História The Hell In Life - Sejam bem vindos ao inferno Parte 2

"O silêncio é o inimigo daqueles que tem a mente perversa. É nele que eles planejam e criam aquilo que lhes fazem perder o resto da sanidade".

Julie acorda em um tipo de quartinho escuro, se levanta sem conseguir enxergar nada e consegue encontrar uma parede, se encostando nela.

De repente as luzes se acendem e a garota se vê dentro de um elevador com o corpo de um homem morto desconhecido ao seu lado.

- Isso só pode ser brincadeira!!!- Ela vai até a porta, esmurrando a mesma, e então começa a apertar os botões do elevador, até perceber que o mesmo não estava funcionando.

- Agora é a hora em que ela senta e chora- Carol debocha enquanto ela e Die assistem Julie por um monitor que mostrava tudo que a câmera colocada dentro do elevador registrava.

- É aí que se engana- Sam diz sorrindo de lado e Julie encontra a câmera, olhando diretamente para ela, seus olhos verdes vibravam de ódio.

- Seu desgraçado!!! Me tira daqui!- Ela grita e arranca o salto do pé, o jogando na câmera, que ainda sim, continua inteira.

A garota coloca o salto no pé novamente e se vira de costas para o corpo, evitando olhar com medo de que tanto fazer isso, o reconheça como o de alguém com quem ela se importa.

- Vamos começar a brincadeira logo- Carol liga o elevador, que começa a subir e descer rapidamente.

- Vamos ver como uma claustrofóbica se vira dentro de um elevador fechado em movimento com um corpo de companhia- Die completa e Julie começa a se desesperar.

- Senhor, temos um problema no terceiro andar- O braço direito do psicopata diz invadindo a sala.

- Terceiro andar...?- Ele franze o cenho confuso.

- Naty- O capanga responde.

- Ah, qual é...- Sam murmura entediado e sai seguido pelo rapaz, deixando Carol sozinha na sala de controle.

- Não... Não- Julie murmura balançando a cabeça em negação enquanto se agarra nas paredes do elevador, sentindo seus músculos do corpo ficarem rígidos.

A garota solta um grito de desespero que consegue ser ouvido por todo o prédio.

- Julie...- Dylan acorda com o grito, assustado, sua cabeça tinha um corte fundo que sangrava.

- Fui estuprado- Ele diz apavorado levando as mãos até o local que sangrava.

Como se levantou rápido a tontura o domina, e ele tem que parar em um canto por um minuto, vendo assim um papel no chão.

"Tem meia hora para achar Julie, caso contrário, ela se machucará muito-Die"

- Filho da puta...- Ele grunhe amassando o papel e começa a correr, olhando todos os apartamentos do andar do prédio aonde se encontrava.

Não havia ninguém.

Ele corre para a escada da saída de emergência que estava com a porta trancada.

Tenta arrombar, mas parecia ter algo muito pesado bloqueando a passagem e então chuta a porta várias vezes, até seu pé começar a latejar.

Era como perninhas, passeando por sua pele, até que a morena acorda se vendo rodeada por baratas.

Mari levanta em um pulo, se debate em uma tentativa falha de tirar todas as criaturinhas asquerosas de seu corpo.

Noah estava em um canto desacordado e amarrado, enquanto escorpiões presos em potes, estavam acima de sua cabeça em uma prateleira podre, bastava um movimento vindo dele e os potes cairiam, se quebrando e liberando os bichos venenosos, e ela só conseguiria chegar até ele se passasse por um tipo de passarela colocada acima de várias cobras que estavam tranquilas no chão.

- Ai meu Deus... Noah-

Nanda, Selly, Matt, Peter e Thomas estavam presos dentro de um quartinho, as paredes eram de aço, assim como a porta, só o teto que não, e havia um tipo de buraco nele, de onde saía muita água, enchendo o quarto rapidamente.

- Hey??? Tem alguém aí?- Nanda grita batendo na porta enquanto os outros tentavam tampar o buraco de onde saía a água com uma blusa.

- Vamos morrer!!!- Nanda se desespera quando vê que seus gritos estão sendo em vão.

- Cala a boca Nanda! Não vamos morrer! Precisamos manter a calma...- Peter grita.

- Vamos pensar em um jeito de sair daqui...- Matt diz olhando para todos os lados.

Ele olha para o teto e tem uma ótima ideia.

- O teto! Vamos sair pelo teto! Deve haver uma passagem estreita aonde se passa os tubos de ventilação.

- Mas é do teto que está saindo a água!- Thomas responde.

- Exato! Com certeza é alguma mangueira que colocaram aí, isso comprova de que há como pessoas passarem por lá- Ele diz e procura por algo que pudesse ajudar a quebrar o teto e opta por pegar o varão da cortina.

Ele bate com o varão várias vezes contra o teto, violentamente, até que o mesmo começa a despencar, fazendo um buraco.

- Okay, agora precisamos ter cuidado, assim que entrarem na passagem, sigam para o Norte, pois o teto desse lado está com riscos- Ele diz e faz pezinho para Nanda, que é a primeira.

- Está bem escuro aqui, mas tem como passar- Ela grita e eles comemoram.

- Sua vez Selly- A garota sem hesitar entra, seguindo Nanda pela passagem.

Um a um eles foram saindo e quando chegou a vez de Matt ele saltou, segurando na borda e conseguindo subir com a ajuda de Peter.

- Alguém aí? Socorro!!!- Naty estava presa em um freezer em outro andar.

Ela bate na porta do mesmo, enquanto grita desesperadamente.

- Ai meu Deus! Ai meu Deus!!!-

- Ai meu Deus! Ai meu Deus!!!- Naty escuta a voz de Sam a imitando e se cala, escutando os passos se aproximando e alguém finalmente abrindo o freezer.

Ela pula para fora do mesmo, ficando cara a cara com o psicopata.

- Sabe porque vim até aqui te salvar Naty?- Ele pergunta se sentando em cima do freezer enquanto ela vai em direção a porta para sair do quarto.

- Não sou expert em loucos- Ela responde e abre a porta.

- Temos algo em comum, as pessoas costumam não ligar para a gente, elas se acostumaram a nos esquecer- Ele a provoca e a menina para em frente a porta, de costas para ele, que sorri ao ver que ela estava lhe dando ouvidos.

- Sinto em te dizer, mas você é a menos importante do grupo... Quer dizer, bobagem! Não sinto em lhe dizer a verdade- Ele dá de ombros.

- Vai pro inferno- Ela diz antes de sair andando rapidamente enquanto ele ri.

Mari estava nervosa, desde pequena sempre teve muito medo de cobras, pois seu tio havia sido morto por uma picada de uma cobra em um acampamento e ela adquiriu o trauma.

Ela precisava tomar uma decisão, se Noah acordasse e movesse um músculo, iria morrer.

E então, começa a andar por aquela madeira pouco confiável, conseguindo chegar até o outro lado, pegando os potes e os colocando longe.

- Noah! Noah acorda!- Ela lhe dá vários tapas e ele acorda irritado.

- Qual é!- Grita e arregala os olhos ao ver Mari em sua frente e várias cobras em um canto não muito longe deles.

- Vamos sair daqui babaca!- Ela o puxa da cadeira e sem hesitar ele faz o que ela diz, a seguindo para fora do cômodo.

Dylan pega um extintor de incêndio no fim do corredor e arranca a maçaneta e todo o resto e depois chuta a porta, fazendo com que a mesma caísse sobre os seus pés.

Quando ele olha para cima, vitorioso, seu sorriso se desmancha ao ver vários capuzes pretos na escada o encarando.

- Oh merda...-

- Sua passagem ainda não foi permitida Dylan, você tem que ficar nesse andar-

- Aé? E acham que vou encontrar a Julie como? Usando telepatia? Me teletransportando para o outro andar? Acho bem mais fácil eu meter esse extintor na cabeça de quem tentar me impedir de passar por essas escadas- Ele diz erguendo o extintor e todos os capangas tiram suas armas da cintura, destravando-as.

- Ou talvez não... Na verdade eu sempre fui bom com mágica- Ele vai dando passos para trás e volta para o corredor.

E é aí que escuta novamente os gritos de Julie, que pareciam vir do elevador que estava descontrolado.

Ele aperta o botão para que o mesmo pare em seu andar, mas não estava funcionando.

- Tive que ir providenciar a abertura do freezer aonde Naty estava antes que ela morresse, a coitada foi abandonada pelos amigos- Die entra na sala, encontrando Carol rindo e então se aproxima em passos largos do monitor.

- O que você fez???- Ele grita ao ver Julie caída desacordada no chão do elevador.

- Desliguei o ar condicionado, eu já vou ligar...- Ela diz dando de ombros e ele aperta o botão, ligando o ar novamente e vai para cima de Carol que dá passos para trás.

- Eu perdi a conta de quantas vezes tem desobedecido minhas regras-

- Era apenas uma brincadeira! Eu já ia ligar!- Ela tenta se justificar.

- Você ia esperar o quê? Ela morrer?-

Ele tira a arma da cintura e lhe dá uma coronhada antes que ela se quer diga algo, fazendo com que a loira caísse desacordada.

E então volta até o monitor e percebe que o ar condicionado não está mais pegando, Carol tinha feito algo.

- Merda... Mas que merda!-

Sem saber o que fazer, ele opta por normalizar o elevador, fazendo com que o mesmo pare no andar de Dylan, por conta do fato dele ter apertado o botão.

O garoto segurava o extintor e assim que o elevador para em seu andar, ele se prepara para arrancar porta de aço na base da porrada, mas a porta se abre normalmente e ele tem a visão do corpo de Julie caído ao lado do de um homem e corre até ela, a pegando no colo e correndo para fora do elevador, sentando-se no chão com a garota.

- Julie...- Ele a balança mas não obtém nenhuma resposta.

Volta a pegá-la no colo e vai em direção as escadas de emergência novamente.

- Será que agora eu posso passar?- Ele grita e os capangas ao verem Julie desacordada se assustam e dão passagem para ele, preocupados com o que chefe vai fazer ao saber disso, mas ele havia deixado claro que se algo colocasse em risco a vida de sua Nulla, eles tinham que fazer de tudo para salvá-la.

Já no salão principal que estava vazio, a garota acorda desesperada.

- Ju...- Antes que Dylan falasse ela lhe certa um soco no rosto, fazendo com que o garoto a solte e ela caía no chão.

- Nossa! O que você come? Puta merda!!!- Ele leva a mão até a bochecha aonde o socou e a garota se senta no chão, tentando recuperar o ar.

- Hey! Julie...- Ele se senta ao lado dela e a balança e por fim a morena respira fundo, se acalmando.

-Tem um homem... Um homem- Ela tenta falar e ele assente.

- Desculpe por te socar... Não sabia que era você-

- Hey, calma, vamos sair daqui!- Ele diz indo até a porta e tentando abri-la, mas estava fechada.

- Ou não...-

- O que ele vai fazer? Nos deixar trancados aqui?- Ela diz se levantando e então começa a olhar para todos os lados e ele vem até ela e pega suas mãos, abrindo-as e então abre as dele, fazendo com que se encostem.

- O que você está fazendo?- Ela pergunta franzino o cenho.

- Você está de dalto e vestido e está linda, eu estou de terno e bom... Estou ajeitado. Die não vai nos liberar agora, e tudo que ele quer é que fiquemos desesperados, vamos fazer o contrário! Julie diaba Anderson, dança comigo?- Ele diz e antes que ela falasse algo, o garoto a pega pela cintura e começa a guiá-la graciosamente pelo salão, e então os dois começam a flutuar pelo lugar.

- Você é maluca- Ela ri fraco, e suas lágrimas que secaram em suas bochechas são substituidas por sua risada engraçada por conta das caras e bocas que ele fazia enquanto a movia pelos seus braços.

Eles estavam indo muito bem, mas infelizmente só quem vê é Die e seu braço direito da sala de controle.

- Coloque a música- Sam diz e seu capanga o encara confuso.

- Mas senhor...-

- Eu estou fazendo o jogo, não é? Ele tem que ficar o mais interessante possível não importa o que aconteça- Ele diz e então o homem liga o som e uma música começa a ecoar pelo salão.

- Obrigado amigo- Ele diz e se vira novamente para o monitor.

- Parece que alguém está gostando do show, vamos fazer melhor- Dylan levanta Julie no ar e a segura pela cintura, enquanto a mesma apoia as mãos em seu ombro, rindo e ele começa a gira-la, a descendo aos poucos e os dois ficam frente a frente por alguns segundos.

Era como se aquela noite, eles fossem a companhia um do outro. Mas não só nessa noite, em todas, assim como os dias, eles sempre tinham um ao outro como âncora nos momentos difíceis e sempre davam um jeito de torná-lo o menos pior possível.

Foram de inimigos para melhores amigos e nem perceberam isso, eles nunca percebem nada quando se trata um do outro.

Os dois escutam um barulho e fitam a escada, vendo seus amigos as descendo desesperados.

Mari e Noah foram os primeiros.

Nanda, Selly, Peter, Matt e Thomas vieram em seguida de Naty.

- Espera... Vocês estavam esse tempo todo nesse prédio?- Dylan pergunta incrédulo.

- Acho que podemos dizer que sim, Die atingiu cada um de nós de uma forma diferente- Matt diz recuperando o fôlego.

- Aonde você estava Naty?- Peter pergunta e ela o encara.

- Vai me dizer que estava me procurando!- Mesmo não querendo acreditar em Sam, ela estava chateada.

- Mas é claro! Você estava comigo, vi que te levaram, estávamos te procurando depois que saímos do teto- Ele diz e ela sorri já mais aliviada.

- Do teto?-

- Longa história- Selly diz rindo fraco.

De repente, Léo desce as escadas, ele estava todo machucado, alguém lhe espancou.

- Léo?- Julie corre até ele assim que o mesmo cai no meio do pátio, sem forças.

- Vem...- Ela lhe ajuda a andar, junto a Mari e eles caminham para a porta que é finalmente aberta.

- Vamos sair daqui!- Naty grita indo na frente.

Julie segue levando Léo e olha para Dylan de relance e ele a estava fitando e desvia o olhar.

Die irá se arrepender, pois aquela música, aquela dança... Alguma coisa aconteceu, algo mudou. Ele colaborou para que sentimentos se revelassem, e uma vez revelados, eles não se permitirão omitir novamente.