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História The Hybrid - The Old Lauren


Escrita por: EstrabaoJwregui

Capítulo 50 - The Old Lauren


Camila POV.

 

Não sei se Lauren acha que nasci ontem, quando tomamos café semana passada ela tinha o cheiro de outra pessoa. Não falei nada pois ela disse que saiu com Lady, poderia ter esbarrado em alguém certo? Mas seja como for o que começou a me deixar intrigada foi o que aconteceu nos dias seguintes.

As luzes da casa estavam todas apagadas, meu plantão terminava muitas vezes bem tarde da noite, Lauren era sempre a que chegava primeiro e deixava as luzes da varanda acesas para mim. Mas não foi o que aconteceu hoje, ela não estava em casa, não havia preparado o jantar e nenhum recado na secretária eletrônica e muito menos uma mensagem de texto.

Estava tão cansada nesse dia que não a esperei, só sei que Lauren chegou bem tarde nesse dia e tomou banho no outro quarto, achei que fosse para não me acordar. Mas esse não foi o único dia que aconteceu…

 

— Hayley não foge das minhas perguntas, noite passada Lauren estava com você? — eu tinha ido atrás da pessoa que mais conhecia Lauren. Hayley não olhou para mim e continuou andando, ela parecia bem ocupada dando ordens e mantendo a mansão que abrigava o clã em ordem.

— Devo me preocupar?

— Se não me disser, sim. — falei firme não deixando de ficar séria.

— Eu não sei onde ela estava, provavelmente se divertindo? Camila, eu sei que se casou com ela mas Lauren não é um passarinho que se deixa viver em uma gaiola.

— Eu sei, mas achei que a fase rebelde dela acabaria, afinal ela não é mais uma adolescente. — bufei girando os calcanhares para sair da mansão.

Hoje eu conversarei com ela. Mesmo já tendo uma ideia do que anda acontecendo, como eu disse eu não nasci ontem; ela está se alimentando e na primeira vez que pensei nisso não achei nada demais, contanto que não apareça nenhum cadáver sem sangue no hospital. Mas meu medo era de que Lauren não tenha conseguido parar, afinal, nem de bolsa ela gostava.

Receio que minha esposa esteja se tornando uma vampira sem coração.

Tentei me concentrar ao máximo no trabalho, mas Lauren ainda não deu as caras e não responde nenhuma das minhas ligações. Ela havia me ignorado totalmente, resolvi ir atrás dela nos piores lugares possíveis.

Assim que saí do hospital dirigi até um bar que não tinha uma boa fama, e era conhecido por ser um lugar dos vampiros da cidade; entrei e tentei não vomitar com os olhares de desejo sobre mim. Fui até o homem que limpava o balcão com uma foto de Lauren em mãos.

— Hey, você viu essa mulher? — soei mais assustadora do que imaginei.

— Oh! Você é amiga dessa vagabunda? Ela acabou com meu bar semana passada. — ele cheirava a tabaco e cerveja barata.

— O que ela fez exatamente? — trinquei meu maxilar focando em seus olhos.

— Ela não obedeceu uma regra primária de não se alimentar em público. Se os humanos descobrem, já era centenas de anos escondendo esse segredo do mundo.

— Eu cuido dela.

Lauren POV.

 

Que tédio, é muito fácil persuadir esses idiotas para conseguir um pouco de sangue. Homens, sempre caindo de quatro por uma mulher. Pode ser que eu esteja usando meu charme natural com esses babacas mas pensei que a presa fosse mais difícil, cadê a adrenalina nisso?

— Hey Lauren! Não desperdice isso. — um cara que conheci em um bar falou. Eu estava sentada em um sofá de couro, ao meu lado um corpo quente e jovem com muito sangue saudável. Ele estava a  minha frente com a boca suja de sangue e uma mulher desacordada em seu colo.

Minha cabeça alertava que aquilo era errado, mas eu não conseguia parar; a sensação era algo que jamais senti. Então é assim que um vampiro ativo se sente. Me sentia mais viva do que nunca.

Eu tinha vislumbres do meu passado quando eu era apenas isso, uma fera atrás de sua presa, noite após noite; me sentia entorpecida como o alcool não me afeta tanto o sangue fresco exercia o papel contrário, é como um viciado em drogas. Quando começa a usar você se sente tão bem que não consegue parar.

— Acho que estou bem por hoje… preciso ir para casa. — falei me levantando.

— Ah claro, voltar pra mulherzinha… hey você podia me apresentar ela, quem sabe não nos divertimos? — sua voz soou cheia de malícia.

— Cala boca. — rosnei.

— O que? Eu vi uma foto dela no seu telefone, e porra, ela é uma gostosa. Aposto que a boce…

Num movimento rápido eu girei seu pescoço causando um estalo, eu havia só deslocado. Ele gritou de dor e implorou para parar, mas algo em mim queria arrancar as bolas dele e enfiar goela abaixo.

— Não fale assim da minha mulher! — sussurrei em seu ouvido, minha voz rouca cheia de fúria.

— Desculpe, desculpe; era brincadeira. Laur eu não faço mais, me desculpa! — sua voz trêmula implorou e eu senti uma estranha sensação, porém boa.

— É claro que não. Te vejo no inferno. — falei antes de girar sua cabeça para o outro lado, quebrando de forma que ele não acordaria com uma mera dor de cabeça.

Ele não acordaria.

Entrei devagar em casa atenta para não derrubar nada já que estava tudo escuro. Subi os degraus e estava louca por um banho, entrei na ponta dos pés fechando a porta devagar atrás de mim. Me virei devagar e no caminho para o banheiro uma luz se acendeu.

Camila estava sentada com as pernas cruzadas e uma taça de vinho na mão, o semblante sério e não parecia nada feliz.

— Camz… pensei que estivesse dormindo. — falei suavemente. Ela riu.

— Ah claro. Você achou que eu não iria notar, pela quinta noite consecutiva você chegando tarde da noite, sorrateira para não me acordar? Onde você estava?

— Com um amigo… ele precisava de ajuda. — falei gesticulando com as mãos, um sinal claro de desconforto.

Camila respirou fundo e apoiou a taça sobre a mesinha ao lado da janela. Ela se moveu tão rápido que não pude mover um músculo quando ela me pressionou contra a parede. Sua mão direito segurou meu queixo o mantendo para cima enquando ela passava o nariz pelo meu pescoço. Senti-a inalar meu cheiro e seu hálito bateu contra minha orelha.

— Isso é perfume de mulher. — não foi uma pergunta, e sim uma confirmação. Ela passou a mão pelo colarinho da minha camisa e vi seus olhos dilatarem. — Vá tomar banho, depois nós conversamos.

Ela me soltou e saiu do quarto. Engoli em seco, escondi algo importante dela e eu sabia que isso não ia acabar bem, Camila tinha um olhar mortal e eu não queria bater de frente com ela. Lauren sua idiota!

Demorei mais que o esperado no chuveiro, queria tirar qualquer rastro de sangue e cheiro de outra pessoa. A encontrei na cozinha, impaciente e com uma faca na mão.

— Camila eu posso explicar. — comecei.

— Explicar o que? Que você mordeu nosso vizinho, que você chega tarde para me evitar ou o fato de você estar se alimentando de sangue fresco todos os dias?

Meu queixo caiu, eu não sabia o que responder.

— Camz você não entende. É uma necessidade… você não sente o mesmo? — ela desviou o olhar. — Deixei que isso me controla-se, eu sinto muito.

— Você está certa. Eu sinto, mas não saio atacando qualquer um no meio da noite. E brigando em bares. Eu não estou brava por você beber sangue, afinal eu também bebo; mas devia ter me contado. Você precisa parar antes que saia totalmente do controle. Temo que a antiga Lauren volte.

— Está bem… já parei. Me desculpe Camz. Me perdoa. — falei pedindo um abraço. Ela negou com a cabeça mas me puxou para perto.

— Prometa que quando tiver sede vai vir até mim? — afirmei com a cabeça, afundando meu rosto em seu pescoço.

Ela estava certa, hoje eu estive a ponto de me alimentar sem pudor, sem ligar quem fosse; comecei com pessoas que não fariam falta para a sociedade, mas hoje eu ataquei uma mulher que saía do supermercado. Céus eu estava me tornando um monstro que deixei de ser a muito tempo.

~

Era outubro. As árvores do cemitério ganharam um tom marrom de decomposição e uma brisa fria assobiava, tomando o lugar do calor sufocante do verão. Não que eu sentisse muito frio. Eu tinha por volta dos meus 17 anos.

Minha próxima vítima estava a apenas alguns passos de mim: uma garota de cabelos castanhos que escalava a cerca da propriedade dos Jhonsons, vizinha ao cemitério.

— Christina, o que está fazendo fora da cama tão tarde? — sussurrei.

Meu comportamento brincalhão estava em desacordo com a sede abrasadora que me tomava. Christina não devia estar aqui, mas Michael sempre fora carinhoso com ela. Ela já estava em um jogo perigoso, mas não sabia que ele estava prestes a se tornal mortal.

Christine semicerrou os olhos no escuro; pelas pálpebras pesadas e os dentes manchados, pude perceber que ela havia tido uma longa noite.

— Lauren Jauregui? — ofegou ela. — Mas você não estava viajando?

Dei um passo na direção dela.

— Estava.

— Sim, eu vi você partir. — ela tombou a cabeça para o lado. Mas não parecia preocuada. Era praticamente uma sonâmbula inebriada de vinho e beijos roubados.

— Estou aqui, não é um sonho. — falei com a voz rouca.

Peguei-a pelos ombros e a puxei para perto. Ela se inclinou sobre meu peito, e as batidas altas de seu coração encheram meus ouvidos. Ela cheirava a jasmim, como no verão passado, quando minha mão roçou sua pele quente num jogo de sedução que eu havia ganhado.

Passei um dedo em seu rosto. Christine foi minha primeira obsessão desde meu coração ser partido por Demi; e eu sempre me perguntava como me sentiria ao segurá-la assim. Enconstei os lábios em seu ouvido.

— Sou mais como um pesadelo.

Antes que Christina pudesse soltar algum ruído, cravei os dentes diretamente na jugular dela, suspirando quado o primeiro jato atingiu minha boca. Ao contrário do que o momento sugeria, o sangue não era tão doce quando eu imaginava. Tinha gosto de fumaça e era amargo, como café queimado. Ainda assim, bebi intensamente, drenando-a toda, até que ela parou de gemer e sua pulsação se reduzia a um sussurro. Ela ficou mole em meus braços e a ardencia que invadia minhas veias parou.

Por toda a semana cacei seguindo minha vontade, tendo descoberto que meu corpo exigia duas refeições por dia.

~

Voltei a realidade com o beijo suave de Camila, capturei seus lábios, me agarrei a ela acariciei suas costas. Ela mordeu meu lábio e se afastou.

— Vamos dormir. — disse me puxando pela mão escada acima.

Acordei na manhã seguinte sentindo um peso sobre mim, abri meus olhos devagar e logo os fechei, estava muito claro; devo ter esquecido de fechar as cortinas ontem à noite. Mesmo com os olhos fechados levei a mão até a coxa de Camila, sim eu sabia que era ela em cima de mim.

— O que está fazendo Camz? — minha voz saiu rouca e ouvi o suspiro dela. Abri os olhos novamente e dessa vez os mantive abertos, Camila não olhava para mim, e sim para um papel em sua mão. Notei ser a carta que chegou dias atrás.

Sentei com cuidado para manter ela comfortável em meu colo. Seus olhos percorriam as linhas como se procurasse algum significado, abracei-a para dar apoio no que quer que fosse; ao terminar de ler ela me abraçou e fungou, ela estava segurando o choro e eu me sentia horrível. Acariciei suas costas em um carinho suave, subindo e descendo e a embalando como um bebê em meus braços.

— Seu silêncio está me matando, tá tudo bem? — ela voltou a posição anterior e limpou uma lágrima e depositou um beijo em meus lábios.

— Eles estão vivos.



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