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História The Hybrid - O penúltimo suspiro


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


demorei mas chegay

Capítulo 60 - O penúltimo suspiro


Fanfic / Fanfiction The Hybrid - O penúltimo suspiro

Lauren POV.

 

Toda aquela adrenalina fazia meu sangue ferver. Há tempos eu me via enfrentando o maior e mais mortal do nosso clã, Richard era evidentemente a figura mais temida. Por ser mais velho, experiente, viu coisas que eu não podia imaginar.

As coisas saíram do controle, vim para saber de uma coisa e acabo sabendo de outra, me resolveria com Hayley mais tarde.

Richard não estava para brincadeira.

Uma das coisas que pioraram minha fúria foi ele ter me chamado de monstro. Algo que há muito tempo deixei de ser.

 

Minhas costas doíam, fui jogada direto contra uma pilastra e senti minhas costelas estalarem. Por um segundo esqueci que ele era mais forte que eu. Mas se comparássemos, eu sou mais resistente.

Vi a expressão de horror no rosto de Camila, mas Hayley a segurou.

Richard caminhou em minha direção e dei três passos para trás ainda tentando me recuperar.


 

— O que foi criança? Medo? — ele riu sarcástico.

Me mantive em pé, sustentando a dor e não deixando transpassar pelo meu rosto. Me concentrei em relaxar meus músculos.


 

A dor passou e quando olhei em seus olhos, vi ele levantar a sobrancelha.

Dentes mais longos, olhos mais perceptivos aos movimentos; quem diria que um dia eu teria que liberar todo o meu poder.
 

— Ora, ora alguém está zangada. — debochou. — Não se preocupe, acabo com você num instante.

 

Mal terminou de falar e Hayley pulou em cima dele. Aproveitei a distração para atacar do outro lado.

Hayley foi jogada longe, mas caiu em pé. E iniciou outro ataque.
 

Iniciamos uma briga, socos e chutes, dei três socos seguidos girei meu corpo e o chutei longe. Ele logo se recuperou e atravessou a sala numa velocidade surpreendente. Defendi-me como pude de seus ataques, ele tinha uma agilidade incrível. Mas eu tinha um Às na manga. Ouvi seu nariz quebrar com um soco certeiro, e ele continuou vindo para cima de mim.

Recebi mais alguns golpes de propósito para ler seus movimentos. O próximo séria um chute baixo e eu desviei na hora. Richard pareceu zangado e veio de qualquer jeito para cima de mim, com a guarda baixa.

Sorri, tocando a estaca que tinha guardada dentro do sobretudo. Mais perto, ele se impulsionou para frente e eu fui mais rápida que um raio ao enfiar a estaca nele, dois centímetros perto do coração.

Richard grunhiu mas depois sorriu com boca cheia de sangue.

 

— Boa tentativa. Michael te treinou bem, minha pequena. — sua voz grave e suave. Senti meu peito arder e olhei para baixo.

 

Uma adaga de prata. Eu só sabia da existência de uma, até agora.

Meu corpo caiu para trás e ouvi um alvoroço. A sala se encheu com gritos, era Camila. Sons agudos de outra luta, e enfim. Vi o rosto cheio de lágrimas de Camila.

 

— Não, não, não. Lauren olha pra mim. Não ouse fechar seus olhos!


 

Uma adaga especial, para matar seres como eu. Como Richard tinha isso?

Não consigo mover meu corpo, meu coração não conseguia bombear o sangue, meu peito arde por falta de oxigenação.

Eu queria tirar aquilo mas meus braços não me obedeciam.

Queimava como fogo e por um momento, antes de perder a consciência, achei que meu coração estava derretendo.

 

Camila POV.


 

Isso não poderia estar acontecendo. Lauren atingiu Richard em cheio mas ele ria, ele riu no momento que ela caiu; uma longa adaga em seu peito. Eu senti meu sangue ferver e não demorou muito para o resto do nosso clã chegar.

Praticamente voei em cima de Richard e não sei da onde tirei tanta fúria. Seu corpo não se mexia quando terminei.


 

Corri para Lauren, ela tentava se mexer mas era em vão. Hayley segurou meus braços me afastando, Elliot e os outros a levaram para algum lugar e eu não pude ver seus olhos verdes uma última vez.
 

— Para onde estão a levando? Hayley eu quero ver Lauren!

— Camila se acalme, por favor. Não é tão simples retirar uma adaga como aquela, Richard não era o alvo e pelo estado de Lauren. Acertou em cheio.

— Ela vai morrer? Hayley por favor… ela não pode… minha Lauren.

Cai sobre meus joelhos e chorei como nunca, meu peito doía como se fosse se rasgar.

— Ela não está morta… ela é forte. Só temos que dar um jeito de retirar sem que ela sangre até a morte.

— Eu preciso vê-la. — sussurrei.

— Eu sei, sinto muito.

 

A dor era insuportável, era quase como se tivessem enfiado no meu peito. A cama era mais fria sem Lauren, eu não tinha motivo para levantar da cama e nem para nada.

Me tornei uma marionete, Dinah me ajudava com o banho, me forçava a comer. Nem conseguia ficar feliz pelo fato de Enzo falar suas primeiras palavras meses depois do ocorrido.

Tinha vontade de me enterrar junto a Lauren e fazer a dor parar.

Mas eu não podia, meu dever era governar. Demorou um tempo até eu juntar os cacos sem que me corta-se. Desempenhei o papel que me foi dado desde que nasci, a grande cadeira de Richard ficava muito bem em mim, e a raiva só me fazia governar cegamente, com mãos de ferro.

Eu mudei muito. Era até chamada de rainha negra. Não ligava, a única pessoa que me importava estava vulnerável em cima de uma cama nos confins da mansão.

 

Hayley POV.
 

 

Dinah deu a Camila um remédio forte o suficiente para ela dormir o resto do dia, e do dia seguinte e no outro. A situação estava pior que pensamos, achei que era uma adaga comum, mas aquela. Ouvi dizer a muito tempo atrás que foi a adaga que matou Drácula, é o próprio.

Parecia haver uma magia nela onde era impossível remover. E isso me preocupava.

Camila ficou devastada e tivemos que acalmar Lorenzo sem ela. Enzo sentiu falta assim que chegamos em casa. Seus olhinhos de choro me partiam o coração.


 

Lauren foi colocada num quarto afastado de tudo, deitada sobre a cama como se estivesse dormindo. Sob sua pele podia-se ver as veias vermelhas, o sangue parado. Lauren entrou em estado de empalamento.


 

Vigiava seu corpo quando ouvi passos entrando no quarto. Olhei para trás e Dinah parecia abalada.


 

— Como está Camila? — perguntei.

— Está trancada, não quer ver ninguém, e nem comer. Ela está vestindo aquela camisa de Lauren faz uma semana. É triste.

Havia se passado uma semana, e ainda estávamos em busca de alguma solução.

— Sabe, minha avó disse-me uma vez que todo coração pode voltar a bater. Nunca entendi o que ela queria dizer.

— Sua avó? — Dinah perguntou puxando uma cadeira.

— Fui criada num clã de lobisomens, minha vó era a curandeira… sabe como é, nos tempos antigos ela seria chamada de bruxa. — falei e passou um olhar confuso no rosto de Dinah. — O que foi?

— Sua avó, ela pode salvar Lauren? — surpresa, ponderei. Mas depois suspirei.

— Talvez fosse uma metáfora. Coração voltar a bater? Isso é insano.

— Camila está se matando a cada segundo que se manter longe. Nem Lorenzo a comove a sair. Eu nunca vi minha amiga assim, Lauren é o amor, senão a vida de Camila. Eu não vou sentar aqui e esperar que ela se acabe desse jeito!


 

Dinah falou convicta que chegou a arrepiar meus poros.


 

— Da última vez que soube ela estava morando num lugar muito afastado. É impossível chegar de avião. Sei que precisamos tentar algo, mas é um tiro no escuro. — falei. Levantei-me e cheguei próxima de Lauren.
 

Seus lábios ressecados. Pele pálida.

Não poderia comover todo o coven a me seguir nessa jornada, é óbvio que a proteção de Lauren vem em primeiro lugar. Ela não pode se defender, e está vulnerável.

Pensei, e me virei para Dinah que aguardava uma resposta.


 

— Reunirei um grupo. Temos que manter sigilo, não queremos que nada dê errado.


 

~*~


 

É um tiro no escuro, acreditar no que quer acreditar. Mas é a fé que nos mantém vivo e na esperança de algo melhor.

A busca durou semanas e não havia nada. Não existe um líquido milagroso.

Meses se passaram, Camila lidou com a dor e se transformou em uma pessoa mais fria. Na ausência de Richard, ela tomou o controle de tudo. Governando há mãos de ferro, na frente de todos; a temida rainha Camila.

Mas no final do dia, ela estava lá, no quarto de Lauren. Chorando, implorando para que Lauren se recuperasse o mínimo possível.

A quem deveria enganar? Vampiros e lobisomens não deveriam nem existir, um erro da natureza ou uma dádiva? Não saberemos.

Alguns dias parecem se encaixar juntos como um vitral. Centenas de pedaços de cores e humor diferente que, quando combinados, criam uma imagem completa. As últimas 24 horas tinham sido assim.

Na noite mais fria do ano, algo aconteceu.


 

— Que som é esse? — levantei da minha cama e olhei as horas. 3H da manhã. Notei ser o alarme e levantei as pressas.

Prioridade, Lauren.

Corri pelos corredores, e a porta estava trancada. Soquei a porta e tentei ouvir lá dentro, Camila chegou minutos depois, vestindo um roupão roxo. Com olheiras debaixo dos olhos.

— O que está acontecendo? — ela disse furiosa.

— Tem alguém no quarto. — falei, ela pareceu notar a situação e mandou eu me afastar. Com um chute no centro da porta ela foi ao chão.


 

Entrei apressada e Penélope estava ao lado da cama, com as mãos na adaga.


 

— Não se mova! — Camila falou, sua voz me dando arrepios.

— Oh criança; porque não me chamou antes? Por quanto tempo vocês a mantiveram assim? Espero que tenham um ótimo estoque senão…

— Afaste-se. — dei o aviso.

— Estou fazendo um favor. — então ela retirou a adaga. Gelei no mesmo instante. Mas ela apenas saiu manchada de sangue.

— Que merda você fez? — Esbravejou Camila.

— Tem seus prós quando se é uma velha vampira. Porque não pensaram antes em retirar esse pedaço de metal? — ela riu.

— Ela poderia ter sangrado até a morte se retirássemos no momento do ataque. — falei.

— Certo, mas dentro de uns dias nenhum sangue nas veias. Ela não sangraria. — disse ela. — Seu corpo parece ter se recuperado lentamente, e entendo o seu medo Camila. Não é agradável ter um espeto no coração.

 

Camila ainda chocada de aproximou da cama.
 

— Por que ela não acorda? O que há de errado?

— Apenas espere, ela eventualmente irá acordar, quando o corpo se recuperar. E preparem as bolsas de sangue ela irá precisar, de muito. E não precisa agradecer.

 

Saiu andando e me entregou a adaga. Eu daria um fim naquela arma depois.
 

[…]

tempo depois…

 

 

Lauren POV.


 

— Não, não, não. Lauren olha pra mim. Não ouse fechar seus olhos!


 

Estas são as últimas palavras que consigo me lembrar. Mas elas são vagas, foram ditas por alguém cuja voz não reconheci. Pode ter sido há séculos.

Quando acordei, senti imediatamente uma superfície fria no lado esquerdo do rosto. Um arrepio gelado desceu por minha espinha. Mesmo com os olhos fechados, sabia que estava nua, de bruços.

Arfei, embora minha garganta estivesse tão seca que saiu um som animal assustador.

Respirei três vezes com dificuldade e então um tum-tum, tum-tum — um batimento cardíaco. Era meu? Podiam ser dez mil asas batendo. Tentei abrir os olhos, mas a cada piscadela surgia o brilho de uma luz ofuscante. Outra vez. E mais outra.
 

Ouvi passos, depois muitos deles, como se estivessem sapateando dentro da minha cabeça. Algo se abriu e se fechou com um baque que fez minha cabeça doer.

Com os olhos já abertos, a visão de uma bela mulher se tornou mais nítida, longos cabelos pretos amarrados porém caindo em cascata sobre os ombros, a pele impecável e o modo como andava me dava sede. Ela deixou algo do meu lado e pegou um pano, que considerei estar úmido.

Ela passou aquilo no meu corpo e me arrepiei ao sentir o calor do contato. Como ela poderia tocar em mim deliberadamente sem me olhar no rosto.
 

— Estou com sede. — minha voz soou como um grunhido rouco. Ela se assustou e pulou para trás. — Se me permite, irei comer você.


Notas Finais


E fim da primeira temporada...
estão todos com seus corações ai? Pois irão precisar.

-----*------


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