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História The Hybrid - Lua Cheia


Escrita por: EstrabaoJwregui

Capítulo 4 - Lua Cheia


Fanfic / Fanfiction The Hybrid - Lua Cheia

Camila POV

 

Tive que acompanhar uma cirurgia difícil hoje, todos estavam exaustos, mas, mesmo assim, marcamos de beber depois do trabalho. Tomei uma ducha no vestiário, eu estava coberta de sangue do paciente, mas graças a Deus tudo ocorreu bem. Me troquei e saí junto de Ally, a outra médica responsável pela cirurgia. Estávamos em um grupo de três pessoas, eu não conhecia nenhum deles, somente Ally. Ela me levou em um bar próximo ao hospital, pelo que soube ali era o ponto de encontro, nos sentamos em uma mesa próxima a janela e logo fomos atendidas pelo garçom.

 

— Então quer dizer que você é de Cuba? — Ally perguntou.

— Sim, eu era pequena quando cheguei aos Estados unidos com minha mãe, a vida era difícil em cuba. Ela se esforçou muito, e bem, olha aonde cheguei.

— Realmente, foi uma decisão sábia. — ela ponderou.

 

Distraí-me com a conversa de Ally por cerca de uma hora, de repente o bar antes agitado ficou mais silencioso, um ou outro se atrevia a sussurrar sobre alguém que acabara de entrar no bar. Meus olhos desfocaram e pensei ter visto uma miragem, mas não. A mulher dos olhos verdes entrou e foi direto ao balcão do bar, sentando mais afastada das pessoas, ela era diferente, não sei dizer o quê mas algo nela era diferente de todos os outros. E aquilo me atraia como um rato é atraído para uma ratoeira.

Trocamos farpas no hospital, mas ela só queria saber de sua irmã, mesmo não vendo semelhança entre ela e a paciente que cuidei dias atrás. Ela tinha um olhar feroz, desconfiado quando enfrentei ela, aqueles olhos verdes me desarmaram no momento em que os olhei, mas não deixei transparecer.

Agora lá estava ela do outro lado do bar, sozinha. Eu não a conhecia mas sabia que ela era solitária.

Balancei a cabeça afastando os pensamentos sobre a mulher dos olhos de esmeraldas, e voltei a atenção aos que estavam na mesa.

Allyson me contava das histórias engraçadas que aconteciam quando se está de plantão, não contive o riso e não me importei de já estar um pouco bêbada. Já era tarde e alguns foram embora, ficamos somente eu e Ally conversando, ela se tornara uma grande amiga.

Uma pequena briga se alastrou pelo outro lado do bar, dois homens discutiam e gritavam ofensas um para o outro. Até um deles esbarrar na mulher de olhos verdes, estranhei o silêncio que se instalara no bar.

 

— Ally, porque parece que todos tem medo daquela mulher? — falei baixo o suficiente para ela ouvir.

— Ah, tinha me esquecido que você é nova na cidade. Bem, não é ela. A família dela é um tanto peculiar.

— Peculiar? Não entendi. — franzi o cenho.

— Digamos que eles tem costumes estranhos.

— Tipo o que?

— Vivem trancados naquela mansão, Jaden do departamento de limpeza disse que já os viu lutando nos fundos da casa.

— Não estariam apenas treinando?

— Ele disse que os olhos eram amarelos e se comportavam como animais… lobos, algo assim. Mas ele deve ter bebido muito nesse dia, lobos? Impossível não é. — falou com desdém.

 

Estranhei a história de Ally e quando levantei a cabeça a briga já tinha cessado, um homem interveio, olhei para onde estavam e me dei conta de que já o vira antes. Lembrei-me que era o taxista do outro dia.

Ally e eu saímos do bar quando o dono falou que ia fechar, se não fosse por isso, ficaríamos lá até o nascer do sol. Eu morava no lado oposto a Ally por isso não pudemos dividir um táxi. Fiquei sentada na calçada em frente ao bar tentando acertar os números para chamar meu táxi, o vento frio era cortante e praguejei por não ter trago um casaco. O hospital estava a alguns passos logo do outro lado da rua, então decidi ir para lá.

Caminhei pela rua deserta e cheguei a salva do outro lado da rua, ótimo agora só falta mais alguns metros. Mas cada passo que eu dava o hospital ficava mais longe, acho que não devia ter exagerado na bebida. Um barulho de galho quebrando foi ouvido próximo a mim, parei de andar mas não tinha uma alma viva por perto. A lua estava cheia e fiquei hipnotizada por ela.

Já estava bem perto, passando pelo beco escuro quando escutei um assobio.

 

— Olha só o que temos aqui. Hey doutora, acho que estou doente sinto aqui latejar. — um garoto esguio falou fazendo um movimento obsceno. Apressei o passo.

— Opa, opa. A onde pensa que vai? — o outro bloqueou minha passagem.

 

Posicionei a bolsa mais próxima do meu corpo, se meus movimentos fossem mais rápidos eu teria pego o spray de pimenta a tempo. O menor me puxou pelo braço para dentro do beco, eu não me dei conta do que aconteceria até sentir suas mãos apressadas pelo meu corpo.

 

O empurrei mas cambaleei para trás, minhas costas bateram na parede. O outro veio para cima de mim, tampando minha boca para não gritar, somente sons abafados saiam. A rua deserta, ninguém para pedir ajuda; uma lágrima caiu em meu rosto e o que me restava era esperar pelo que vinha a seguir.

 

Lauren POV

 

Ele era forte e me forçou a sentar novamente. Seu olhar era de divertimento, como se tivesse aprovado o que eu fiz.

 

— O que faz aqui? — falei me desvencilhando de sua mão.

— Ora, você está na minha parte da cidade. Lauren, onde andam seus vira-latas? — Marcus falou sentando-se ao meu lado.

— Sua parte da cidade?! O que é isso agora, algum plano de dominar o mundo? Já não basta você ter roubado Nova Orleans do meu avô?

— Não é roubo quando não se tem dono…

— Você o matou! — falei com raiva.

— Não, ele entrou na minha frente quando eu ia matar você, é diferente. — falou tranquilo, seu modo de falar me irritava.

— Ainda não disse o que faz aqui. Veio me matar? Porque não faz isso de uma vez?

— Oh pequena Lauren, você ainda tem muito o que aprender. Pensei que você podia deixar aquele velho do Michael e se unir a mim em uma nobre causa.

— Que causa? — me fiz de desentendida, eu já sabia de seus planos.

 

Ele olhou para os lados e focou o olhar em algum lugar, meus olhos o avaliavam. Sua barba rala estava bem-feita, os cabelos bem penteados, usava uma roupa de última moda. Pensei em quebrar o pescoço dele bem ali, mas muitas testemunhas para compelir depois. E Marcus não era descuidado a ponto de sair sem seguranças.

 

— Primeiro, quero te ensinar a ficar mais forte. — Falou voltando seu olhar a mim.

— E como faria isso? — fingi interesse.

— Você sabe como. — é, eu sabia que o caminho mais fácil para me tornar mais forte era consumindo sangue humano. E não tinha hipótese alguma de eu fazer aquilo.

— Eu posso não ser uma boa pessoa, mas eu não mato por prazer Marcus. Vou ter que declinar da sua oferta. — Deixei alguns dólares sobre o balcão e peguei minha jaqueta. Estava saindo quando ele voltou a falar.

— E que tal um exército de híbridos? — travei no lugar e voilà chegamos ao ponto. — você poderia ser a líder, já que Michael não dá valor as suas habilidades e colocou um garoto para ser o alfa. Trevor o nome dele não é?

— Parece que sabe muito bem o que acontece naquela mansão. — ergui a sobrancelha.

— Se quiser saber mais sobre isso, sabe onde me encontrar. Mas por hora vou indo, é lua cheia, tome cuidado pequena Lauren. — Marcus apontou para o relógio, já passava de uma da manhã, ou seja. Hoje era noite de lua cheia.

 

Voltei a mansão e não avistei ninguém, fui para o meu quarto e dei de cara com Hayley em minha cama. Ela estava dormindo com vários papéis a sua volta, evitei fazer muito barulho, tirei as botas e fui tomar banho, mesmo com a água gelada caindo em minhas costas eu sentia meu sangue fervendo, meu encontro com Marcus foi um pouco intenso. Após o banho vesti uma roupa confortável, Hayley estava inclinada na janela, podia-se ouvir uivos e algum choro ao longe. Indicava que os mais novos estavam tendo sua primeira transformação.

 

— Onde você estava? — tinha raiva em sua voz.

— Eu só fui pensar Hayley. — me joguei na cama.

— Pensar? Sabe que não podemos sair da mansão na lua cheia. Evitar estragos lembra? — falou vindo se sentar ao meu lado.

— Vocês não podem sair. Michael não manda em mim. E meu controle vai muito bem, obrigada. — fechei os olhos ouvindo o vento silvar entre as árvores.

 

Ela tocou em minha testa percebendo que eu estava febril, me fulminou com o olhar. Eu sabia o que passava em sua cabeça.

 

— Você parece tensa Lauren, o que aconteceu? — perguntou com cuidado.

— Encontrei Marcus. — Hayley ficou surpresa.

— E como você ainda está viva?

— Está bem claro que ele não quer mais isso, ele me quer como braço direito dele.

— Capacho você quer dizer né? — ironizou ela.

 

Peguei um dos papéis que antes Hayley estava estudando. Haviam datas, nomes e funções, apenas um nome tinha um endereço na frente.

 

— O que é tudo isso? — perguntei. Ela tirou o papel das minhas mãos.

— Pessoas que Marcus está interessado. Ainda não sabemos a relação entre elas.

— Ele citou exército de híbridos comigo hoje, prometeu que se eu me juntasse a ele me tornaria líder deles. Já sabem como ele vai fazer isso? — me sentei na cama, minha cabeça latejava muito.

— Aaron ficou de voltar com essa informação.

— Mandaram o Aaron para fazer isso? Vocês são loucos, ele é uma criança! — uma enorme dor se apoderou de meu corpo.

— Hey, calma. Se controla. — Hayley disse. Pegando algo na gaveta, aplicando o supressor logo em seguida. — ele sabe se cuidar, e além disso Trevor está com ele.

— Ótimo, ele vai morrer. — revirei os olhos e me levantei. Sai em minha moto antes que Hayley me impedi-se.

 

[…]

 

Cruzei o sinal mesmo ele estando vermelho, não havia nenhum carro na rua e obedecer o sinal de trânsito era o último dos meus problemas. Saí assim que Hayley falou sobre Aaron, ele tinha apenas 17 anos e foi mandado como isca para algo perigoso. Andei por lugares desertos, galpões abandonados e nenhum sinal deles. Estava quieto demais. Dirigi pelo centro onde horas antes eu estava bebendo. Ia virando na próxima esquina quando ouvi um pequeno murmúrio, o vento soprou e senti um cheiro conhecido, doce e delicado, fiquei em alerta e acelerei a moto. Meu subconsciente dizia para ficar fora disso, mas se fosse acontecer a mesma coisa que ocorreu em Alberta, eu poderia impedir.

 

— Hey babacas. Não acham que está na hora de crianças estarem na cama? — meus passos eram calmos em direção aos dois adolescentes.

— Não dê uma de esperta dona, que tal se juntar a nós? — o menor falou. Eu não conseguia ver o rosto da pessoa que eles seguravam, mas em segundos joguei o garoto mais alto contra a parede oposta. Ele gemeu de dor. Acho que ouvi ossos estralarem.

— O que disse? — falei próxima ao rosto do menor, ele tremia e correu para longe.

— Como você… — como um gatinho assustado ele ajudou o outro a se levantar, e saiu correndo dali.

Meus olhos se acostumaram com o breu e com um feixe de luz que vinha da rua, pude notar ser uma mulher. Quase senti vontade de caçar aqueles garotos e lhes dar uma lição, ela tremia de frio e tentava se proteger do vendo gelado com os braços.

 

— Você está bem? — aproximei-me devagar para não assustá-la. Vi seus olhos cintilarem no escuro, um leve tom azul.

— N-não me machuque… — disse em súplica.

— Hey, eu afastei aqueles delinquentes. Você vai ficar bem agora. — tentei acalmá-la mesmo não sabendo como fazer aquilo. Eu estava mais acostumada em fazer mulheres gemerem e não chorarem.

 

Seus olhos se arregalaram e ela ia falar algo quando senti uma presença atrás de mim, e depois outra e outra.

 

— Bom trabalho em manter nossa galinha dos ovos de ouro sã e salva, Lauren. Sabia que não ia me decepcionar. — me virei depressa ao ouvir a voz de Marcus. A mulher se agarrou a minhas costas e estava tão próxima que podia sentir sua respiração.

— Duas vezes no mesmo dia? Acho que não ando com muita sorte, aliás, você não anda com sorte Marcus. — falei tentando manter a calma. — Pensei que fosse esperto em se manter em casa durante a lua cheia.

— Surgiu algo importante. Então se puder entregar a moça; nos vamos embora sem conflitos. — fiquei em alerta. Senti a mulher segurar em meu braço com mais força.

— Posso saber para que querem ela?

— Você já foi mais esperta Lauren. Não notou nada de diferente nela? — voltei minha atenção a ela, eu só via uma mulher amedrontada. Seu coração martelava e eu podia ouvir sem usar minha super audição.

 

No instante em que me distraí, os homens de Marcus literalmente voaram em cima de mim, me jogando para longe dela. A puxaram para a luz, ela gritava e tentava se soltar; foi aí que reconheci seu rosto. Quantas vezes o destino ia cruzar aquela mulher no meu caminho? Talvez eu devesse deixar Marcus a levar, afinal ela não era responsabilidade minha.

Um dos homens pisou em meu peito me mantendo no chão, mas não por muito tempo. Eu estava furiosa.

 

— Obrigada por tornar meus planos mais fáceis Lauren. Te vejo por ai. — foram as últimas palavras de Marcus antes de sumir na escuridão levando consigo a mulher cuja a única coisa que sabia dela era a profissão e o sobrenome, a tão odiada por mim, Dra. Cabello.



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