1. Spirit Fanfics >
  2. The Hybrid >
  3. Ligação

História The Hybrid - Ligação


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Hallo

Capítulo 18 - Ligação


Lauren Pov.

 

Tudo se tornou um borrão, e tudo aconteceu. Demi, tiro. Eu entrando no meio e levando a bala. Doeu como o inferno, não era uma bala comum, descobri assim que rasgou minha pele.

Eu estava consciente quando Hayley fez todos os procedimentos no meu ombro. Ali mesmo no chão, tentando parar o sangramento. Camila chorava baixinho e eu a acalmava dizendo que estava tudo bem. Foi estranho mas eu estava mais preocupada com ela do que com meu ombro aberto.

 

— Vai ficar tudo bem. Eu só preciso de um curativo.

 

Eu queria ser forte, dar a segurança para ela antes que ela surte de vez. Eu sangrava pra caramba, e Camila não parava de chorar.

 

— Céus Lauren! Quase que não chego a tempo. — Hayley falou quando terminou de enfaixar meu braço.

— O que aconteceu?

— Estava certa sobre Trevor estar nos traindo, pelo jeito ele trouxe Demi até nós. — falou e eu gemi quando ela apertou demais o curativo.

— Só que não explica ela tentar matar Camila; está muito estranho.  — falei me sentando.

— Ela estava fora de si, acho que ela não gostou de ver você com outra. — falou levantando a sobrancelha. Revirei os olhos.

 

Tentei ficar de pé, mas me desequilibrei quando tudo parecia rodar. Hayley e Camila correram para me amparar. Eu estava fraca, e o chão ensopado com o meu sangue.

 

— Como está se sentindo? — Camila perguntou, ela estava bem próxima ao meu rosto mas eu a via desfocada.

— Bem, vou me curar logo.

— Ótimo, precisamos conversar sobre os moradores dessa casa.

— O que tem para falar? Foi uma distração, uma emboscada. — falei.

— Não vai matar ninguém? — ela perguntou desconfiada.

— Você é linda mesmo toda desfocada, sabia? — Camila corou e eu praguejei quando vi que as palavras saíram mais alto do que no meu pensamento. Hayley soltou um risinho, ela já sabia o que se passava na minha cabeça.

 

Eu estava me apaixonando por Camila Cabello.

 

Acordei um tempo depois, o céu se movia rapidamente e senti que estávamos em movimento. Deitada no banco de trás com a jaqueta sobre mim, ela tinha o cheiro de Camila. Estamos indo para casa. Pisquei algumas vezes e notei estar apoiada em algo macio. Minha visão clareou e Camila me olhava com aqueles olhos curiosos, ela sorriu envergonhada quando eu não desviei o olhar. Ela pegou algo na bolsa e deu em minhas mãos.

 

— Acho que precisa disso. — falou com uma bolsa de sangue nas mãos. Peguei abrindo e tomando de uma só vez. Mas não sai do seu colo, queria ficar ali um pouco mais antes de ela querer arrancar minha cabeça.

 

Camila era muito bipolar, e a transformação deixou ela mais ainda. O resto do caminho eu observava seu perfil, o cheiro doce que vinha dela; e vez ou outra sua mão fazia carinho no meu cabelo, um movimento involuntário enquanto ela olhava pela janela do carro.

Em um dia eu a odiava, e gradualmente me vi presa, viciada nela de um modo que me deixava sem chão. Sem dúvida, havia algo silencioso acontecendo entre nós. E aquele beijo inesperado só confirmou isso. Não acredito que isso aconteceu. Droga de mulher irresistível.

 

— Tem algo no meu rosto? — ouvi sua voz e notei que a encarava descaradamente. — Já chegamos, vai ficar ai toda folgada no meu colo? — disse sorrindo.

 

Levantei-me devagar e Hayley já tinha saído do carro. Ela se ajeitou e colocou a mão na maçaneta para sair. E eu tinha que fazer algo.

 

— Camila... — segurei sua mão, e me senti uma garotinha perto dela.

— Ah, obrigada Lauren. Por me salvar. — falou com a cabeça baixa.

— Sobre o beijo... ah... temos um problema.

— Me desculpa, eu não devia. Nós não devíamos. Foi impulso, acho que eu ainda estava bêbada. — falou me interrompendo. Ela puxou a mão mas eu não soltei.

— Temos um problema porque eu quero repetir. — falei sendo sincera.

 

Ela ficou me olhando por um segundos, e seus olhos foram para minha boca. Me inclinei suavemente sobre o banco. Ela queria também, eu posso sentir.

 

— Se for me afastar, por favor. Faça. — sussurrei chegando mais perto. Vi seus olhos cintilarem em desejo. E Camila quebrou a distância de nossas bocas.

 

Aquele gosto. Nunca pensei que sentiria novamente. Ela se inclinou, mordendo meu lábio. O pegando entre os dentes. Lambi seu lábio inferior então adentrei sua boca. Beijei-a com cuidado, sentindo cada movimento de sua língua. Quando ela colocou a mão em minha nuca eu tremi em excitação. Iniciamos mais um beijo, violento dessa vez; não importava mais nada. Eu precisava dela. Camila sugava minha língua com maestria e puxava minha nuca, colando-me mais a ela. Ela mordeu meu lábio com mais força e gemi sentindo o gosto de sangue. O beijo se tornou mais faminto e descontrolado. Me afastei, ofegante; havia algo a mais em seus olhos. Vi ela morder o próprio lábio. E no canto havia um resquício do meu sangue. Sorri e antes que eu pudesse dizer algo, ela se virou e saiu do carro.

 

Camila Pov.

 

Merda, merda, merda. O que a Lauren tem na cabeça de ficar me beijando quando bem entender? Droga. Saí a passos rápidos sem olhar para trás. Seu gosto na minha boca me deixou enfeitiçada. Ela tem um gosto bom, o beijo foi bom, ótimo, excitante; mas sai antes que perdesse o controle e mordesse outro lugar.

Entrei em meu quarto trancando a porta e notei estar ofegante. Meus lábios ainda formigavam pelo beijo que trocamos. Lauren mexia comigo mais do que eu imaginava. Eu não conseguia resistir a ela.

O tempo que passamos juntas só serviram para notar o quanto ela era sexy. O modo como sua sobrancelha arqueia, ou bufa de raiva quando algo não dá certo.  Tudo nela era enlouquecedor.

 

— O que você fez comigo Lauren. — sussurrei me deitando na cama. Me assustei com as batidas na porta. Eram frenéticas. Alcancei o trinco e mal abri a porta; um vulto passou rápido por mim.

— Não pode me morder, me enlouquecer e sair correndo. — Lauren estava em minha frente. Seus olhos tão claros, uma mistura de cores. Num piscar de olhos eu estava sendo pressionada contra a porta. Seu hálito no meu pescoço.

 

Lauren inclinou e encostou os lábios nos meus, ainda segurando meu rosto, e no coração daquele labirinto de pedra nós nos beijamos, a princípio com ternura, os lábios mal se encostando, de novo e de novo. Então Lauren levou uma das suas mãos à minha nuca e outra à cintura, um gesto ao tempo protetor e possessivo, e me beijou com mais ferocidade, e eu soube que ela finalmente estava me tomando para si.

Minhas mãos foram para seus cabelos, eram macios e cheirosos. Lauren subiu suas mãos pela minha cintura, arranhando de leve minha barriga. Eu não queria parar, minhas mãos afoitas foram para a barra de sua blusa e quando a levantei bateram na porta, me assustando e deixando Lauren frustrada. Ela estava ofegante, cabelos bagunçados e os lábios vermelhos. Pisquei algumas vezes para meus olhos focarem em sua figura a minha frente. Ela se afastou me liberando dos seus braços.

 

— Camila? Sei que está ai. Michael convocou uma reunião, parece importante. Se encontrar Lauren avise-a. — Era Dinah, e seu tom acusatório me dizia que eu não precisava avisar. Ela sabia que Lauren estava em meu quarto.

— É melhor irmos. — sussurrou em meu ouvido. Ajeitei minha roupa antes de abrir a porta. Saí sem olhar ou falar com ela.

 

As coisas entre nós evoluíram de frieza a um calor ardente. Estava ficando cada vez mais difícil resistir a ela. Quando estávamos juntas sempre trocávamos ofensas, mas sempre tinha aqueles olhares ardentes entre nós.

Andando pelos corredores demorei para encontrar o local da reunião, caminhei por corredores que nunca passei antes, afinal a mansão dos Jauregui era enorme.

Haviam dois homens altos em frente a uma grande porta, era diferente das outras, era talhada em madeira com inscrições em uma língua desconhecida por mim, lembrei da porta que vi em meu sonho. De algum modo eram semelhantes.

Quando eles abriram a porta não pude acreditar em meus próprios olhos. O salão era enorme. Haviam colunas de pedra de 30 metros, decoradas. Era bem iluminado, com luzes por todo o salão.

Entrei e parece que só faltava eu para começarem, percebi o barulho e olhei em minha volta. Centenas de homens e mulheres vestidos de preto. Se moviam graciosamente para seus lugares, alguns saltavam indo do chão ao teto.

Vi Lauren no centro do salão, com uma roupa diferente, uma capa preta que cobria todo o seu corpo. Ela estava ao lado de Michael e Richard. Levei um susto quando Hayley puxou-me pela mão, me dirigindo até o centro junto com os mais nobres do clã. Dentro de segundos eles estavam sentados, completamente quietos. O salão ficou silencioso. E não deixei de notar os olhares dos lycans em mim. Estremeci pois eu era praticamente a única vampira no meio deles. Alguns rosnavam, e outros mostravam as presas, olhares que revelavam suas intenções e nenhuma era boa.

Notei um corpo se colocar ao meu lado, a pessoa vestia preto, como os outros então não olhei para evitar encarar mais um olhar raivoso. Mas assim que a pessoa se pôs ao meu lado os lobisomens pararam imediatamente de olhar para mim, olharam um momento para a pessoa atrás de mim e desviaram o olhar. Senti um certo alívio.

 

— Então. — Richard disse, sua voz soando baixo. — Sabemos que o líder inimigo caiu. — o barulho de comemoração seguinte foi ensurdecedor. — Silêncio! Como eu ia dizendo, meus parabéns Lauren; nunca me decepciona.

 

Ele disse e a pessoa atrás de mim fez uma reverência, pude ver pelo canto de olho os cabelos negros e depois as esmeraldas olhando para mim. Lauren.

 

— Princesa! — falou elevando a voz. Eu fiquei tensa. — Soube que estava na ocasião, me admiro por sua bravura. — engoli em seco. — Mas o motivo dessa reunião é outro. Sem o líder, o clã de Marcus está em busca de vingança.

 

Um cochicho se estendeu entre os presentes no salão. Sabia que o clã liderado por Marcus era enorme, mas não fazia ideia de que era problemático a ponto de convocarem uma reunião. Somente uma parte, os que cuidavam da segurança de Marcus se converteram, por medo de Lauren, a me proteger.

 

— Eles encontraram outra pessoa para seguir, e hoje recebemos uma carta. — dessa vez foi Michael.

— O que quer dizer Michael? — Lauren parecia impaciente.

— Declararam guerra ao clã Jauregui, a todos nós. — sua voz era rouca e não tinha nenhum calor. Ecoou na enorme sala e todos ficaram em silêncio.

— O ponto é que eles sugeriram um acordo de paz. — agradeci e soltei o ar que prendia. — Eles querem Camila Cabello como garantia de paz eterna.

 

Olhei para Richard, chocada. Ele não tinha nenhuma expressão. As pessoas no salão começaram a me olhar como se eu fosse um prêmio e senti minha garganta fechar. Elliot que estava ao fundo, levantou-se pronto para me proteger, mas foi barrado por dois homens alto e fortes.

 

— Mas ela é uma de nós. — ouvi Lauren falar pela primeira vez. Senti seu corpo mais próximo ao meu.

— Não, ela não é. Nosso clã deveria ser formado por lycans apenas. Você é uma exceção Lauren, e sabe por que. — ele disse friamente.

— Isso é loucura Richard. Ela está do nosso lado. — Michael elevou a voz.

— Ou ela, ou nós Mike. Podemos evitar uma guerra. — riu cínico, seus olhos brilhavam, seria esse seu plano desde o início?

— Camila não é o centro dessa discussão Richard. E você sabe disso. — Lauren falou, sua voz indicando que ela estava segurando para não explodir.

— Realmente, se uma guerra estourasse nós ganharíamos. A questão é que todos, aliados e não aliados já sabem sobre uma princesa que tem sangue especial. Virão atrás dela Lauren!

— Deixem vir! Ninguém tocará em Camila! Terão que me matar para isso! — Lauren gritou e sua voz ecoou como um rugido. Todos ficaram assustados. Lauren Jauregui estava mesmo me protegendo? Mas a troco de quê.

— Querida, porque está agindo assim? — até então eu não havia notado Cassandra. Ela surgiu no meio de todos. — Os rumores dizem que Trevor a mordeu...

— E ele está morto. — Lauren falou orgulhosa.

— É o que acontecerá a todos que tentarem ferir ela. — Elliot, falou sorrindo e me dando uma piscadela.

 

Okay. Lauren está agindo possessivamente, seus olhos estão em tom escuro e começo a me preocupar. Todo esse lance de ligação me deixa zonza. Cassandra olhou para mim, depois para Lauren.

 

— Parece que tem um belo cão de guarda. Princesa Camila. — falou com desdém.

 

A reunião foi encerrada em um empasse, Richard ainda queria fazer a troca. Se não fosse Lauren eu já estaria morta a uma hora dessas.

 

— Porque você ficou brava? — perguntei quando Lauren me levava para fora do salão.

— Eu não sei. Eu só... não é do meu feitio concordar com uma morte assim. — falou trincando a mandíbula.

— Mas se houver guerra mais criaturas vão morrer.

— Mas não você. — paramos no meio do corredor que levava aos quartos. — Você não sente?

— Sentir o que? — recuei quando ela deu um passo em minha direção.

— No dia em que Trevor lhe mordeu... se não fosse o meu sangue você teria morrido. — abaixei a cabeça, Dinah havia me contado mas até agora eu não associei a nada. — Você tomou direto da fonte, quando começou a convulsionar seus dentes gravaram na minha pele. Estamos ligadas, princesa.

 

Ela sussurrou a última parte, e minhas costas bateram na parede. Eu não entendia muito bem sobre a ligação mas estremeci. Lauren poderia sentir atração por mim por causa da ligação, ou isso veio bem antes disso?

Ela foi protetora comigo desde o começo, mas pensar que sua obsessão por mim era fruto da ligação fez meu coração doer.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...