História The Heirs •° (G-Dragon) - Eu não vou desistir!

Dois dias se passaram desde que eu vi Ji-Yong parado na vitrine daquela loja. Faz dois dias que não consigo comer e nem ao menos dormir, eu já começo a sentir sinais de cansaço no corpo. 

Jimin não teve muito tempo para ficar ao meu lado a empresa não tem deixado muito tempo livre para o mesmo, internamente agradeço por isso assim ele não poderia ver meu estado lastimável. 

 Ouço batidas na porta e logo ela se abre, vejo Taehyung entrar preocupado. 

 -Seu pai me pediu para vir, disse que você não está bem o que houve? (Tae pergunta apreensivo) 

 -T-Tae… (Minha voz fraca e embargada sai, e eu pulo em seus braços)

 -Por que esse desespero pequena, o que houve me conte! Jimin te tratou mau? (Tae pergunta)

 Fiz não com a cabeça.

 -Então me diga, eu tô ficando maluco em te ver assim… (Tae diz)

 Eu tento acalmar meus soluços, respiro fundo e o encaro.

 -Tae… Ele voltou… Ele está aqui … (Eu digo entre meus soluços) 

 -Quem bebê? Quem voltou? (Tae segura meus ombros) 

 -Ji-Yong. 

 -Quê? Tem certeza? Eu achava até que ele tinha morri … (Tae para de falar me encarando) … Desculpe. Você falou com ele?

 -Não. Eu o vi na loja de vestidos, e quando corri atrás dele, ele… Ele… simplesmente sumiu. (Eu disse e choro mais ainda)

 -Wau! O que ele quer a essa altura do campeonato? Quanto tempo faz? 6 anos? 5? Jimin sabe disso? (Tae pergunta) 

 -Sim, ele me disse para não pensar mais nele. Mas… Tae, o que eu faço? Eu o amo tanto, eu pensei que nesse tempo eu tinha esquecido ele. Eu pensei que … Eu podia viver tranquilamente com Jimin. Mas … Quando eu vi ele no outro lado da rua, eu não pensei em mais nada eu só queria ir abraça-lo. (Eu digo isso e abraço o Tae mais forte)

 -Calma pequena. Fica calma. (Tae acaricia meus cabelos)

 -Eu preciso dele de volta. Eu … Eu não quero mais viver sem ele… (Eu disse contra seu peito)

 -Ha Bin! Minha pequena Ha Bin, se você não consegue viver sem ele, e eu não consigo ver você desse jeito. Vamos atrás dele. Vamos saber o que ele quer. Por que a última coisa que eu quero ver nessa vida é você sofrer desse jeito. (Tae diz enxugando minhas lágrimas) 

 -Como Tae? Em menos de duas semanas é meu casamento. Eu prometi ao Jimin. (Eu disse chorando novamente)

 -Jimin sabe de toda a verdade sobre Ji-Yong ele sabe que você se apaixonou por outro, e outra coisa também, Jimin é independente, ele tem uma empresa em suas mãos. Ele vai entender pequena. (Tae diz e uma chama de esperança acende em meu peito) 

 -Sera? (Eu pergunto mais pra mim mesma do que para o Tae)

 -Com certeza, e eu vou te ajudar. (Tae diz sorrindo) 

 -Mas onde vou achá-lo? Ele sumiu por cinco anos, e se ele sumiu agora de novo? (Pergunto) 

 -Eu não sei, mas vai desistir sem ao menos tentar? (Sinto uma ponta de desafio na voz de Tae)

 -Certo, eu não vou desistir. Vou procurar Ji-Yong! (Eu disse decidida)

 -Ok, mas primeiro levanta dessa cama, tome um banho demorado. Como alguma coisa, porque senão você não vai nem até a esquina. “Saco vazio não pára em pé” já ouviu isso por aí?? (Tae disse puxando minhas cobertas me fazendo levantar)

 Eu vou animada para o banheiro, decidida a mudar meu destino. Por cinco anos eu fiz o que o senhor Park quis. Agora Jimin já assumiu a empresa, e ele é totalmente independente, preciso falar depois com Jin sobre isso… Mas como? Decido que vou resolver uma coisa por vez.

 *

 -Está frio Tae. (Eu resmungo enquanto tento esquentar minhas mãos com meu hálito)

 -Quer desistir? (Tae responde) 

 -Você sabe que não. Mas… Por onde eu começo? (Eu pergunto confusa)

 -Vamos naquele amigo dele. Se ele voltou com certeza esse amigo sabe onde ele está. (Tae diz e abre a porta do seu carro para que eu entre) 

 Tae da a volta entrando logo em seguida. Durante o caminho eu e Tae fomos ensaiando o que dizer a Hoseok, não demorou muito e nós estávamos em frente aquele mesmo parque de diversões onde Ji-Yong me trouxe.

 -Parece abandonado. (Tae diz fazendo careta e descendo do carro)

 -Será que ele ainda funciona? (Eu pergunto e o acompanho) 

 -Veremos… (Ele diz entrando no parque) 

 O parque realmente parecia abandonado, a grama que antes era aparada e verde, hoje está mesclada entre vários tipos de ervas daninhas. 

As cores dos brinquedos que antes eram coloridos com luzes piscantes, hoje está desbotados e lâmpadas quebradas. Assim como minhas memórias, sinto algo molhar meus braços, só então vejo que são minhas lágrimas. 

 Durante todo o caminho até a bilheteria, só consigo ver imagens de Ji-Yong correndo de um brinquedo ao outro, seu sorriso, suas brincadeiras, seu cheiro… Tudo parece tão real. Essas lembranças são como fantasmas ao meu redor.

 -Está tudo bem? (Tae pergunta notando minha distração) 

 -Hum… (concordo com a cabeça)

 -Ha Bin?! (Ouço alguém me chamar)

Olho e vejo Hoseok com uma espécie de foice em sua mão, e uma jardineira preta. Ele parecia que estava limpando algum local.

 -Hoseok! (Eu disse sorrindo)

 -O que faz aqui?! (Ele pergunta confuso)

 -... Er… (eu fico um pouco envergonhada)

 -Olá, sou Taehyung amigo de Ha Bin. (Tae diz quebrando o clima tenso)

 -Ah! Sim, me desculpe a falta de gentileza é que eu realmente fiquei surpreso. Eu me chamo Hoseok, mais pode me chamar de J-Hope. Venha vamos entrar. (Hoseok diz indicando o caminho) 

 -O que aconteceu por aqui? O parque não funciona mais? (Eu pergunto olhando em volta)

 -Nós paramos por um tempo, mas agora eu e meus amigos vamos voltar a trabalhar no parque… Sentem, eu vou fazer um chá para nós. (Hoseok diz e sai para a cozinha)

 Eu e Tae nos olhamos sem dizer nada. Não demorou muito até Hoseok voltar com as xícaras de chá. 

 -Quanto tempo Ha Bin-ah, até pensei que não iria te ver novamente. (Hoseok diz com um sorriso fraco)

 -Hum… Eu… Na verdade, eu tinha ensaiado o caminho todo até aqui uma forma de te perguntar isso… Mas acabo de esquecer tudo, e vou ser direta de uma vez. Eu vim aqui saber o paradeiro de Ji-Yong. Eu sei que ele voltou, e eu sei que você sabe onde ele está. Por favor Hoseok, me diz? (Eu pergunto aflita, já sentindo minhas mãos trêmulas)

 -Uau! Eu não sei o que dizer, pois GD é imprevisível, hoje ele está aqui, amanhã está lá. Ele é como um gato selvagem, não tem paradeiro. (Hoseok diz) 

 -Eu preciso ver ele. Por favor! (Eu digo quase sussurrando sentindo minhas lágrimas caírem)

 -Ha Bin, eu soube que está de casamento marcado. Não se envolva com GD, segue sua vida é melhor assim. (Hoseok diz desviando o olhar)

 -Olha, Hoseok! Eu não queria me intrometer nesse assunto, mas eu não quero ver Ha Bin sofrendo, nós precisamos deixar que Ji-Yong e Ha Bin se acertem. Nós não podemos decidir por eles o que seria melhor para eles mesmo. Deixe que eles decidam por si só, eu sei que quer proteger seu amigo, mas eu também quero proteger Ha Bin! (Tae diz encarando Hoseok)

 -Se quer protegê-la, mantenha ela longe de Ji-Yong, deixa com que ela se case. (Hoseok diz nervoso se levantando da cadeira)

 -Eu queria isso, do fundo do meu coração. Deus como eu queria que Ha Bin esquecesse esse homem e seguisse sua vida. Mas Ha Bin me disse que não consegue viver sem sem… (interrompo Tae) 

 -Tae… (eu o chamo ríspida)

 -Me deixe falar Ha Bin! (Tae diz nervoso)

 -Não Tae, chega! (Eu disse chorosa)

 -Eu vou dizer. (Tae me olha e logo se vira para Hoseok) Ela não vive sem Ji-Yong, e se eu precisar vou até o fim do mundo só pra ver minha pequena sorrir de novo. Você entende isso? Hoseok, facilita um pouco, por favor. (Tae termina de falar quase sem fôlego) 

 -Tae, vamos embora. (Eu disse puxando sua camisa) 

 Tae bufa irritado, soca a mesa e se levanta nervoso.

 -Você! … Não me venha dizer que se importa com os sentimentos de Ji-Yong, pois se ele foi procurar Ha Bin é por que ele sente algo por ela ainda. Não me ouse dizer que você é amigo dele. Pois desconheço essa amizade. (Tae cospe as palavras e segura em minha mão saindo do parque) 

 Taehyung estava andando depressa, sua mão apertava meu pulso. Porém eu não ousei dizer nem uma palavra, eu estava admirada com a forma que Tae me defendeu, eu sempre soube que podia contar com sua amizade, eu só não sabia a intensidade dela. Quando chegamos próximo ao carro estacionado sinto uma mão agarrar minha outra mão livre, me fazendo parar no mesmo instante.

 -Aqui! (Hoseok me entrega um papel)

 -Hoseok! (Eu disse surpresa olhando o papel)

 -Ele me procurou ontem, então eu tinha o endereço dele anotado. Só … Não o magoe. (Hoseok diz e percebo seus olhos avermelhados)

 -Obrigada, eu não pretendo magoa-lo. (Eu disse sorrindo e o abraçando) 

 -Escolha sábia Hoseok! Obrigado! (Tae diz)

 -Ha Bin tem muita sorte de ter um amigo como você. (Hoseok diz virando as costas e acenando em despedida) 

 Eu e Tae entramos no carro em seguida dando partida no mesmo.

 *

 Não demorou muito para que chegássemos em frente ao endereço escrito no papel.

 -Tem certeza que não quer que eu entre com você? (Tae pergunta)

 -Tenho. Quero conversar com ele sozinha. (Eu disse tirando o cinto de segurança)

 -E como vai embora? (Tae diz preocupado) 

 -Vou de Taxi, assim que sair eu ligo pra você. (Eu disse deixando um beijo singelo em seu rosto)

 -Vou esperar você me ligar então. (Tae diz) 

 -Não se preocupe Taetae, vou ficar bem. Obrigada por hoje, eu nunca vou esquecer o que você fez por mim. (Eu disse e saindo do carro) 

 -Se cuida pequena. (Tae diz e liga o carro novamente) 

 Eu aceno em despedida vendo seu carro partir. Respiro fundo e encaro novamente a casa em minha frente.

 Ela não era muito grande, tinha uma mistura de rosa com branco, eu ri um pouco disso porque não combina muito com os gostos de Ji-Yong.

 Seu portão bem feito de madeira pintado de branco, percebo que está aberto. Entro e vou até a porta branca, tinha uma campainha fofa de gatinho ao lado da porta. Me veio na cabeça por um momento que eu poderia viver uma vida feliz ao lado de Ji-Yong aqui nessa casa. É tão aconchegante… Tão familiar… Eu iria gostar, muito. 

 Um sorriso fraco brota em meus lábios pensando nisso, chacoalho minha cabeça rapidamente afastando esses pensamentos e toco a campainha três vezes seguidas. Olho pelas janelas e vejo as luzes apagadas, ainda é dia. Então ignoro este fato e toco repetidamente três vezes novamente. 

 Ouço um “já tô indo” do outro lado da porta, e meu sorriso brota novamente involuntário. Ouço uma batida e um grito “Ai”, e logo arregalo meus olhos. Será que ele está bem?

 Alguns segundos depois a porta é aberta. Ji-Yong aparece ainda terminando de vestir sua blusa, quando ele está completamente vestido me encara com uma expressão surpresa e sua boca aberta.

 -Podemos conversar? (Eu pergunto) 

 Ele parece hipnotizado me olhando fixo, sinto um arrepio na espinha. Ainda não parei para pensar no caso de ele não querer falar comigo. 

 ….