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História The Hybrid - Illusion


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Hallo, voltei xD

Capítulo 25 - Illusion


Camila Pov.

 

Eu acordei numa onda. Por um momento, eu fiquei deitada quieta, piscando, tentando determinar o que tinha me acordado. Os eventos da noite passada voltaram para mim, enquanto eu percebia que não tinha sido um som que havia me acordado, mas uma sensação: uma mão descansado no meu braço. Lauren rolou enquanto dormia, e eu não conseguia parar de encarar os dedos dela, descansando na minha pele.

Aqui, deitada perto da garota que tinha se declarado para mim, parecia um triunfo.

Eu rolei para o lado, e por um tempo, eu apenas a observei dormir, respirando profunda e pesadamente, movimentos que mexiam nas mexas de cabelo no rosto dela. No sono, ela parecia super confiante com sua segurança, super despreocupada com minha presença ao lado dela. Isso parecia uma vitória também.

Ouvi um movimento através da porta, eu fiquei perfeitamente parada, era a presença de Cassandra. Fiquei em alerta, caso ela viesse me acordar e encontrasse Lauren na mesma cama que eu. Cassandra não gostava dela e isso estava bem claro. Outra coisa que ela insistiu em me dizer é que eu não devo me envolver com os Jauregui; me perguntava o porquê, já que foram eles que cuidaram da minha proteção por um bom tempo. Eu não negaria o quão bondosos eles foram.

Mas logo ela partiu, xingando numa voz agradável, aparentemente derrubou algo. Nem consigo acreditar que eles não vieram me ver, se certificar que eu estava bem e viva após deixar a festa com uma Jauregui. Mas a porta permaneceu fechada. Então me movi enquanto Lauren dormia, ela nem se mexeu quando saí, parecia exausta. Fui à procura de uma jaqueta, estava frio esta manhã; desci as escadas devagar e imaginei se ela ficaria zangada por eu deixá-la sozinha na cama, mas deixei um bilhete, ao menos. Mas eu estava morrendo de fome e precisava de algo em meu estômago.

 

— Como foi sua noite? — Cass disse assim que entrei no salão. Ela sabia de Lauren?

— Tranquila. Pude descansar bastante. — falei puxando a cadeira. Lady estava ao meu lado, no chão aproveitando seu grande pedaço de filé mal passado.

— Imagino. — seu tom era normal, caso soubesse com quem passei a noite na mesma cama, teria entrado com a tropa para arrancá-la de lá.

 

Cassandra iniciou um falatório chato, ao qual eu não prestei atenção. Eu já tinha feito o que ela queria certo? Devia bastar para me deixar viver minha vida. Mas não, ela parecia ter planos para mim.

 

— Vou marcar uma reunião com o conselho, agora que você é superior a eles. Tem direito a um assento privilegiado. — falou.

— Eu não me importo com uma posição privilegiada. Tenho que voltar ao hospital, se não se importa. — falei firme e decidida a não andar para trás. Ela suspirou calmamente.

— Está bem. Creio que posso ser sua representante? — ponderei por uns segundos. E quase engasguei quando Lauren entrou no salão. Os cabelos levemente bagunçados, e os olhos brilhando. Ela devia sair pelos fundos, e não vir tomar café conosco.

 

Cassandra odeia ela.

 

— O que significa isso? — Cass falou irritada.

— Uma mesa farta de café da manhã, a qual eu não vou desperdiçar. Fiz muito esforço ontem à noite. — Lauren falou e deu-me uma piscadela. Corei.

— Camila, querida. O que eu falei sobre ficar longe dessa... ralé? — falou nervosa.

— Ela sempre me manteve segura, Cass. Porque acha que agora seria diferente? — devolvi calma e séria.

 

Ela abriu a boca, mas nada falou. Saiu deixando o café intocado sobre a mesa. Lauren se permitiu rir e eu acabei jogando uma noz nela.

 

— Não leu o meu bilhete? Pensei que você queria manter às escondidas.

— Li, e não gostei de acordar sozinha. Além do mais, Cass não é um perigo. Assim espero. — falou puxando a cadeira a minha frente.

— Ótimo, assim sabe como me senti quando acordei sozinha depois de nós... — gesticulei com a mão e ela assentiu.

 

Lauren tomou café e comeu meio desconfiada, ela sempre cheirava antes de colocar algo na boca. E parecia inquieta toda vez que eu levava uma garfada de ovos mexidos à boca.

 

— Lauren, pode deixar de paranoia por um segundo? Não tem nada envenenado. — falei e ela parou.

— Nunca se sabe. Aquela mulher me detesta por ser uma Jauregui. Ingrata, demos a ela um teto. Devo mencionar que ela estava com um caso com Michael?

— Nossa. Então acho que ele deu um pé na bunda dela. — Lauren riu. Ela raro vê-la feliz então me peguei alguns segundos a observando.

— Ela é casada, afinal cadê o marido dela. Aposto que se procurarmos ele está secando dentro de um armário no porão.

 

Depois do café ela teve que voltar. Hayley ligava de segundo em segundo e Dinah havia me chamado ao hospital. Então cá estou eu; tentando manter minha postura de Doutora, tentando não recordar de como ontem foi mágico. Mas o que eu tinha com Lauren ainda era incerto, temos pessoas no meio de tudo isso que pode não gostar de nós duas muito próximas. Demi é a principal, e Richard parecia esperar um deslize meu para me deletar. Eu não era párea para um vampiro milenar. E temia Lauren também não ser.

 

Estava em minha sala, nenhum paciente para trocar curativos ou o soro. Estava relativamente relaxada lendo alguns prontuários de pacientes que acabo de dar alta. Tudo certo. Se não fosse pelo fato de uma presença atrás de mim. Uma forte presença. Fiquei parada fingindo não ter notado, meus instintos tentaram recordar daquela sensação. Mas não tive tempo.

 

— Ela sempre gostou das morenas. — a voz falou e os pelos da minha nuca se arrepiaram. Não sabia se devia revidar, mas eu estava pronta se tivesse. — Você tem um cheiro irritantemente doce.

 

Virei a cadeira e me recostei. Ela estava parada perto da janela. A alguns centímetros de mim. Demi me olhava avaliativamente com a sobrancelha arqueada, havia insatisfação e seus olhos faiscavam raiva. Eu podia sentir seus sentimentos, isso ainda era novo para mim.

— Creio que deve ter uma consulta marcada? — provoquei. Ela rosnou.

— Não seja cínica, sabe muito bem porque estou aqui. — disse se mantendo no lugar.

— Sinceramente, eu não sei. E não tenho o menor interesse. — eu estava mesmo deixando ela furiosa; e adorei a sensação.

— Lauren vai ver que está fazendo uma burrada e vai voltar para mim. — ela riu. — Todo esse teatrinho que vocês se odeiam não cola comigo.

— Não faço a mínima ideia a que se refere. — mantive uma expressão parcial.

— Então, apenas assista eu tirar o que você mais ama.

 

Ela sumiu mais rápido do que pude imaginar. Apenas a janela aberta deixando o ar frio entrar. Por algum motivo eu queria que ela voltasse e me enfrentasse. Meu sangue fervia, fiquei ofegante; no reflexo do vidro vi meu rosto, eu parecia com raiva, muita raiva. Meus olhos estavam no tom mais escuro de amarelo.

Aos poucos fui me acalmando, e tive sorte de ficar sob controle quando Dinah abriu a porta e adentrou minha sala rapidamente.

 

— O que você tem na cabeça! Nem me chamou para a festa. Meu Deus! Minha amiga virou rainha e eu nem fui convidada. — disse exasperada. Ri de sua afobação.

— É com isso que está preocupada? Se eles sentissem a presença de uma humana fariam de você picadinhos. — falei claramente brincando.

— Não me interessa. Mas e ai? Soube que a Jauregui acompanhou a cerimônia. — disse me lançando um olhar acusador.

— Sim, ela foi. E digamos que... nos entendemos.

— Puta merda! Estão se pegando, sem frescura agora? — a fuzilei pois todos do hospital poderiam ter ouvido.

— Não exatamente. Vamos com calma.

— Calma? Pelo amor de Deus Camila! Vocês já foram para a cama. O que menos precisam é desaceleram, vai com tudo. — piscou e eu apenas ri.

— Devo te lembrar que Richard me odeia, e Demi estava nessa sala a alguns minutos. — falei.

— Bateu nela?

— Não Dinah. Não bati, mas queria.

— Essa é minha garota! — disse dando um soco de leve em meu ombro.

 

Acho que estava na hora de eu voltar a treinar para manter-me em equilíbrio. Antes que eu soque a cara de um certo alguém.

 

Lauren Pov.

 

Estava feito. Eu havia falado, eu disse que gostava dela. E eu tive que me conter, dormimos na mesma cama e seu calor emanava como uma fogueira. Era quente e aconchegante. Estranho pois admitimos nossos sentimentos porém não seria fácil ficar juntas. Cassandra surtou de apenas eu me juntar a mesa no café. E eu sabia que Richard não receberia a notícia de bom grado.

Quando eu era mais nova, ele sempre arranjou seres de boa linhagem; mas eu nunca gostei de homens, então evitava qualquer compromisso. Não estamos mais na época de casamentos arranjados, por Deus ele tinha que entender isso.

Outro problema era Demi. Eu sabia que ela estava por perto; sua presença não era facilmente escondida, talvez para os outros. Mas não para mim. Como agora, eu andava a toda velocidade em minha moto e faz dez minutos que percebi um carro me seguindo. Andei por ruas movimentadas e ele sempre estava na minha cola. Era um carro preto, com os vidros totalmente escuros.

Entrei em um beco que se estreitava até parar em uma parede, sem saída. Derrapei com a moto e posicionei para o início do beco, esperei um, dois, três segundos e o carro entrou pelo mesmo. Com os faróis altos impedindo minha visão. Um cara alto e forte saiu do carro, rapidamente abrindo a porta para a pessoa sair. Mantive o capacete em minha cabeça contando quanto tempo eu levaria para nocautear aqueles caras, menos de cinco segundos, talvez dois.

 

Não me surpreendi ao ver a mulher que saiu do carro, tragando um cigarro e soltando fumaça no ar. Demi parecia muito bem de vida, o carro era luxuoso e sem contas nos guarda-costas.

 

— Creio que sabia que estava sendo seguida. — falou soltando mais fumaça. Tirei o capacete.

— Se quisesse ser mais discreta eu tenho certeza que seria.

— Como está o seu ombro? — perguntou petulante.

— Bem, não graças a você. Aconselho a treinar a mira na próxima vez que tentar me matar. — devolvi sarcástica. Ela riu audivelmente.

— Matar você? Oh querida, não seja ingênua. Eu não estava mirando em você.

— O que você quer?

 

Mas antes que ela respondesse eu senti algo perfurar o meu pescoço, foi uma simples picada, como uma agulha. Levei a mão ao local e havia um dardo tranquilizante, minha visão turvou e logo eu senti outras me atingirem contra meu peito, cai da moto e não conseguia me mexer.

 

Acordei em um quarto estranho e olhei a minha volta. Eu tentei lembrar onde estava. A cama era confortável, mais confortável do que qualquer uma que em que eu havia dormido em muito tempo, mas eu não conseguia lembrar a quem ela pertencia, ou o que eu estava fazendo ali.

Então, eu lembrei. Demetria. Me virei e a procurei, mas ela não estava ali. Aquilo havia realmente acontecido? Havia sido tudo apenas um sonho? Eu me sentei, esfregando os olhos e percebi que estava nua, deitada em um colchão sem lençóis.

As minhas roupas estavam espalhadas pelo chão. Eu estava exausta, mas de um jeito maravilhoso. Me senti diferente.

Pulei da cama, vestindo-me, e caminhei pela casa vazia. Eu olhei pela porta de vidro e vi que o dia estava apenas nascendo. Aquilo também era maluco. Estava com fome e com sede, mas principalmente, estava exausta.

 

— Demi! — eu chamei, enquanto caminhava pela casa procurando por ela. Fui de um quarto para o outro, mas não conseguia encontrá-la em lugar nenhum.

 

Comecei a me perguntar se aquilo tudo havia realmente sido apenas a minha imaginação. Fui até a sala de estar e olhei pela grande janela. Lá estava a minha moto, no estacionamento. E lá, atrás dela, estava uma BMW brilhante. Eu me perguntei se o carro era dela.

Abri a porta da frente, e lá estava ela. Demetria. Ela estava abrindo a porta naquela mesma hora.

 

— Onde estou? — eu disse, tentando parecer casual.

— Oi — ela disse casualmente. Ela parecia constrangida, como se eu a houvesse surpreendido, a pego no meio de algo. Ela passou por mim e entrou na casa. Me virei e caminhei até ela, confusa.

— Por que eu não me lembro de ontem à noite? — ouvi o som de água corrente. Ela estava parada na frente da pia, lavando as mãos e jogando água no rosto. — Onde estamos?

— Isso é uma piada? Como não lembra? Não se recorda da casa do seu avô? — ela disse calma. Sem pressa, pegou uma toalha e secou o rosto.

 

Não, eu não me lembro de nada. Num ato involuntário levei a mão ao pescoço, não tinha nada ali mas meu consciente dizia que algo estava errado. Olhei pela janela da cozinha e o jardim estava bem aparado, e eu podia ver o início do bosque. Meus sentidos estavam fracos, me esforcei para ouvir a água corrente do lago mas não consegui. O que diabos está acontecendo comigo?

 

— Lauren, você está bem? — ela dizia mas minha mente voou quando vi um lobo parado a alguns centímetros da entrada do bosque. Ele era negro e seus olhos eram lindos, quase como os meus. Nos segundos seguintes minha cabeça doeu, e me esforcei para ignorar, o lobo ainda me olhava profundamente.

 

Ouvi um uivo, e uma voz na minha cabeça. Eu estava confusa, eu não devia estar ali. Quando tive um mínimo de consciência olhei para Demi que me olhava preocupada, talvez ela devesse estar.

 

— A quanto tempo estamos aqui? — senti uma pontada na cabeça quando tentei usar a possessão.

— Quase duas semanas.

— Como você conseguiu usar possessão em mim? Eu sou invulnerável! — exclamei e ela recuou. Eu estava com raiva.

— Ela queria se livrar de você. — sua voz vacilou. — Mantive você drogada a pedido dela.

— Quem?

— Camila. — ela falou e meu peito arfou.

— Mentira. Você está mentindo. — segurei ela pelo pescoço, e a ergui tirando seus pés do chão. — Você tem cinco segundos para me dizer. Ou eu quebrarei seu pescoço.

 

Apertei mais firme, meu sangue pulsava com força em minhas veias, me guiando a fazer aquilo. Meu corpo pedia para liberar minha ira em cima dela. Me enganou, pela segunda vez. Me usou para os planos de alguém. Minha mente parecia a todo vapor encaixando os pontos. Alguém que me odeia, e deseja ter Camila sobre seu controle. E eu estava no meio do caminho.

Demi não respondeu e apertei seu pescoço o suficiente para ouvir um estalo. Seu corpo caiu ao chão sem nenhuma delicadeza, peguei minhas coisas e antes de sair em minha moto, furei os pneus de seu carro. Ela acordaria em algumas horas, e não queria ela atrás de mim. Iria atrasá-la o máximo possível e descobrir quem fez isso comigo.


Notas Finais


Eita viado! as tretas ainda não acabaram...


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