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História The Hell In Life - Guarde esse segredo.


Escrita por: Gika_Canjica

Notas do Autor


Olá meus amores!
Como prometido, novo capítulo da fic ;)
Espero que gostem, boa leitura e nos vemos nas notas finais :3

Capítulo 2 - Guarde esse segredo.


Fanfic / Fanfiction The Hell In Life - Guarde esse segredo.

Atordoadas, as garotas param o carro  na esquina da casa da Nanda e todas descem do veículo para olhar a frente dele, que estava completamente destruída, e manchada com o sangue da mulher misteriosa.

- Meu deus! Eu estou na merda! se tem uma coisa que eu estou é na merda, nadando nela, mergulhada de cabeça- Julie andava de um lado para o outro, completamente apavorada.

Ela podia bancar a durona, rebelde, mas as amigas sabiam que ela tinha medo do pai, mas tudo bem, quem não tem medo do Ettan?

- E agora? O que vamos fazer?- Selly perguntou e Mari cheirava a roupa, que fedia a vômito.

-Eu não sei, mas eu preciso de um banho, e a Julie de uma água com açúcar que ela provavelmente vai tacar na nossa cara...- Ela então se manifestou, tentando ignorar o cheiro forte que vinha dela mesma, enquanto olhava em volta, suspirando fundo.

- Okay- Julie respira fundo- Primeiro, alguém deixa a Nanda em casa?- ela se recompõe pedindo, e Naty se disponibilizou pra fazer isso.

- Aproveita e rouba um pano de lá para limparmos esse sangue- Karol alerta Naty, e a loira assente levando a Nanda, que estava praticamente desmaiada.

- Vamos tirar os pertences do carro... teremos que afundá-lo no rio - Julie avisa por fim e as garotas se entre olharam  um pouco receosas, sem saber se o plano daria certo, elas acabam por fazer o mesmo que a amiga fazia.

- Você está ciente de que uma hora ou outra ele vai ser encontrado, não está?- Selly sem conter sua insegurança com o plano, se manifesta enquanto ajudava a tirar as coisas.

-Se estiver sem a placa e sem nenhum pertence dentro, ninguém nunca vai saber de quem era... Eu acho, não entendo de carros, mas precisamos arriscar...- Julie explica e depois disso, todas ficam mais aliviadas achando que isso até pode dar certo se Julie estiver certa.

Elas arrancam a placa do carro e limpam a frente dele, logo entrando no mesmo e indo em direção ao rio mais próximo dali. Assim que chegam no tal, começam a empurrar o veículo para dentro da água, com um pouco de dificuldade, já que estava demorando para que o carro atingisse um nível aonde afundasse.

Quando conseguem elas saem dali, caminhando a pé, sem rumo pelas ruas vazias da cidade.

- É melhor irmos para a minha casa... meu pai viajou- Karol sugere, e todas concordam, já que ela morava perto de onde estavam. 

Assim que chegam na casa de Karol, em silêncio, as garotas arrumam alguns colchões no chão para se deitarem.

- Pegamos um táxi, deixamos a Nanda em casa e depois viemos para a casa da Karol e dormimos cedo, okay?- Mari surge no quarto, enrolada em uma toalha depois de tomar um banho rápido e todas assentem.

- Vamos dar uma olhada nos sites de notícias daqui, talvez tenha algo sobre a mulher que atropelamos- Selly sugeriu e todas fizeram isso, durante um bom tempo, ficaram atualizando o site, mas nada, não havia nada sobre a tal mulher, o que faz com que elas achem que a mulher está bem. 

- Julie? E quanto ao carro? Sabemos que não vai ser fácil com o seu pai... Se quiser podemos achar uma solução- Karol diz para Julie, que estava pensativa, provavelmente pensando nisso.

- Não se preocupem eu dou um jeito, vamos dormir?- Ela respondeu, sorrindo fraco e todas desligam os celulares, apagando a luz.

Elas podiam fingir que nada aconteceu, mas sabem que aconteceu algo, algo que marcará suas vidas para sempre.


No dia seguinte,  Julie volta para a casa bem cedo, e Rose chegou em seguida com algumas coisas que havia comprado.

Rose era a governanta da casa dos Anderson, mas para a adolescente, ela era mais do que uma governanta, a garota a considerava sua mãe já que a que lhe deu a luz, "fez uma lipo e duas plásticas e preferiu esquecer que um dia lhe concebeu", segundo ela, sua mãe só se importa com aparências e não está nem aí se ela está viva ou morta.

- Querida, seus pais mandaram avisar que já estão chegando- Rose avisou cumprimentando Julie com um beijo melado no rosto.

"Milagre! Meus pais ficaram revoltados comigo porque queriam se mudar para New Orleans e eu não quis, afinal, minha vida está aqui em Gainesville, e acredito que como castigo eles me deixam aqui praticamente moram lá e só aparecem umas duas vezes no mês e olhe lá...Parece que meu pai tem um sensor chamado "Julie fez merda" e todas as vezes que eu me meto em uma confusão, ele aparece aqui no dia seguinte".

A garota pensou ao ouvir o que a governanta disse, e então tratou logo de subir para o seu quarto, aonde ficou andando de um lado pro outro pensando em uma desculpa para dar para seu pai quando ele sentisse falta do carro.


Suas desculpas estavam muito parecidas com desculpas, como;

"o carro foi abduzido"

" entraram aqui de carro, e roubaram o nosso carro "

"um fato sobrenatural, devemos chamar os Winchester?"

Ela é tão boa com desculpas, quanto em matemática.

O barulho do carro chegando chama sua atenção, e então ela desce as escadas rapidamente, quase tropeçando e a porta se abre.

- Boa tarde- O senhor Ettan murmura passando pela filha como se eu não estivesse ali.

- Julie? Que roupa é essa? Quem morreu? - Seguido pela esposa, que exclamou incrédula assim que entrou pela porta e viu a filha.

- Estou de luto pela minha vida, minha felicidade e o meu moletom de The Walking Dead que a senhora teve a ousadia de jogar fora-Julie retruca, cruzando os braços e a mulher elegante vai até ela, rindo exageradamente.

- Oh querida! Esse senso de humor você puxou de mim! Com toda certeza! E senhora é a tua avó! Me respeita que eu tenho idade e aparência para ser a sua irmã- Ela respondeu batendo com o dedo indicador na ponta do nariz da morena algumas vezes, como se estivesse amansando uma fera, e então saiu, batendo os pés em direção a mesa.

A família  se sentou para almoçar e o silêncio do pai estava deixando a garota nervosa.

Seu palpite era de que de algum jeito ele já estava sabendo de tudo e enquanto saboreava um bife, pensava em uma forma de lhe matar.

- Rose por favor, mande o Scooter preparar o carro que deixei na garagem, os outros dois estão na oficina e eu preciso ir para uma reunião daqui a pouco- Ele finalmente abriu a boca, e agora, Julie preferia que ele não tivesse feito isso.

Ela engole em seco.

- Sim senhor- Rose responde saindo certamente para fazer o que ele pediu.

- Então vocês só vieram por causa da reunião?- A filha pergunta, fingindo estar decepcionada.

Mas ela não estava, afinal, só se decepciona quem cria expectativas, coisa que a garota aprendeu com os pais a nunca criar.

- Bom, eu vou indo, tenho hora marcada no salão, e mocinha... Temos que fazer compras juntas, você está precisando- A mãe se levanta e deixa o cômodo rapidamente.

- Mas senhor... a garagem está vazia.- Rose voltou confusa.

Julie vai pegar um pouco de suco e o derruba na mesa, se atrapalhando toda.

- Droga! Droga!- Ela resmunga tentando limpar, e acaba derrubando uma cadeira.

-Deixa que eu limpo querida- Rose avisou lhe ajudando e ela se senta quietinha, enquanto seu pai lhe olhava.

- Tudo bem Julie, você já se entregou, mas mesmo assim vou te dar uma oportunidade de me contar toda a verdade- Ele se manifestou e a garota tremeu na base.

O verdadeiro motivo dela temer tanto o pai, estava no jeito que ele a tratava, fazia com que ela simplesmente se esquecesse de que era filha dele, e ela esperava o mesmo castigo que as pessoas que cruzam seu caminho e só o atrapalham, mas talvez, ele só não a veja como sua filha, afinal, nada de previlégios.

- Verdade ? Que verdade? - Ela responde com perguntas e ele lhe olha desconfiado.

-Sobre o carro... -Ele responde calmamente, cruzando os braços.

-Ca-carro? Que carro? Eu não vi nenhum... Carro- Ela continua mentindo e ele a olha indignado, antes de finalmente parar de jogar o joguinho dela.

- Eu te dou uma oportunidade de contar toda a verdade e você usa para inventar uma mentira?- 

- Cada um usa suas oportunidades como quer- Ela dá um sorriso amarelo, olhando para o jornal que ele havia deixado na mesa.

- Suicídio aqui em Gainesville? Isso tem quanto tempo?- Tenta mudar de assunto, pegando o jornal para ver a data que foi publicado, mas o pai o toma de suas mãos, com certa brutalidade, lhe impedindo.

- Julie! Eu estou falando sério! Aonde está o carro?-Ele voltou a perguntar, já exaltado.

Ela então decide ser rápida, e inventar de uma vez uma desculpa para que a discussão não acabasse como da última vez.

-Eu fui pra festa com ele ontem, e como estava alterada o larguei na rua, e quando voltei, ele havia desaparecido- Inventa e parecia ter sido convicente pois ele se levantou do seu lugar, lançando as coisas que estavam na mesa ao chão, e ela se levanta correndo, indo para um canto enquanto assistia ele destruir o cômodo.

Enquanto ele estivesse descontando nas coisas, tudo bem.

- O que você tem na cabeça garota? Já pensou se a polícia te pega? O que falariam ao saber que a filha do maior empresário dessa cidade e de todo o Colorado estava dirigindo um carro completamente bêbada?-Ele gritou terminando de destruir tudo, e Julie permaneceu em silêncio.

- Sen...- Rose tentou falar algo.

- Cale-se! E vá pegar agora algo para limpar essa bagunça! - ele ordena, gritando com a mulher, causando a revolta da filha.

- Não fala assim com ela! Ela não é sua empregada!- A garota grita e pensa em peitar o pai, mas o jeito que ele lhe olha lhe fez dar passos para trás, e então, ele deixa o cômodo como se nada tivesse acontecido.

- Eu te ajudo- A garota se oferece, indo até a Rose, ajudando ela a recolher os cacos, e por estar extremamente nervosa com a situação ela acaba se descuidando fazendo com que um dos cacos cortasse sua mão, mas ela nem se importou com o corte, o semblante de medo que a Rose trazia em seu rosto roubava toda a sua atenção, o corte se quer doía...

           ..........        

Era impressionante saber que mesmo após tudo, era como se nada tivesse acontecido, o ser humano tem esse poder, de dar festas, aonde ocorreram grandes perdas, mesmo sabendo de tal fato. Capazes de criar feriados, homenageando a morte, sacrifício ou  atentado de outros, dizendo para si mesmos, que é uma forma de lidar com a dor... 

Eu nunca pude compreendê-los, não consigo lidar com a dor enquanto sorrio e pulo ao som de uma música, dizendo: "Ele gostava dessa música, provavelmente está me olhando de algum lugar e sorrindo ao ver que superei", bom, talvez esse seja meu problema.  Eu não aguento mais, não consigo lutar contra todo esse sofrimento, é como o veneno, vai se espalhando por todo o seu corpo, e hoje eu sei que a morte não é para aqueles que morrem, é para aqueles que ficam, e tem que lidar com o fato de que ainda não chegou a sua vez. 

Eu gostaria de mudar, gostaria de poder transformar todo o meu sofrimento em ódio, eu sei que é possível, uma parte de mim me diz isso, e eu decidi escutá-la a partir de hoje.

               1 ANO DEPOIS...

                  

Dylan fazia seu show com um microfone na mão e "Sail" no último volume, quando seu pai chega em casa.

- Dylan! Abaixa isso!- Ele grita vindo até o rapaz.

- Ainda não, a vizinhança precisa saber o que é bom gosto musical!- Ele Grita em resposta e seu pai o fuzila com o olhar, e então o garoto desliga o som já que seu pai havia estragado seu show.

- Preciso falar com você- O homem responde se sentando no sofá e Dylan se senta ao seu lado, engolindo em seco.

De repente um flashback de tudo de ruim que o garoto fez em sua vida tomou conta de sua mente.

"Será que ele descobriu sobre o vaso de flores que eu quebrei por acidente e escondi embaixo da cama? Ou será que ele viu as plantas quebradas no jardim por causa do skate?"

-Dylan - Gerald começou e o garoto suspirou fundo.

"As pessoas quando vão presas e confessam o crime, ficam menos tempo lá, talvez funcione comigo."

- Okay! Eu sou culpado! Fui eu que quebrei! Vou lá pegar o videogame e o computador, sou um filho horrível e preciso ser punido da pior forma possível, provavelmente eu morrerei sem eles, mas não esquenta-

O rapaz dispara a falar, super rápido e o pai  o encara, franzino o cenho.

- Quebrou o quê?- Ele pergunta e foi aí que o garoto percebeu que seu pai não estava sabendo de nada.

- Nada.. O que dizia mesmo?-

Ele pigarra, disfarçando e o senhor Carter continuou, ignorando totalmente o fato do filho ter se entregado.

- O que acha de voltarmos para Gainesville?- Perguntou aflito e foi uma surpresa para Dylan, afinal, eles moraram lá a vida inteira, mas um ano atrás sua mãe desapareceu, simplesmente foi embora e abandonou os dois e por isso eles se mudaram, já que tudo que seu pai queria, era tentar esquecê-la, e jurou que não voltariam para lá.

- Porque essa mudança repentina?- Dylan pergunta, estranhando.

- O hospital de Gainesville me convidou para voltar a trabalhar lá e resolveram dobrar o salário, já que confiam plenamente em mim, mas quero saber sua opinião- O pai respondeu ajeitando os óculos no rosto.

O senhor Carter é um neurocirurgião muito competente, os dois possuem uma vida de luxo graças as mãos milagrosas dele na hora de salvar as pessoas, mas Dylan não se importava com o dinheiro, na verdade adorava a ideia de voltar a morar em Gainesville, pois sentia falta dos amigos, ele sentia falta até da Julie!

- Bom, eu adoraria voltar a morar lá- Responde por fim e seu pai sorriu satisfeito.

- Ótimo! Já te matriculei novamente no colégio!- Ele avisou e eu o garoto ri fraco.

- Mas e aquelas plantas estragadas do jardim Dylan Carter?-

        ......          

Fazia vinte minutos que as meninas haviam chegado no colégio e já estavam querendo voltar para a  casa.

- Ainda não consigo esquecer o que houve ano passado- Selly afirmou apreensiva.

- Selly, para okay? Não aconteceu nada! Procuramos na internet alguma mulher que morreu atropelada naquele dia e não encontramos nada, ela deve estar viva e bem- Naty responde confiante.

- Durmo todo dia pensando que posso acordar no outro dia e encontrar meu teto cheio de sangue e olhar para o espelho e ela estar lá, dizendo que vai me matar como eu a matei- Julie respondeu séria, mas mesmo assim,  fez com que todas gargalhassem.

- Você anda assistindo muitos filmes de terror Julie- Karol a repreendeu.

- Supernatural!- Mari a corrige.

-Isso! E eu estou falando sério! A mulher desapareceu!- Julie diz e então Nanda puxa a amiga pelo braço, e as duas saem para a aula de matemática.

- Quero um caixão bonito!- Julie gritou já de longe.

- Pode deixar!- Mari respondeu rindo.

- Eu vou indo, aula de Química- Ela completou e então se enfiou no meio da multidão.

Karol saiu em seguida, indo na direção oposta.

A primeira aula de Naty era física, a mesma que a da Selly, então as duas saem juntas passando pelo corredor, e lá estava Thomas, esbanjando sua beleza.

-Ele é tão bonito- Naty murmura para Selly.

- Quem?- a ruiva perguntou confusa.

- Thomas...- Naty aponta com a cabeça para ele.

- Ahh...ele é bem metido, isso sim- Ela respondeu e entrou na sala, sendo seguida pela loira, que revirou os olhos com o comentário da amiga.

                

O senhor Jeffers explicava a matéria e Julie viajava para outro planeta.

- Senhorita Anderson, o seu interesse na aula é invejável- Ele chama a atenção dela.

"O senhor Jeffers não me suporta, na verdade eu acho que ele não suporta meu pai, assim como a metade da população de Gainesville que finge amá-lo, e acaba descontando em mim, fala sério! Eu sou um amor de pessoa!"

- Obrigada por observar- Ela responde cínica e ele lhe encara, e então volta a explicar.

A garota volta a  "mongar" e o barulho da porta chama sua atenção.
Ela se vira para ela, e o professor a abre, fazendo a cara de Julie  ir no chão.

- Voltei- Dylan adentra a sala e todos felizes, recebem ele, enquanto a menina o encara de longe e assim que ele percebe, pisca para ela, sorrindo de lado.

"Ele foi embora há um ano atrás, ninguém nunca soube o porquê, ele não falou sobre o motivo, nem com seus dois melhores amigos, que no caso são o Matt e o Noah, não que eu tenha me dado ao trabalho de perguntar para eles... Mas sabe, a curiosidade mora em mim."

- Só posso ter salgado a santa ceia- Ela murmura baixo, fechando os olhos com força, na chance de que quando os abrisse novamente, percebe-se que tudo não passou de um pesadelo e que está babando em cima do seu livro, mas quando ela os abre, o projeto de satanás ainda está ali.


Notas Finais


Eai? O que acharam do capítulo?
Vamos ao Game!
"Você acha que as meninas tomaram a decisão certa ao mentir sobre o que realmente aconteceu?" Diz ai o porquê e até o próximo capítulo 💜
Bjuuusss 😘


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