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História The Hybrid - Agente Jauregui


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Desculpa a demora gente, meu notebook deu um pequena trolada em mim...

Capítulo 33 - Agente Jauregui


Lauren POV.

 

Primeira vez em vinte e seis anos que recorro a ajuda de Michael, mesmo ele não sendo o pai do ano ele ainda era meu pai. E como ele queria ganhar pontos comigo bastou apenas uma ligação e sua influência e eu estava reintegrada na polícia local. Estacionei meu carro em frente ao prédio, e vi alguns olhares quando sai do carro. Jeans rasgado, coturno de cano longo, camisa preta e ray-ban não era o que eu devia estar usando, mas literalmente não me importo. Desde que Camila saiu de casa, há três dias, eu não estava ligando para minha aparência. Eu só queria resolver isso e quem sabe tirar uma folga de todos esses problemas.

Entrei no departamento e não fiquei surpresa pelos homens me olhando com malícia, vi um sorriso no rosto de um deles e andou em minha direção, olhei em volta e tinha um pouco de desorganização nas mesas, homens com os pés em cima, jogando paciência em vez de atender os casos.

 

— Posso ajudá-la senhora? — o homem parou em minha frente e eu notei o olhar nojento dele. Joguei meu cabelo para o lado propositalmente com o dedo que continha a aliança, seu sorriso diminuiu e fiquei satisfeita com isso.

— Onde fica a sala do chefe de polícia? — perguntei calmamente e ele me olhou estranho.

— Desculpe senhora mas o chefe foi removido. — ele falou um pouco nervoso.

— Eu sei. Estou aqui para substituí-lo. E minha primeira ordem é, tirem os pés da mesa! — direcionei a palavra para o homem na mesa a minha frente, eu notei seu olhar na minha conversa.

 

O som de cadeiras e mesas foram ouvidas, papeladas sendo tiradas de cima das mesas; voltei o olhar ao jovem a minha frente e o dispensei. Não seria difícil achar a sala com o nome “chefe de polícia” na porta. Nada mal para o primeiro dia.

Pedi para não ser incomodada e a primeira coisa que fiz foi fazer uma varredura no sistema, a polícia era integrada com outras delegacias da região e eu tive acesso ao boletim de ocorrência daquele dia. Uma criança na casa de estranhos sem a presença dos pais; era o que estava escrito no canto superior da tela. Passei horas na tentativa de identificar o número mas eu caía cada vez mais em um beco sem saída.

Minha cabeça latejava pelo esforço e olhei no relógio notando que já era quase início de tarde, o departamento estava quieto o que agradeci. Peguei o laptop com todos os dados obtidos e saí, ficar aqui não ajudaria em nada.

 

— Ei você. — falei ao parar em frente a uma mesa, a mulher parecia no mundo da lua. — Preciso sair, mas antes preciso de uma coisa.

— Pode falar chefe. — prontamente falou.

— A situação é bem delicada, se é que me entende….

— Sei manter a discrição, agente.

— Preciso que rastreie uma ligação, consegue fazer isso? — perguntei e seu sorriso se alargou.

— Talvez eu tenha que usar métodos não reconhecidos. — ela disse. Li seu nome no uniforme e acenei com a cabeça.

— Verônica, eu autorizo qualquer meio, só descubra da onde veio essa ligação.

 

Dei a ela uma cópia do B.O; e vi um brilho no seu olhar, ela tinha o típico jeito de que aprontou na adolescência. Seria como um jogo pra ela. Verônica, gostei dela.

Eu poderia ir para casa descansar mas a pessoa que me fazia voltar não estava lá e me ignorava o tempo todo, segui direto para casa de Dinah, eu sabia que ela estava lá. Foi o primeiro lugar que a levei depois de ser mordida, e foi o lugar do nosso primeiro beijo. Mesmo com receio dela me chutar para fora eu estacionei em frente à casa. Entrei mesmo sem bater já que Dinah e eu tínhamos essa liberdade.

 

— Se veio ver a Dinah ela saiu com aquela amiga dela, Normani. — Camila estava sentada no sofá, atenta a algo na TV; ela nem se deu o trabalho de me olhar.

— Eu não vim pela Dinah, só queria te ver depois de um dia de trabalho. — falei parando ao seu lado, vi sua luta em não me olhar, mas ela olhou. Vi seu peito inflar ao me ver. Me avaliou da cabeça aos pés e nada falou. — Vamos lá Camila, por quanto tempo vai me evitar?

— Tempo necessário. — respirei fundo, Camila sabia ser bem teimosa. — Você foi uma idiota e sabe disso.

— Estou aqui para concertar isso. Eu abri um caso sobre a garotinha, em algumas horas saberei de onde veio a ligação. E eu preciso que você vá comigo nos orfanatos. Eu levantei os dados e temos dois em que ela possivelmente está…

— Espera, espera. Você fez o que? — me interrompeu elevando a voz.

— Que parte não entendeu?

— Eu entendi, só não imaginava você fazendo isso. Não é a sua cara.

— Como eu disse, há muita coisa sobre mim que você não sabe, Camila. — falei lhe fitando. — Agora, pode ser menos teimosa e voltar para casa ou eu terei que carregar você? — falei calma. Ela olhou para os meus lábios, e negou com a cabeça. Nessa hora eu sabia que havia ganhado.

 

Algo em mim não conseguia deixá-la. Algo em mim não gostava de vê-la infeliz, e desde que Megan foi levada ela não era mais minha Camila. Talvez eu esteja me entregando demais, mas já é tarde para voltar atrás. Camila se tornou a pessoa mais importante, o casamento foi uma solução mas também um pretexto, talvez, só talvez eu estivesse com ciúmes de alguém tirá-la de mim. Eu amava Camila, nunca senti isso por ninguém para saber o que é amor, mas ela me mostrou isso, e demonstra a cada dia.

 

— Posso dormir com você? — falei, sim eu estava com abstinência.

— Você parece um gatinho mimado. — ela falou rindo, uma risada baixa porém muito gostosa de se ouvir.

— Eu sou um gatinho mimado. — repeti a fazendo sorrir. Ela bateu com a mão no lado livre da cama e eu logo me joguei debaixo das cobertas. Cheguei perto dela.

— Obrigada Lauren. — ela falou sonolenta, sua mão fazia carinho no meu cabelo.

— Pelo que?

— Por não desistir de mim. — falou fechando os olhos. Eu que deveria falar isso.

— Eu te amo muito para desistir agora. — eu sussurrei tão baixo que duvido ela ter ouvido.
 

O dia cansativo me tomou e eu logo peguei no sono, pela manhã eu teria um dia cheio, e algo me dizia que Cassandra não ficaria nada feliz.

Logo que acordei meu celular já vibrava loucamente, era Verônica, até que enfim poderei tirar isso a limpo, deixei um bilhete para Camila ela ainda dormia profundamente quando saí.

 

Camila POV.

 

Ela sussurrou tão baixo que pensei ter ouvido coisas, Lauren nunca me falou aquilo em voz alta e duvido ela dizer algum dia, ao menos que esteja bêbada. É o jeito dela e não tem o porquê eu ficar chateada. Estávamos num relacionamento onde “eu gosto de você mas ainda não estou pronta para dizer as três palavras”; podia ser cedo demais, e eu não queria assustá-la. Lauren sempre foi livre e eu só apareci para dar trabalho a ela.

Quando acordei ela já tinha ido, deixou um bilhete ao meu lado dizendo que precisava ir à delegacia, talvez algo do caso, o que me deixou mais nervosa ainda. E de um jeito ou de outro eu queria saber, tomei um banho, me arrumei às pressas, peguei um dos carros de Lauren e segui para o centro. Certo que haviam dezenas de delegacias por ali, mas incrivelmente eu fui ao lugar certo, era estranho essa sensação, ela poderia estar em outro estado mas eu encontraria ela.

Entrei na delegacia e alguns policias iam de um lado para o outro, senti-me um pouco desconfortável com os olhos sobre mim, eu não precisava me virar para saber que estavam me comendo com os olhos, e como se já não bastasse alguns engraçadinhos começaram a assobiar.

E piores que lobos famintos, não tiravam os olhos de mim.

 

— Que diabos está acontecendo aqui? Eu pedi silêncio, seus incompetentes. — ouvi a voz rouca e brava de Lauren, e levantei-me. Ela vinha com uma cara nada boa. E estava incrivelmente sexy com aquela pose superior.

— Desculpe chefe é que esses marmanjos não pode ver uma mulher bonita. — um dos policiais falou rindo, mas Lauren permaneceu séria. Nesse instante ela olhou em minha direção e parecia surpresa em me ver.

 

Ela veio em minha direção tão rápido que pensei que ela iria me colocar para fora. Ouvi mais alguns assobios enquanto eu ajeitava minha saia e senti Lauren enraivecida.
 

— Você, e os demais engraçadinhos passem no RH imediatamente. Estão demitidos! — ela falou ficando ao meu lado. Um murmúrio descontente tomou conta do lugar.

— Lauren, não precisa… — tentei falar mas ela não voltaria atrás.

— Mal chegou e já acha que manda? Não pode nos demitir por achar essa mulher gostosa. — um dos caras falou, Lauren colocou a mão na minha cintura e me puxou para si.

— Tem problema quando a mulher gostosa é minha esposa! Todos vocês, estão demitidos. — Lauren deu a última palavra e temi ela bater nos homens.

 

Segurei em seu braço e ela segurou em minha mão e me levou até sua sala. Não foi minha intenção causar tal tumulto, Lauren estava visivelmente com ciúmes, por sua pele ser branquinha ela ficou num tom avermelhado e eu pensei que ela iria arrancar a cabeça daqueles homens.

 

— O que faz aqui?

— Vim saber sobre o caso. — falei.

— Poderia ter me avisado, eu não gostei daqueles vermes dando em cima de você. — ela parecia irritada.

— Eles não iam fazer nada…

— Claro, mortos não fazem nada mesmo. — ela suspirou. E eu ri baixo do seu ciúme.

— Fica tão fofa com ciúmes. — falei indo para perto dela.

— Eu não estou com ciúme. Por favor Camila, estou tentando trabalhar aqui.

— Okay, como posso ajudar? — peguei alguns papéis rabiscados, números e símbolos.

— Apenas sente ai. E tente não me distrair. — falou e notei seu olhar em minhas coxas. Encostei-me na mesa, ao seu lado e minha saia subiu um pouco. — O que está fazendo?

— Nada, apenas o que você pediu. — sorri de canto.

 

Lauren passou meia hora concentrada no computador a sua frente, mas vez ou outra sua mão esbarrava na minha perna; a primeira vez achei um acidente, mas depois da quinta vez vi que ela não estava interessada no trabalho. Mas não estávamos ali para isso.

 

— Filha da mãe, eu sabia! — ela disse alto.

— O que descobriu? — perguntei preocupada, Lauren estava com aquela cara de vingativa.

— O que eu já desconfiava. Vamos, cansei desses joguinhos de Cassandra.
 

Lauren dirigiu tão rápido que temi que ela causasse um acidente, mesmo eu pedindo para ela se acalmar, surtiu um efeito diferente. Paramos em frente a antiga mansão de Marcus, e estava tudo calmo, nenhum segurança apareceu para nos impedir, e ninguém apareceu quando Lauren entrou chutando a porta, literalmente ela foi ao chão.

 

— Dá pra se acalmar Lauren?

— O que significa isso? Invadindo minha casa, agora vê com quem se casou Camila. — Cass apareceu no alto da escada. Usava uma roupa formal e elegante. Tão impecável que me dava ânsia.

— Tecnicamente essa casa ainda é da Camila. E você vai me dizer onde está a garotinha. — falou parando em frente a Cassandra.

— Demorou mais do que esperado Lauren. O que foi, Passou tempo demais bancando a esposinha?

— Acredite, eu soube desde o início que foi você. Mas Camila não deixou eu vir aqui e arrancar sua cabeça. — Lauren falou furiosa, uma veia saltava em seu pescoço.

— Já chega, acalmem-se. — falei. — Cass, eu vou pedir gentilmente. Por favor pare de fazer nossa vida um inferno. Ou eu não vou impedir Lauren da próxima vez.

 

Cassandra me queimava com o olhar, mexia as mãos nervosamente, enquanto Lauren sorria aguardando a resposta.

 

— Você se tornou independente mais rápido do que pensei Camila. Aprecio isso, pensei que isso era um romance juvenil; mas olhe os olhos dela — apontou para Lauren, seus olhos estavam claros — O modo como ela te segue, tudo que ela faz por você. O amor é incrível, não é?

 

Engoli em seco e fiquei estática, todos a nossa volta podiam ver a sintonia entre mim e Lauren, não se tratava mais de um casamento de mentira. E as vezes isso me assustava.

— Não mude de assunto.

— Nossa Lauren, seu humor é péssimo. Okay, que fique claro que vocês não tinham o direito de manter aquela criança, e infelizmente não consegui contato com nenhum familiar. Ou seja, ela foi levada para um orfanato. — Cassandra falou e meu peito se apertou, eu sabia que as condições desses lugares não eram das melhores.

— Qual? — Lauren perguntou.

— Av. Jersey nº 61.

 

Nunca vi Lauren tão determinada a fazer algo, e ainda por cima, por mim. Ela voou com o carro até o endereço dado por Cassandra, ficava um pouco longe do centro; um lugar afastado e mal cuidado. Notava-se pelas condições da estrada. O enorme casarão parecia mais daqueles de filmes de terror, e eu odeio filme de terror.

Por fim notei Lauren mais calma, ela soltou o volante se inclinou para pegar algo no porta-luvas. Era um revólver.

 

— Porque você tem isso no porta-luvas? — perguntei assustada.

— Por que eu sou uma policial?! — disse o óbvio.

— Não faça uma besteira, tem outras crianças lá dentro. — falei e Lauren suspirou.

— Camila olhe, acha mesmo que esse local está sendo ocupado para essa finalidade? Tem uma placa de venda a um quilômetro daqui. Esse lugar está abandonado, Cass acha mesmo que eu cairia em uma emboscada? Ela tem muito o que aprender. — Lauren disse e olhei melhor em volta, realmente ela tinha razão. — Fique no carro…

— Não vou deixar você entrar sozinha!

— Camila você não está facilitando. Eu não posso ficar atenta, e manter você segura ao mesmo tempo.

— Eu sei me cuidar. — falei firme, de jeito nenhum ela iria sozinha.

— Deus como você é teimosa. Fique perto de mim, e quando eu digo perto quero sentir sua respiração na minha nuca entendeu? — afirmei com a cabeça.

 

Assim que entramos no orfanato me senti num filme de ação, o chão de madeira rangia a cada passo e eu não dava um passo antes de Lauren. Ela sempre na frente, fazendo a proteção e eu vigiando a retaguarda.

 

— Daríamos uma boa dupla. — sussurrei e senti ela se encolher, como ela havia pedido eu estava colada nela.

— Fique quieta ou você vai voltar e esperar no carro! — ela sussurrou de volta.

 

Ela pisou em uma tábua solta do piso e o som da madeira ecoou audivelmente no andar de baixo. E detestei ter os sentidos apurados, tão quais os de Lauren; ouvi um soluço tão baixo que mal dava para ser ouvido, ao menos não por uma audição normal.

Lauren olhou para mim e fez um sinal com a mão, apontando para cima e sinalizando o número dois com a mão esquerda, a outra segurava firmemente a arma. Entendi e me mantive quieta. Para uma emboscada estava quieto e estranho demais, não estávamos sozinhas, eu sabia disso; mas mandar um ou dois capangas não seriam suficiente para segurar a Jauregui a minha frente. Estava quase na metade da escada quando ouvi uma sonora voz atrás de mim.

 

— Porque esses esforços para não fazer barulho? Você sempre foi uma criança barulhenta, Camila. — senti raiva ao lembrar dela, das mentiras que tive que ouvir. Talvez a história por trás da morte dos meus verdadeiros pais também sejam uma mentira. Virei-me lentamente para olhar nos olhos daquela mulher.

— Olá, mãe.


Notas Finais


Lauren com ciúmes é perigoso gente, não tentem isso em casa.

espero que tenham gostado


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