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História The Hybrid - Prisioneira


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Espero que estejam gostando, e tudo ainda pode parecer confuso mas irá se esclarecer no devido tempo.

Boa Leitura.

Capítulo 5 - Prisioneira


Camila POV

 

O dia em que minha vida mudou começou como qualquer outro. Era para ser a rotina de sempre, acordar, ir para meu trabalho no hospital, ver o noticiário que ultimamente vem mostrando cada vez mais ataques de animais nas redondezas, normalmente eram animais pequenos, mas algumas semanas atrás alguém — Beth, da pediatria — tinha começado um rumor de que os ataques eram obras de demônios. Eu não acreditei nisso, mas era um lembrete constante de que o mundo não era mais o mesmo no qual eu nasci. Tudo estava se transformando, eu querendo, ou não.

Depois de um dia difícil, saí com conhecidos do hospital. Algo que deveria ser considerado normal, mas os acontecimentos que se seguiram naquela noite, foram tudo menos normal.

 

Tudo aconteceu muito rápido, a voz rouca e melodiosa falava e eu não conseguia me mover. Mas sabia que estava segura com ela ali. Porém, vultos passaram entre nós, senti que a mulher que me protegera também sentiu. Houve uma discussão, um homem falando sobre galinha de ovos de ouro, se referia a mim? Eu não sei, fiquei quieta esperando e rezando para que eles fossem embora. Em um piscar de olhos ela não estava mais em minha frente, vi dois homens segurando-a contra o chão, tentei me soltar, mas foi em vão, eles eram fortes e falavam palavras desconexas. Meus olhos ardiam mas não consegui identificar que fosse de choro, aceitei o destino e fui levada para um lugar que não conhecia, vendada e amordaçada.

 

Um dossel, com roupas de cama brancas e manta vermelha. Jogaram-me contra ela e trancaram-me antes que eu pudesse protestar. Estava um pouco escuro somente a luz da lua iluminava o cômodo, tateei ao redor em busca de um interruptor, achei um perto da cama, acendi e pude ver na baixa luminosidade o quarto em que estava. Não era muito luxuoso mas o suficiente para um refém, que no caso seria eu. Senti que a bebida já se esvaia do meu sangue, e então veio o choque, o medo por estar em um lugar desconhecido e meus pensamentos voaram para a pessoa que tentou me ajudar. Mesmo no escuro e com ajuda da luz da lua pude ver seus olhos, eram intensamente verdes, quase como estrelas de tão atraentes e brilhantes, impossíveis de se desviar. Lembrei de seu toque gentil, sua fala suave. Quando a toquei senti sua pele quente sob a jaqueta que ela usava. De algum modo ela me era familiar.

Minha cabeça latejava, levantei me sentindo ainda tonta. Flashes da noite passada vieram em minha mente, abri os olhos e não era um sonho, aquele quarto, a cama de dossel ainda estavam lá. Ouvi o clique da porta e ela foi aberta, revelando um homem alto e moreno, cabelos negros e bem penteados, duas mulheres estavam com bandejas em mãos.

 

— Vejo que já acordou. Perdoe-me se meus homens foram rudes, senhorita.

— O que quer de mim? Eu não tenho dinheiro. Devia ter sequestrado alguém famoso. — falei nos meus cinco segundos de coragem.

— Eu não quero um resgate. Mas eu vou lhe explicar tudo o que quiser. — o homem sinalizou e as duas mulheres vieram em minha direção, a bandeja continha um farto café da manhã.

 

Ele me deixou a sós, e ordenou que tomasse banho. As mulheres que identifiquei serem suas empregadas me ajudaram sem emitir nenhum som, era como se fossem bonecas apenas acatando ordens. Tentei perguntar onde estava, e o que queriam de mim. Mas a única resposta que recebia era um monótono “Nossos lábios estão selados”.

 

Fui levada por um extenso corredor. Percebi estar em uma casa bem cuidada. E me dei conta de ser uma mansão. A maioria vestia preto e olhavam para mim admirados e com olhos famintos. Entrei em uma sala com uma grande mesa, doze acentos no total.

 

— Sou Marcus, agora sente-se. Tirarei suas dúvidas.

— O que quer de mim? Porque está me tratando como convidada se você me sequestrou?

— Vamos com calma. Primeiro, você é a chave para meu exército. — falou erguendo sua taça.

— Eu sou médica! Não militar.

— Eu sei, e pela sua verdadeira natureza me admira que consiga ficar tão perto de sangue. — franzi o cenho.

— Verdadeira natureza? — questionei.

— Como imaginei, você não sabe de absolutamente nada. — disse pousando a mão no queixo.

 

Pegou uma pasta e folheou algumas páginas antes de olhar para mim novamente.

 

— Sinuhe Cabello, professora aposentada, filha única chamada Camila… Alejandro, trabalhou em uma oficina, vive com sua esposa em Nova York.

— Não machuque eles! — implorei.

— Ah, claro que não querida. Mas me interrompa de novo e vou ser obrigado a quebrar seu pescoço. — falou com um sorriso diabólico. — Vejamos, Cassandra Estrabao… esse nome lhe é familiar?

— Não. O que ela tem a ver com o meu sequestro?

— Sequestro? Eu lhe dei uma cama confortável e comida; e chama minha hospitalidade de sequestro? — ironizou.

 

Eu já estava impaciente com tanta enrolação, fiz um movimento para me levantar mas o homem me lançou um olhar severo.

 

— Okay, vou direto ao ponto. Você é descendente de um clã muito antigo, houve uma época que nossas espécies viviam em paz até o imbecil do Michael… bem, isso não vem ao caso. Você é descendente direta de Cassandra Estrabao. A vampira mais poderosa que existia. Esqueça tudo de normal que você conhece, toda a história da sua vida até agora foi uma mentira.

 

— Impossível. Você não sabe nada da minha vida. — falei confusa.

 

— Nunca se sentiu diferente? Capaz de fazer coisas que os outros não podiam? Seus pais, alguma vez desconfiou que eles lhe faltassem com a verdade? Bem, minha querida, eu sinto muito mas sua vida é uma piada. Estou apostando minhas fichas em você garota, não se preocupe se eu constatar que você é totalmente humana e sem graça eu libero você.

 

Ouvi aquelas coisas sem sentido sem me mover, eu não acreditava no que estava ouvindo. Fui raptada por um fanático em criaturas que não existem! Estou presa em uma mansão que nem sei a onde fica e a possibilidade de Marcus ser louco é extremamente alta.

 

— Você é louco. — falei me levantando. Segundos depois senti uma mão em meu braço. Ele estava do outro lado da sala, como isso é…

— Possível? — ele falou me assustando. — Eu posso entrar na mente de qualquer humano, mas você… tem algo especial.

— Eu posso ir embora agora? — perguntei na tentativa de sair dali.

— Não acredita em mim, não é? Bom acho que vou ter que lhe mostrar. — me puxou pelo braço para fora da sala, me levou pelo mesmo corredor de antes, parou em frente a uma porta de madeira com um símbolo entalhado nela. — Você ficará aqui até o seu despertar, ou você desperta sua verdadeira natureza, ou você morre.

 

E assim me jogou para dentro da sala, o chão era frio, o ar era sufocante. Os mesmos homens que me trouxeram me levaram para uma outra sala, havia equipamentos médicos, uma maca e um grande tanque com água e tubos. Tentei sair de seus braços, mas ele me apertavam com mais força. Senti um incomodo na nuca, depois disso minha visão ficou turva e antes de eu apagar eu ouvi uma voz.

 

— Primeiro, vamos tirar um pouco do seu sangue.

 

Lauren POV

 

Estou sentada no escritório de Michael ouvindo seu sermão pelo meu descuido em envolver uma pessoa no nosso mundo. Mesmo com a sensação que tive, aquela mulher já deve estar morta, e não era problema meu, mas sentia minha mente voar a cada momento para seu pedido de ajuda, era como se eu pudesse ouvi-la dentro da minha cabeça, confundindo os meus sentidos.

Agora Michael está intrigado com a garota e quer ir atrás dela, seja lá onde ela estiver.

Estava prestes a sair da sala e o deixar falando sozinho quando ouço duas batidas na porta.

 

— Estou ocupado! — Michael grita.

— É importante. — A voz de Aaron soa ofegante. Logo ele e Trevor estão dentro da sala.

— O que houve? Descobriram alguma coisa? — Impaciente, Michael bateu na mesa. Aaron estava apreensivo, ele olhou para mim como se pedisse ajuda.

— Pegamos um dos homens que servem a Marcus, ele nos contou coisas perturbadoras. Ficamos sabendo que ele levou uma humana hoje… e não restam dúvidas, ela é o que faltava para Marcus construir um exército. — Trevor disse.

— Exército! Isso é inaceitável. Temos que pegar essa mulher de volta, e Lauren se prepare; a culpa foi sua e é sua responsabilidade trazê-la para nós. Vamos descobrir o que essa garota tem de tão especial.

 

Abri a boca para protestar mas ele saiu furioso da sala seguido por Trevor, me deixando para trás com Aaron.

 

— O que fazemos agora? — Aaron perguntou preocupado.

— Acho que temos uma donzela para salvar.

Arrumei minhas coisas dentro do porta-malas; me equipei com luz ultravioleta, estacas e outras coisas que eu poderia precisar. Hayley iria comigo, o plano era entrar sem ser percebida, achar a garota e sair de lá. Tudo o mais rápido possível, só teríamos que passar despercebidas por um clã inteiro. Eu tinha que tomar cuidado, pois uma vez lá dentro eu estaria em desvantagem.

 

— Vamos lá, o que pretende fazer depois que trouxer aquela mulher? — Hayley perguntou entrando no carro.

— Sabe Hayley, eu estava pensando. Ela é o problema, sem ela Marcus será incapaz de criar híbridos e se acabarmos com isso tudo fica resolvido. — falei saindo pelo enorme portão da mansão.

— Está louca Lauren? Você se ouviu?

— Claro, fui eu que falei.

— Quer dar um sumiço nela, é isso? — Hayley falou incrédula.

— Eu vou matá-la antes que sobre mais para o meu lado, já tenho o clã inteiro atrás de mim para me preocupar.

— Michael não vai gostar disso Lauren! — sorri, não era para ele gostar mesmo.

 

Estacionei o carro fora da visão de quem entrasse e saísse da casa de Marcus, não tinha outro lugar que ele pudesse esconder a Dra. Cabello. Fiz um sinal para Hayley, ela iria pela lateral e eu pelos fundos, iniciando as buscas pelo andar de cima. Já visitei-o uma vez então eu sabia todos os caminhos secretos onde eu podia entrar e sair sem ser vista.

O jardim estava vazio, era bem cuidado pelo visto e tinha uma fonte com água límpida. Repassei primeiro os lugares por onde eu poderia entrar e o caminho mais curto para o segundo andar seria entrando pela janela. Apoiei um pé na grande árvore de carvalho e tomei impulso, em segundos eu estava do lado de dentro, ajeitei meu sobretudo e fui explorar o lugar. A maioria das janelas estavam fechadas, eu abri algumas, poderia usá-las como fuga se fosse necessário. Caminhei até o final do corredor onde tinha uma sala, talvez a única de toda mansão que eu não conhecia, lugar mais do que suspeito. Girei a maçaneta e estava trancada. Forcei até ouvir um pequeno estralo, fácil demais. Entrei na sala e se não fosse pela minha visão afiada e por um feixe de luz que vinha do chão eu não veria muita coisa. No lado oposto havia uma outra porta, o feixe de luz vinha dela, caminhei devagar cuidando para não esbarrar em nada. Aproximei meu ouvido da porta e nenhum ruído foi ouvido, adentrei na sala e parecia um laboratório. Meu olfato sentiu cheiro de sangue, mas não qualquer um, novamente aquele aroma delicado e doce pairava no ar.

 

Ela estava deitada em uma maca, imóvel, aparelhos ligados ao seu braço; uma bomba drenava seu sangue. Seus batimentos eram fracos, quase imperceptíveis, eu podia apenas deixá-la morrer e acabar logo com isso mas minha curiosidade sobre o que Marcus queria com ela foi maior. Tinham marcações em uma prancheta, a palavra “positivo” estava circulada com caneta vermelha. Mas o que significava? Que Marcus conseguiu o que queria? Como o sangue de uma mera humana pode ser tão especial?

 

E mais uma vez fui vencida pela curiosidade, se seu sangue era tão estimado a ponto do líder do clã fazer de tudo para tê-lo, eu tinha que provar. Mas antes que eu pudesse fazer algo, um alarme soou incomodando meus ouvidos, levaria segundos para aquela sala estar cheia de vampiros.

 

— Merda onde você estava! Temos que sair daqui. — Hayley entrou pela porta ofegante, tinha um pouco de sangue em suas mãos.

— Pegue esses papéis, acho que são importantes. Eu levo ela. — passei as folhas para ela. Voltei a mulher inconsciente e soltei as amarras e retirei a agulha de seu braço. Agradeci internamente por possuir controle senão Dra. Cabello seria apenas mais um lanche para mim.

 

Hayley abriu caminho entre os vampiros que surgiam na nossa frente. Uma vez lá fora, corremos em direção ao carro. Trevor que veio nos dar cobertura, impediu o avanço dos homens de Marcus.

 

Um quarto estava preparado para recebermos a doutora, tivemos que chamar uma pessoa de confiança para cuidar dela. E com confiança eu queria dizer Dinah, ela era uma humana, sim uma humana completamente normal; nos conhecemos quando pequenas e ela acabou descobrindo meu segredo, ela agiu admirada e não com medo de mim, do que eu sou. A partir desse momento eu sabia que podia contar com ela para tudo.

 

— Abram espaço, eu preciso ver o estado dela. — A voz de Dinah soou no corredor, logo ela estava tirando objetos de dentro de uma maleta. — Céus, o que houve com essa garota? — perguntou checando a pressão.

 

Enquanto Dinah a examinava, fiquei andando de um lado para o outro no quarto, eu estava impaciente em saber dos resultados que Dinah pediu para serem feitos com as amostras de sangue que coletou. A pele antes branca e sem vida da Dra. ganhou a cor de antes, arrisco dizer que seja latina. Seus traços não negam isso.

 

— Onde está Michael? — Dinah perguntou.

— Foi a uma conferência. Deve voltar em um ou dois dias. — Hayley disse.

— Espera, se ele não está aqui. Quem vai tomar conta de tudo? — perguntei curiosa.

— Trevor. — revirei os olhos, o queridinho de Michael.

 

Cerca de duas horas depois, Dinah conseguiu estabilizar o estado daquela mulher. Agora, eu, Dinah e Hayley estávamos no escritório de Michael prontas para abrir o resultado dos testes. Dinah estava inquieta, ela provavelmente checou antes de nós.

 

— E então? — Hayley falou se sentando em um sofá.

— Eu não sei como, mas primeiramente, Lauren você tem certeza que quer saber isso? — Dinah me fitou séria.

— Fale logo Dinah! Cansei desse mistério!

— Tudo bem, nós analisamos não só o sangue, mas também o DNA e nosso banco de dados achou uma estrutura semelhante a dela. Marcus estava certo em ir atrás daquela garota, mas ela em mãos erradas não é nada bom. Lauren, a estrutura molecular daquela mulher é diferente de tudo que já foi visto por mim. Mas… uma parte das enzimas e parecidas com a sua…

 

Ouvi atentamente a tudo que foi falando, então o silêncio pairou na sala. Ela acabou de dizer que o sangue dela é idêntico ao meu? Isso então significa que…

 

— Impossível! — ri sarcástica.

— Eu também achei isso Lauren. Mas os testes confirmam que é possível. Não sabemos de quem ela é filha, mas ela faz parte de um dos clãs. — Dinah ponderou.

— O que?! — Hayley se levantou. — Como não soubemos da existência dela até agora? E como eu não senti sua aura antes? Oh céus.

— Provavelmente ela não sabe sobre sua condição, é possível que ela ainda não tenha despertado. Ela foi criada como uma humana, cega a esse mundo. Nunca precisou chegar aos limites para enfim sua verdadeira natureza aflorar. E também é perfeitamente capaz do gene nunca se desenvolver. — Dinah disse em tom preocupado.

— E vai continuar assim, quando ela acordar compelimos ela a esquecer de absolutamente tudo, ela volta para a vidinha sem graça dela e fim de história. — falei perdendo a paciência.

 

Saí daquela sala sufocante, peguei minha moto e fui para um lugar calmo, eu precisava de tempo para absorver tudo isso.


Notas Finais


:)


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