História The Icy Eyes Dragon - Capítulo 23.5: Tensão no Natal.

Capítulo 22.5: Tensão no Natal.

Yang estava enfurecida. Seu pai. Taiyang. Estava sendo um idiota. Não. Ele não estava destratando Blake porque ela era uma faunus. Muito pelo contrario. Ele estava sorrindo e tratando como uma verdadeira filha.

- Você é minha segunda filha. – Taiyang disse animado.

Era exatamente esse o problema. Porque ele estava dizendo que só tinha uma filha. Como se Ruby não existisse. E isso a estava irritando e muito. O pior foi quando elas chegaram e ela exigiu uma resposta do porque de Ruby não poder vir para o Natal. Ele fingiu que sua irmã nem sequer existisse. Como se fosse tudo uma alucinação da loira.

Ao redor da casa haviam apenas fotos de Yang e Taiyang. Todas as fotos de Ruby e Summer foram jogadas, rasgadas ou queimadas. Ele estava agindo como uma criança que não ganhou o presente de Natal que queria.  

- Esfrie se Foguete. – O homem moreno de olhos vermelhos disse enquanto bebia uma tequila. – Você não vai ganhar nada brigando com ele. Não importa o que você grite. Ou o quão irritada fique, ele não vai te ouvir. – Aconselhou visivelmente incomodado.

- Ele está sendo um idiota. – Yang retrucou irritada.

- Yang, docinho. Por que você não trouxe a sua outra companheira de equipe também? Eu adoraria conhece-la. – Ele disse com um sorriso grande nos lábios.

- Weiss não ia gostar de conhecer você, pai. Não enquanto continuar renegando a Ruby. Afinal elas estão saindo. – A loira respondeu cruzando os braços na frente do peito.

- Já disse que não sei do que você está falando. Aquela menina Ruby não tem nada a ver conosco. – Ele disse irritadiço. – Por favor, não estrague o nosso Natal trazendo esse assunto desagradável. – Ele deu as costas para Yang.

- Serio! Isso é loucura! – Yang retrucou irritada.

- Esfrie se Foguete. – Qrow repetiu com calma. – Vou deixar você saber que eu falei com a Ruby ontem e elas estão bem. Vão passar o Natal com a equipe JNPR. – Informou antes de sorver mais de sua tequila.

- Como você pode estar tão calmo? O que ele está fazendo com a Ruby não se faz. – A loira retrucou. – Ela é filha dele. Ele está sendo idiota.

- Sim, eu sei disso, e concordo com você, mas seu pai é teimoso, e contra isso não podemos fazer nada. Além disso, você deveria ficar feliz em saber que ela não vai passar o Natal sozinha esse ano. – O homem respondeu tranquilamente.

- Eu realmente fico feliz da Weiss ter aparecido. – Yang suspirou. – E então tio, como andam as patrulhas? Algum sinal de Cinder? – A loira perguntou curiosa.

- Por mais duro que é admitir, não sabemos de nada sobre ela. O mar do norte está congelado. Se ela saiu de lá antes disso não foi por nenhuma rota que conhecemos. – O homem respondeu com pesar.  – Não se preocupe. Weiss não está sozinha. Vamos ajudar no que pudermos. – Garantiu com um sorriso no rosto.

- Ruby está tão preocupada com isso. – Yang confessou.

- Eu acho que a Cinder não vai agir tão rápido. Devemos nos manter alerta e tudo, mas acredito que vai demorar mais um pouco para ela agir. – O homem tomou mais um gole de sua tequila. Ele estava pensativo. – Como vão suas aulas? – Perguntou por fim.

- Muito bem tio Qrow. É incrível o quanto a Weiss sabe. Graças a ela e a Blake, eu e Ruby conseguimos fazer todas as provas sem problema algum. – Yang respondeu animada. – Acho que ela é a peça que faltava para o nosso time ser incrível. – Yang exclamou.

- Certamente, Foguete. – Qrow riu do entusiasmo da loira.

- Qrow, Yang. A comida está pronta. – Taiyang chamou a dupla. – Venham. Vamos comemorar o Natal em família. – O homem disse entusiasmado.

- Não há família sem a Ruby. – Yang retrucou se levantando da poltrona. Aquele ia ser mais um longo jantar de Natal incompleto.

Eles comeram em um silencio incomodo. Desde que Yang estava se recusando a falar com seu pai. Blake estava com o cenho franzido. Ela sabia que sua namorada tinha seus motivos, mas ainda assim era um clima pesado.

- Bem, eu proponho um brinde. Para mais um ano repleto de felicidade. Amor. E amizade. Viva!– Taiyang ergueu sua taça.

- Viva! – Os outros três acompanharam o gesto.

O clima continuou pesado. Ninguém disse mais nada durante toda a refeição. Yang estava comendo civilizada mente. Não era nem a sombra da garota alegre que ela era.

Um latido tirou todos de seu silencio. Blake puxou as pernas para cima da cadeira. Logo uma bola de pelos branco e preto correu para a cozinha. O pequeno corgi da família. Zwei.

- Zwei! Quanto tempo meu amigão. – E Blake olhou com espanto para Yang que pegava o cão em seu colo. Dividida entre o medo e a felicidade de ver Yang sorrir novamente.

Zwei olhou para Blake . O pequeno corgi rosnou e latiu empinando sua bunda para o alto. No mesmo instante a gata faunus atravessou a mesa pulando sobre os ombros largos de Taiyang. Ela estava apavorada. Todos podiam ver isso.

- Blake?  - Yang chamou sem entender.

- Deixe esse monstro bem longe de mim! – A garota gritou apertando um punhado de cabelos loiros em suas mãos. Taiyang não disse nada para afastar a garota.

- Oh Dust! Você tem medo de cachorros? – Yang perguntou já em risos. – Isso é tão... Tão engraçado. A grande gata faunus Blake Belladonna tem medo de um pequeno corgi fofo. Isso é hilário. – Yang continuou a rir.

Logo Qrow e Taiyang se juntaram ao riso da loira. Blake estava dividida entre ficar com raiva ou agradecer. Finalmente Yang estava agindo como ela mesma. Ainda que fosse a sua custa. Para ela, esse riso de Yang era mais importante que tudo.

Vagarosamente Blake saiu das costas de Taiyang. Ela furtivamente saiu da sala deixando apenas os familiares ali. Ela sabia que Yang estaria mais calma agora. E eles deveriam ter uma boa e longa conversa de família.

- Por quê? – Yang perguntou depois que o riso cessou. – Eu preciso saber o por quê da Ruby ser rejeitada dessa forma. – Ela disse cruzando os braços na frente do peito.

- Ela lembra Summer. – Taiyang disse começando a se irritar.

- E dai se ela lembra a mãe? Tio Qrow disse que eu me pareço muito com a Raven, e ainda assim você não me rejeitou. Isso não tem sentido. – A loira afirmou se levantando da cadeira.

- Raven nos deixou, mas eu nunca a amei. Não como eu amei a Summer. Sem contar que a Ruby não é minha filha! – Ele gritou. – Ela, portanto, não é sua irmã. Eu não tinha dever algum de cuidar dela – Era claro a fúria do homem.

- E daí se ela não é sua filha? Ela é filha da Summer. A mulher que você disse que amou muito. Você deveria ver ela como filha como fez por treze anos e não ser um idiota colossal, pai. – Yang gritou de volta. – Eu não acredito que você está fazendo isso com a Ruby! É injusto. – A loira gritou frustrada.

- É injusto pra quem? Summer foi quem morreu e a deixou. Não eu. – Ele rebateu.

- Então diga para ela a verdade! Que você não é o pai dela de verdade! Que ela é filha de outro homem. Assim você só está partindo o coração dela! Dê a ela uma razão plausível. Não fique culpando a mãe. – Yang gritou antes de andar até a saída da sala de jantar.

- Yang. Nós não terminamos de conversar! – Ele disse firme.

- Terminamos sim. Eu vou pegar Blake e voltar para Vale! – Ela disse com raiva. – E não espere que eu volte na pausa de verão. E esqueça que você um dia já teve alguma filha. – A loira subiu as escadas para seu quarto.

- Yang! – Taiyang gritou em vão.

Yang subiu as escadas furiosa. Seu semblance espalhando se por todo seu corpo. Claro que era chocante descobrir que sua irmã não era realmente sua irmã. Entretanto, isso não mudava o carinho que tinha por Ruby. Ela sempre vira a mais nova como sua irmã. E o fato de não estarem relacionadas pelo sangue não mudava nada.

Ela abriu a porta do quarto. Blake estava ali sentada na cama. Apreensiva. Yang sabia que ela tinha ouvido os gritos. A morena estava assustada. A loira sabia muito bem disso.

- Me desculpe por isso gatinha. – Yang pediu abraçando a gata faunus com carinho. – Vamos sair daqui. Eu não quero ficar mais um minuto aqui dentro. – Murmurou.

- E para onde vamos? Tenho certeza que a Ruby vai ficar preocupada se nos ver na porta dela tão cedo. – Blake perguntou guardando as poucas coisas que tinha tirado de sua mochila.

- Acho que Velvet pode nos receber por um tempo. Eu ouvi dizer que ela e Coco ficariam em vale na casa da família da Velvet. Também podemos ficar com um dos meus amigos de Signal. Eu realmente não sei. – Confessou.

- Vamos, Yang. Vamos embora. Por hoje ficamos em um hotel. Eu ainda tenho um pouco do dinheiro que Ozpin nos deu pelo resgate de Weiss. – A gata faunus acariciou os cabelos dourados de sua namorada.

- Desculpe. Eu acho que esse foi o pior Natal da sua vida não é? – Yang deu um sorriso doloroso.

- Não foi tão ruim. E se invés de irmos para Vale fossemos para outro lugar? Há um lugar que eu preciso voltar. E ir com você talvez torne tudo mais fácil. – Blake sorriu ternamente.

- Eu vou a onde você for, Blakey. – Yang puxou a gata faunus para um beijo rápido.

- Yang. – Qrow apareceu na porta do quarto. Zwei estava debaixo do seu braço. – Eu sei como sue pai vai ficar a partir daqui. Pegue o Zwei e leve com vocês. Não acho que ele vai ser bem cuidado aqui. – O homem entregou o cachorro para a loira.

Era claro que o clima tinha afetado o pequeno corgi também. Suas relhas estavam baixas e abatidas. E ele soltava pequenos choramingos tristes. Nem mesmo Blake tinha coração para ver o animal tão abatido.

- Não fale nada disso com a Ruby. Pelo menos não agora com toda essa história de Cinder e dragões. Deixa a se concentrar apenas nesse perigo. – Pediu com pesar.

- Não se preocupe, tio. Não vou falar nada para ela. Pelo menos por enquanto. – Yang respondeu tristemente.

- E Blake. Eu sei que minha sobrinha pode ser muito barulhenta e agitada. E que às vezes é muito para se aguentar, mas cuide bem dela, por favor. – Qrow pediu com um pequeno sorriso triste em seus lábios.

- Não se preocupe, senhor Branwen eu irei cuidar da Yang. E vou me certificar de ficar com um olho na Ruby também. – Garantiu.

- É tudo que eu te peço. – Qrow respondeu. – Vou ir visitar vocês em breve, Foguete. Me esperem. – Com isso o homem voltou a descer as escadas.

Blake e Yang terminaram de arrumar suas coisas. A loira suspirou. Zwei debaixo de um braço e a outra mão segurando a de Blake. Ela lançou um último olhar para seu quarto. Aquela provavelmente era a última vez que olhava para ele.

- Vamos Blake. Eu não quero mais ficar aqui. – Yang puxou a gata faunus para escada.

Juntas elas desceram os degraus. Ninguém estava na sala. Não que Yang esperasse que seu tentasse a impedir. Elas saíram da casa. Yang indo direto para Bumblebee. Sua amada motocicleta. A que a levaria para longe de casa.

- Para onde vamos, Blake? – Yang perguntou enquanto amarrava a bagagem na moto.

- Para um lugar um pouco longe. Nós vamos para Managerie. Vamos para a minha casa, Yang. – Blake respondeu com um pequeno sorriso culpado.

- Sua casa? Eu pensei que você não tinha uma casa. – Yang perguntou surpresa.

- Eu sei que eu disse que não tinha casa, na verdade eu tenho. Meus pais não queriam que eu me tornasse uma Caçadora, então eu fugi. – Explicou constrangida. – Desculpe por ter mentindo. Eu não queria encarar a realidade ainda. – Murmurou.

- Está tudo bem, Blake. Vamos para a sua casa. Você fala com seus pais. Eu tenho certeza que eles vão te perdoar. E vão te entender assim que virem que você está fazendo muito bem. – Yang colocou Zwei em uma das bolsas. – Vamos gatinha. Vamos ver seus pais. – Ela tentou colocar um pouco de bom humor em sua voz.

- Obrigada, Yang. – A gata faunus pulou na garupa da moto.

Logo Bumblebee saiu em disparada para um hotel em Patch. Amanhã provavelmente seria uma longa viajem. E Yang rezava para que esses dias longe de Ruby e sua família a ajudassem a entender um pouco mais as coisas. No momento, ela só queria estar o mais longe de casa o possível.