História The Hills - Suga BTS - Pressão

Depois de algum tempo sentada, totalmente assustada com tudo o quê aconteceu, enxuguei minhas lágrimas e olhei para o teto. Ainda não acreditava em tudo o quê aconteceu, Yoongi é um babaca, covarde. Eu não poderia me deixar submeter à ele, mesmo que tudo acabasse dessa forma... ninguém nunca me tratou assim, não vai ser ele quem vai tratar.

            Me levantei do chão, ainda limpando meu rosto das lágrimas que haviam caído, ao passar a mão, percebi que eu ainda sangrava. Eu estava com medo de me olhar no espelho, e ver o resultado de toda essa agressão. Mas, tomei coragem e fui me ver. Não estava do jeito que imaginei. Eu apenas tinha um avermelhamento leve na região do olho direito, talvez, aquilo ficaria roxo, mas por enquanto, não queria pensar nisso. Os cantos de minha boca ainda doíam muito, e sangravam muito também. Decidi abrir todas as gavetas daquele quarto, à procura de um kit, de um band-aid, qualquer coisa que me ajudasse. Mas não encontrei. O quê encontrei, foi apenas algodão, acetona, alicate, camisinhas, fitas e alguns livros também. Resolvi fazer uma pequena gambiarra, peguei o algodão, e espalhei um pouco de acetona. Isso iria doer muito... mas ajudaria à apartar a dor depois, e o sangramento. Sem hesitar, coloco o algodão cheio de acetona em um dos lados de minha boca, gemo de dor, escorre algumas lágrimas, mas nada demais. Depois, faço o mesmo no outro lado, e a dor foi um pouco pior, por ter sido golpeada mais nesse lado. Depois de alguns segundos, tiro os algodão, e pego outro, o coloco alguns pedaços de fita, e coloco dos dois lados de minha boca, para segurar o sangue, para que o mesmo não escorresse. Depois de todo aquele trabalho feito, respirei fundo, e me deitei, ainda desacreditada no que havia acontecido. Acabei pegando num sono.

            Quando acordei, já estava de manhã. Eu havia dormido tanto tempo assim? Me lembro que tudo de ontem, ocorreu quando estava caindo a noite... mas não quero ficar me lembrando disso. Me levantei, e tentei abrir a porta, foi totalmente em vão, mas, era algo que eu já esperava. Respirei fundo, e segui para o banheiro, fiz minhas necessidades, e avistei uma escova de dentes. Espero que não tenha sido usada antes, pois a usei para escovar os dentes. Tirei aquele “curativo” que fiz em mim mesma ontem, e o lugar estava apenas com um grande vermelhidão, ainda por conta do sangue. Meu olho, como havia dito, começou a ficar roxo. A vontade era de chorar, mas me segurei.

            Eu estava morrendo de fome. Mas, vendo que Yoongi não traria nada para mim, resolvi pegar um dos livros que achei ontem no quarto, e passei a ler.

            Algumas horas se passaram, e a minha fome apenas aumentava. Não se tinha qualquer relógio dentro daquele quarto, mas já devia bater meio-dia. Eu estava me sentindo horrivelmente fraca, e necessitava de pelo menos água. Me levantei, e comecei a bater na porta, várias vezes seguidas.

- Abre essa porta! – implorei, batendo e chutando a porta. – Por favor! – algumas lágrimas começaram a cair. – Eu estou com fome! – meu próprio grito, me fazia ficar pior. – Yoongi... – fui batendo, perdendo a força. – Por favor... – cai no chão, chorando desesperada.

            Permaneci ali por alguns minutos, na esperança que alguém viria. Como havia pensado, ninguém apareceu. Voltei para à cama e permaneci ali chorando sem parar, até pegar num sono.

            Acordei com um barulho. Era a porta se abrindo. Olhei sem entender nada, e com a visão totalmente embaçada, pude ver Yoongi surgir, com algumas sacolas. Eu estava muito fraca, até para me levantar da cama.

- Mandei comprarem algumas roupas pra você. Vê se gosta... se não gostar, mando trocar. – ele diz.

- Pode deixar. Gostarei de todas, senhor Yoongi. – falo ironicamente, ainda deitada. Eu estava literalmente sem forças.

- Por mim, tanto faz. – ele diz, e não respondo. Fiquei olhando para o teto, mas pude ver que ele ainda estava me olhando.

- Já disse o quê tinha pra dizer? – perguntei.

- E que direito você tem de me perguntar isso? – fechei os olhos e respirei fundo.

- Só me deixa em paz, por favor. – peço.

- Yuno, você está bem? – ele pergunta, e sinto seu tom mudar.

- O quê isso te importa? – pergunto.

- Se eu estou te perguntando... deixa! Não me importo, como disse. – ele diz, e dou risada. – Olhe para mim, enquanto eu falo com você.

- Eu não consigo nem me levantar. Imagine ter que olhar pra essa sua cara. – respondo.

- E porque não consegue se levantar? – ele diz, em um tom de deboche.

- Estou sem comer desde ontem, Min Yoongi. – respondo ríspida. – Nem minha voz está saindo direito. Você está feliz com tudo isso? Eu espero que esteja. – ele fica parado e quieto, por alguns instantes. – Eu tenho pressão baixa, Min Yoongi... – respondo, eu estava começando a ficar nervosa. – Eu preciso comer coisas doces e salgadas durante o dia, se não eu acabo desmaiando. E não sei como isso ainda não aconteceu... – falo, fraquejando a voz.

- Yuno... – ele diz se aproximando.

- Vá embora! – digo, tentando soltar um grito. – Me deixa morrer aqui aos poucos, é isso o quê quer. – fecho os olhos, e ouço ele sair do quarto.

            As lágrimas tomaram conta de meu rosto. Eu estava tentando me manter forte perto dele, agora que ele já foi, posso chorar à vontade. Minha fome estava simplesmente me matando. Eu estava fraca, e com medo de acontecer algo pior.         

            Passaram alguns minutos, desde que Yoongi saiu do quarto e eu me contorcia de fome e fraqueza. Ouço a porta se abrir, mas não faço questão de olhar.

- Yuno, levante-se! Eu lhe trouxe algo para comer. – Yoongi diz, se aproximando.

- Eu não consigo. – digo, tentando manter o tom de voz forte.

- Vem! – ele me levanta pelo braço, por alguns momentos, tudo fica escuro, mas logo minha visão volta. – Trouxe esses lanches, mais tarde te levarei pra jantar.

            Ele coloca uma bandeja com dois lanches enormes sob minhas pernas. Eu não gostava muito de lanches, mas como minha situação se encontrava, eu comia até pedra. Estava comendo, totalmente concentrada, olho para Yoongi, e ele estava me observando.

- O quê foi? – pergunto, mordiscando o lanche. Ele apenas balança a cabeça negativamente e sai do quarto. Dou de ombros e volto à me concentrar no lanche.

            Em questão de minutos, devorei os dois lanches. Ele estava muito bom, para algo que eu realmente não gostava. A fome é cruel. Coloquei a bandeja em cima de um criado mudo, e fui ver as roupas que ele havia me comprado.

            Estava tudo literalmente ao meu gosto. Ele não iria adivinhar isso... ele deve ter perguntado para Sana... SANA E HANI! Eu precisava vê-las, mas... Yoongi não irá permitir... viver presa é uma merda. Mas, eu não queria pensar nisso. Fiquei ainda vestindo algumas roupas, elas eram totalmente do meu estilo, nada muito “feminino”, nada de roupas muito apertadas, ou saltos.

- Yuno, se arrume. – Yoongi entrou no quarto.

- Iremos onde? – pergunto.

- Por enquanto, para lugar algum. Mas fique arrumada. – ele diz.

- Tudo bem. – falo, me olhando no espelho.

            Ele sai do quarto, olho torto. Ele provavelmente depois me levaria para jantar, não sei. Tomei um rápido banho, coloquei uma calça jeans, uma regata, e um tênis. Tudo havia sido comprado por Yoongi, mas eu me sentia muito bem naquelas roupas. Amarrei uma blusa na cintura, e desci as escadas. Olhei para os lados, e não vi ninguém, única coisa que encontrei, foi uma porta semi-aberta, que se encontrava ali mesmo na sala. Me aproximei, e vi Yoongi ali. Aquilo era uma espécie de escritório. Ele mexia em alguns papéis. Abri mais a porta, para entrar no local.

- Não entre. – Yoongi diz sendo rápido.

- Porque? – pergunto.

- Aqui não é local pra você. – diz.

- E porque não? – o afronto, e ele me lança um olhar frio.

- Porque eu disse! Esqueceu que você apenas me obedece? Yuno... não insista. Eu não quero te machucar de novo. – ele diz, e a forma como ele diz, me traz uma raiva enorme.

            Bati os pés, e fechei a porta daquele escritório com raiva. O quê me deixava mais irritada era a forma como ele achava que poderia me tratar. Yoongi é um nojento!

            Me sento no sofá daquela enorme sala, e a analiso por alguns minutos. Logo, Yoongi sai de seu escritório.

- Boa garota. – ele diz enquanto trancava a porta. Apenas ignoro. – Fica melhor obedecendo, sabia? – ele diz caminhando até onde eu estava, e dou uma risada.

- Não nasci pra ter ordens de ninguém. – digo e ele ri.

- Parece que o jogo virou... aqui, você não vai poder me afrontar. Você é submissa à mim, Yuno. – ver que ele falava à verdade, me irritava profundamente. Mas, eu não podia deixar barato.

- Você está fazendo um jogo comigo, não é Yoongi? – pergunto, e ele se senta ao meu lado.

- Eu já disse, pequena Yuno... – ele começa a alisar minhas coxas de maneira lenta. – É questão de interesse.

- Eu só quero ir embora. – digo.

- Uma pena te dizer, que isso não vai ser possível. – ele diz, e isso me entristece por alguns momentos.

- Mas quer saber? – falo rindo. – Não me importo. Se eu tiver que ficar aqui, vou ficar. O quê irei fazer? – pergunto. – Se eu voltar pro Brasil, minha vida vai continuar uma merda, ninguém lá gosta de mim. E se eu permanecer aqui, minha vida vai permanecer uma incrível merda também, porque aqui, ninguém também gosta de mim. – digo, e ele fica incrédulo por alguns momentos.

- É por isso que é assim? – ele me pergunta.

- Assim como? – pergunto.

- Sua personalidade, Yuno... é forte. Eu gosto disso, sabia? – ele diz rindo maliciosamente, e se aproxima.

- Assim como eu não te conheço, você não me conhece, Min Yoongi. – digo rindo maliciosamente para ele também, olhando fundo em seus olhos. Deixo a essência da verdadeira Yuno aparecer. – Eu posso fazer coisas que você nem imagina.

- Você é bem parecida comigo. – ele me olha de cima a baixo. – Isso é bom.

- Apesar do que fez comigo, ontem e hoje... sinto que... se cada um colaborar, podemos ser bons parceiros. Não? – digo rindo. – Eu ainda estou assustada com o rumo que minha vida tomou Yoongi... eu não sou fraca, do jeito que você deve achar que eu sou.

- Eu não te acho fraca. – responde rápido.

- Melhor ainda. Deixa eu me acostumar com tudo isso... você tem interesses em mim, certo? – ele assente, eu estava o deixando hipnotizado. Um dos meus dons. – E não são bons... certo? – ele assente, era o quê eu esperava.

- Você é esperta Yuno... – ele aperta minhas coxas.

- Eu posso ser tudo o quê você quiser, Min Yoongi... – digo me aproximando de seu rosto, e ficamos muito próximos. – Apenas me dê espaço para isso. – mordo o lábio inferior e ele sorri.

- Você está... – somos assustados pelo barulho da campahia.

- Eu estou... – continuo, esperando ele continuar sua fala.

- Esquece. – ele se levanta, dou uma leve risada. Eu hipnotizei Min Yoongi... ah Yuno... mal espero para você mostrar sua verdadeira face.

- YUNO! – reconheço a voz de Sana, e ela vem correndo me abraçar.

- Sana... – digo, respirando aliviada, por ela estar bem. Logo, sinto uma terceira pessoa me abraçar juntamente com Sana, era Hani. Eu estava completamente feliz. – Vocês estão bem? – pergunto.

- Melhor do que estava na boate, sim. – Hani responde.

- Eu estou bem. – Sana diz calma.

- Estou tão feliz em vê-las aqui... que estão bem, inteiras... – digo.

- Garotas! – Yoongi diz alto, e olhamos. – Estamos indo para o escritório, fiquem aí, e não tentem nada, certo? – ele diz, sendo frio e assentimos. Logo, ele entrou com os dois garotos para o escritório.

POV Yoongi

- Certo. Não irá demorar muito pra botarmos essas garotas em ação... – digo.

- Mas, isso é perigoso demais para elas. Elas podem morrer! – Taehyung diz.

- E você prefere nós ou elas? – Jungkook diz.

- Parem de viajar! Não vai ser perigoso... não se Yuno estiver lá. – digo, balançando a cadeira. Eles me olham com dúvida.

- O quê está dizendo? – Jungkook fala.

- Yuno é pior do quê vocês possam imaginar, e sei que nem imaginam nada dela ainda. Ela é uma cobra... das piores espécies.

- Tem noção do que está dizendo? – Taehyung pergunta.

- Tenho... pior que tenho. Yuno me hipnotizou hoje mais cedo... – balanço a cadeira, olhando para o teto, me lembrando. – Ela é uma cópia minha. Escutem o quê estou falando... suas garotas parecem ser fracas, TOTALMENTE fracas, em relação à minha Yuno. – dou ênfase.

- E o quê te leva a crer isso? – Jungkook pergunta.

- Desde quando bati os olhos na Yuno, naquela boate... eu vi que tinha algo nela que me prendia, e eu não sabia. Hoje eu sei. Yuno é praticamente minha cópia. Ela é manipuladora, ela conseguiu me hipnotizar hoje, totalmente. – falo, e volto meu olhar para eles.

- Uau! – Taehyung ri. – Talvez eu esteja começando a acreditar em suas palavras.

- Eu nunca me engano, Taehyung. – respondo rápido.

- E com tudo isso, pretende falar tudo para ela? – Jungkook diz.

- Ainda não sei. – me balanço na cadeira. – Ainda preciso analisar... ela vai querer que falamos com suas amigas, e elas não são como Yuno.

- Você diz que ela é manipuladora... certo? Ela pode muito bem, controlar as suas amigas, e fazer elas pensarem que tudo o quê fazemos, é uma boa. – Taehyung diz, o olho por alguns segundos.

- Xeque-mate! Ahhh Taehyung! Você é esperto. – digo. – Mas não contarei agora. Ainda preciso analisar algumas coisas em Yuno... mas como disse, não costumo me enganar.

- Eu espero que ela seja tudo isso mesmo... – Jungkook diz.

- Ela é! – digo com firmeza.