História The Hell In Life - Seja bem vinda ao Lar, Nulla.

- Eu ainda gostaria de entender o que você estava fazendo na rua chorando sozinha- Dylan e Alexa caminhavam em direção a casa da garota, ele havia dado o casaco para ela, já que estava muito frio.

- Nem queira entender- Ela diz rindo fraco.

- Mas fico feliz de ter te encontrado- Completa abraçando os próprios braços.

- Verdade...-

Quando eles chegam em frente a casa dos Branson, os dois param, respirando fundo.

-Obrigada Dylan... De verdade- Alexa diz abraçando o garoto e ele fica duro no início, mas depois retribui.

- Mesmo você não tendo me contado o que aconteceu para você estar chorando... Eu espero que tudo se resolva- Ele diz sorrindo quando os dois se separam.

- Eu também espero- Ela murmura se afastando, acenando para ele.

Assim que ela entra em casa, ele passa a caminhar novamente, indo para a sua.

Na manhã seguinte, Léo andava em passos rápidos, enquanto o sol queimava em sua cabeça, ele estava preso em seu sentimento de justiça e seria difícil ser solto.

Ao chegar em frente a casa dos Anderson, ele se dirige até a porta e bate três vezes, esperando que Julie o atendesse.

Depois de uma noite em claro pensando em tudo, ele chegou a conclusão de que tudo dependia de Julie, que ele conseguiria parar Die, mas só com a ajuda de uma garota de 17 anos, o que tornava tudo miseravelmente cômico, é claro que ela tinha uma ligação com o assassino, mas isso ficou ainda mais evidente depois que descobriu quantas visitas ele fazia no quintal dos fundos da garota.

Era como se ele a observa-se sempre, esperando uma brecha, e agora que Léo sabia disso ele precisaria fazer algo para que Die nunca encontrasse essa brecha.

Quem abre a porta é Ettan, o olhando de cima a baixo. O homem estava bem cabisbaixo, seu rosto o entregava como alguém que havia chorado por um bom tempo.

- Ettan Anderson... Sou Léo Trovem, estou aqui para falar com sua filha- Ele diz em um tom decidido e podia notar pela feição de Ettan depois dele pronunciar suas palavras, que Julie era o motivo do homem estar daquela forma.

- Ela não se encontra- O homem responde e antes que tente fechar a porta, Léo invade a casa.

- Você deixou que ele a levasse? A sua filha?- O detetive já se encontrava alterado.

- Não sei do que está falando, minha mulher chega em menos de uma hora, não quero que ela encontre alguém da polícia causando alvoroço em sua casa, por isso, poderia se retirar de minha residência por favor?- Aquele não parecia o mesmo Ettan de sempre.

- Você sabe, sabe muito bem do que estou falando- O moreno responde indo até o empresário.

- Sabe que tem um psicopata obcecado pela sua filha, e você sabia que ele viria atrás dela e permitiu que isso acontecesse, agora eu te pergunto... Por que fez isso?- Ele encara o senhor Anderson, que agora estava com os olhos marejados.

- Eu não tive outra opção, pensa que foi fácil para mim? Sair de casa no meio da noite porque segundo ele, minha filha o pertencia e ele a levaria? Eu tentei de todas as maneiras protegê-la, deter ele... Mas não adiantou, eu não sabia mais o que fazer!!! Nem se quer a identidade desse louco, eu sei- E então o homem se senta, se debrulhando em lágrimas.

Antes que Léo dissesse algo, o celular de Julie dispara a tocar.

O homem caminha até o mesmo e o pega, aquele celular era a cara de Julie, com um capinha de coruja, papel de parede dela e suas amigas, Léo não podia suportar a ideia de que não poderia salvar a vida daquela garota.

- Julie, vai querer que eu te busque hoje para irmos pro colégio?- Era a voz de Dylan do outro lado da linha assim que o detetive atende o telefone.

- Aqui é o Léo, o detetive... Poderia vir para a casa dela agora?- Ele pergunta pausadamente e um silêncio toma conta por alguns segundos.

- O que você está fazendo aí?- O garoto pergunta e seu tom de voz já era outro.

- Cadê a Julie?- Ele pergunta em seguida.

- Só vem, Okay?- E então ele desliga o telefone.

- Mas que merda!- Dylan exclama procurando as chaves do carro e seu pai se assusta, já que o mesmo cochilava enquanto não dava a hora de ir ao hospital.

- O que houve filho?- Ele pergunta se levantando da poltrona, ajeitando o óculos de leitura no rosto.

- Nada... Eu tenho que ir, bom dia pai- Ele diz depois de encontrar a chave,  e então sai de casa rapidamente.

- Eu disse que estava com fome, não desesperada a ponto de comer salgadinho de manhã- Karol reclamava com Matt, que estava prestes a jogar ela na lixeira.

- Acho que você não percebeu, mas eu não vou fazer nada para você, estou indo para o colégio, lugar aonde você deveria estar indo ao invés de infernizar a vida das pessoas, ou seja, ou você come o salgadinho, ou morre de fome- E então ele sai do porão, trancando a porta.

- Grosso- Ela grunhe.

- Você não vai pra escola hoje?- Noah aparece na casa de Mari e a garota pergunta franzino o cenho.

- Acho que estou indo pra lá agora, sabe... Mochila...- Ele diz apontando para as costas e ri fraco. - Eu vim te buscar para irmos juntos- Ele explica e ela assente sorrindo.

- Fiquei sabendo que seu pai não foi enterrado e sim cremado...- Ele diz a cumprimentando com um beijo no rosto.

- Sim, ele sempre dizia quando estávamos assistindo um filme, ou comendo uma pizza, que esse era o desejo dele- Ela dá de ombros, pegando a mochila dela que estava no sofá.

- Ótimo assunto para se conversar enquanto mastiga a calabresa- Ironiza e os dois caminham para a porta da casa, saindo.

Depois de um tempo, já estavam no colégio.

- Não se esqueça do nosso programa de hoje a noite- Ele a lembra antes que os dois se separassem no corredor.

- Não vou- Ela sorri e adentra a sala.

- Que estranho... Alguém viu a Julie hoje?- Matt pergunta para o pessoal assim que a aula começa.

- Não vi nem ela, nem o Dylan, e antes que falem do Peter, ele está ajudando o Sam a levar umas coisas para a sala de música, parece que o professor de artes está aprontando alguma coisa- Nanda responde enquanto morde o lápis.

Naty abre a boca para dizer algo e todos a lançam um olhar feio.

- Okay... Não falo nada sobre o fato estranho de Julie e Dylan não terem vindo para a escola hoje!- Ela diz abrindo os braços em rendição, lançando um sorriso malicioso em seguida.

- Quem você mandou vir para cá?- Ettan pergunta depois de tomar um bom copo de água e se acalmar.

- Adivinha... Alguém que sei que é capaz de tudo para proteger sua filha, como é pra você saber que essa pessoa não é você?- E então Léo se senta, esperando por Dylan.

- Die ameaçou matar minha mulher caso eu não deixasse que ele levasse a Julie, e prometeu que não faria nada com minha filha, que decisão tomaria no meu lugar?- E então Léo se cala, já que acabou por se colocar no lugar o homem.

Dylan entra na casa sem bater na porta e encontra Léo sentado em um sofá e Ettan em outro.

- Estou aqui, agora quero saber aonde está a Julie- Ele vai direto ao ponto e os homens se entre olham.

- Die a levou- Léo diz sem rodeios e o garoto vai para cima de Ettan.

- Pensei que você fosse o pai dela! Como deixou isso acontecer?- Ele grita e Ettan se levanta calmamente.

- Eu posso até te contar tudo, mas isso irá durar algum tempo, então, se está tão desesperado para ajudar a resgatar minha filha, acredito que não esteja disposto a me ouvir- Ele responde caminhando até o escritório que ficava no fim do corredor e volta de lá com duas armas entregando uma para Léo e outra para Dylan.

- Tem um homem meu que ficou encarregado de descobrir para onde Die levou minha filha, já mandei uma mensagem para ele e estou aguardando uma resposta, enquanto isso, eu preciso que vocês distraiam o capanga de Die- Ele avisa e Dylan olha para a arma que Etttan o entregou, assustado.

- Tem certeza que vai confiar uma arma a um garoto que sofre de TEI?- Léo aponta com a cabeça para Dylan, que o lança um olhar feio.

- Quem te contou?- O garoto pergunta e Ettan respira fundo.

- Sei tudo sobre cada um de vocês... Principalmente da sua quedinha pela Julie- Léo responde provocando e Dylan dá um passo para ir até ele quando é interrompido por Ettan.

- Acho que vocês deveriam me perguntar... "Que capanga de Die?" Aí eu lhes diria; "O que fica no galpão abandonado há uns cinco minutinhos da minha casa, com um computador que lhe passa as imagens da câmera da entrada daqui, e agora deve estar ligando para o chefe dele para dizer que vocês dois estão aqui", então eu sugiro que vocês deveriam ir agora!- Ele responde muito rápido.

- Não posso agir sem consultar as autoridades, eu preciso mantê-los informados sobre o que está acontecendo- Léo responde colocando a arma na cintura, cobrindo com a camisa.

- Informe e será morto- Dylan responde fazendo o mesmo com a arma dele.

- E então? Se decidiu?- Ettan pergunta e o homem bufa.

-Beleza, vamos logo- E então ele e Dylan saem da casa, adentrando a floresta que ficava atrás dela, procurando pelo galpão.

- Ora ora... Peter Guinam, como vai meu amiguinho favorito?- Tyler aparece no corredor com mais três garotos.

- Dá pra sair da frente? Não vê que estamos carregando coisas pesadas?- Sam diz encarando o rapaz.

Ele já sabia tudo sobre Tyler, o típico garoto babaca que não se contentava em não ser o capitão do time e tentava chamar a atenção de outra maneira.

- O que você está fazendo aqui cara? Você já se formou! Cai fora!- Tyler diz para Sam e se aproxima de Peter enquanto os outros moleques cruzam os braços e ficam esperando.

- Cadê seu pai? Ele continua sendo um alcoólatra agressor?- Ele diz baixinho para Peter, mas alto o suficiente para que Sam também ouvisse.

- Olha aqui seu...- Peter coloca as coisas que carregava no chão e vai para cima dele, mas antes que fizesse qualquer coisa, Sam já havia jogado o que carregava e o barra.

- É o seguinte, é melhor vocês nos deixarem em paz e vazar daqui!- Sam ameaça Tyler que ri e olha para os colegas.

- Nós estamos em quatro- Ele responde e é a vez de Sam rir.

- É, eu não sou cego e sei contar muito bem- Ele responde e Tyler se mantém firme.

- Não vem querer bancar o corajoso não Foreman, eu lembro do que houve na festa, e você não tinha nada de corajoso naquele dia- Ele diz e é o suficiente para que Sam lhe acerte no rosto.

- As pessoas mudam- Ele responde e Peter olha para ele surpreso, já que o amigo nunca mostrou que era bom em brigas.

Tyler se levanta com a mão na boca que sangrava.

- Eu vou acabar com a sua vida seu enfermeiro de meia tigela! Eu faço meu pai te colocar atrás das grades!- Ele ameaça Sam, que continua intacto, o encarando e então o garoto sai dali.

- Pô! Tu acertou ele em cheio!- Peter diz rindo e Sam ri também, enquanto os dois pegam as coisas do chão.

A aula estava um tédio, todos estavam presentes na sala, menos Julie, Dylan e Peter, quando o celular de todos eles apitam e a professora lhes lança um olhar não muito agradável.

- Desculpa professora- Thomas murmura sorrindo sem graça e todos eles abrem suas mensagens.

Mari- "Coloque a cinzas do seu pai em uma banheira com água e se banhe com ela". 

Noah- "Conte para o seu pai tudo que sua irmã lhe contou sobre ela ontem".

Naty- "Vai dizer ao seu pai alguma mentira que o faça enlouquecer, se ele infartar, você sabe o que acontece". 

Selly- "Você não vai visitar sua mãe hoje depois da aula, e não deixará seu pai fazer isso, a próxima visita será somente daqui dois meses e você vai ter que esperar".

Thomas- "Vai sair do time da escola sem dar justificativas".

Matt- " Vai tratar Karol bem, tudo que ela pedir, você fará".

Nanda- "Vai dizer para sua mãe que não vai embora, e convencê-la a ir sozinha". 

Peter- "Vai sabotar todas as coisas que você e Sam tem que deixar na sala de música, e consolar seu amigo quando o diretor ferrar com a vida dele no trabalho".

Mas para a surpresa de Peter, Sam também recebe uma mensagem, mas ele não consegue ver do que se trata, e o medo de que seja Die ameaçando seu amigo toma conta.

Sam- "Vai até o hospital psiquiátrico, e a injeção que for entregue em sua casa, é a que deverá colocar entre os medicamentos da mãe de Selly".

E em seguida, todos eles recebem uma imagem de Julie desacordada em uma cama, aonde a máscara de Die está colocada do lado dela, com a legenda "Vocês já sabem que não posso fazer nenhum mal a ela, mas eu posso simplesmente sumir e levá-la junto, e nunca mais irão ver sua amiga de novo".

Todos da sala, se entre olham, mas sem dizer nada um para o outro, assim como Peter e Sam no corredor.

Julie acorda se sentindo fraca, ela olha em volta e está em um quarto que parecia ter sido feita para ela, com fotos dela nas paredes azuis, uma cama confortável, um closet com roupas parecidas com as que ela usa, um banheiro enorme e um enorme tapete felpudo preto, cobrindo todo o piso.

Ela se levanta e caminha até a porta, tentando abri-la, mas a mesma está trancada.

- Me tira daqui! Hey! Me tira daqui!- Ela grita esmurrando a porta, dando chutes, mas nada a abria.

A garota olha para cima e vê uma câmera em um canto e então vai até o espelho, aonde escrito com batom, estava a frase; " Seja bem vinda ao lar Nulla".