1. Spirit Fanfics >
  2. The Hybrid >
  3. 2 temporada - Welcome home

História The Hybrid - 2 temporada - Welcome home


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Eu demorei demais! perdoem, tenham em mente que daqui pra frente vai ser diferente... Camila mais madura, novos acontecimentos

Capítulo 61 - 2 temporada - Welcome home


Lauren Jauregui POV.

 

— Não, não, não. Lauren olha pra mim. Não ouse fechar seus olhos!

 

Estas são as últimas palavras que consigo me lembrar. Mas elas são vagas, foram ditas por alguém cuja voz não reconheci. Pode ter sido há séculos.
Quando acordei, senti imediatamente uma superfície fria no lado esquerdo do rosto. Um arrepio gelado desceu por minha espinha. Mesmo com os olhos fechados, sabia que estava nua, de bruços.
Arfei, embora minha garganta estivesse tão seca que saiu um som animal assustador.
Respirei três vezes com dificuldade e então um tum-tum, tum-tum — um batimento cardíaco. Era meu? Podiam ser dez mil asas batendo. Tentei abrir os olhos, mas a cada piscadela surgia o brilho de uma luz ofuscante. Outra vez. E mais outra.

Ouvi passos, depois muitos deles, como se estivessem sapateando dentro da minha cabeça. Algo se abriu e se fechou com um baque que fez minha cabeça doer.
Com os olhos já abertos, a visão de uma bela mulher se tornou mais nítida, longos cabelos pretos amarrados porém caindo em cascata sobre os ombros, a pele impecável e o modo como andava me dava sede. Ela deixou algo do meu lado e pegou um pano, que considerei estar úmido.
Ela passou aquilo no meu corpo e me arrepiei ao sentir o calor do contato. Como ela poderia tocar em mim deliberadamente sem me olhar no rosto.

 

— Estou com sede. — minha voz soou como um grunhido rouco. Ela se assustou e pulou para trás. — Se me permite, irei comer você. — Virei o corpo e olhei para o teto. Arfando. Meu Deus — eu estava respirando?

A mulher se aproximou de mim, mas eu vi apenas um borrão. Ela se abaixou e as feições turvas ficaram a centímetros do meu rosto. Então ali estava ela, como se houvesse saído de um nevoeiro, como se nunca tivesse me visto antes. A pele das maçãs do rosto da mulher estavam rosadas.

 

— Que surpresa você finalmente acordou! — disse ela. Apesar das olheiras, havia um brilho de alegria lá no fundo. — Feliz aniversário de 30 anos — acrescentou e estendeu a mão.

Ela pegou um copo d’água. Sentei-me, tirei o copo dela e bebi tudo em três grandes goles. A água gelada desceu pela garganta, fluiu pelo esôfago para dentro do estômago. Sangue, uma substância a que eu estava acostumada, escorria, mas o corpo de um vampiro o absorve como uma esponja absorve água. Fazia tanto tempo que eu não bebia água…

Na outra mão havia um pedaço de pano negro. Quando tirei dela, o pano se desdobrou e revelou ser um vestido. Era de algodão leve. Apoiei no chão e me levantei. Os joelhos dobraram, mas me equilibrei abrindo os braços. Fiquei ali um instante até que estivesse firme. Quando tentei andar, uma pequena vibração me sacudiu com tanta força que meus joelhos se tocaram.

 

— Vista isso e depois venha para o outro quarto — disse ela e saiu arrastando os pés. Eu devia ter notado que ela precisou se segurar no batente da porta quando andou, mas meus joelhos e coxas tremeram e tive que tentar me equilibrar novamente. Deixei as mãos caírem ao lado do corpo. Meu cabelo se soltou e mechas grudaram no corpo nu como algas marinhas. As mais compridas alcançaram os seios. Eu teria dado qualquer coisa por um espelho. Tomei fôlego e meus joelhos tremeram de novo.

Passei o vestido pela cabeça e ele ficou logo acima dos joelhos.
Eu não parecia ter mais de 24 anos.
Tudo estava nítido e brilhante — brilhante demais. Raios de luz criavam minúsculos arco-íris diante meus pés. Vasculhei o quarto. Apesar de ter acordado no chão, havia um colchão sobre um estrado de ferro coberto por um edredom preto. Do outro lado do quarto, uma janela dava para folhas verdes e galhos balançando. Embaixo dela havia um assento coberto por almofadas azuis de veludo.

 

— Você vai ter tempo para isso — falou uma voz do outro aposento.

O batimento do meu coração ecoava nos ouvidos. Eu sentia o ar. Ao andar, os músculos das coxas e panturrilhas pareciam arder, se contrair e depois relaxar. Para parar de tremer, apoiei o corpo no batente da porta e cruzei as mãos sobre o peito.
— Que século é esse? — perguntei, fechando os olhos e tomando fôlego.
— Ainda estamos no século XXI — disse ela. — Você não perdeu muita coisa. Qual sua última lembrança?
— Eu… eu lutei com Richard e… — minha mente estava confusa. Ainda me concentrava em puxar o ar, era como se tivesse desacostumada.
— Sente-se — sussurrou.
Sentei-me em um sofá azul-claro voltado para o divã.
— Conte-me tudo — mandei.
— Um momento — disse ela.
— Onde estamos?
— Na sua nova casa. Um ano depois que você ainda permaneceu desacordada, decidiram tentar novos ares. A Sra. Jauregui está a caminho ela poderá lhe explicar melhor.
— Por quanto tempo eu…
— Cinco anos.
Minha boca caiu em descrença. Concordei com a cabeça uma vez, embora estivesse olhando para o piso de tábuas corridas. Não podia responder.

— Ainda tenho sede. — sussurrei, ouvindo os batimentos da mulher.
— Vou buscar mais água. — disse ao se levantar, rapidamente peguei em seu pulso.
— Eu posso me servir. — olhei em seus olhos e ela relaxou; lambi seu ponto de pulso antes de mordê-la.
— Já chega! — uma voz aveludada falou me interrompendo.

 

Ela usava uma calça jeans e uma blusa que mostrava a barriga, com uma jaqueta jeans por cima, os cabelos pretos impecáveis, a morena era a mulher mais linda que já vi.
Em sua mão tinha uma taça, se aproximou e senti um cheiro doce e irresistível. Vinha dela e do cálice em sua mão.
Sangue fresco, ela me entregou e não pude resistir tomá-lo em grandes goles e como se eu tivesse me alimentado de cem pessoas, a sede foi gradativamente acalmando.

— Precisa de mais? — falou me oferecendo seu pulso. Neguei com a cabeça.
Seu rosto era familiar, e a voz… a voz…
— Camila…
sussurrei.
— Senti sua falta Lauren.

 

Anos antes


Camila POV.

 

— Por que ela não acorda? — questionei a Penélope que tomava chá tranquilamente na varanda.
— Nosso sistema não é igual ao dos humanos, você deve saber já que é médica. Os danos internos no corpo de Lauren devem ter sido piores do que imaginei, não se preocupe, eventualmente ela irá acordar.
— Você disse isso ano passado e no ano anterior!
— Camila eu sinto muito, mas você não pode parar de viver por causa disso. Faça isso por ela e por Lorenzo, ela não gostaria de te ver acabada desse jeito. Deviam se mudar, aonde ninguém conhecem vocês, onde não tenham inimigos, recomeçar.

Ponderei o que ela disse e não demorou muito para eu tomar uma decisão. Na semana seguinte eu estava me mudando para Nova York; trazendo meus homens de confiança.

— Já instalamos a Sra. Jauregui no quarto como pediu. — Elliot olhou-me e assenti.
— Obrigada Elliot, está dispensado.

 

Havia comprado a melhor casa que o dinheiro poderia comprar, fiz de tudo para manter Lauren confortável. Todo dia me doia ao dizer a Lorenzo que Lauren estava viajando, ele não parava de perguntar dela em nenhum momento.
Quando ele fez cinco anos pareceu entender, já não perguntava tanto e se tornou um pouco fechado. Não parecia uma criança normal, e isso me matava.
Ele se tornou um filho, meu filho com Lauren e desde que tudo aconteceu decidi largar essa vida de perigos. Cidade nova, ninguém nos conhece, um recomeço digno.
Não sei se vou conseguir manter o padrão de uma vida normal, sou híbrida, meus instintos sempre me alertam que nunca serei normal. Mas vou tentar, por mim, por Lorenzo.

[…]


Dias atuais

 

Estacionei meu carro e logo a babá de Lorenzo, Hayley, veio ao meu encontro.

— Ela acordou! — disse afobada. Levou segundos para meus ouvidos absorverem a informação e associá-la a Lauren.

Caminhei o mais calma possível para dentro de casa, subi os degraus acalmando minha respiração, a velha eu teria corrido, a velha eu teria quase desmaiado e surtado. Mas a nova eu é equilibrada o bastante para não surtar quando o amor da sua vida desperta após 5 anos. Eu estava anestesiada de tanta dor.
Peguei uma taça e uma faca e fiz um corte na mão, despejando e enchendo a taça com o líquido vermelho.
Tomei o caminho de volta para o quarto onde ela estava e parei na porta ao vê-la. Minha Lauren prestes a morder a mulher que cuidava dela quando eu não estava.

— Já chega! — falei firme e em alto e bom som.
Parecia atordoada quando lhe ofereci a taça, mas sua sede a fez beber. Seus olhos estavam um pouco dilatados, a pele branca sob o vestido negro.

— Precisa de mais? — Ofereci meu pulso. Ela negou timidamente.
Seus olhos penetravam minha alma como se me analisasse. Parecia não lembrar de mim.
 
— Camila…
Sussurrou.
— Senti sua falta Lauren.

 

Ela se levantou e eu me aproximei, toquei seu rosto e senti sua pele um pouco fria, tremi quando ela chegou mais perto, me abraçando e quando beijou meu pescoço eu não aguentei, todos os meus sentimentos presos saíram em forma de lágrimas. A apertei contra mim e ouvi ela suspirar. Ficamos um bom tempo abraçadas, era como se ela quisesse me acalmar, e eu precisava disso, tanto tempo sem tocá-la estava me deixando louca.
Passei minhas mãos pelos seus braços, tocando cada pedaço de pele. Seu cabelo estava mais longo do que antes, toquei seus lábios semiabertos ela se inclina e beija-me, mordendo meu lábio inferior. Quando sua boca cobriu a minha, uma fração de segundo depois a doçura, o calor e suavidade do toque me desarmaram e me vi de repente correspondendo, suspirando e ansiando por mais. Não foi longo, mais foi mais do que um simples beijo. Foi um roçar, provar, degustar de lábios que imprimiu tanto sutileza quanto desejo de se aprofundar.
Parecia um primeiro beijo.
Depois de anos, realmente era.

 

— Conte-me tudo o que aconteceu. — pediu ela.
— Depois do banho, você está fria, precisa se aquecer. — falei.

Dessa vez a ajudei, suas pernas ainda não pareciam sustentar seu corpo direito, ela tinha que reaprender a usar os músculos. Trocamos mais beijos no banho, dessa vez mais profundos, mais urgentes, minha boca já estava inchada mas eu não conseguia parar de sentir seu gosto.
Após o banho, vestimos nossas roupas e a levei para cortar o cabelo. Segundo ela, estava lhe irritando.

 

— Amava seu cabelo grande. — falei.
— Passei cinco anos numa cama Camz, preciso me renovar. — ela disse e depois enfiou uma colherada de sorvete na boca. — Então, Nova York?
— Sim, aqui as pessoas estão ocupadas demais com seus ternos e vestidos caros para notar um ataque de vampiro em plena luz do dia. — falei tomando meu café. Olhei o relógio e já estava na hora de buscar Lorenzo.
— Por que estamos tão formais uma com a outra? — ela disse me olhando nos olhos, achei uma covardia como ela conseguia ler minhas expressões.
— Eu não acredito que está mesmo aqui. Pode ser mais um sonho…
— Sonho? Nos beijamos, não pareceu um sonho.
— É foi bem real, mas ando tendo dificuldade em diferenciar sonho da realidade. — parei de falar, não queria que Lauren soubesse como fiquei quebrada desde o ocorrido. Ela me olhou e sabia que me analisava, em outro momento eu estaria nervosa, mas mantive a calma. — Vamos, temos que buscar uma pessoa.
Lhe sorri e ela sorriu de volta. Meu coração acelerou de tal forma que me senti, finalmente, viva.

As crianças saiam com seus pais, outras esperavam na porta e de longe vi Enzo segurando na mão da professora. Como sempre fazia quando eu vinha buscá-lo.

— Tinha me esquecido dele… — sussurrou Lauren. — Céus como pude me esquecer da coisinha.
— Vamos, ele vai adorar te ver. Consegue andar?
— Sim Camz. Estou bem.

 

Soltei um suspiro assim que saí do carro, Lauren estava tão sexy no simples fato de caminhar, seu corpo parecia ter saído de uma revista fitness.
Lorenzo sorriu quando me viu e veio correndo, ele estava tão alheio que não notou a mulher do meu lado, o abracei e pegando-o no colo o virei para Lauren que parecia nervosa.

 

— Ele está tão grande. — sua voz rouca disse, Enzo olhou na direção da voz finalmente se dando conta. Ele ficou parado alguns segundos antes de gritar e espernear querendo ir para o colo de Lauren. — Ei campeão!
— Mama! A mama voltou!
Fiz questão de gravar na memória este momento. Em tempos não via Lorenzo tão feliz.
Dirigi para casa ouvindo ele contando como foi na escola. Quando chegamos ele havia dormido no colo de Lauren.
— Viajando? — ela falou quando voltou do quarto, após colocar Lorenzo para cochilar.
— É menos traumático para uma criança que pergunta onde está a mama o tempo todo. — sorri fraco.
— Fez bem Camila, você cuidou bem de todos sem mim.
— Não foi fácil, senti sua falta a cada segundo. — ela se aproximou e me abraçou.
— Então qual é o plano? — falou e peguei sua mão, a levando para nosso quarto. Eu acabei rindo quando ela tropeçou.
— Sem inimigos, sem planos. Devemos avisar Dinah, mas agora, eu gostaria de ficar com minha esposa. Precisamos recuperar cinco anos. — ergui a sobrancelha.
— Espera? Você está cinco anos sem…
— Achou que eu ia usar outros Laur. Você é parte de mim, a razão por qual continuei aguentando… quando matei Richard prometi a mim mesma continuar, mesmo sem você. Mas agora cale a boca e me beija.

 

Lauren parecia chocada com minhas palavras e ao mesmo tempo amado aquilo, ela segurou em minha cintura, um aperto firme que eu tanto amava. Sua mão pousou em minha nuca e me beijou. Fogos de artificio seria a descrição para o que senti, o calor de seus lábios nos meus me saciando. Sua língua adentrou minha boca e no beijamos calmamente, beijos e mordidas. Caminhei junto com ela, até chegarmos a cama, a empurrei e sentei em seus quadris.

— Tem certeza que tem forças pra isso? — perguntei.
— Eu vou te mostrar que tenho.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...