1. Spirit Fanfics >
  2. The Hybrid >
  3. Revelações

História The Hybrid - Revelações


Escrita por: EstrabaoJwregui

Notas do Autor


Oi gente, enfim sabemos da repercussão da foto da Lauren. Eu apoio totalmente o que quer que seja e espero que sejam a parte madura do fandom que não ataque nenhuma das duas.

Vim postar esse cap pois já estava pronto, peço desculpas mas Sweet Harmony ainda vai demorar a ser atualizada....

Chega de drama e boa Leitura.

Capítulo 8 - Revelações


Camila Pov

 

Como se já não bastasse minha vida virando do avesso, minha querida mãe voou de Nova York até aqui sem ao menos me avisar, soube somente quando meu telefone tocou no meio do hospital e tive que ir buscá-la no aeroporto.

 

— Viu como o cara estava secando você? — berrou minha mãe quando nos encontramos — Ele é muito lindo e parece ser gentil!

 

Apertei o pulso dela, tentando acalmá-la.

 

— Mãe, antes de você querer me juntar com alguém que nem conheço eu preciso lhe dizer uma coisa apavorante.

 

Minha mãe cruzou os braços, incrédula por eu a interrompê-la

 

— O que você poderia dizer de apavorante? Alias o trânsito daqui é um caos. — falou quem veio da cidade mais caótica da face da terra. Pegamos um táxi e a levei para minha casa.

 

— Coisas estranhas, muito estranhas aconteceram ultimamente.

— Só isso? – Minha mãe revirou os olhos.

— Mãe! Eu fui sequestrada por um cara louco que se diz o Lord não sei do que e praticamente acha que eu sou algo além de humana, eu vivi e experimentei sensações que nunca imaginei. Conheci a família Jauregui que tecnicamente está me mantendo segura, tirando o fato daquela mimada dos olhos verdes que me tira do sério a cada cinco segundos! — explodi e falei tão rápido que me perguntei se ela entendeu.

 

Minha mãe caiu sentada, atônita tentando assimilar o que eu havia dito, e para a minha surpresa ela não pirou, e sim suspirou fundo e se ajeitou no sofá.

 

— Filha sente-se, acho que já está na hora de você saber toda a verdade.

 

Na verdade nem mãe sabia muito sobre o meu passado. A história da minha adoção era um segredo bem guardado, fui criada desde pequena por Sinu e Alejandro.

Minha mãe, que era professora. Antropóloga para ser mais exata, tinha ido estudar civilizações na região de Romênia.

Estava lá com meu pai, Alejandro, para observar a cultura local, esperando escrever um de seus artigos reveladores sobre subgrupos culturais.

Mas as coisas se complicaram lá na Europa oriental. A seita era um pouco esquisita demais, um pouco fora do comum demais, e alguns aldeões formaram uma conspiração, decididos a dar um fim àquele grupo. À força. Pouco antes do ataque, meus pais biológicos me entregaram, ainda bebê, aos pesquisadores americanos que estavam de visita, implorando que me levassem aos Estados Unidos, onde eu ficaria em segurança. Eu odiei saber essa história. Odiava o fato de que meus pais biológicos eram pessoas ignorantes, supersticiosas, que foram iludidas a ponto de entrarem para uma seita. Talvez meus pais biológicos estivessem envolvidos em algum tipo de bizarrice.

Talvez por isso tivessem sido assassinados.

Quem sabia? Quem queria saber? Nunca pedi detalhes e meus pais adotivos não me forçaram a saber mais do que já sabia. Eu me sentia feliz em ser Camila Cabello, cubana-americana. Algo além disso não existia.

 

[…]

 

— Sem chance de eu ser uma sanguessuga. — gemi ainda frustrada, eu ainda estava assimilando tudo aquilo.

 

Mas ninguém prestou atenção em mim, minha mãe exigiu uma reunião com os Jauregui e me fez trazê-la até a mansão deles, eu detestava aquele lugar gélido e sem vida.

 

— Sente-se Lauren. — ordenou minha mãe.

— Aqui está bom. — respondeu Lauren.

— Sente-se. Agora.

 

Mamãe apontou com firmeza o acento disponível naquela sala. Lauren hesitou, mas sentou-se como ordenado.

 

— Você pegou Camila desprevenida. Como expliquei antes, o pai dela e eu queríamos conversar com ela antes. — Minha mãe falou.

— É, certamente vocês também nos surpreenderam. — Michael passou a mão na barba e se levantou, parecia um rei inquieto em seu castelo.

— Nada de conversa entre vocês. Me digam o que está acontecendo. — exigi, quase implorando. — Alguém. Por favor. Desembucha.

 

— Eu também exijo uma explicação, o que essa mulher faz aqui? — declarou Lauren. Em seguida levou o copo com whisky aos lábios.

 

Ignorando Lauren, mamãe trocou um olhar cheio de significado com Michael, que só hoje descobri ser seu pai, como se os dois tivessem um segredo.

Então minha mãe desandou a falar, sobre o que já havia me dito e algo a mais.

 

Aparentemente Michael entendeu o que ela estava sugerindo, porque confirmou com a cabeça e disse:

— Eu não sabia que existia uma sobrevivente do clã Estrabao. — Falou Michael parando em minha frente.

— O que! — exclamei.

— Ah, querida. — Mamãe se sentou na cadeira junto à minha e segurou minhas mãos com carinho. — Isso é bem complicado de explicar.

— Tente — resmunguei.

— Você sempre soube que foi adotada na Romênia — começou mamãe. — E que seus pais biológicos foram mortos num conflito…

— Assassinados — completou Michael, com uma careta.

 

Mamãe se virou para Michael.

 

— Será que poderia ficar quieto por alguns minutos enquanto conto a história?

 

Michael fez uma ligeira reverência, quem diria um grande e poderoso Lobisomen recuando ao tom firme de uma humana.

 

— Claro. Continue.

 

Mamãe voltou a atenção para mim.

 

— Mas não lhe contamos a história toda porque o assunto parecia transtorná-la demais.

— Agora poderia ser uma boa hora para isso — sugeri. — Não tem como eu ficar mais transtornada do que já estou.

 

Mamãe tomou um gole do chá. Que Hayley havia trago para tentar acalmar os ânimos.

 

— É, bem… a verdade é que seus pais biológicos foram mortos por uma multidão furiosa que tentava livrar sua aldeia dos vampiros.

— Vampiros? — Ela só podia estar brincando.

— É — confirmou mamãe. — Vampiros. Seus pais estavam entre os vampiros que eu estudava na época.

 

Certo, eu costumava ouvir palavras como fadas, espíritos da terra ou trolls em casa. Cultura e lendas folclóricas eram o foco das pesquisas de mamãe. Mas, com certeza, nem meus excêntricos pais levariam monstros de Hollywood a sério. Não era possível que eles acreditassem que meus pais biológicos viravam morcegos, se dissolviam à luz do sol ou tinham caninos enormes. Ou era?

 

— Você disse que estudava comportamentos das diversas culturas que encontrava. Não falou nada sobre vampiros. — retomei a conversa.

— Você sempre foi mais lógica, Camila. Não gosta de coisas que não possam ser explicadas pela matemática ou pela ciência. — Disse minha mãe.

 

— Está dizendo que meus pais biológicos acreditavam mesmo que eram vampiros?

 

Mamãe confirmou com a cabeça.

 

— Bom… é.

— Eles não achavam que eram vampiros — resmungou Lauren. — Eles eram vampiros.

 

Enquanto eu olhava Lauren boquiaberta e incrédula, o pensamento mais repugnante do mundo me passou pela cabeça.

 

— Eles… Eles não bebiam sangue de verdade…

— É uma coisa muito, muito saborosa – comentou Lauren.

 

Michael lhe lançou um olhar enfurecido.

 

— As pessoas não bebem sangue — insisti, a voz ficando meio aguda. — E vampiros não existem! Eu até hoje nunca vi um.

 

Lauren cruzou os braços, carrancuda.

 

— Com licença? Eu estou bem aqui.

 

— Lauren, por favor — disse mamãe, no tom calmo porém sério que reservava me dar broncas. — Dê um tempo à Mila para ela processar as coisas. Sua tendência analítica a torna hostil ao mundo paranormal.

 

Estava muito confusa, passei um bom tempo longe dessa loucura a ponto de pensar ser apenas um truque de mágica, passei uma borracha em tudo o que aconteceu e não me convenceria fácil com isso. Mas agora recebi um banho de água fria em tudo que eu me forcei a acreditar.

 

— Seus pais, que eram bastante poderosos dentro do grupo, perceberam que estavam marcados para morrer e entregaram você a nós, antes de serem mortos, esperando que pudéssemos mantê-la em segurança nos Estados Unidos — acrescentou mamãe.

 

— Nunca os viram com dentes compridos e mordendo pescoços, não é? Sei que não. Porque isso não aconteceu.

— Bem, não. Nunca tivemos permissão para vê-los fazendo tal coisa. — explicou mamãe.

— Porque não aconteceu – repeti.

— Porque morder é uma coisa muito particular, muito íntima — se intrometeu Lauren. — Não convidamos pessoas para olhar. Os vampiros são sensuais, mas não são dados ao exibicionismo. Somos discretos.

 

— Você foi discreta ao sugar todo o sangue daquela pobre garota? — Michael ironizou furioso.

— Espera o quê? Você bebe sangue? — perguntei assustada. Lauren revirou os olhos.

— Foi um momento de euforia. Ela planejava se matar naquela noite mesmo, eu só acelerei o processo. — falou como se não fosse nada. Abri minha boca incrédula.

 

Com um suspiro fundo, Lauren voltou a andar para lá e para cá.

 

— Sinceramente, não suporto mais isso. A história é bem simples. Você, Camila Cabello Estrabao, é a última de uma longa linhagem de vampiros poderosos. Os Estrabao. Só que a meu ver você não passa de uma humana mimada! — Concluiu Lauren irritada.

 

— Realeza vampírica. — uma voz veio da porta pondo em alerta Lauren e Michael.

— Quem é essa? Outra “Vampira”? — fiz aspas no ar.

— Realeza vampírica? — mamãe perguntou confusa.

 

— O que faz aqui! — Lauren berrou tomando uma posição de ataque.

 

A mulher ainda desconhecida por mim a ignorou.

 

— Sim. Realeza. E esta é a última parte da história, que seus pais ainda parecem relutantes em contar. — Lauren se colocou em minha frente, — Você é uma princesa vampira, herdeira da liderança dos Estrabao. Eu sou Cassandra Estrabao II. E você é minha sobrinha.

 

Isso me fez gargalhar. Um riso esganiçado, histérico.

 

— Princesa? Vocês todos perderam a noção — declarei, olhando o rosto de cada um. — Isso é
maluquice.

 

Então, Lauren chegou mais perto de mim e se abaixou até ficarmos cara a cara. Pela primeira vez vi curiosidade e não desdém, zombaria ou prepotência em seus olhos claros. Ela se inclinou, pude sentir sua respiração na minha bochecha. Era fria e doce. Mesmo contra o bom senso, continuei inalando aquele perfume incomum, levando-o para o fundo dos meus pulmões. Lauren estava tão perto que meu cabelo escuro e encaracolado roçou seu queixo e ela, distraidamente, afastou as mechas, o que fez com que seus dedos tocassem meu rosto. Estremeci com o toque.

 

— Ela tem um cheiro incomum. — declarou ela. — Seria esse o cheiro de uma princesa? — questionou se afastando.

 

— Se eu fosse vampira, teria vontade de morder alguém. Sentiria sede de sangue – argumentei, numa última tentativa de enfiar um pouco de razão numa conversa que tinha evoluído para o absurdo.

— Você assumirá sua verdadeira natureza — prometeu Cassandra. — Está chegando à idade. Uma criatura especial deve mordê-la pela primeira vez, você será uma vampira.

 

Levantei da minha cadeira tão rápido que ela caiu fazendo um estrondo soar na sala. Era tecnicamente impossível tudo aquilo fazer sentido ou ser verdade. Eu, uma princesa vampira? Isso soava ridículo! Andei para fora da sala e segui passando pelos corredores e me incomodou mais ainda os criados se curvarem quando eu passava, isso já virou um circo de horrores.

 

Lauren POV

 

Após Camila sair transtornada. O silêncio reinou naquela sala, meu pai, Sinu e Cassandra se mantinham imóveis. Eu ainda tentava assimilar toda aquela informação.

 

— Você. — Cassandra tornou a falar. Veio em minha direção e prendendo meu maxilar entre sua mão. Apertando-o.

— O que está fazendo sua louca?

— Notei algo diferente em você na noite daquele baile. Quando me tirou para dançar tive certeza. — falou ignorando a minha pergunta.

— Do que? — perguntei me soltando.

— Você possui dons a mais do que qualquer ser, e além disso. É a única híbrida disponível. Resumindo, você é especial.

 

Com um sorriso debochado ela se retirou do escritório, sorrateira como chegou, desapareceu de nossas vistas. Então caiu a ficha, a criatura especial que aquela garota precisava estava debaixo dos nossos narizes o tempo todo.

 

* * *

 

— É só eu não mordê-la que tudo fica resolvido! Ela volta a ser, seja lá o que ela é, e vivemos em harmonia. — Falei me jogando na minha cama. Hayley bufou batendo a porta.

— Nem tudo é tão simples Lauren. E ela é médica! — falou.

— Hayley, pensa comigo. É simples demais. Sem mordida, sem nova vampira, sem problemas para mim, é perfeito!

— Só que temos um detalhe. — falou sentando na cadeira da minha escrivaninha.

— Ah não! Não diga…

— Marcus. — disse e eu bufei em frustração.

— Podemos arrancar o coração dele que tal? — sugeri, mesmo sabendo que era uma tarefa difícil.

 

Fechei meus olhos me permitindo finalmente esquecer a loucura daquele dia, mas feixes de memória vieram a minha mente. Recordo de ver aqueles olhos castanhos, com medo e cintilarem na escuridão. Camila Cabello, teimosa, curiosa, metida a sabe tudo e que… não sai da minha mente! Que droga está acontecendo comigo?

 

— Hipoteticamente se você morder ela… — Hayleu começou.

— Nem em sonho. — falei.

— Hipoteticamente, Lauren. Temo por ela não resistir. — falou e me pus sentada a olhando.

— Ah é mesmo? Pois eu aposto minha vida que ela não duraria cinco segundos.

— Qual é Lauren, não achou a garota nem ao menos interessante? — falou sugestiva.

— Eu não sou cega Hayley, eu percebi sim nos atributos da doutora. Só não quero me envolver em problemas.

 

Segundo dia da Lua cheia e nada de Marcus, esse sumiço dele me deixava inquieta. Ele devia planejar algo e sinto que devíamos começar a nos preparar, o que quer que esteja vindo não seria bom para nenhum dos clãs.


Notas Finais


erros corrijo depois :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...