado de figuras como empresários, artistas, oficiais militares e políticos. Gastou mais umas 600 libras somente para que Trina viajasse conosco na segunda classe, a fim de me orientar durante o traslado e cuidar dos nossos pertences. Ela muito provavelmente vai me deixar também assim que colocar os pés na América.

Solto uma rajada de ar quente contra a janela do quarto, fitando o vapor sobressair na camada espessa. Com o indicador desenho minhas iniciais NS em letra de forma, observando Chelsea voltando a calmaria após mais um dia longo e agito na capital. Franzo a testa ao avistar o farol de um Renault vermelho, igualzinho ao nosso, estacionar na porta de casa. Ao espichar o pescoço noto o senhor de barba e terno descer do automóvel, dessa vez sozinho.

Corro até a porta do meu quarto, abrindo-a com cuidado, espiando para ver se papai não está no andar superior de casa. Não demora muito e a campainha toca, anunciando a chegada dele, do homem que veio até Chelsea atrás de negócios.

Utilizando a ponta dos pés pelo carpete creme alcanço o fim do corredor e a larga proteção de madeira talhada no início da escada, com vista parcial do que acontece lá embaixo. Noto Trina passar rapidamente até a entrada, abrindo a porta para o senhor.

- Boa noite, venho tratar de negócios com Janson Sangster. – ele diz todo polido, fazendo-me enjoar.

- Me acompanhe, por favor. – a loira sorri e retira o casaco dele, guardando no vestíbulo ao lado da entrada.

Alto, provavelmente um metro e noventa, olhos claros, cabelos loiros e dono uma barba enorme e nojenta, ele entra, dirigindo-se diretamente até a biblioteca, local onde papai costuma fechar acordos e fornicar com a maldita da sobrinha dele até tarde da noite.

Assim que percebo o vulto de Trina debandar do caminho, me arrasto como uma cobra peçonhenta até o primeiro andar, curioso com aquele senhor mais uma vez em casa para tratar de “negócios”. Já passa das vinte horas. Visitas fora desse horário são consideradas um disparate e falta de educação na nossa sociedade, mas aparentemente parece que meu pai não leva mesmo a sério os bons modos e bons costumes, igualmente ao intruso.

Considero-me um jovem de sorte quando noto a porta da biblioteca entreaberta, dando-me o privilégio de participar dessa reunião a qual não fui chamado.

- Sente-se Vince, fique a vontade. – meu pai diz, preparando uma generosa dose de whisky e entregando ao homem.

- Vim me certificar se está tudo certo para amanhã. – ele recebe a bebida e a beberica enquanto espera uma resposta para sua pergunta recheada de mistério.

- Obviamente. – papai responde em um tom grave, como se estivesse ofendido – Sou um homem de palavra. Tudo vai dar certo e nosso acordo está de pé.

- Perfeito, Sr. Sangster. Minha filha está bem animada para essa viagem e o que a espera na América. Newton já está ciente das condições? – o homem toca no meu nome, como se fossemos íntimos. Minha barriga arde.

- Ainda não. Contarei para ele somente amanhã, quando já estivermos dentro do navio, assim evito que meu filho fuja feito um passarinho, igualmente o irmão fez assim que tentamos este mesmo tipo de negócio anos atrás.

- Tem noticias de Galileu? – questiona o loiro.

- Nunca mais sequer ouvi falar dele. E nem quero.

Janson entrega sua resposta com amargura, como sempre faz quando qualquer assunto resulta em Galileu, meu irmão seis anos mais velho, desaparecido desde 1909.

Um dia Gally estava conosco no jantar, feliz e falante, se gabando por ter realizado uma prova na faculdade de medicina e tirado dez, degustando um canard à l’orange, receita típica francesa que mamãe fazia a base de pato cozido com caldo de laranja, a especialidade dela. No outro, ele simplesmente desapareceu, simples assim. Sem pistas, sem rastros, sem nada que pudesse nos levar até onde quer que ele estivesse.

Chorei durante dias sentindo a sua falta, que se transformaram em semanas, meses e agora completa três anos que ele se foi, largando não só seus sonhos para trás. No início eu acreditava piamente que ele havia sido assassinado, ou até mesmo sequestrado, mas após escutar conversas entre as paredes dessa casa, descobri que a história não é bem assim. Gally partiu porque quis, porque aconteceu algo entre ele e meu pai, capaz de transformar meu doce irmão em um fujão, para nunca mais ousar pisar aqui novamente.

Por isso o trauma com Trina me deixar assim que atracarmos em Nova Iorque. Tudo que é bom em minha vida nunca fica, como Gally, mamãe e até mesmo a doce e prestativa Trina.

- A que horas devemos efetuar nosso embarque? – Vince questiona, levantando-se da cadeira.

- Onze horas em ponto. – papai solta igualmente seu copo e faz um sinal para os dois dirigirem-se até a saída

Meu coração dispara com a possibilidade de ser flagrado ali e levar uma surra pela audácia e falta de respeito em ouvir a conversa alheia. O lado francês de mamãe felizmente me deu bons modos. Logo que me afasto com pressa, dando largos passos de costas, tropeço no único e miserável degrau que obviamente esqueci que existia entre a sala principal e o corredor da biblioteca.

- Maldição! Quem colocou você aqui? – praguejo estatelado no piso de mármore italiano.

A porta da biblioteca se abre e antes que meu pai me flagre ali, uma mão grossa e pesada retira minha carcaça do chão, arrastando-me com agilidade até a primeira porta que vê aberta. Tenho agora suas mãos contra minha boca, impedindo que qualquer som saia por entre meus lábios trêmulos. Ele nos tranca com um baque sutil.

- Shiiii, não vai querer levar um surra, vai? – a voz masculina faz meu coração acelerar ainda mais.

Ele gira meu corpo com agilidade, ainda me prensando contra a parede. Seus olhos negros me fitam no breu, tendo um pequeno faixe de luz adentrando no local por debaixo da porta. Avisto a sombra do meu pai e seu colega atravessar o corredor e assim que elas dissipam, ele me solta, relaxando o corpo.

- Não faça mais isso. Se o Sr. Janson te pegasse aqui menino Newt, estarias enrascado.

- Obrigado, Alby. – suspiro recompondo meu corpo no lugar e ajeitando minhas roupas.

- Vai mesmo embora? – o moreno chia arrastado próximo a minha boca.

Café, canela e um leve aroma de brasa quente. Esse é o cheiro que emana dele, do jovem bem feitor de Norfolk Cottage. Engulo a seco e me puno mentalmente por fraquejar ao sentir essa combinação tocar minha pele uma última vez.

- Alby... – gemo rouco quando ele encurta o espaço entre nós, deslizando suas mãos experientes pelo meu braço, subindo lentamente até meu pescoço.

Minha respiração falha quando ele prende seus dedos em torno dele, fechando um círculo perfeito.

- Não posso ficar sem você... – ele esfrega seu nariz sobre minha pele do rosto, suspirando – Esse seu cheiro de bebê me deixa louco.

- Eu tenho que ir. – empurro sutilmente o moreno, tentando abrir a porta da saleta onde estou.

Tudo em vão.

Alby segura meu quadril com precisão e puxa novamente meu corpo para si, imobilizando todos os movimentos das minhas mãos ao prendê-las com apenas uma sua acima da minha cabeça.

- Você não pode ir embora, não sem me deixar experimentar você!

Nem que eu quisesse conseguiria me desvencilhar dele. Embora Albert seja do meu tamanho, ele é infinitas vezes mais forte e ágil do que eu. O trabalho na lida esculpiu seu corpo e seus músculos, tornando-o virilmente atraente.

Seus lábios encostam nos meus e com a mesma velocidade que chegaram ali abrem uma pequena frestinha, o suficiente para sua língua faminta invadir a minha boca em busca de todo o contato que ele possa sorver o deleite que é me beijar nesse cômodo escuro, com seu nada discreto membro roçando contra a minha coxa.

- Argh, Alby, não...

Protesto ao que seus beijos descem de forma graciosa pelo meu pescoço, marcando minha pele com uma generosa mordida. Tenho certeza que ficarei marcado e se meu pai descobrir isso, ele com certeza mandará matar o rapaz que cuida da nossa casa.

Albert é filho do Sr. Ameen, um velho serviçal da nossa família desde que mamãe veio da França com seus pais ao dezessete anos. O homem se casou e teve um filho fruto da sua união, que ganhamos de brinde para auxiliar nos afazeres de Norfolk Cottage. Sempre cresci ao lado de Alby, um dos meus únicos e verdadeiros amigos. Fui educado em casa, uma educação restrita e bem tradicional, onde papai acreditava que crianças francesas não faziam manha, por isso nunca tive um contato maior com outras pessoas, exceto as da minha família, como primos e tios.

Já fazia alguns meses que minha amizade com Alby andava bem abalada, eu passei a sentir coisas por ele, que dizer, não só por ele em si, mas pelo sexo masculino como um todo. Nosso contato físico foi intensificando e ai eu tive a certeza de que ele sentia alguma coisa por mim também, mas nunca ultrapassamos a barreira da troca de olhares e pequenas situações do cotidiano onde ele sempre conseguia um pretexto para tocar em mim.

E agora estou aqui, nos braços do meu amigo, me esquivando das investidas dele.

- Por favor, me deixe sair... – peço ofegante, confuso e acho que excitado.

- Só mais um beijo, Newt. – geme ele contra minha orelha, lambendo e mordiscando sua pontinha.

- Se meu pai nos pegar aqui ele vai matar você... – devolvo fechando meus olhos quando ele segura meu queixo com firmeza.

- A morte valerá a pena então.

Entrego minha boca inteiramente a ele, deixando que Alby a explore da maneira que bem entende. Esse não é meu primeiro beijo, na verdade é meu primeiro com um homem, mas não há diferença entre eles, exceto pelo aroma másculo que emana dele, contaminando minha pele com sua fragrância forte e imponente.

- Eu quero você... – ele insiste sem desprender seus lábios carnudos do meu. – Por favor, faça amor comigo antes de ir...

A ideia parece tentadora, mas não posso aceitar tal pedido, isso só machucaria ainda mais nós dois, pois sabemos que isso não vai nos levar a lugar algum.

- Eu não posso, Alby. Me desculpe. – reúno todas as forças dentro de mim e afasto com brutalidade seu corpo do meu, abrindo a porta da saleta e correndo desesperado até meu quarto.

A cegueira foi tanta, que tenho certeza ter esbarrado em Trina pelo meio do caminho e nem ao menos perdão pedi pelo meu ato rebelde. Atravesso com gana o corredor até meu quarto e bato a porta, desabando até o piso acarpetado, com as costas apoiadas na madeira.

Minha estrutura inteira treme, sinto falta de ar, tenho coisas ganhando vida em meu corpo que sou incapaz de controlar, e tudo isso piora quando sinto falta da mão áspera dele passeando atrevida pelo meu corpo como agora a pouco. Encaro o amontoado de bagagens no canto do quarto, esfregando mais uma vez a realidade diante dos meus olhos já embebidos em lágrimas.

Bastou um beijo para me deixar assim e amanhã cedo vou embora para talvez nunca mais voltar. Essa noite sou eu quem vai deixar Alby para trás, o amanhã é incerto e se tivesse um pingo de coragem viveria o hoje sem ligar para as consequências, padecendo na luxuria de me perder em seus braços.

... Mas eu escolho continuar vazio, sabemos que é o melhor para ambos. 


Notas Finais


Sorry, eu shippo Nalby tb! hahahaha
:)
BjinXX


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