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História The Hybrid - Oh no Camz!


Escrita por: EstrabaoJwregui

Capítulo 55 - Oh no Camz!


Lauren POV

 

Não sei por quantas horas dormi, mas senti que não foi quase nada. Em vez disso, o vento frio que entrava pela janela aberta me fez acordar, Camila estava quase fundida a mim por causa disso; seu corpo estava quente mas ela parecia com frio.

Me afastei devagar para não acordá-la, ela resmungou e se agarrou aos lençóis. Fechei as janelas e o uivo do vento parou; mas minha audição detectou outra coisa.

Parecia um choro de animal, pequeno e ferido. Pensei ser a loba de Camila, caminhei para fora do quarto; pés descalços e coçando os olhos. Verifiquei o andar de baixo e a cozinha, encontrei Lady esparramada no meu sofá. Ela levantou a cabeça bufou e depois deitou-se novamente.

Ainda ouvindo o som baixo, caminhei até a porta de entrada; destranquei com muita preguiça e a abri. Um forte vento gelado bateu contra meu corpo, olhei para os lados e ouvi o som mais perto, só que agora me dei conta de que não era um choro de um animal.

Coberto por uma manta grossa, em uma cesta de piquenique a alguns metros de mim, me aproximei e me debrucei sobre a cerca, o grande portão rangeu quando o abri para pegar aquilo. E mal havia tocado no cesto um grande e sonoro choro de bebê se fez presente.

Minhas mãos tremiam, não pelo frio mas por ser um recém nascido.

Usei minha velocidade para voltar para dentro de casa, subi para o segundo andar e desviei o caminho para um dos quartos de hóspedes, que ficava longe da suíte onde Camila dormia.

 

Pânico tomou conta de mim.

 

— Merda! — xinguei baixinho o que fez o bebê berrar mais. — Shhh colabora amiguinho, vai acordar a casa inteira.

Mais choro.

Retirei-o da cesta e coloquei sobre a cama.

— O que eu faço agora? Ok, já vi isso naquela série. — fui até o armário e peguei todas as almofadas que encontrei, fiz um cercadinho ao redor do bebê, mas nada que o fizesse tirar a cara de choro.

 

Pelos Deuses, como eu, uma híbrida a mais temida do mundo vim parar nessa situação.

— Quem deixou a TV ligada? — era a voz de Dinah. DINAH!

Corri para fora do quarto dando de cara com ela.

— Graças a Deus, me salva.

— Laur? O que faz acordada a essa hora?

— Explico depois. — a empurrei para dentro do quarto e fechei a porta — Me ajuda.

— Com o que… — ela parou de dizer assim que a coisinha choramingou mais uma vez. — PUTA MERDA!

— Shhh! Cala a boca. Vai acordar a Camila.

— Você virou sequestradora de criancinhas?

— Não sua louca, eu acordei e ouvi um barulho então segui e bang! Bebê!

— Droga Lauren, ele ou ela, deve estar com fome.

 

Ela caminhou até a cama e pegou ele ou ela no colo. Imediatamente parou de chorar.

 

— Como fez isso? — disse eu.

— Trabalho num hospital, lidar com recém nascidos é meu trabalho.

 

Ela pegou a coisinha e caminhou para fora do quarto.

 

— Aonde você tá levando ele ou ela. — ela bufou e me ignorou. Mexeu nas roupinhas do bebê e sorriu.

— Ele parece com fome. Mecha essa bunda branca e me ajude.

A segui até a cozinha, calada. E com receio daquela coisinha olhando com os olhinhos arregalados para mim. Ele mordia a mão.

— O que bebês comem? Tenho pizza de ontem…

— Nem continue, quer alimentá-lo ou matá-lo? — disse Dinah. — Eu vi que Camila guarda as coisas comestíveis naquele armário. Vá pegar algo que dê pra ele comer.

 

Fiz o que pediu. Achei leite em pó que Camila usava para fazer seus deliciosos bolos.

 

— Agora segura aqui. — disse estendendo o bebê para mim.

— O que?

— Como o que? Segure o bebê, alguém tem que preparar o leite dele.

— Eu posso fazer. — falei tomando a frente do fogão.

— Diz a pessoa que queria dar pizza para um recém nascido. — me rendi e estiquei os braços.

 

O segurei suspenso e não me movi com medo de algo dar errado.

 

— Já tá pronto? — perguntei segundos depois.

— Lauren, é uma criança não um saco de batatas, segura ele direito. Contra seu peito. — ela me mostrou o gesto e fiz igual, meu coração acelerou quando a coisinha puxou meu cabelo.

— Ele tá me atacando… Dinah!

— Que barulho é esse eu quero dormir! — para melhorar a situação, Hayley aparece toda descabelada. — Desculpa casa errada.

Ela se virou mas parou na porta.

— Que merda é essa.

— Já que está aqui, quero que vá nessas lojas 24h e compre mamadeira, uma chupeta e fraldas, e leite para neném. — Dinah mandou, Hayley saiu praticamente voando e voltou minutos depois.

— Não tinha loja 24h aberta. Porque dizem 24h e não é 24h?

— E como comprou tudo isso. — perguntei apontando para as sacolas.

— Eu invadi, por uma boa causa. Agora me digam, da onde saiu esse bebê.

Elas me olharam, Dinah colocou o leite na mamadeira e me chamou com o dedo. Entreguei a coisinha para ela e pude respirar aliviada.

 

Uma coisa que aprendi, alimentar a coisinha não era a única coisa que seria difícil. Dinah insistiu para que eu desse banho no garotinho, aparentemente ele tinha que trocar a frauda. Agora estamos numa discussão de que shampoo usar, estou toda molhada porque a coisinha achou que eu era a banheira.

 

— Lauren isso pode dar alergia, eu disse shampoo neutro, neutro! — Dinah berrava comigo.

— Desisto Dinah! Não sei porque estamos fazendo isso, temos que comunicar a polícia; temos uma criança abandonada aqui! — falei um pouco alto assustando o bebê. — Oh não, não chora!

Falei enchendo a banheira com tampas dos produtos da Camila para ele brincar.

— Laur, você bebeu? Você é a polícia, aliás o departamento deve estar uma zona sem você.

— Eu estou de férias. Vero está cuidando melhor que eu, falando nisso me lembre de promovê-la.

— Chega de conversa, olha o que fizeram o banheiro tá uma zona. — disse Dinah. Ouvimos passos apressados no corredor e sabia que Camila havia acordado.

 

Droga!

 

— O que vocês estão fazen… — tarde demais para fechar a porta Camila adentrou o banheiro e ficamos as três estáticas, ela podia achar que era sonho e voltar a dormir.

 

Mas não foi o que aconteceu.

 

Camila POV.

 

Senti frio e passei a mão do outro lado da cama e nada de Lauren, onde ela estava se ainda é madrugada? E como se não bastasse ouvi sussurros vindo de algum lugar da casa. Me levantei e vesti o hobby e caminhei para fora do quarto.

A ala onde ficavam os quartos de hóspedes era mais afastada da suíte do casal. E foi para lá que andei, ouvindo os sons e esfregando os olhos. Eu já passei por isso antes… estou sonhando de novo?

 

Quase desmaiei quando entrei no banheiro no final do corredor, Dinah com uma esponja na mão, Hayley descabelada e rindo a banheira havia se transformado em uma piscina. E Lauren; toda molhada com um bebê nas mãos.

Um bebê.

Pisquei algumas vezes, e o bebê jogou algo no rosto de Lauren e começou a rir, aquela alta e sonora risada de bebês. Eu não estava sonhando dessa vez.

 

— Estão tentando afogar o bebê? — perguntei séria.

Dinah e Hayley sairam de fininho da frente e encarei Lauren.

— Oi amor.

— Vão todas lá pra baixo, menos Dinah. Me ajude com isso. — falei e Hayley foi a primeira a sair.

— Pode me explicar como temos um bebê aqui? — falei assim que todas sairam.

— Lauren que o encontrou, pelo jeito alguma mãe o abandonou. É triste essas pessoas que não se protejem e depois descartam os filhos como se fossem lixo.

 

Dinah e eu banhamos, trocamos a fralda e o vestimos de novo. Ele parecia sonolento enquanto eu o balançava no colo. Desci as escadas com Dinah logo atrás.

Assim que me viram, Lauren se levantou e parecia nervosa.

 

— Temos que chamar o conselho tutelar. — Hayley disse.

— Isso, a coisinha tem que ser cuidada por alguém responsável. — fuzilei Lauren ao dizer isso.

— São 3h da manhã, vamos todas dormir e ver o que faremos de manhã; com mais calma. — falei e elas concordaram.

 

Entrei no quarto com Lauren logo atrás.

 

— Ele vai dormir aonde? — perguntou, ajeitei-o no meio da cama e peguei alguns travesseiros para ele não cair.

— Não sei se sabe, mas não temos um berço, por hoje ele dorme aqui. — ela assentiu devagar.

— Tá, eu durmo no quarto de hospédes. — disse ela.

— O que? Negativo. Você precisa fazer uma barreira com seu corpo do outro lado. — digo me deitando. — Vamos Lauren, é só uma criança.

Ela veio e parecia com medo de machucá-lo.

— Por que não me acordou, ia me esconder uma criança até quando? — perguntei num sussurro.

— Você estava dormindo tão bem, ai Dinah e Hayley apareceram e não achei que precisava de mais alguém dizendo para não segurar a coisinha como um saco de batatas. — ela fez bico e me inclinei, tomando cuidado com o bebe entre nós, e a beijei.

— Boa noite, idiota.

 

Acordei tentando assimilar que noite passada não foi um sonho. Não senti o corpinho do bebê perto de mim e me apavorei. Abri meus olhos e percorri-os pela cama, arfei ao olhar Lauren deitada, o braço em forma de arco e o bebê aconchegado a ela. Era tão natural aquela cena mas suspirei ao lembrar que aquilo não seria real; não por muito tempo.

Mesmo dormindo ela parecia ter cuidado, mesmo não tendo jeito com crianças Lauren parecia um anjo dormindo.

 

Levantei calmamente e tomei um banho rápido, vesti uma roupa casual e voltei para o quarto, Lauren ainda dormia com o bebê no colo. Caminhei para seu lado na cama e toquei seu braço para tirá-lo dali. Se ela se movesse para o lado os dois iam acabar caindo.

Quando estava prestes a pegar ele no colo, senti a mão de Lauren em meu pulso, um aperto firme e forte. Seus olhos se abriram e estavam tão verdes que pareciam uma pintura; ela piscou e soltou meu braço quando me viu.

Seus reflexos estão ótimos por sinal.

 

— Camila? — sussurrou com a voz rouca.

— Shh… está fofo você segurando o bebê, mas temos que fazer alguma coisa não acha? — disse eu.

Ela coçou os olhos e concordou com a cabeça.

 

Após alguns minutos, descemos e fomos para a cozinha; Dinah já havia acordado e terminava de preparar o café, panquecas, suco, frutas e claro, uma mamadeira para o pequeno.

 

— Isso é assustador, vocês parecem uma família de verdade. — ela comenta.

— Mas somos Dinah, o que quer dizer com isso. — Lauren bufou

— Quero dizer, você, Camila e a coisinha. — Lauren engansgou com sua torrada.

— Vamos logo, acha que Ally pode achar um lar pra ele? — Lauren disse num tom suave olhando para mim.

— É possível, mas primeiro vamos ao hospital pedir alguns exames; ele está quieto demais para um bebê não acha? — ela concordou.

 

Meia hora depois entramos no hospital, como todos ali me conheciam me olharam com um olhar diferente, afinal, eu me minha esposa entrando num hospital com uma criança no colo.

O que mais poderia ser se não uma família feliz? Só que não.

 

Pedi que chamassem Allyson, ela logo veio e disse para entrarmos sem precisar fazer toda a burocrácia.

Contei a ela rapidamente o que aconteceu noite passada, com ajuda de Lauren. Quando Ally disse que teriam que fazer exame de sangue o pavor no rosto de Lauren foi assustador.

 

— Você vai furar o bracinho dele? Não tem outro jeito? Ele é um neném. — disse ela preocupada.

— Você pode esperar do lado de fora Laur.

 

Muitas justificativas e uma agulha depois, Lauren parecia desesperada para fazê-lo parar de chorar.

 

— Calma coisinha, Ally fez dodoi em você? — isso é Lauren andando com o bebê no colo de um lado para o outro, aos poucos ele se acalmou e grudou nela como um bebê coala.

Suspiro e Ally me lança um olhar que eu sei o que quer dizer.

Não criar expectativas.

 

— Ele parece saudável, mas vou receitar algumas coisas. Ele pode ter cólicas e sentir falta de amamentação.

 

Depois de Ally receitar e passar todas as informações do que um bebê precisa, saímos de mãos dadas, com o bebê ainda no colo de Lauren, e falando no telefone com Vero.

 

— Vero, preciso disso o quanto antes. Procure nos hospitais por registros de quem deu a luz recentemente… eu sei, é uma emergência. — disse antes de desligar.

— Algum problema? — perguntei.

— Faz parte do meu trabalho esse tipo de coisa, abandonar uma criança é crime. O centro de adoção está fechado, e não temos outro na cidade. Vero disse que outra alternativa é deixá-lo com as autoridades vizinhas.

— E o quê? Negligenciarem ele como fizeram com Megan?! Você sabe que o estado é uma droga. E…

 

me desesperei e comecei a gesticular, Lauren me olhava atenta mas seu sembrante era calmo, como ela poderia agir tão normalmente.

 

— Já sei. Vamos ficar com ele! — exclamei.

— Oh não Camz!



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