Acordei depois de horas de um sono profundo, Kyung dormia em meus braços. Ele respirava lentamente, calmamente. Era tão lindo assim, quieto e seguro.
Respirei fundo e levantei devagar para não acordá-lo. Peguei um papel e uma caneta sobre seu criado-mudo e escrevi.
"Espero que não se assuste quando acordar e eu não estiver mais aqui. Essa foi, sem dúvidas, a melhor noite que pude ter com alguém. Nunca esquecerei, Kyung. Peço que não me procure mais, para sua segurança. Eu te amo.
Com amor, Kai."
Vesti minha roupa e saí dali. Era difícil, mas eu precisava protegê-lo. Os ciúmes de Lay eram doentios, Kyung não merecia sofrer com eles logo por minha causa.
~•~•~•~
- Bom dia, Kyung. - Baek falou entrando na sala.
- Péssimo dia. - falei suspirando.
- O que houve? - perguntei.
- Kai me deixou. - falei. - Ele não podia fazer isso!
- Como assim?
Entreguei à ele o bilhete do Kai e o mesmo o leu rapidamente.
- Vocês...? - ele falou com um sorriso malicioso.
- Não é isso que importa agora. - peguei o bilhete de suas mãos e me encostei na mesa encarando o papel.
Alguns flashbacks da noite passada começaram a surgir na minha cabeça, me fazendo sorrir algumas vezes. Eu não entendia como ele pôde me usar assim. O telefone tocou tirando-me de meus devaneios.
- Oi, Suho. - falei.
- Descobri onde eles vivem. - ele falou.
- Vamos lá agora! - falei pegando as chaves do carro. - Me espere em frente ao Shopping para de lá irmos.
Desliguei e saí sem nem dar tchau ou qualquer explicação para Baek
Após alguns minutos estava no local de encontro. Suho e Kris esperavam-me encostados em um carro preto.
- Kyung - Suho falou - Você tem que certeza que deseja ir lá? - perguntou.
- Absoluta. - falei - Vamos, não quero mais demoras.
Suho assentiu e ele e Kris entraram no carro. Entrei no meu e dei a partida, acelerando e os seguindo.
(...)
Quando o carro em que eles estavam estacionou, senti meu estômago revirar. Não só por estar prestes a encontrar o possível esconderijo e o, ou os, possíveis assassinos dos meus pais. Mas sim porque aquele lugar não me era estranho. Eu estivera ali há um tempo atrás, com ninguém menos que Kai.
Suho desceu do carro e entrou no meu do lado do passageiro.
- Eu prefiro que você não desça, por sua segurança. - falou e eu assenti levemente com a cabeça.
- É aquela casa ali. - apontou. - Ficamos um tempo observando e vimos um movimento suspeito. Além disso, testemunhas de confiança nos trouxeram até aqui.
Eu não tinha palavras. Não podia ser verdade. Meu olhar perplexo em direção à casa não deixava esconder minha confusão nesse momento. Um guerra em minha cabeça. Vários "será?" ecoavam em meu subconsciente e, como um pequeno fecho de voz, Suho falava ao fundo.
- Kyung? - perguntou, agora conseguindo tirar-me de meus pensamentos. - Tudo bem?
- T-tudo sim. - respondi respirando fundo e balançando a cabeça. - Só... Nada. Estou bem.
- OK, então vou voltar pro carro. - falou. - Não venha até aqui sozinho, Kyung, é perigoso.
Apenas balancei a cabeça afirmativamente em concordância. Suho saiu e eu continue ali, com as mãos pousadas sobre o volante e o olhar grudado na casa do qual eu me lembrava de ter parado em frente e ter visto Kai entrar.
Seria ele, o garoto que me fizera sofrer por me abandonar, o possível assassino de meus pais? Não. Era loucura. Talvez coincidência. Talvez ele poderia morar ali sem saber de nada. Um simples inocente no meio de pessoas perigosas.
Eu devia avisá-lo e impedir que algo acontecesse de ruim com ele. Eu devia encontrá-lo novamente. E era isso que eu iria fazer.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.