História The Hell In Life - Beta e o Alfa.

Die estava nervoso e ao mesmo tempo orgulhoso do quanto sua Nulla foi esperta ao arquitetar o que ela fez, aquilo não poderia ser planejado por qualquer uma, e é por isso que ele a admira tanto.

- Mas senhor, viu o que houve quando decidiu ficar a sós com a garota... Ela é perigosa, tem certeza que quer que nós te deixemos aqui com ela?- Um dos capangas pergunta franzino o cenho e Die respira fundo.

Era estranho, aqueles homens eram pagos para fazer serviços terríveis, ameaçados constantemente, correndo risco de vida, mas ainda sim mantinham um respeito e preocupação para com o chefe, se é pelo fato de que se acontecer algo com ele eles deixam de ganhar dinheiro fácil, já não se sabe, mas é algo realmente notável, até mesmo por Die.

- Eu sei o que faço, quantas vezes terei de repetir isso para vocês? Ela é uma beta, eu sou um alfa, e além do mais, a conheço muito bem e sei como impedi-la de aprontar- Ele responde e escuta o grito da garota, olhando imediatamente para os monitores que garantiam a supervisão vinte e quatro horas do quarto aonde ela estava trancada.

- Calma lobinha... Logo logo você voltará para o seu bando- Ele murmura colocando um pouco de Whisky em um copo enquanto ri fraco e seu capanga se retira se dando por vencido.

Na manhã seguinte, Nanda e Naty andavam pelo colégio e podia-se notar que nenhuma das duas havia dormido durante a noite.

- Minha mãe foi embora hoje de manhã, minha casa nunca foi tão silenciosa...- Nanda responde em um tom baixo.

- Pense que dessa forma está protegendo ela de tudo- Naty responde abrindo o armário.

- E meu pai? Que me obrigou a ir até a farmácia com ele comprar o teste de gravidez? Morri de vergonha na hora que ele gritou para todos no local que talvez seu bebê iria ter outro bebê- Naty sempre debochando completa pegando o caderno e fechando o armário em seguida.

- Selly? Aconteceu alguma coisa?- Nanda pergunta ao ver a ruiva andando rápido pelo corredor e a garota ignora as duas, dando de cara com Thomas no outro corredor.

- Hey! Hey! O que houve?- Ele a para.

- A minha... Minha mãe... Ela surtou de vez! Minha mãe está louca! E sinto que posso ficar também a qualquer momento!- Ela responde em um tom alto, começando a chorar e o garoto não sabia o que fazer

- Espera... Como assim surtou de vez? Selly, se acalma- Ele se aproxima dela com cautela e a abraça.

- Me ligaram avisando que ela foi pra ala de maior segurança do local por ter ferido um funcionário com uma agulha de injeção- A garota diz enquanto tem seus cabelos acariciados por Thomas, se escondendo no abraço reconfortante que ele lhe dava.

- É... Parece que a Selly está muito bem, agarrada com o Thomas- Naty diz cruzando os braços após ver a cena de longe assim como Nanda, que não sabia o que dizer para acalmar a situação.

- Você tinha que ver! O jeito como meu pai falou comigo... Eu ainda não consigo acreditar que Noah teve a capacidade de me trair de tal forma- Alexa desabafava com Dylan enquanto os dois estavam em um canto do pátio sentados no chão.

- Fui tentar falar com ele para saber o motivo e ele me ignorou! Eu não sei o que...- Ela para de falar ao perceber que ele não estava prestando atenção em nada do que ela dizia.

- Dylan? Você está me escutando?- Ela pergunta já sabendo que ele não estava.

- Sim! Sim! Vamos sentar lá no pátio!- Ele responde acordando de um transe.

- Nós já sentamos, estamos sentados no pátio nesse exato momento- Ela diz um pouco frustrada.

- Oh... Me desculpe, eu prometo que vou prestar a atenção! Pode repetir de novo?- Ele diz passando a língua pelos lábios e ela suspira.

- Repetir que parte?-

- Desde o começo?- Ele diz coçando a cabeça sem jeito.

- Quer saber? Só fica aqui, eu não preciso que fale, nem se quer escute, nem nada, sua companhia já é o suficiente- Ela diz colocando a cabeça no ombro dele, que sorri pegando a mão dela.

- Mari? Você viu aonde coloquei as cinzas do seu pai? Tenho que guardar no cofre da família até podermos viajar!!!- A senhora Rivers grita do primeiro andar para a filha, que estava distraída montando um quadro de anotações no quarto.

- Está no lugar aonde a senhora costuma guardar coisas que sejam importantes,  mas não o suficiente para ir para o cofre!!!- A garota grita em resposta e suspira em seguida.

A morena não conseguia lidar com a ideia de viajar até o lugar preferido de seu pai para jogar as cinzas que não eram dele lá, enquanto sua mãe se ilude e acredita que finalmente seu pai estaria livre para descansar em paz.

- Senhor Anderson... Aonde a menina está? Faz dias que não a vejo- Rose pergunta enquanto serve o almoço para Ettan e sua mulher.

- Julie não está em casa?- A senhora Anderson pergunta, lançando um olhar de reprovação para o marido, por ele não ter lhe avisado nada.

Ele toma um gole do suco enquanto pensa no que dizer.

- Julie foi passar uns dias com a amiga Carol- Ele lembra do que Dylan lhe falou sobre Carol.

- A que viajou e abandonou o pai?- A mulher pergunta horrorizada.

- Essa mesma, mas não se preocupe querida, tenho total controle sobre a Julie- E então ele suspira, pois era uma das maiores mentiras que ele já havia contado para a sua mulher.

- Como assim?- Sam estava em choque ao saber que o enfermeiro que tentou medicar a senhorita Sothman com a injeção que Die mandou estava morto depois dela ter o atacado, aplicando-a nele.

- O corpo foi encaminhado para a análise, mas tenho certeza que pode ter sido uma das substâncias do medicamento a qual seria fatal para o metabolismo dele- O doutor explica e Sam não espera ele falar mais coisas, simplesmente sai andando sem rumo rapidamente em direção a escola.

- Senhor, você tem total noção das consequências dos atos que está disposto a fazer?- Tategami pergunta para Léo, que girava a cadeira sem parar, nervoso.

- Sim, é claro que tenho Tategami! Mas tenho que tentar, a jovem está desaparecida e não temos notícias, e se contar para as autoridades o que está acontecendo pode colocar a vida dela em risco, eu prefiro lidar com as consequências de não contar- Ele responde se levantando por fim, caminhando até a porta.

- Por favor, cancele todas as reuniões, eu vou até o colégio dos garotos saber se eles tem alguma novidade sobre o caso- Tategami assente com a cabeça e o rapaz deixa a sala, em passos largos.

No fim das aulas todos estavam juntos na frente da escola, Léo e Sam se juntam a eles, e é quando todos recebem uma mensagem de Die.

" Amanhã em frente ao endereço em que irei mandar, levem Carol, iremos fazer uma troca, J por C, eu me conformo em sair no prejuízo- Die"

Julie acorda graças a coceira que seus cortes nos pulsos lhe proporcionavam.

- E tem garota que faz isso por causa de macho- Ela murmura sozinha e então se senta na cama, olhando para os lados.

Havia uma bandeja com um café da manhã caprichado em cima da mesa do quarto.

Ela corre até a porta e percebe que a mesma está aberta.

Puxa a maçaneta com violência já que sabia que se provavelmente Die permitiu que não ficasse presa no quarto, era porquê a casa inteira estava lacrada.

Ela caminha pela casa até encontrar a cozinha, pegando uma faca em uma das gavetas e volta a caminhar, agora seguindo um barulho que escuta vindo do andar de cima.

Sobe as escadas com cautela e invade o quarto, encontrando Die montando um quadro cheio de fotos dela e dos amigos.

- Eu gostaria de acreditar que você é apenas um fotográfo e que eu e meus amigos somos lindos demais... Mas cara, você é doente!- Ela exclama incrédula ao ver tudo aquilo e esconde a faca na mesma hora em que ele se vira para olhar para ela.

A máscara estava ali, como sempre, mas dessa vez, Julie queria ver através dela.

Era impressionante, a respiração do psicopata se tornava exaustiva sempre que ele escutava a voz dela, era como se ele quisesse dizer algo, mas não dizia por receio de que ela reconhecesse sua voz.

 Ele então coloca as fotos que estava pregando no quadro em cima da mesinha ao seu lado e caminha até a garota, que mantinha a faca escondida.

Ao se aproximar, ficando frente a frente com ela, Julie puxa a faca, mas antes que pudesse se quer movimentá-la em direção ao psicopata, ele já tinha a tomado de sua mão, jogando-a longe e então prende a garota contra a parede, olhando no fundo dos olhos dela.

Os dois permanecem em silêncio, se encarando, a respiração pesada de Julie combinava com a dele, era um encaixe perfeito entre a vitíma preferida e o psicopata.

-Quero e preciso de você inteira para a troca, caso contrário irei ficar sem as artimanhas de sua amiga Carol, então não teste a minha paciência e meu interesse pela sua vida- Die já não queria mais ter que se conter para falar com a garota, e ela saber sua identidade, já não era mais algo com que ele estava disposto a se preocupar.

 Ela tentou prestar a atenção na voz e sabia que a conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde.

- Vai me trocar pela Carol?- Ela tenta prolongar o assunto, até seu tom de voz mudou, na chance de que ele continuasse falando e ela conseguisse lembrar de onde reconhecia aquele sotaque britânico.

- Sim, mas não se preocupe- Ele leva a mão até o rosto dela, que permanece em silêncio.

- Ela não faz meu tipo... Você faz- Agora a garota reconhecia a voz, e reconhecia muito bem.