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História The Hell In Life - O memorial


Escrita por: Gika_Canjica

Notas do Autor


Olá gente! Antes de qualquer coisa, essa moça bonita na capa do EP é a atriz que escolhi para que tenham uma ideia de como era a nossa querida Naty :')

Boa leitura :*

Capítulo 36 - O memorial


Fanfic / Fanfiction The Hell In Life - O memorial

                   DYLAN

Dentro da viatura ninguém disse uma palavra, cada um estava lidando com o que passamos de uma forma diferente, e isso estava me matando por dentro, já que mesmo sendo diferente, era em silêncio. E eu nunca soube lidar com nada em silêncio.

Logo estamos em frente a delegacia.

- Espera aí, o que estamos fazendo aqui?- Julie se manifesta assim que Léo abre a porta do carro e começamos a descer.

Pensamos que eles iriam nos deixar em casa.

- O xerife quer o depoimento de vocês- Ele responde.

- Você só pode estar brincando- Nanda que havia descido da outra viatura vem até nós ao escutar o que ele diz, sendo seguida por Matt, Selly e Thomas.

- Eu estou brincando? Vocês vão para uma excursão e voltam com quase cinquenta pessoas mortas, sendo os únicos sobreviventes. Isso é algo que deixa qualquer um curioso, inclusive o sherife!- Ele responde e parecia realmente irritado.

Irritado estava eu, ao ver Sam descer do carro com cara de coitado.

O teatro que ele fez quando o encontraram nos arredores do local aonde estávamos foi digno de um prêmio, o vitimismo dele explodiu. E minha paciência também.

O xerife aparece e nos olha com total desprezo, como se não passassemos de meros mortais.

- Estamos cobertos de sangue de nossos colegas, não podemos ir para a casa primeiro?- Selly pergunta.

- O quanto antes derem seus depoimentos, mais rápido poderão ir para a casa- O velho responde ajeitando a estrela dourada em sua camisa desbotada.

- Detetive, xerife...- Um homem de terno desce de um carro preto, e se aproxima de nós, Léo o lança um olhar de reprovação para ele.

- É claro- Responde em seguida como se finalmente tivesse resolvido um problema de matemática.

- Sinto em lhes dizer, mas isso que estão tentando fazer não é o correto, veja bem; esses jovens acabaram de passar por uma noite terrível e perderam pessoas muito próximas, o que acha de deixá-los ir para a casa e quem sabe... Se conseguirem uma autorização, vocês podem interrogá-los?- Ele era um advogado, o jeito de preparar o campo antes de começar a ditar leis que foram violadas o entregou.

E então ele começou, a ditar diversos artigos e depois de alguns minutos, o xerife finalmente desiste.

- Tudo bem!- Ele se entrega e sai, adentrando a delegacia.

- Me parece que você venceu, mas porque ninguém mais aguenta você falando- Léo responde peitando o homem.

Eu entendia que Léo estava fazendo o trabalho dele, mas de alguma forma, parecia que ele estava irritado em ver que nos livramos.

- O importante é que eu venci e eles poderão ir para a casa- O advogado diz sorrindo de forma cínica.

- Uma última perguntinha....- Léo diz quando o homem dá as costas para ir embora, e ele se vira.

- Quem deles é seu cliente?- Ele pergunta se referindo a nós e o advogado sorri de lado.

- A pergunta é; qual dos pais deles é meu cliente- E então ele sai, deixando a resposta no ar, a resposta que todos nós soubemos na hora.

Ettan.

- Venham, é melhor esperarem pelos pais de vocês aqui dentro- Léo diz abrindo a porta da delegacia.

Sam dá risada e todos olhamos para a cara dele.

- Lembrei de algo engraçado... O fato de minha mãe ter se matado, e meu pai ter fugido de casa quando eu era pequenininho faz com que eu não precise entrar nessa delegacia para esperá-los, boa sorte pra vocês!- Sam sai andando.

- Vai sair andando na rua cheio de sangue? A primeira viatura que passar te traz de volta para cá- Digo cruzando os braços.

- Eu prefiro me arriscar-

Com certeza já havia algum capanga dele na esquina dentro de um carro o esperando.

- Você não vai se livrar por muito tempo Sam- Léo diz confiante.

- Veremos detetive-

Die não parecia nem um pouco preocupado com o fato de que foi traído, provavelmente já tinha uma vingança totalmente arquitetada, afinal; mente vazia oficina do diabo, mas e quando é a mente do diabo que está vazia?

- Léo...- Julie chama ele que já está entrando na delegacia.

- Sei que está fazendo seu trabalho, mas por favor, nos ajude a nos livrarmos disso- Ela pede e ele automaticamente muda sua expressão.

Ele assente.

- Depois quero que me digam tudo o que aconteceu e eu vou tentar ajudar- Ele entra no local, e então o seguimos.

- Mais uma vez foi comprovado que meu pai possuí um dispositivo que apita toda vez que eu me meto em problemas- Julie diz baixinho enquanto todos caminhamos.

- O que iremos dizer caso precisemos falar sobre essa noite?- Peter pergunta.

- Sam nem se preocupou em nos dizer o que precisamos falar, porque ele sabe que não iremos entregá-lo- Noah responde cruzando os braços.

- Até porque dessa vez não foi ele totalmente- Nanda diz.

Na recepção, nos sentamos nas cadeiras duras e as duas pessoas que estavam lá, nos encararam.

- Eles nos encaram como se estivéssemos cobertos de sangue... Ah, nós estamos- Mari diz debochando.

- Ok, vamos ter que falar que foram os velhos, o Léo disse que eles fugiram do hospício, as pessoas vão acreditar se dissermos que foram dois idosos loucos, até porque encontraram os dois dançando entre os corpos- Digo e todos concordam.

- Eles não fugiram, está na cara que Sam os tirou de lá para que fingissem ser os donos do motel e acabassemos passando a noite por lá- Selly responde.

- Ele foi esperto- Peter murmura.

- Bom, é a melhor mentira que temos... Mas uma coisa que estou curioso; Se Die não sabia que seu braço direito iria aprontar tudo isso, por que planejou essa viagem?- Thomas deixa essa questão, e ninguém tinha uma resposta para ela.

                          DIE

- Preparem uma reunião para o mais rápido possível- Entro em minha casa gritando para os homens que lá estavam e vou até Carol.

- Você não estava envolvida no que houve ontem, certo?- Digo a encostando na parede e ela me olha confusa.

- Do que está falando? Você nem me deixou ir contigo para a excursão porque pretendia "contar tudo" para eles!- Ela responde se soltando.

- Não consegui nem começar! Aquele desgraçado!- Jogo a garrafa de Uísque que estava em cima da mesinha no chão.

- Quem? Sam! O que aconteceu?- Ela pergunta vindo até mim e eu desvio dela.

- Me chamem quando já tiverem providenciado a reunião- Ordeno e então subo as escadas em direção ao meu quarto.

Eu só queria que eles entendessem porque estou fazendo tudo isso, queria que eles soubessem o quanto são culpados, para que parassem de lamentar por tudo que está acontecendo com eles e passassem a se conformar com um "nós merecemos".

                  MARI

- Amanhã irão fazer um memorial para as vítimas de manhãzinha, e de tarde será o velório de todos eles, nós teremos que ir- Noah avisa depois de ver a mensagem no grupo da escola.

- Como será que as pessoas olharão para nós?- Pergunto abraçando meu próprio corpo.

-Os olhos curiosos em cima daqueles que por "sorte" sobreviveram, será inevitável- Julie responde.

- "O que eles possuem de tão especial para que os velhos tenham os deixado vivos e matado todo o resto" Essa com certeza será a pergunta que todos se farão- Peter diz e seu pai o chama.

- Essa pergunta nem eu sei responder- Nanda diz e nos despedimos, pois nossos pais começam a chegar.

                      JULIE

Meus pais me buscam na delegacia, e vamos em silêncio para a casa. Eles sabiam o quanto eu gostava da Naty e respeitaram isso ao invés de me encher com muitas perguntas.

Isso porque não sabem que vou terminar o que nem comecei com Dylan porque não consigo olhar em seus olhos depois de descobrir que matei a mãe dele.

Parecia que o mundo tinha desistido de se sustentar por si mesmo e estivesse em minhas costas.

- Teve de usá-la?- Meu pai pergunta quando vou lhe devolver a arma.

- Não foi necessário- Respondo.

- Julie, muitas pessoas morreram, está me dizendo que não foi necessário tentar defendê-los?- Ele diz incrédulo e eu respiro fundo, lembrando das minhas mãos sujas de sangue.

- Não, eu disse que não foi necessário usar a arma, não que eu não tenha defendido meus amigos- Saio do quarto, esbarrando em minha mãe no corredor.

- Quer que eu faça algo para você comer?- Ela pergunta me seguindo.

- Não precisa se preocupar com isso- Respondo e ela segura meu braço levemente.

Sinto seus braços me envolverem e logo em seguida os do meu pai.

No dia seguinte de manhã, depois de colocar um vestido preto que minha mãe sempre disse que parecia de velório, nos dirigimos para a escola.

O lugar estava cheio de flores e fotos dos mortos, Naty iria odiar esse lugar, e seria a primeira a sugerir que não é "falta de educação" deixar o memorial na metade do primeiro discurso.

Encontro o pessoal em um canto do estacionamento e digo aos meus pais que estarei por lá.

- A foto da Naty está bem no meio- Matt diz apontando com a cabeça para a localização dela.

Aquela era a foto que a Naty mais gostava, como a tia dela soube escolher?

Falar em sua tia, ela estava em um canto, agindo estranho, como se estivesse com medo de algo, ou alguém.

- Já entraram na escola?- Pergunto.

- Não... Estávamos esperando você- Dylan diz.

- E eu, com certeza- Sam aparece atrás de mim.

Matt respira fundo.

- Ok, já que todos os sobreviventes estão aqui, hora de encararmos nossos fantasmas- Ele diz e todos concordamos, e então começamos a andar em direção a entrada.

Dylan empurra a porta e assim que entramos no pátio, todos que lá estavam, se viram para nós.

Continuamos caminhando, e Mari entrelaça seu braço no meu.

Durante todo o dia, enfrentamos pessoas desesperadas, choros, lamentos e todo o sofrimento acumulado em único lugar.

Quando estou indo embora, sinto alguém puxar meu braço e me viro.

Era a tia de Naty, ela me olhava de forma intensa, quase seus olhos azuis- a Naty sempre se lamentava de não ter puxado os olhos da tia- estavam me agredindo.

- Não acredite, não foi culpa sua!- Ela diz segurando forte meu braço, enquanto começa a chorar.

- Do que está falando?- Pergunto confusa e meu pai vem até nós.

- Sinto muito pela sua sobrinha, senhora Baker- Ele diz e ela solta meu braço.

Ela apenas o lança um olhar de indiferença e vai embora.

Volto para a casa e tiro meus sapatos, pronta para subir para o meu quarto, quando minha mãe começa a chorar.

- Oh meu Deus, eu não posso mais!- Ela diz se sentando no sofá com ajuda do meu pai e eu vou até ela.

- O que aconteceu?- Pergunto colocando a mão em seu ombro.

- Eu sei que não é um bom momento, sei que você perdeu pessoas, passou por momentos terríveis, mas não aguento mais esconder isso de você!- Meu pai tenta evitar mas ela resiste.

- Eu tenho câncer! Fui diagnosticada já tem muito tempo, não reajo mais aos tratamentos!- Ela grita, começando a chorar mais ainda e eu dou passos para trás, tentando me manter de pé.

- Julie...- Meu pai tenta falar comigo mas só escuto sua voz de fundo, enquanto tudo gira.

Lembro do que Sam me disse, lembro que não acreditei nele, que não seria possível isso acontecer.

- Julie!- Ettan tenta vir até mim mas eu corro, corro subindo as escadas desesperadamente.

Fico na sacada do meu quarto olhando para o nada, vendo o céu escurecer.

Escuto um "psiu" e vejo Dylan lá embaixo no jardim.

- Acabei de pisar em um cocô de cachorro, isso é nojento! As pessoas deveriam ter o bom senso de recolher o presente de seus bichinhos!- Ele aponta para o sapato e eu rio fraco.

- Acabou de acontecer uma coisa muito estranha... Seu pai me ligou e me pediu para vir para cá! Dá pra acreditar?-

Apenas concordo com a cabeça e ele logo percebe.

- O que houve?-

Não digo nada e ele vai até a porta da frente, batendo na mesma.

Sem querer meu pai providenciou o meu "término" com o Dylan para mais rápido.

Depois de um tempo ele bate na porta do meu quarto e hesito em abrir a mesma, encostando a cabeça nela.

- Julie?- Ele bate novamente.

- Não é uma boa ideia você vir aqui agora- Digo.

- Por favor, abra a porta- Ele diz e eu respiro fundo.

- Julie!- Ele continua batendo e então eu abro a mesma.

Ele vem até mim e me abraça forte.

- Eu sei que é difícil pra você descobrir isso, mas acredite, é ainda mais difícil pra sua mãe, não faça isso com ela, não a abandone nesse momento- Ele diz e eu apenas concordo.

- Eu não sei como agir...- Digo e ele beija minha testa.

- Eu te ajudo, vamos?- Diz pegando minha mão e me levando para fora do quarto.

Chego na sala junto a ele e meus pais estavam na sala.

- Filha- Minha mãe tenta dizer algo, mas não lhe dou tempo para isso, a abraço.

-Desculpa-

                     DYLAN

- Obrigado- Ettan diz batendo em minhas costas e eu sorrio.

- Você sabe que eu sempre irei fazer de tudo pela sua filha- Respondo.

- É eu sei- Foi a primeira vez que o vi sorrir.


Notas Finais


Ai Jesus, ao escrever cada cena, é uma emoção diferente kk Espero que sintam a mesma coisa ao ler.

BJÃO e até o próximo ;*


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