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História The Icy Eyes Dragon - Capítulo 23: Surpresas de Natal.


Escrita por: KazuHime e Suzu_Hika

Notas do Autor


My Gosh que complicação.

Bem, meu Word não quis abrir... Por isso a demora do capítulo... Tô pensando que logo vou ter que comprar um PC novo, o que não é viável pra mim no momento. Enfim, eu passei o arquivo pra meu celular, joguei ele no OneDrive e abri ele pelo word online para poder publicar. Depois eu vejo o que faço com esse word... EU estou cansada, morrendo de sono, e amanhã vai ser um dia difícil pra mim.

Man, é o Karma isso... Parece que tudo dá errado ao mesmo tempo. Aff.

De qualquer forma, boa leitura. Suzu aparece na terça, porque domingo é dia dos pais e ela vai passar o dia mimando o pai dela.

Boa leitura

Capítulo 25 - Capítulo 23: Surpresas de Natal.


Capítulo 23: Surpresas de Natal. 

 

Weiss sentou se no sofá da família Arc. Ao seu lado estava Nora e uma das irmãs mais nova de Jaune. Ela gostava do clima familiar. Era alegre. Quente. Acolhedor. Como uma verdadeira família devia ser. E ela gostava disso. 

Ao mesmo tempo ela não podia deixar de pensar que a sua família deveria ser assim. Era estranho. Ela sabia que isso era algo impossível. Ainda assim. Ela desejava ter um evento assim com Winter. Até mesmo com o rei e Whitley. 

- Ouvi dizer que você encontrou outro dragão. – Pyrrha se sentou em uma poltrona vaga. – Como foi esse seu encontro? – A elfa estava curiosa. 

- Bem. Era uma pessoa agradável de se estar. Ela ficou de mostrar seus poderes para mim e me ajudar a evoluir como dragão. – Respondeu calmamente. 

- Qual é o nome dela? – Perguntou curiosa. 

- Azuya Igami. – Weiss respondeu sem muita importância. 

- Eu devia ter imaginado que era ela. – Pyrrha soltou uma risada. – Ela é uma pessoa muito boa. Como eu te disse uma vez. Ela é a híbrido dragão que eu conheci e te disse que era uma boa pessoa. Blake também a conhece. – Lembrou. 

- Como a conheceu? – Weiss perguntou curiosa. 

- Ela é uma caçadora e trabalha bastante em Mistral. Meu povo sempre dá trabalhos para ela na exterminação de grimms. Eles gostam muito dela. – Respondeu. 

- Você acha que ela vai poder em ajudar? – Weiss estava incerta. 

Era claro que saber que existiam não apenas Azuya, mas tantos outros híbridos dragões a tranquilizou. Ainda assim, ela estava com medo. Porque Azuya tinha medo do que ela era. E se não fosse por Sati, sabe se lá como essa mulher seria. 

- Não sei. Quando perguntei a ela sobre os dragões ela sempre esquivou do assunto. Ela é um dragão formado pelo que eu sei, com seu poder total. Eu sei que Doutor Oobleck e Ozpin insistiram muito para ela esclarecer, e ela apenas evitou a questão. – Contou. 

- Ela era de Beacon, ela deve ter uma equipe. – Weiss ponderou. 

- Equipe ALFA se não estou enganada. Liderada por Aquamarine Oceans. Seus integrantes são Aquamarine Oceans, Perola Leans, Lili Flow e Azuya Igami. – Explicou. 

- Ela não é líder da equipe dela? – Ruby perguntou quando entrou na sala com uma bandeja de biscoitos de gengibre açucarados. 

- Não, mas não parece importar muito. Azuya trabalha com Sati Kaffaljidhm. Líder da equipe STRN. A equipe STRN é bem individual pelo que eu ouvi falar. – Explicou. 

- Sati Kaffaljidhm não tem uma reputação muito boa. – Ren que até então estava entre o sono e o mundo dos vivos disse. – Ela é uma mulher incrivelmente forte, mas muito fria. – Contou. 

- Enquanto seu negócio for com Azuya Igami você vai estar bem. A equipe ALFA é uma equipe muito boa. Foi uma das equipes mais respeitadas ase formar no ano passado. – Pyrrha contou. – Tenho certeza que você não vai ter que se preocupar com a Sati. 

- Sati é namorada da Azuya. – Ruby disse do nada. 

Weiss apenas assentiu. Pyrrha, Nora e Ren tinha uma feição de surpresa. Claro. Azuya e Sati eram extremos opostos. Em tudo. Ainda assim apreciam se amar muito. Ao julgar pelo beijo em publico. E pela forma que elas olhavam uma para a outra. 

- Bem. – Pyrrha limpou a garganta para continuar. – Você e a Azuya são as únicas híbridos dragões conhecidas até agora. Certamente ela vai poder te ajudar muito. – A elfa sorriu. 

- Ooh! Ela deu um livro super legal para Weiss. Sobre um cara que era um híbrido dragão também. É uma história comovente de como ele supera seus traumas e tudo que sofreu por ter nascido assim. – Ruby contou. 

- E do que fala o livro? – Nora estava curiosa. 

- Sobre os problemas de um híbrido dragão. E que eles vivem com constante medo de serem escravizados, sequestrados. – Ruby disse animada. 

- Isso parece terrível. – Pyrrha comentou. 

Weiss estava pensando em outra coisa. Lembrando se do que elas tinham dito sobre os híbridos. Seus segredos. Aquela biblioteca que servia de esconderijo. E de certa forma ela sentiu que todos ali viviam com medo. E ela se perguntava se sempre temeria as pessoas. 

A desconfiança era a base daquelas pessoas. Elas não podiam contar os segredos para quem confiavam por medo. Não por elas. Medo pelas futuras gerações. Medo que alguém ruim descobrisse e levasse aqueles que não podem se proteger. 

E Weiss. Ela havia passado por uma forma de escravidão. Ela virara a arma do Rei Schnee. Ele a privou da liberdade. Da felicidade. Do amor. Do carinho. Ele a privou de uma família de verdade. E ela não queria que ninguém mais passasse por isso. Era cruel demais. 

Depois do que Sati disse sobre a barriga de aluguel. Weiss se perguntava e se sua vida fosse essa? Ela teria que engravidar para que outra pessoa enriquecesse? Ela sofreria tamanha violência por outra pessoa? O quanto aquela garota não sofreu antes de morrer? 

- Hey, Weiss? – Ruby acariciou suas costas. – O que foi? – Perguntou preocupada. 

- Apenas pensando. – A herdeira respondeu. 

- Vamos lá, Weiss. É Natal, sem pensamentos tristes, tudo bem? Pelo menos por hoje. – Ruby beijou sua têmpora com carinho. 

- Claro. – Ele respondeu antes de beijar a mandíbula da loba faunus. 

Estava ficando cada vez mais difícil de se manter longe. De não dizer para Ruby que ela a amava. Que seus sentimentos enfim eram correspondidos. E era esse amor que a fazia não dizer. Ela ainda não era digna da loba faunus. Ela ainda estava quebrada. E ela só queria dar o melhor para essa adorável pessoa que era Ruby Rose. 

- Crianças! O almoço está pronto. – A mãe de Jaune disse com um grande sorriso. 

Eles se levantaram e seguiram para a sala de jantar. Jaune estava ajudando a mulher a colocar a mesa. Seu humor estava alto. Ele parecia acreditar que algo realmente bom aconteceria naquele dia. Weiss não se importava. 

- Por favor, sentem se e sirvam se. – A mãe de Jaune disse. 

Ela se sentou a mesa ao lado de Ruby e Nora. Ruby fez questão de ajudar a herdeira a se servir. E Weiss se sentiu lisonjeada. A loba faunus sempre estava lá para ela. 

Um mestre... Seria Ruby Rose sua mestre? Essa pergunta era a que ressoava em sua mente desde que lhe contaram isso. Alguém a quem ela pertencia. Uma única pessoa entre os bilhões que existiam no mundo. 

“Seu mestre vai saber o que fazer para te fazer feliz. Ele vai saber ser até mesmo uma pessoa diferente se isso te fizer feliz. Ele vai se negligencia por você. Vai ser amável com você. E principalmente vai te valorizar acima de tudo. Você não pode odiar uma pessoa assim. Ele vai ser a melhor pessoa do mundo aos seus olhos.” 

Ela olhou para Ruby que tinha um sorriso cheio. Ela podia ver isso na loba faunus e em mais ninguém. Então Ruby era seu mestre? Ela seria a pessoa que controlaria seus poderes? 

E por algum motivo pensar em Ruby como seu portador não a assustou. Na verdade ela sabia que jamais se sentiria confortável com outra pessoa. Não da forma que Ruby a fazia se sentir. 

- Aqui está, princesa. – Ruby colocou o prato na frente da mais velha. 

- Obrigada, Ruby. – Weiss agradeceu com um sorriso. O mais terno que ela poderia colocar em seu rosto. Da forma que ela jamais sorrira antes. 

- De nada, meu amor. – Ela respondeu beijando a bochecha de Weiss rapidamente. 

Weiss sentiu seu rosto esquentar. Ela tinha certeza que estava vermelha de vergonha. A família Arc apenas olhava para a dupla. A mãe de Jaune com um sorriso que dizia que suspeitava de algo. O pai de Jaune com um sorriso largo. 

- Idiota. – Ela disse olhando para sue prato. 

“Ele sabe que você é mais forte, mas quer te proteger mesmo assim. Ele vai respeitar seus limites. Vai tentar te empurrar para frente. Ele não vai te deixar cair jamais. E é por isso que você vai se apaixonar por ele. Pelo menos foi assim comigo.” 

As palavras de Azuya mais uma vez ressoaram em sua mente. 

Se Ruby seria a melhor pessoa para ela. Ela tinha que ser a melhor pessoa que podia para Ruby. Ela tinha que mudar. Se moldar. Ser quem ela queria ser. Deixar de ser aquele híbrido dragão na torre de Atlas. Ela tinha que se tornar a Weiss Schnee que ela queria ser. 

- Então. Vamos comer. – O homem mais velho disse com um grande sorriso. 

Ele não precisava falar mais nada. Logo todos estavam desfrutando do delicioso almoço de Natal. Weiss tinha um sorriso nos lábios. Ruby estava sentada a sua direita e mantinha suas mãos juntas. Era um gesto bonito. E ela se sentia feliz. 

O almoço se desenrolou entre histórias sobre Beacon. Aventuras como Caçadores em treinamento. Algumas curiosidades sobre a herança draconiana de Weiss. Algumas perguntas constrangedoras sobre romances.  

Depois do almoço eles foram abrir seus presentes. Weiss estava tão aliviada ao ver o olhar feliz de seus amigos. De Nora principalmente. Já que logo depois de ver o martelo de pelúcia começou a espancar Jaune com ele. 

Ela também tinha ganhado alguns presentes de seus amigos. Um colar com pedras azuis de Pyrrha. Uma nova capa branca de Nora. Uma caneca de café com um floco de neve de Jaune. E um livro de contos e mitos de Ren. 

Ela que nunca tinha ganho nada na vida estava mais que feliz. Lisonjeada por seus amigos gastarem com ela. E Weiss sabia que eles não tinham tanto dinheiro para eles mesmos. Ela sorriu com carinho.  

- Os de nossa equipe eu te entrego quando voltar. – Ruby sussurrou carinhosamente no ouvido de Weiss.  

- Tudo bem. – Weiss respondeu segurando a mão da mais nova. 

- Agora, agora! – Nora chamou a atenção de todos. – Vamos brinca de algo. E eu tenho a brincadeira perfeita para todos! – Ela exclamou. 

- O que seria isso? – Jaune perguntou com medo.  

- Eu vou começar! Eu espio com o meu olhinho, uma coisa branca! – Ela fritou a cor. 

- Weiss! – O coro de vozes disseram ao mesmo tempo.  

- Nããão! – Nora cantarolou. – Uma coisa branca e fria! – Ela deu mais uma pista. 

- Weiss! – O restante da equipe JNPR e Ruby disseram ao mesmo tempo. 

- Queridos, Nora se refere a neve. – A mãe de Jaune disse com um sorriso divertido nos lábios. 

- Muito bem, senhora Arc. - Nora fez uma reverencia. – Agora é sua vez. 

- Eu espio com meu olhinho, algo bonito. – Ela disse calmamente. 

- Weiss! – Ruby gritou abraçando a mais velha. 

- Ruby, tudo que você vai dizer nesse jogo é meu nome? – Ela cruzou os braços sobre o peito. – A minha resposta para a senhora Arc é Ruby Rose.  – Ela disse antes de beijar a testa da loba faunus com carinho. 

- Desculpe meninas, mas vocês duas erraram. Alguém dá outro palpite? – Ela perguntou olhando para as crianças da sala. 

Eles continuaram o jogo por um tempo. Até Nora chorar que estava entediada e decidiu que teriam uma guerra de bola de neve lá fora. Infelizmente para os mais velhos, Nora decidiu fazer parte do time das crianças. 

Eles trocaram bolas. Riram como há muito tempo não riam. Weiss estava realmente se divertindo naquele feriado. Ao contrario de todos os outros. Ela se perguntava como era possível que os nobres perdessem toda essa diversão. 

No final do Jogo Jaune estava com um olho roxo devido a uma bola de neve particularmente forte que Nora jogou e o atingiu. Pyrrha estava o ajudando com um saco cheio de neve. Já que daria o mesmo efeito que um saco de gelo. 

Weiss olhou para o céu. Logo iria escurecer.  

- Ruby querida. – A mãe de Jaune chamou pela loba faunus quando elas iriam ir embora para sua casa. 

Weiss ainda estava relutante de chamar de sua casa. A casa era de Ruby. O fato de ter se apossado dela também não chateou a mais nova. Ela caminhou até o portão da casa. Vendo a vizinhança de Jaune. As pessoas felizes. Crianças brincando nas calçadas. 

Foi quando algo chamou sua atenção. Ali do outro lado da rua estava uma figura baixa familiar. Os cabelos vermelhos. Os olhos coloridos. Ela estava com uma garota que não tinha visto antes. E parecia feliz. Senão com um pouco de medo. 

Seus olhos se encontraram. Verde e violeta quase negro. Ela acenou e Weiss ergueu a mão de volta. Ela se levantou e falou algo com a outra garota antes de correr para o portão da casa de Jaune. Um sorriso tranquilo em seus lábios. Ela se virou e se encostou no ferro. Uma distancia segura. Ninguém da casa perceberia que elas estavam conversando. 

- Olá, Weiss. Feliz Natal. – Ela disse com um sorriso calmo. 

- Olá Hina. Feliz Natal. – Ela fez questão de dizer o nome da mais velha. Questão de mostrar que sabia quem ela era, mesmo com sua breve reunião. 

- Curtindo o feriado com os amigos? – Ela apontou para os irmãos Arc que brincavam com Jaune, Nora e Pyrrha. Ren dormia em uma cadeira enrolado em cobertor verde. O pai da família ria enquanto tirava fotos. Ruby e a mãe Arc conversavam. 

- Você pode dizer isso. – Weiss disse com um suave sorriso. 

- Isso é bom. Ajuda a controlar. – Ela acariciou o próprio peito onde deveria estar seu coração. 

- Você não está passando o Natal com a Azuya? – Perguntou curiosa. 

- Não. Aquela garota ali. – Ela apontou para a garota em questão. – Ela se chama Olivia. E ela é minha potencial mestre. – Sussurrou a ultima parte. 

- Meus parabéns, ela é muito bonita. – Weiss deu um sorriso gentil. 

- Nah. – Hina estalou a língua. – Eu tenho medo. – Confessou com uma postura relaxada. – Você sabe o que implica não ter nossos poderes em sua totalidade. Nos tornamos alvos fáceis. Ter ele em sua totalidade é assustador. Eu tenho medo de perder o controle. Ainda mais com um poder tão destrutivo como o meu. – Confessou. 

- Qual é? – Weiss perguntou curiosa. 

- Trevas. – Hina respondeu com um sorriso triste. – Eu era um dragão como a Azuya. De fogo, mas... A escravidão me mudou, ele transformou minhas chamas antes vermelhas em chamas negras. Eu tenho medo por isso. – Contou tristemente. 

- Você tem medo de machuca-la? – A herdeira perguntou olhando de canto para Ruby. 

- De todas nós eu fui quem teve mais problemas durante a escravidão. Cana virou um híbrido dragão por ciência. E bem... Eles me usaram para isso. – Ela colocou a mão sobre o olho quase negro. – Às vezes eu penso que a Olivia merece algo melhor que eu. 

- Acho que eu posso entender. – A herdeira confessou. – Eu também me sinto assim sobre isso. 

- Você quer dizer. Você se sente assim sobre aquela loba faunus, filha da Summer Rose? – A pergunta da ruiva foi direta. 

- Eu estive presa em uma torre por toda a minha vida. Eu não conheço nada. E esse é o primeiro Natal que eu passo da forma “certa”. Eu era uma arma. E eu ainda me sinto como uma arma. – Confessou baixinho. Hina soltou um longo suspiro. 

- Vai passar Weiss. Eu te garanto que vai passar. Cedo ou tarde vai passar. – Ela olhou nos olhos coloridos de Hina. Havia apenas compaixão verdadeira neles. 

- É o que eu sempre digo para mim mesma, mas às vezes parece mentira. Os dias passam e eu continuo sendo eu mesma. – Explicou. 

- Você tem que falar com alguém sobre isso, Weiss. De Beacon eu aconselharia o Sir Port. Ele vai te dar assistência assim como ele me deu. – Afirmou. 

- Eles sabem da existência de vocês? – Weiss perguntou surpresa. 

- Em partes. Eles acham que somos experimentos, não sabe que nascemos assim. Eles acham que nós perdemos nossos poderes há muito tempo. – Respondeu. 

- Hina, eu tenho uma pergunta. – Weiss disse relutante. Ela olhou para Ruby. Ela percebeu que a loba faunus havia percebido a presença estranha perto dela no portão. 

- Diga. – Hina olhou interessada. 

- Como viramos grimms? – Era uma pergunta genuína. Hina soltou um longo suspiro. – Eles disseram que se eu for violentada isso vai acontecer. É verdade? – A pergunta estava cheia de preocupação. A mais velha soltou um suspiro pela boca.  

- Sim. – Foi tudo que a mais velha disse por um longo tempo. – Esse é um risco que corremos enquanto não quebrarmos a maldição. Você se lembra do conto? O príncipe violentou a mulher. E os híbridos dragões nasceram desse ato. Entretanto, não é apenas isso que pode nos transformar em dragões grimms. Eu não sei direito, você terá que falar com a Azuya – Informou com pesar

- Isso é triste. – Weiss comentou. 

- Não tanto quanto a vida que somos obrigadas a manter. – Hina respondeu com pesar. – Não me agrada esconder as coisas da mulher que eu amo. Eu não quero esconder, mas eu preciso proteger minha raça. Isso às vezes pesa. – Ela engoliu grosso. 

- Eu acho que entendo. – Weiss respondeu. 

- Azuya tem sorte. Sati é daquele jeito e não pergunta. Sati nem mesmo sabe que eu também sou uma. Eu sei que a Sati quer perguntar, mas não o faz. A Azuya apenas mantem o silêncio. É mais fácil quando não te perguntam constantemente sobre isso. Não dizer nada é mais fácil que mentir. – Ela suspirou. 

- Ruby não me perguntou nada. Apenas sobre o livro. Estamos lendo juntas. – Murmurou. 

- Você acha que elas entenderiam nossos motivos para esconder? – Hina olhou para Olivia ainda sentada pacientemente esperando. Os olhos azuis da garota brilhava contra o sol fraco. 

- Eu não sei. Acho que em partes. Se fosse comigo eu me sentiria traída. – Murmurou. 

- Somos nós quem carregamos o fardo no fim das contas. – Hina suspirou. 

- Olá. Quem é você? – As duas híbridos dragões olharam para Ruby e Nora que agora estavam no portão também. Uma curiosidade genuína em seus olhos. 

- Desculpem, me chamo Hina. Sou irmã gêmea da Azuya. Apenas estava averiguando se minha irmã disse a verdade sobre existir mais uma híbrido dragão. – Ela deu um sorriso largo. 

- Mas você não é uma! – Nora apontou e Hina riu coçando a nuca. 

- Bem, eles são raros. Acho que todos os genes da família foram para ela. – Ela continuou rindo sem graça. – Desculpe se eu incomodei com sua comemoração. 

- Não tem problema. Você quer entrar? – Nora perguntou animada com a presença de talvez mais uma pessoa. 

- Minha amada me espera. – Ela apontou para Olivia que ainda estava pacientemente esperando. – Foi um prazer te conhecer, Weiss. Nos vemos por ai. – Ela acenou. 

- Até mais, Hina. – Weiss respondeu acenando também. 

- Vamos para casa Weiss. – Ruby ofereceu a mão para a mais velha. 

Havia algo no olhar de Ruby. Algo diferente. Algo que Weiss não soube dizer o que era. Era triste? Tristeza? Por que Ruby estaria triste? Será que a mãe de Jaune tinha dito alguma coisa para a loba faunus. Seja o que for ela não gostava desse olhar no rosto de Ruby. 

- Vamos. – Ela segurou a mão da mais nova. 

Elas se despediram de seus amigos antes de partir. Weiss acenou para Olivia e Hina do outro lado da calçada. Andaram de mãos dadas de volta para sua casa perto do centro de Vale. Ruby não disse uma única palavra. 

Elas chegaram na casa. Ruby abriu a porta e deixou Weiss entrar primeiro. Rapidamente a lareira foi acesa. A herdeira olhou para a loba faunus. Ela estava colocando as comidas que a mãe de Jaune havia dado na geladeira. 

- Weiss. – Ela começou. Weiss podia sentir a tensão na voz de Ruby. – Do que você e aquela mulher estavam falando? – E ai estava a pergunta que Weiss não queria ouvir. 

- Ela estava apenas se apresentando para mim. – Weiss mentiu com o cenho franzido.  

Então era essa a sensação de dizer uma mentira para a pessoa que amava? Ela sentia seu peito rasgar. Doía na alma mentir para Ruby. Agora ela teria que acrescentar mais uma coisa à listas de coisas que a impediam de ficar com Ruby. 

- Não minta para mim. – Ruby se virou para encarar a mais velha. – Eu ouvi tudo que você falaram. – Ela mexeu suas orelhas de lobo. 

Weiss agora estava horrorizada. Ruby havia ouvido? O que ela entendeu da conversa que tivera com Hina? Ela sabia que a amava? Sabia que tinha sentimentos por ela e não disse nada como havia dito que ia dizer?  

Weiss deu um passo para trás. Ela não podia encarar Ruby agora. O que ela iria falar? 

- Não fique com medo de mim, Weiss. – Ruby deu um passo para frente. – Eu jamais vou te machucar. Eu só quero saber do que vocês estavam falando exatamente. 

- Eu não posso te dizer Ruby. – A mais velha olhou par ao chão.  

- Okay. Eu estou bem com isso. Você não precisa me dizer se não quiser. – Suas orelhas de lobo caíram ligeiramente. 

- Não é como se eu não quisesse te dizer, eu apenas não posso te contar. Eu prometi que não contaria para ninguém. – Weiss se apressou a dizer. 

- Prometeu? Para quem? Por que? – Ruby perguntou agora preocupada com a mais velha. 

- Eu... Eu vou te dizer o que posso, só não me pergunte mais nada depois. – Weiss quase implorou. Ela não queria ter que mentir para a loba fanus. – Eu prometi para a Azuya que não contaria nada sobre o que nós, híbridos dragões, somos. Há coisas que são melhores serem escondidas. Para o bem de muitas pessoas, senão do mundo. – Respondeu. 

Ela podia ver claramente que Ruby queria perguntar mais. Ela via claramente a preocupação nos orbes prateados. A loba faunus abriu a boca para falar. Ela fechou. Abriu novamente. E fechou sem emitir um som sequer. 

- Eu não vou perguntar, apenas me deixe saber uma coisa. Esse segredo pode te colocar em perigo? – A pergunta estava carregada de preocupação. 

- Não. A verdade é que esse segredo vai ajudar a me manter em segurança. Ele vai proteger a mim e a muitas outras pessoas. – Respondeu calmamente. 

- Okay. – Ruby então se aproximou da mais velha. Seus braços rodeando a cintura fina. Escondendo seu rosto no pescoço da mais velha. – Eu não preciso saber o que é. Eu só quero que você esteja em segurança. Por isso não minta para mim Weiss. Não mais. – Pediu. 

- Eu não vou. – Weiss acariciou a cabeça da mais nova. 

- Eu fiquei preocupada quando aquela mulher mentiu. E ainda mais preocupada quando você mentiu para mim. Você não precisa mentir. Você pode dizer que não quer falar. Que não pode falar. Eu vou respeitar. Apenas não minta. – Murmurou. 

- Eu não vou mais. Eu te prometo Ruby. Eu nunca mais vou mentir para você. – Garantiu beijando o topo da cabeça. Respirando fundo aquele aroma familiar de rosas vermelhas. 

Não. Ela nunca mais iria mentir para Ruby. Era errado. E ela amava Ruby. Não podia enganar a mais nova desse jeito. Não podia. Mentir era o que pessoa como Jacques fazia. Não ela. Ela era melhor que isso. E jamais poderia viver com uma mentira.  

- Como você conheceu aquela mulher? – Perguntou curiosa. 

- Hm... Azuya realmente é irmã dela. Irmã gêmea. E ontem ela me levou para biblioteca. Onde eu consegui o livro. E ela estava lá. – Contou calmamente. Era verdade, não inteira, mas era muito melhor do mentir para a mais nova. 

- Acho que eu não posso perguntar sobre o que você estavam falando hoje. Eu escutei tudo, mas não entendi. E acho que é sobre esse tal segredo, não é mesmo? – Perguntou pensativa. 

- Me desculpe Ruby. – Weiss murmurou apertando a mais nova em seus braços. 

- Não se preocupe Weiss. Eu entendo. Eu realmente entendo. - A loba faunus tranquilizou a herdeira. – Eu apenas queria saber. – Murmurou. 

- Obrigada. – Weiss beijou mais uma vez o topo da cabeça da mais nova. 

- Agora que passamos por isso e esclarecemos as coisas. Vamos abrir os presentes que minha irmã deixou comigo. – Ruby exclamou saindo do abraço. 

- Blake deixou seu presente comigo – Weiss lembrou. 

- Vamos pegá-los então. – Ruby subiu as escadas usando seu Semblance. 

Weiss riu antes de seguir o rastro pétalas de rosas vermelhas. Ela podia sentir que o ar estava mais leve. Ainda assim ela estava preocupada. Ruby tentou parecer bem, mas ela não estava. Era como se uma enxurrada de medo varresse a híbrido dragão. Ela estava ferindo aquela que mais amava. E nada podia fazer para impedir isso. 

- O que eu vou fazer? – Ela se perguntou antes de terminar de subir as escadas. 

Já no quarto. Ruby tinha deixado todos os presentes na cama. Os embrulhos coloridos espalhados sobre o colchão. Weiss abriu seu primeiro embrulho. Seu rosto se tingindo de uma vermelho vivo com o que viu dentro. Um conjunto nem um pouco modesto de lingerie. 

- Yaaaang. - Ruby choramingou. Ela havia recebido um conjunto semelhante de cor vermelha. 

O presente que ganharam de Blake. Obviamente eram livros. A atenção da dupla foi para a classificação etária do livro. E não precisava se rum gênio para entender que eram contos eróticos. Parecia até que ambas tinham combinado. 

Weiss pegou o último embrulho. Que obviamente era de Ruby. Um pouco grande e pesado. Ela abriu com cuidado. Uma bela adaga com um tambor de Dust. Ela sorriu antes de abrir a caixa de acrílico. E era tão bonito. Os desenhos cravados na lamina lisa.  

- Se tudo der certo, eles vão brilhar quando você ativar o Dust. Eu não experimentei para não destruir nada. - A loba faunus esfregou a nuca sem jeito. 

- É linda Ruby. Muito obrigada. - Weiss sorriu observando sua nova arma. Saber que a loba faunus tinha feito apenas a fazia gostar ainda mais do seu presente. 

- Ow Weiss! Isso deve ter sido caro; - Ruby comentou olhando para o colar que havia ganhado da híbrido dragão. Um rubi delicadamente cortado para parecer uma rosa. 

- Se for para você vale cada Lien. - Weiss respondeu. 

-  Muito obrigada, Weiss. - Ruby abraçou a mais velha. - O que acha de tomarmos chocolate quente agora? Podemos assistir algo na televisão também. - Sugeriu. 

-  Eu adoraria Ruby. - Weiss sorriu para a mais nova. 

Elas deixaram seus presentes ali sobre a cama. E de mãos dadas elas desceram as escadas para a sala de estar. Para aproveitar o resto daquele dia.


Notas Finais


Sobre Hina, Azuya não tem uma irmã gêmea no meu livro, ela tem um prima. Hina na verdade é baseada na Kanna ou Kanae, depende da versão que você ler (Azumi ou Asumi). Um dos personagens que teria possivelmente uma história de fundo traumática, o que faz ela hesitar em muitas coisas.

Azuya e Sati vão te rum capítulo especial mais para frente. Voltado não para elas, mas para o desenvolvimento da Weiss, e vai ser necessário se rum point of View delas. estejam avisados.

Kissus
Se cuidem


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