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História The Hybrid - A Little girl


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Hello

Capítulo 31 - A Little girl


Camila Pov.

 

Acordo com uma respiração próxima ao meu ouvido, me mexo minimamente. Meus músculos estão reclamando pelo exercício exercido. Eu estou deitada em cima dela, minha cabeça está em seu tórax e ela cheira divinamente: linho fresco, lavado e algum caro sabonete corporal, e o melhor perfume, mais sedutor do planeta... Lauren.

Ela é linda, ainda mais dormindo, parece um pecado alguém ser tão linda como ela. Sua pele alva brilha com o sol da manhã, tão tranquila, parecemos um casal normal. Uma casa normal, tenho um emprego normal; exceto pelo fato de eu não ser nada normal. Mesmo vivendo com receio de ser atacada no meio da noite não foi de todo ruim, afinal conheci Lauren.

 

— Não faça isso. — ouvi sua voz e olhei para cima, seus olhos estavam claros; parei os movimentos sobre seu abdômen.

— Porque não?

— Está me excitando. — falou com os olhos firmes no meu. Sorri de canto. — Não temos tempo, estão nos esperando.

 

Falou arqueando a sobrancelha e então percebi uma presença na casa. Suspirei e movi meu corpo sobre o seu, seus olhos presos no meu corpo.

 

— Irei tomar um banho. — falei me sentando sob suas pernas. Seu pescoço estava tão chamativo que me peguei olhando-o.

— O que foi? — Lauren disse com a voz rouca.

— Talvez eu precise de ajuda... você sabe, a noite anterior foi cansativa. — Lauren me sorriu e no minuto seguinte eu estava em seu colo, meus dentes cravados em seu pescoço com a água do chuveiro caindo sobre nossos corpos. Uma ótima forma de começar o dia.

 

Fui a última a deixar o quarto, vesti uma roupa casual e desci para o andar de baixo, ouvia sussurros de nossa visita e quando cheguei na sala Lauren não parecia nem um pouco animada. Se mantinha na extremidade oposta do sofá, a pessoa a sua frente.

 

— Oh, aqui está ela. — falou Cassandra.

— O que faz aqui?

— Vim ver se estava tudo certo. — sorriu falso.

— Ou veio ver se o casamento era uma farsa? — Lauren disse me fazendo olhá-la. Ela estava brincando em uma zona muito perigosa.

— Claro que não... só foi uma surpresa para todos nós.

— Todos nós, você e Sinuhe. Atrapalhei algum plano, Cass? — Lauren alfinetou. Sentei ao lado dela, discretamente apertando sua coxa, para ela parar de ser tão ameaçadora.

 

Cassandra não ficou por muito tempo, nos deixando livre e Lauren menos irritada.

 

— Você precisa controlar esse seu humor toda vez que a vê. — falei

— Desculpe. Mas eu sinto que serei apunhalada pelas costas a qualquer momento. — disse olhando em meus olhos.

— Não vai. Teremos tempos de paz agora. — acariciei seu rosto.

 

Nosso momento foi interrompido pelo som estridente do telefone, era uma chamada do hospital e parecia uma emergência. Era Dinah, ela falava muito rápido e eu não conseguia entender, o som de sirenes ao fundo eram mais altos que seus gritos e uma sensação ruim se instalou em mim. A ligação caiu e eu fiquei sem entender, no momento seguinte eu estava correndo para o carro, nervosa. Lauren dirigiu rapidamente e cheguei em tempo recorde no St. Michael Hospital.

 

— O que está acontecendo? — falei passando pelas enfermeiras.

— Um grupo de jovens acampavam na floresta. A polícia local recebeu uma chamada e foi verificar. — a moça disse.

— E onde está o problema?

— Os policiais não voltaram, só encontraram uma garotinha na beira da estrada e a trouxeram.

 

Allyson apareceu e me levou até a sala, peguei meu jaleco e meus instrumentos de trabalho. Aquilo estava estranho, não se sabia realmente o que aconteceu.

 

— Ela está ferida? — questionei.

— Ela está sem um arranhão. Ela só não fala nada desde que chegou. — Ally disse. — Não sei como ela passou despercebida no ataque dos lobos.

 

Meu sangue congelou, lobos? Ou... Droga. Assim que fiquei a par da situação não deixei de pensar que o responsável pelo ataque não era apenas lobos, e sim alguém bastante insatisfeito, ou querendo chamar atenção. Poderiam ser lobisomens sem clã, os perdidos, Lauren disse que eles agiam mais como animais o lado primitivo os dominava. Causando mortes sem remorso.

 

— Graças a Deus você chegou. — Passei por Dinah e ela parecia aliviada.

— Por que?

— A criança não quer falar com ninguém, e ninguém consegue chegar perto. Tentamos de tudo, você é nossa última esperança de saber o que aconteceu.

 

Entrei na sala onde atendiam crianças o ambiente era colorido, com personagens pintados nas paredes, tudo para ficar menos assustador aos pequenos. Identifiquei uma criança em um canto, sozinha, e parecia prestes a chorar. Me aproximei devagar e parei em sua frente, ela mexia na barra de sua blusa, que ficava realmente grande nela. Seu rosto e mãos estavam sujos de terra.

 

— Ei, está machucada? Está segura agora. Posso examinar você? — ela me olhou, seus olhinhos marejados.

 

Devagar e com paciência eu pude examiná-la, nada mais que alguns arranhões nos braços e pernas. Fui insistente mas não consegui fazê-la falar, estava em choque. Já passava das 23h e eu continuava a observá-la.

 

— Não consegui nada. — falei para Dinah que me olhava com pena.

— Esse “ataque” é muito suspeito não acha? — fiz um sinal positivo. — Estou preocupada com ela, não sei se alguém irá querer passar a noite olhando uma criança.

— Estou acabada, nenhum dos internos pode fazer isso? — ela negou.

 

Fiquei resolvendo algumas coisas no hospital e tive a ideia mais idiota que eu poderia ter feito. Mas deixar uma criança sem cuidados não era do meu feitio. Felizmente ela não negou minha ajuda, só faltava saber a reação de Lauren quando eu chegar em casa com uma criança.

O carro dela estava na garagem sinal que eu teria que enfrentá-la assim que abrir a porta. Segurei a menina no colo ao sair do carro e rumei para a porta.

 

— Você não ligou, está tudo bem? — ouvi sua voz vinda do andar de cima, ela usava um top e um moletom. Ela parou no fim da escada quando me viu. — O que é isso?

— Oi Lauren, tive uns problemas no hospital... ela ficará comigo por um tempo. — a menininha se encolheu em meus braços quando o olhar sério de Lauren caiu sobre nós.

— Camila, aqui não é ambiente para uma criança. Cadê os pais dela?

— Ela foi encontrada, sozinha, na beira da estrada. Um ataque de lobos. — sussurrei para não assustá-la.

— Lobos? — afirmei com a cabeça ela então entendeu. — Espero que saiba o que está fazendo. Virou-se pegando sua jaqueta e saiu.

 

Lauren Pov.

 

Camila só podia estar ficando louca, trazer uma criança desconhecida para casa. Sem me consultar, eu detestava que tomassem decisões sem antes passar por mim. Mas é Camila Cabello, teimosa e faz o que quiser. Eu estava no pub no centro da cidade, fazia tempos que eu não saia, e ficar presa em casa me deixava no tédio; acho que levei essa coisa de casamento a sério demais.

 

— Você está ficando frouxa. — Hayley falou ao meu lado. — Mas é uma criança, o que há de mal nisso?

— Ela não pediu minha opinião, não vai dar certo se ela fazer o que bem entender. — falei tomando meu uísque.

— Devia ter pensado antes de casar com ela.

— Eu não me arrependo Hayley. Eu só não esperava uma criança invadindo o meu espaço.

— Oh, entendi. A toda poderosa Lauren Jauregui tem medo de criancinhas e ciúmes porque não vai poder transar em todos os cantos da casa. — falou rindo, revirei os olhos.

— Cala boca.

 

[...]

 

Cheguei tarde em casa, eram quase duas da manhã; meu corpo estava cansado e eu só queria deitar-me em minha cama. Tomei um banho e me arrastei para debaixo das cobertas, meus olhos se fecharam automaticamente, e quando estava quase dormindo senti braços ao meu redor.

 

— Onde você foi?

— Puta merda, o que faz aqui Camila? — falei me encolhendo, eu estava muito cansada.

— Você não me respondeu. — falou e eu me virei.

— Estava com Hayley. — sempre foi o suficiente dar essa explicação, mas ela parecia querer uma mais convincente. — Fomos ao pub, no centro, talvez tenha uma quantidade acima da média de álcool no meu sangue. Agora, o que faz aqui?

— Bem, tem uma linda garotinha na minha cama que ainda não se acostumou com contato com estranhos, e eu não irei dormir na sala.

 

Temos mais de um quarto, eu diria isso mas só geraria mais argumentos de Camila e eu sabia que iria perder todas; sorri rezando para que na pouca luz do quarto ela não visse. Não sou acostumada a dormir com alguém na mesma cama, mas sendo Camila eu não me importo muito. Não rebati, e nem ela falou mais nada, acabei caindo no sono nos braços de minha esposa.

 

Acordei com a cabeça latejando e me surpreendi ao achar um analgésico na cômoda, um copo d’água e um bilhete.

 

“Deve estar de ressaca, tome o remédio e desça para o café antes que esfrie. Tive que dar um pulinho no hospital.

P.s: Não assuste a Megan”

 

Quem é Megan?

Tomei um banho rápido, tomei o remédio e desci encontrar um prato coberto, minha barriga roncou no mesmo instante, Camila havia feito um banquete para mim, mesmo eu agindo como uma idiota com ela ontem. Céus, o que fiz para merecer essa mulher. Tudo estava tranquilo até eu ouvir a TV ligada, Camila teria esquecido? Caminhei até a sala e encontrei um ser embolado entre cobertas e o sofá cheio de salgadinhos, havia metade de algo pegajoso no meu tapete e o serzinho estava com a boca toda suja de Nutella.

 

P.s: Não assuste a Megan.

 

— Qual o problema das crianças hoje em dia! — falei alto fazendo a menininha arregalar os olhos. Aquele tapete custou uma fortuna. E então o barulho da porta foi ouvido e em seguida um choro estridente.

— Lauren o que você está fazendo? — Camila correu e passou por mim me empurrando. Pegou a criança no colo. — Qual o seu problema, é apenas uma criança?

— Eu não fiz nada! Ela que transformou minha sala em uma zona de guerra. — falei exasperada.

— Abaixe a sua voz, Lauren. — ela falou irritada. Respirei fundo, até me acalmar.

 

A garotinha logo se acalmou, Camila fazia carinho e a mimava, a distraia mostrando a casa para ela. E eu tive que limpar a bagunça; ordens de Camila. E pelo meu “mal comportamento” ela me ignorou pelo resto do dia.

 

— Camila... fala comigo... não me ignora... eu não fiz por mal, eu juro. — essa sou eu tentando ajeitar tudo com minha esposa, pois ela está me provocando a horas andando só de blusão pela casa.

— Devia ter pensado antes de gritar com Megan. — Camila andava de um lado para o outro na cozinha e eu apenas observava o movimento do seu corpo. Ela parecia flutuar sobre o piso.

— Eu não gritei com ela. Eu só elevei minha voz por um segundo. — tentei me defender. — Aliás, quando você vai achar um lar para ela?

 

Camila virou-se e me olhou.

 

— Ela não tem família, ela não tem um registro. Dinah investigou para mim e é como se ela não existisse.

— Isso quer dizer que...

— Ela vai ficar com a gente por um tempo. — Camila falou com um sorriso. Me movi rapidamente e pressionei-a contra a geladeira.

— Vai ficar tudo bem se ela não atrapalhar as coisas de adultos. — sussurrei em seu ouvido.

— Lauren, pare. Ela está aqui. — revirei os olhos e olhei para trás, ela estava na mesa comendo cereais. — Seja gentil.

 

[...]

 

Andei por todos os lugares, voltei para a tal floresta, segui rastros do que seria o ataque de lobos. Estava muito estranho, as pegadas quase invisíveis, porém nada passou pelo meu olfato; e aquele odor não era de uma matilha de lobos.

 

— Sabia que viria, você sempre foi tão evasiva Lauren. — a alguns passos de mim, por entre as árvores eu ouvi a voz que pensei que jamais ouviria novamente.

— Só estou fazendo meu trabalho, aconteceu uma coisa que mexeu na minha rotina. — falei não me importando com o olhar mortal do homem.

— Eu sei, a mimada Lauren Jauregui odeia que tirem-na do seu conforto. Pobre Camila, acolheu uma criança indefesa, como ela pode viver com uma selvagem como você.

— Não toque no nome dela! — falei irritada. — Se você chegar perto dela ou da criança desejará nunca ter nascido. Fique fora do meu caminho Louis.

— Ou o que? Vai enfiar uma estaca no meu peito assim como fez com o Marcus? — disse elevando a voz. E no momento seguinte ele havia me jogado contra uma árvore.

 

Desviei de outro golpe a tempo dele me acertar, segurei em seu braço e impulsionei contra meu joelho ouvi um estalo, ele cambaleou e quase caiu porém eu o segurei e o levantei pelo pescoço. Seu nariz jorrava sangue e tinha um olhar assustado, eu adorava esse olhar de quem duvidava dos meus atos.

 

— Agora diga-me o que sabe.

— Você não pode me matar. — ele tentou rir mas sua cara foi de dor.

— Quer me ver tentar? — apertei seu pescoço e ele tentou se soltar.

— Se me matar – ele resfolegou – nunca irá saber quem quer acabar com você.

— Cassandra, Richard... tem várias pessoas. Agora diga-me como conhece aquela garotinha.

 

E no final das contas ele não sabia de nada, mas consegui tirar dele que fazia alguns meses que ele me vigiava, Louis queria se vingar por Marcus. Pobres lobos que ficam perdidos sem um líder. Eu poderia apagar a existência dele, mas o deixei ir; algo me diz que ele ainda vai se virar contra mim, e tudo que menos preciso agora é mais inimigos se juntando contra mim, e eu precisava ficar atenta a Cassandra eu posso ter atrasado o plano dela, porém sei que ela não vai desistir.

Uma chuva leve começou a cair, estacionei o carro e me preparei para receber um sermão de Camila, passei o dia fora e ignorei suas ligações, talvez não tenha sido uma boa ideia fazer isso. Entrei em meu quarto e tudo estava escuro, o vento batia contra a janela e os relâmpagos iluminaram por um segundo. Camila estava sentada na poltrona perto da janela, os braços e pernas cruzadas; estou ferrada.



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