- E agora?- Noah pergunta em um sussurro.
Era estranho, o carro preto que estava parado ao lado deles, tinha os vidros da janela escuros, e os garotos não faziam ideia de quem estava ali. Eles pensaram em dar partida no carro, mas seria arriscado, e então decidiram esperar para ver o que acontecia, e depois de esperar por uns cinco minutos, dois capuzes pretos descem do carro, com suas respectivas armas apontadas para o carro dos meninos.
- Desculpem a demora... estávamos consultando o chefe para saber o que deveríamos fazer com vocês- Um deles diz, sorrindo de lado.
- Pelas armas apontadas para nós, presumo que a resposta dele não tenha sido agradável em nosso ponto de vista- Matt exclama e os dois assentem.
- Desçam do carro- Eles se pronunciam ao mesmo tempo, e sem hesitar, os rapazes descem do carro, com as mãos erguidas, em rendição.
- Que garotos obedientes... Bom, não gosto de segredos, então, vou dizer o que o chefe pediu que fizéssemos- O mais alto deles murmura, se aproximando de Noah, levando a arma até sua cabeça, enquanto o outro continuava mirando a dele em Dylan e Matt.
- Ele disse que podíamos escolher um... para estourar os miolos- Ele termina de falar e destrava a arma, e em um ato desesperado, na tentativa de salvar o amigo, Dylan tenta tomar a arma do capanga, e é empurrado para o chão.
- Puta que pariu garoto! Você quer morrer?- Ele leva a arma na frente do rosto de Dylan, enquanto o outro detém Matt e Noah.
E então, o homem começa a chutar Dylan, e em seguida o puxa pela camisa, socando seu rosto e quando Dylan pensava em reagir, ele dizia que mataria seus amigos caso ele sequer continuasse pensando. Depois de dar uma surra no garoto, ele o joga longe, perto dos carros, e leva Noah e Matt para o meio da estrada.
- Agora vocês correm, o que correr mais longe se salva- O mais baixo diz rindo e Noah e Matt começam a correr.
Foi quando algo inesperado aconteceu, Julie e Mari, vinham a toda velocidade com o carro, e ao ver os dois capangas no meio da estrada, sem pensar duas vezes, Julie passa com o carro por cima deles, os lançado longe.
- Mas que porra...- Noah ergue as mãos e as meninas descem do carro.
- Ai meu Deus!- Julie corre em direção ao corpo de Dylan, estirado ao lado do carro dele.
- O que fizeram com você?- Ela diz passando a mão por cima dos ferimentos em seu rosto.
- Os desgraçados estão vivos!- Mari exclama depois de examinar os capuzes pretos e chuta um deles.
- Vamos deixar eles vivos, como um aviso- Noah murmura e ela assente, se afastando dos corpos.
- Vem... vamos- Julie com a ajuda de Matt, consegue erguer Dylan, colocando seu braço em volta do corpo do rapaz, o levando até o carro.
- Você está bem?- Ele pergunta pausadamente, enquanto tosse um pouco.
- Estou bem...- Ela murmura sentando no banco ao seu lado, enquanto o resto do pessoal entrava no carro, para que eles saíssem finalmente dali.
- Me desculpe- Ele diz, e mesmo sem saber o porquê dele estar pedindo desculpas, Julie balança a cabeça positivamente.
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Já em sua casa, Julie corre para o banheiro, se examinando, tentando achar algum hematoma em seu corpo. Ela tinha certeza de que estava bem, mas a lembrança de quando acordou e se encontrou nua em cima de uma cama, lhe atormentava, e lhe deixava confusa, por isso, resolveu ligar para Mari, contando tudo para a amiga.
- Você precisa fazer um exame médico, saber se está tudo bem, talvez tenha acontecido algo... não custa nada verificar- Mari a aconselhava enquanto ela deixava o celular no viva voz e arrumava a cama.
- Custa sim... com que cara vou chegar amanhã no hospital dizendo "Acho que fui estuprada, alguém pode me examinar?"- Ela responde se deitando.
- Não seja exagerada Julie... se se sentir melhor, podemos ir ver o pai do Dylan, eu sei que ele é de outra área, mas ele pode fazer alguma coisa por você, e estará fazendo com alguém em quem confia- Ela responde e Julie suspira.
- Tudo bem... você venceu, amanhã nós vamos até ele, está bem? E você? comeu alguma coisa?- Ela responde mudando de assunto.
- Odeio quando você muda de assunto... Sim, eu comi, já estou me sentindo melhor, a fraqueza está passando aos poucos, perdi bastante sangue mas vou sobreviver, só não consigo entender de que documento Die falava... Ele tinha certeza de que eu sabia aonde estava- Ela responde em um tom mais sério.
- Precisamos investigar isso... É realmente estranho, e seria maravilhoso se tivéssemos mesmo esse documento, porque se é algo que Die quer muito, é porque é importante para ele- Julie responde e a porta do quarto de Mari é aberta por seu pai, e então a garota desliga o celular na cara de Julie.
- Pai? Que malas são essas?- Ela pergunta e o homem, com um semblante de preocupação, se senta na beira de sua cama.
- Vou precisar fazer uma viagem de última hora, mas tinha que me despedir da minha princesa antes...- Ele murmura e a garota se senta.
- Está tudo bem?-
- Sim querida... eu volto logo, só tenho que resolver uns problemas, mas dei um jeito de que fique segura em minha ausência- Ele responde e beija a testa dela, e antes que a garota pudesse fazer mais perguntas, o que era óbvio que ela faria, ele simplesmente deixa o quarto.
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No dia seguinte, Selly acorda cedo, assim como seu pai, para ajeitar as coisas de sua mãe.
- O pessoal da clinica chegará em breve... está tudo pronto?- Seu pai pergunta enquanto termina de fechar uma das malas.
- Sim, pedi que um amigo meu que está fazendo estágio no hospital viesse acompanhar o procedimento, espero que não seja um problema- Ela responde e o pai assente.
Alguns minutos depois, a equipe chega, e a mãe de Selly estava calma, o que foi uma surpresa.
- Que bom que veio- Selly comprimenta Sam, que entra em seguida assim que os homens tocam na senhorita Marta para levá-la e então a mulher surta, empurrando-os.
- Ele vai me matar! Não! Ele vai me matar! Filha por favor... não deixa!- Ela grita agarrando Selly, e empurrando Sam assim como os outros.
- Mãe... esses homens vieram te ajudar, por favor se acalma- Selly tenta dialogar com sua mãe, mas recebe um tapa forte no rosto, antes que os homens pegassem sua mãe, aplicando uma injeção nela, que faz com que a mulher se acalme imediatamente.
- O que foi isso?- Selly pergunta se referindo a injeção.
- É um calmante... Não se preocupe, ela vai ser tratada muito bem na clinica, eu pesquisei sobre o lugar, e fiz algumas perguntas- Sam explica e o senhor Travis suspira.
- Muito obrigada senhor Foreman, você foi de grande ajuda, bom saber que minha filha tem amizades como a sua- O pai de Selly se pronuncia levando o rapaz até a porta e ele sorri, assentindo.
- Foi um prazer... Mas tenho que ir com eles! Até mais- Ele diz saindo da casa, e adentrando a van, aonde Marta já estava.
- Obrigada, não vou esquecer do assunto da Julie- Selly diz sorrindo e ele ri fraco, antes da van ser fechada e sair em uma velocidade consideravelmente alta.
- Espero que tenhamos feito a coisa certa- Ela murmura para o pai.
- Foi a coisa certa- Ele responde confiante.
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Enquanto isso, Nanda, Naty e Karol voltavam da lanchonete, indo em direção a casa de Naty, mas ao adentrá-la, encontram o pai da garota caído no chão.
- Pai?- Ela grita correndo até ele.
- Liga pra emergência filha... eu não me sinto bem- Ele diz ofegante e a garota corre para fazer isso, enquanto as amigas assustadas, não sabiam o que fazer.
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- Peter, trancado em uma sala com Julie Anderson, ou, em um vestiário com Dylan Carter?- Tyler, um dos atacantes do time perguntou em um tom de deboche enquanto Peter passava, secando o suor de seu rosto com uma toalha.
- Que tal na sala da minha empresa com você daqui há 10 anos, comendo um sanduíche enquanto você limpa o chão?- Ele murmura em resposta e o resto do time vibra.
- Não venha bancar o bonzão, depois de apanhar do Carter, você só é um bosta que está no time porque o capitão não pensa pra frente- O garoto revida, peitando o moreno que ri pelo nariz, esbarrando nele de propósito ao sair.
- Eae cara? Tudo bem?- Thomas o cumprimenta no corredor.
- Agora está, e contigo?-
- Beleza, Daqui a pouco tem treino, te vejo lá- Ele murmura e some no corredor.
Thomas era o capitão do time, e ainda sim, era bem mais humilde que o resto do time, e era um poço de simpatia com todos, não era a toa que metade das garotas do colégio tem uma queda por ele.
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- Julie... você precisa me explicar isso direito, como assim você quer saber se foi estuprada?- O senhor Carter mantinha uma expressão de completa confusão.
- Oh jumenta!- Mari revira os olhos e se aproxima do homem.
- O que ela quis dizer doutor, é que foi para uma festa, embebedaram ela, e ela só lembra de acordar nua em sua cama- Mari mente descaradamente.
- Meu Deus! Você precisa denunciar os agressores!- Ele exclama incrédulo.
- Eu não sei quem foi... preciso que o senhor me examine, se tiver algo errado comigo, eu presto queixa, caso contrário, deixamos isso pra lá, talvez tenham me levado pra casa porque tirei minha roupa por estar bêbada demais- Julie entra na jogada de Mari, sabendo que era capaz do homem nunca mais deixar Dylan se quer falar com ela.
- Geralmente eu não realizo esse tipo de exame sem a autorização da polícia, mas você é amiga do meu filho, e mesmo que eu queira que ele reavalie as amizades, vou te ajudar com isso, mas tem que me prometer, que se o exame constar alguma coisa, você irá procurar a polícia!- Ele diz encarando a garota.
- Okay, muito obrigada, eu prometo!- Ela diz mais aliviada e ele assente.
Depois de algumas horas, realizando o exame, Julie volta para casa, aflita.
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- Cheguei- Dylan adentra a casa, enquanto seu pai assiste um filme.
- Ué filho, chegou cedo... pensei que ficaria mais tempo com seus amigos- O pai diz se levantando do sofá.
- Passei a tarde vendo o Noah levar bolada na cara no treino, chega por hoje!- O rapaz ri, se jogando na poltrona.
- E a Julie? Está melhor?- Ele pergunta e Dylan franze o cenho.
Sem querer, o senhor Carter era o informante do Dylan, e o garoto sabia bem como aproveitar isso.
- Sim, ela está bem melhor, o que o senhor acha do que aconteceu?- Ele finge saber do que se trata para obter as informações.
- Eu acho que ela deveria ir a polícia desde agora... Isso é muito grave! E se ela tiver mesmo sido estuprada?- O velho responde e o mundo de Dylan acaba ali mesmo.
O garoto explode em raiva, e se levanta, quase levando a poltrona junto.
- Não... não pode ser- Ele repete sem parar, enquanto deixa a casa, entrando no carro, e indo em direção a casa dos Anderson.
Julie já estava deitada, por mais que tivesse certeza que não havia nada de errado com ela, ainda sim tinha um pouco de medo do resultado.
- Quando ia me contar?- Dylan invade seu quarto.
Ele tinha uma certa vantagem, Rose o adorava, então quando os pais da garota não estavam em casa, Dylan tinha total acesso a ela, a hora que quisesse.
- Dylan? O que está fazendo aqui? Do que está falando?- Ela diz se sentando na cama.
- Do que eu estou falando? Por favor Julie, não seja cínica! Quando ia me contar que está suspeitando de que tenha sido estuprada pelo desgraçado do Die?- Ele estava alterado, mas mantinha distância dela.
- Seu pai te contou...- Ela suspira.
-Olha, eu não fui, okay? Tenho certeza disso, só quis fazer o exame para provar pra Mari!- Ela responde se levantando da cama.
- Julie, você não sabe como me culpei pelo fato de não ter te ligado quando deveria... mas e agora? Depois de saber disso, como acha que me sinto? Porra! Quando vai entender que eu me preocupo com você? Me manter informado sobre tudo que acontece contigo é o mínimo que pode fazer em troca! E mesmo assim, você mente pra mim, esconde as coisas...- Ele respira fundo e leva as mãos até a cabeça.
- Ligado pra mim? Dylan, eu não levei o meu celular... Se você tivesse ligado, cairia na caixa de mensagens! E eu não te contei porque tive medo da sua reação, sabia que ficaria assim!- Ela tenta se explicar e se assusta com a reação dele, que é gritar ainda mais alto.
- Isso não diminui o que eu senti na hora que soube que foi sequestrada! Mesmo que caísse na merda da caixa de mensagens, eu teria feito a minha parte! Mas agora, eu não me sinto mais culpado, porque você acabou de provar que não precisa que eu me preocupe com você, que não precisa que eu faça a maldita ligação pra saber se está bem!- E então ele vai até a porta, enquanto a garota fica em silêncio.
- Por que você suspeita disso?- Ele pergunta já mais calmo, depois de um silêncio de meio minuto, parando em frente a porta.
- Acordei em um quarto da casa nua... minhas roupas estavam em um canto, isso não é bem um motivo para desconfiar- Ela responde sem olhar para o garoto.
- Não é um motivo para desconfiar?- Ele ri fraco, balançando a cabeça e então abre a porta.
- Agora eu lembrei o porquê de nunca termos nos dado bem, você adora esconder a verdade das pessoas- Ele murmura e deixa o quarto, fechando a porta com força atrás dele.
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